A importância do UX Design na criação de sites
Quando se fala em design – de qualquer coisa e não apenas de sites – é comum que a primeira ideia que se venha à mente, seja o aspecto estético, não é mesmo?
A aparência de um site realmente é importante, mas quando falamos em UX Design, a questão é bem mais ampla e o resultado da sua adequada aplicação, pode ser decisivo nos resultados que o site entrega.
No bate-papo de hoje, entre outras coisas falaremos sobre o que significa UX Design, quais as suas vantagens e que técnicas podem ser utilizadas para melhorar a experiência do usuário!
O que é UX Design?
UX é a sigla para User eXperience, ou experiência do usuário, em português e, portanto, quando falamos em UX Design, referimo-nos a um desenho do site que leve em consideração a experiência que o usuário terá ao navegar por ele, desde o momento em que ele chega ao site, até o momento que vai embora.
Visto de outra forma, um site com UX Design adequado, além de visualmente agradável, deve ser funcionalmente intuitivo, eficiente e prático, satisfazendo tão bem quanto possível o visitante.
Em termos objetivos, podemos afirmar que um desenho de site que cumpra bem a função de oferecer uma ótima experiência aos visitantes, deve atender os seguintes aspectos:
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Navegação – a navegação deve ser intuitiva, descomplicada e rápida;
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Layout – a organização e disposição dos diferentes elementos de cada página, precisa facilitar a navegação e consumo do conteúdo, de forma lógica e prática;
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Conteúdo – as informações precisam ser facilmente alcançáveis, bem como devem ser precisas, claras e legíveis;
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Desempenho – o desempenho, que envolve o carregamento das páginas e de todos os seus elementos (imagens, recursos, textos, etc), precisa ser tão rápido quanto possível e considerar a conectividade do usuário;
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Responsividade – a exibição de cada página deve levar em consideração os diferentes formatos de tela e especialmente ser bem visualizável em dispositivos móveis (celulares e tablets);
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Segurança e privacidade – não dá para falar em segurança sem falar em privacidade e vice-versa, assim como não dá para falar em boa experiência do usuário no site, sem cuidar muito bem de ambos aspectos;
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Estética – estética agradável é importante, mas acima de tudo, ela deve ser funcional, levando em conta a usabilidade, navegabilidade e acessibilidade.
É preciso ter em mente que o seu site deve ser sua empresa na Internet e, portanto, da mesma forma que você quer causar uma boa impressão quando o cliente entra no espaço físico, na Web também deve haver a mesma preocupação.
Imagine um site visualmente deslumbrante e que usa uma metáfora criativa, mas no qual os visitantes não conseguem localizar as informações que procuram, é análogo a entrar numa loja linda, mas ser ignorado pelos atendentes. No final das contas, a experiência foi negativa, e isso refletirá na reputação da empresa.
Como a experiência do usuário impacta seus resultados?
Quando falamos que seu site precisa ser a representação digital do seu negócio, não se trata de trata de uma figura de linguagem, estávamos falando sério! Sim, porque ainda que na prática você preste atendimento presencial, em muitos casos – especialmente dos novos clientes – ele só irá até você, se o site cumprir bem o papel de apresentar o negócio ao cliente.
Ou seja, você pode ter o melhor produto ou serviço do mercado, mas se o cliente não conseguir navegar pelo seu site com facilidade, ele vai embora e provavelmente não voltará, afinal há um monte de concorrentes nas páginas de resultados das buscas (as SERPs) disputando a atenção deles.
A experiência do usuário (UX) é um dos fatores mais decisivos para o sucesso digital especialmente das micro e pequenas empresas, que não são conhecidas do grande público.
1. UX na construção da imagem
Em tempos nos quais ir de uma empresa para outra é questão de dar dois cliques, oferecer uma experiência que encante logo de cara e que se confirme por uma navegação simples, rápida e intuitiva, pode ser o que faz o cliente escolher a sua marca em vez da concorrência.
Imagine o cliente que desembarca na home page e se depara com um site ultrapassado, que imagem essa primeira impressão vai produzir? Insegurança, desconfiança e uma empresa negligente, no mínimo.
De acordo com estudos recentes, cerca de 70% dos consumidores avaliam a experiência digital que têm com a marca, antes de depositar confiança e se sentirem confortáveis em comprar, antes mesmo de fazer contato direto.
2. Impacto direto na conversão
Desde o primeiro acesso até a finalização de uma compra ou ao fazer um simples contato por formulário, cada etapa depende do que o internauta experimenta.
Cada ação realizada representa uma experiência para o usuário e o conjunto delas tem como consequência, o aumento do tempo de permanência, melhores taxas de conversão, mais segurança na tomada de decisão e, principalmente, mais satisfação.
Não fosse razão suficientemente boa, há também o ganho relativo ao melhor posicionamento para buscas orgânicas. No post “Experiência na Página: Por que se preocupar com esse fator de ranqueamento do Google?”, nós explicamos porque o gigante das buscas considera tanto esse fator.
Em termos práticos, investir em UX Design é também investir em SEO!
3. Fidelização e recomendação
Clientes que têm uma boa experiência tendem a voltar, o que facilita a adoção de ações com vistas ao relacionamento de no médio e longo prazo.
Por sua vez, o retorno e o relacionamento são bases importantes para a fidelização e para que esses clientes se sintam confortáveis em indicar a marca para amigos e conhecidos.
4. Economia de tempo e recursos
Um site bem estruturado significa também que ele é funcional e eficiente, o que do ponto de vista do atendimento prestado, reduz as dúvidas, diminui o retrabalho, gera menos suporte e, sobretudo, contribui para diminuir a insatisfação e as reclamações.
Isso significa menos esforço operacional e mais foco no crescimento.
Um exemplo comum, é encontrar um conteúdo que aparentemente foi bem elaborado, mas sem uma clara chamada para a ação (CTA) e como resultado, o cliente quer falar, quer interagir, quer comprar, mas vai embora porque não soube como avançar. Pequenos erros como esse, podem custar caro.
5. Reputação digital e credibilidade
A forma como o usuário se sente ao utilizar o site e os recursos que ele disponibiliza, influenciam diretamente na percepção da marca. Sites lentos, confusos ou que parecem inseguros, por exemplo, passam uma imagem negativa, mesmo que o negócio seja excelente no mundo físico.
Lembre-se que nem todo mundo já teve contato real com sua empresa. Para muitos, o site será a primeira e, talvez a única, oportunidade de contato.
UX não é só sobre design, mas de como você trata seu cliente no ambiente digital! São essas atitudes que construirão o conceito da empresa em sua mente.
Como aplicar UX na criação do site
Você não precisa contratar uma agência ou investir milhares de reais para oferecer uma boa experiência digital.
Se você usa plataformas como WordPress, ou outras soluções de CMS, é totalmente possível aplicar os princípios de UX Design com inteligência, usando os recursos que já existem, como temas, plugins e bom senso.
1. Escolhendo um tema
A escolha do tema deve levar em consideração não apenas os aspectos visuais. Pense que a aparência também pode ter papel funcional. O próprio Google, em seu lançamento, chamou atenção pelo visual minimalista, porque o que importava era tão somente fazer uma pesquisa.
Ou seja, ser despojado não se trata apenas de apresentar um visual mais “clean”, mas se concentrar no que realmente importa para o visitante. Com isso em mente, dê mais atenção a:
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Layout – um layout limpo e bem organizado, diminui as chances de confusões e distrações, especialmente se o que mais importa é o conteúdo, como no caso de um blog ou sites de conteúdo;
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Responsividade – mais do que nunca os sites precisam ser responsivos, pois boa parte dos acessos ocorre por meio de dispositivos móveis. A depender do tipo de site, pode ser essencial ter uma versão mobile;
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Plugins – cuidado com temas excessivamente simples, que exigem muitos plugins para funções básica, como um menu hambúrguer na versão mobile. Um bom tema já deve oferecer recursos essenciais nativamente;
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Acessibilidade – é preciso respeitar todos os visitantes e que inclui garantir que leitores de tela funcionem corretamente, que haja contraste adequado e que a navegação por teclado, seja possível;
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Desempenho – o tema influencia diretamente na velocidade de carregamento e no desempenho durante a navegação. Temas mal projetados, só visando a aparência, podem comprometer a experiência.
Dica: antes de instalar, se possível teste a demo do tema e navegue como se fosse um cliente. Avalie se a experiência é fluida, clara e prática.
2. Escolhando plugins com propósito
Plugins são recursos poderosos para complementar funcionalidades do site, mas é preciso usá-los com critério, pois o excesso de plugins pode deixar o site lento, inseguro ou até causar conflitos quando dois ou mais plugins têm recursos similares.
Por isso, ao escolher plugins, leve em consideração:
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Funcionalidade essencial – priorize os plugins que realmente agregam valor à experiência do usuário, como formulários de contato, sistemas de cache para melhorar o carregamento, SEO e acessibilidade;
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Desempenho – verifique se o plugin é leve e bem avaliado pela comunidade. Plugins mal otimizados e que não disponibilizam atualizações frequentes, impactarão negativamente no desempenho;
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Pacote de recursos – avalie os plugins que oferecem um conjunto de funcionalidades integradas. Eles podem dispensar a instalação de vários plugins individuais, o que geralmente resulta em melhor performance e menor risco de incompatibilidade;
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Plugins individuais – por outro lado, se você não precisa de todos os recursos de um plugin completo, considere usar plugins mais “especializados” e, consequentemente, mais leves e que oferecem melhor desempenho;
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Compatibilidade – certifique-se de que o plugin funciona bem com o tema escolhido e com outros plugins já instalados;
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Atualizações e suporte – plugins abandonados ou sem atualizações periódicas e recorrentes, podem representar riscos à segurança.
Dica: funcionalidades boas são aquelas que o usuário realmente utiliza. Antes de instalar um novo plugin, pergunte-se: “Isso melhora a experiência do meu visitante ou só adiciona mais elementos visuais?”
3. Organizaçao do conteúdo
Mesmo com um bom tema e com plugins escolhidos com bastante critério, a maneira como o conteúdo do site é apresentado, também requer cuidados e atenção.
Tenha em mente que a organização das informações e como ela é exibida, é parte fundamental da experiência do usuário e pode ser o fator decisivo entre permanecer ou abandonar o site.
Digamos que estejamos falando de um blog e, portanto, é predominante o conteúdo textual. As fontes utilizadas, a cor e o tamanho e até o contraste com o fundo, são decisivos para que a leitura seja agradável.
Com isso em mente, ao estruturar o conteúdo, leve em consideração:
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Menus diretos e organizados – evite menus com excesso de opções ou árvores de navegação com muitas ramificações. Agrupe os conteúdos por temas e destaque o que é mais importante para o visitante;
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Hierarquia visual – utilize elementos de hierarquia visual para dispor os elementos de cada página, bem como títulos, subtítulos, espaçamentos e elementos visuais para guiar o olhar do usuário e facilitar a leitura;
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Chamadas para ação (CTAs) – botões como “Fale conosco”, “Solicite um orçamento” ou “Compre agora” devem ser visíveis, diretos e estar posicionados de modo orgânico em cada página. Não tente reinventar a roda e em vez disso, pense em como fazê-la rodar melhor;
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Legibilidade e escaneabilidade – textos curtos, listas, ícones e imagens ajudam o visitante a entender rapidamente o que está sendo oferecido, bem como encontre facilmente as informações que quiser.
Dica: pense como o cliente. O que ele veio buscar? O que precisa estar visível logo de cara? Se possível, peça a alguém que nunca viu seu site para navegar e dizer o que encontrou, mas também o que não encontrou, mas esperava encontrar.
4. Teste, teste e continue testando
Um dos erros mais comuns é criar o site e após os testes iniciais que precedem o lançamento, nunca mais testá-lo como visitante.
A experiência real só pode ser avaliada quando você se coloca no lugar do usuário, especialmente em diferentes dispositivos e nas mais diversas situações.
Ao testar, observe:
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Navegação em diferentes dispositivos – acesse o site pelo celular, pelo tablet e computador. Verifique se tudo está visível e funcional. Teste também diferentes navegadores, pois algo pode ficar diferente;
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Velocidade de carregamento – páginas lentas afastam visitantes. Teste com diferentes conexões (Wi-Fi, 4G, 5G, etc.), lembrando que o desempenho deve ser ideal mesmo no pior cenário possível;
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Alcance da informação – quanto mais cliques o cliente tiver que dar para obter a informação que ele busca, mais perto de expulsá-lo o seu site está. As informações precisam ser fáceis de serem encontradas;
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Clareza das informações – o visitante consegue entender o que você oferece? A linguagem precisa ser clara e direta, bem como o caminho para obtê-la deve ser tão curto quanto possível;
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Facilidade de contato – todas as formas de contato devem ser acessíveis, diretas e funcionarem plenamente, afinal quando um visitante busca por uma página de contato, é porque ele tem algo que julga importante a ser dito para a empresa.
Dica: peça a amigos, familiares ou clientes que naveguem pelo site e deem feedback. Muitas vezes, quem está de fora percebe o que você não vê e isso pode fazer toda a diferença.
5. Mantendo o site atualizado
O trabalho de conceber um site baseado em UX Desing, tem começo, mas não tem fim. É um processo contínuo.
À medida que sua empresa evolui, o site também precisa acompanhar essas mudanças e nós já abordamos a importância dessa questão no post “Atualizar o site: por que e quando devo alterar o conteúdo do meu site?”.
Resumidamente, é preciso atentar aos seguintes aspectos:
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Informações essenciais – informações e ferramentas de contato, como telefones, endereços, links para canais de atendimento e tudo que signifique informações básicas da empresa, precisam ser verificadas quanto à correção;
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Conteúdo geral – verifique a necessidade de atualização de outras informações do site, como por exemplo, páginas de produtos e as respectivas imagens, infográficos, tabelas, conteúdo evergreen, etc;
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Programação – quando o site foi desenvolvido usando plataforma própria, deve-se checar as possíveis atualizações do framework usado e versões do PHP, bem como bibliotecas e configurações. Isso é essencial para a segurança e correto funcionamento do site;
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CMS – nos casos em que o site usa um CMS, checar as possíveis atualizações do núcleo da aplicação, bem como de plugins e do tema usado;
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Links – verifique se todos os botões, links internos, menus e redirecionamentos funcionam corretamente. Erros 404 representam uma má experiência e comprometem o ranqueamento;
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Recursos – a inclusão de novos recursos ou a substituição por outros com funcionamento melhor, como um novo chat de atendimento ou a inclusão de um sistema de busca interna;
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Funcionalidades obsoletas – remova plugins ou seções que não fazem mais sentido ou que não são utilizadas;
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Tendências – adapte o site de acordo com novas demandas, canais de comunicação ou interesses dos visitantes;
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Funcionamento – o funcionamento geral do site, que inclui os recursos / ferramentas citadas, mas também a ocorrência de erros de servidor, o que afeta a experiência do visitante.
Dica: crie uma rotina mensal para revisar o site. Pequenas correções mantêm a experiência sempre positiva e mostram que sua empresa está ativa e atenta.
Recursos que potencializam a experiência do usuário
Depois de garantir que o site foi desenvolvido sob conceitos como usabilidade, navegabilidade, aacessibilidade, desempenho e clareza, é possível ir além e explorar recursos que tornam a experiência ainda mais envolvente e eficiente.
1. Gamificação
A gamificação consiste de incorporar elementos de jogos, como um sistema de pontuação, atingimento de metas, ganho de recompensas ou quem sabe um ranking, além de tornar a navegação mais divertida, pode favorecer o engajamento.
O próprio Google utiliza esse tipo de artifício nas avaliações do Google, ao classificar os usuários de acordo com o feedback que eles dão sobre cada negócio que tem um “Perfil de Empresa no Google” (antigo 'Meu Negócio'). A medida que os usuários evoluem, seu perfil pode assumir status como “Guia Local”, “Avaliador Especialista”, “Desbravador”, entre outros e que na prática significa que quanto mais qualificado é o usuário, mais credibilidade tem as avaliações que ele faz.
Esse tipo de recurso pode ser especialmente útil em sites com programas de fidelidade ou conteúdos educativos, por exemplo.
2. Conteúdo interativo
Os conteúdos interativos são outro recurso que se bem explorados, também podem contribuir para melhorar a experiência do usuário.
Podem aparecer sob diferentes formatos, como por exemplo, simuladores, quizzes, calculadoras e planilhas, ajudando o usuário, agregando utilidade ao conteúdo e ao mesmo tempo incentivando o visitante a participar ativamente do site, em vez de apenas consumir passivamente o conteúdo.
3. Realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV)
Realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV) são dois termos que quase sempre caminham juntos, mas têm significados diferentes. Enquanto a RA trata de inserir objetos virtuais em cenas reais, a RV é completamente gerada por computador.
Quando utilizadas com inteligência e estratégia alinhadas com os objetivos do negócio, permitem que o usuário visualize produtos em 3D, explore ambientes virtuais ou interaja com conteúdos de forma imersiva.
Podem ser um meio de oferecer uma experiência diferenciada e bastante útil em muitas áreas, mas especialmente em setores como arquitetura, moda, turismo e educação.
4. Microinterações
Pequenas animações ou respostas visuais a ações do usuário, como por exemplo, um botão que muda de cor ao ser clicado, ajudam a tornar o site mais intuitivo e agradável.
5. Personalização
Mostrar conteúdos, produtos ou mensagens com base no comportamento do usuário pode aumentar o engajamento e a conversão. Muitos plugins já oferecem esse tipo de recurso.
Mas cuidado! Conforme já mencionamos, quaisquer recursos devem ser usados com equilíbrio. O foco continua sendo facilitar a vida do usuário e não sobrecarregá-lo com efeitos ou distrações.
Sobretudo, responda refletidamente à pergunta: “De quem é o seu site? Seu ou do seu cliente?”.
Embora seja você quem decida sobre cada pequeno detalhe do site, é o usuário quem deve se sentir confortável e ter facilidade de utilizá-lo.
Conclusão
Ao aplicar os conceitos de UX Design ao seu site, você transformará a experiência do usuário em conversões, fidelização e credibilidade para o seu negócio.


