Por que um microempreendedor (MEI) deve ter seu próprio site?
Em meio a uma série de informações levantadas recentemente sobre os microempreendedores individuais (MEIs), uma em particular chama bastante atenção – mais de 80% não tem nenhum tipo de site próprio!
As razões alegadas são as mais diversas. Mas o que a maioria das justificativas têm em comum, é o fato de que há alguns mitos associados e razoável falta de informação a respeito.
Para ajudar a mudar esse cenário, leia o que preparamos para você e descubra por que todo microempreendedor deve ter um site para chamar de seu.
Os MEIs e a Internet
É importante destacarmos que o número anteriormente revelado – mais de 80% não tem site – não significa que os microempreendedores estão absolutamente fora da Internet ou não utilizem ao menos algum dos seus muitos serviços.
Pouco mais da metade (cerca de 55%) utiliza pelo menos alguma ferramenta / serviço da Web para auxiliar no desempenho das suas atividades comerciais e/ou sua operação. É o caso do WhatsApp, por exemplo, que consta como instrumento diário da grande maioria.
Muitos revelam também que têm contas em outras redes sociais, como o Instagram e o Facebook. Há ainda aqueles que usam marketplaces para comercializar seus produtos.
A questão é que seja qual for o caso, 8 em cada 10 desses MEIs, dependem de serviços Web de outras empresas e, portanto, não têm um nenhum tipo de site, o qual ele é o único responsável. Estamos falando de um site institucional, um blog ou até mesmo seu próprio site de e-commerce.
Por isso, um número expressivo de microempreendedores é refém das politicas, das regras, dos recursos e dos valores estipulados por outras empresas.
E se isso já não fosse o suficiente para querer reverter o cenário, como veremos logo mais, isso é muito pouco em termos de presença digital.
O que é presença digital?
Resumidamente, presença digital pode ser definida como sendo o indicador do quão atuante é uma empresa – mas também uma pessoa – nos meios digitais, mais particularmente, na Internet.
Em outras palavras, podemos afirmar que é como se aproveita a variedade de oportunidades disponíveis na Web.
Essa segunda e possível definição do que é presença digital, ajuda-nos a entender melhor a sua importância.
Sim, porque a depender do caso, a Internet apresenta uma ampla gama de oportunidades e quanto maior e melhor for o aproveitamento delas, maior e melhor também será o retorno.
Fica mais claro se usarmos uma analogia com uma situação que todo comerciante conhece bem, as opções de pagamento.
Suponhamos que você só aceite pagamentos em dinheiro. Obviamente perderá muitas vendas, afinal menos e menos pessoas carregam dinheiro atualmente.
Mas se você passa a aceitar PIX, terá algumas vendas a mais, mas ainda deixará de vender para aqueles que só têm cartão de crédito ou débito. Se também disponibilizar a opção de boleto bancário, pode ser que faça mais algumas para aqueles não têm dinheiro no momento e não têm cartão.
Ou seja, quanto mais formas de pagamento você disponibiliza, mais oportunidades você dá aos clientes de comprar.
Logo, ter ampla presença digital significa aproveitar todas as oportunidades que os meios digitais oferecem e isso inclui ter um site próprio. Já voltaremos a falar melhor a respeito…
Mitos sobre ter um site próprio
Conforme mencionamos anteriormente, há um conjunto de motivos que normalmente um MEI dá, para não ter um site próprio, mas que como veremos, não se justificam.
1. Já tenho uma página no Facebook, por isso não preciso de um site
A “desculpa” mais frequentemente usada, é ter uma página no Facebook e/ou em outras redes sociais.
É a mais comum de ouvirmos, mas é também a mais equivocada de todas, por conta de uma extensa lista de motivos:
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Conforme mencionamos, estar presente apenas nas redes sociais, significa não aproveitar a gama de oportunidades existentes ou ter uma presença digital incompleta;
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Nem todo mundo está nas redes sociais. Várias pesquisas, incluindo o relatório “We Are Social de 2023” feito em parceria com a Meltwater e que teve como base dados colhidos junto a nomes importantes e conhecidos no segmento, como GWI, Statista, Data.ai, Semrush, GSMA Intelligence, mais de 10 milhões de brasileiros com acesso à Internet, não acessa nenhuma rede social;
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De acordo com a mesma pesquisa, apenas 23% dos usuários de redes sociais entre 16 e 64 anos, seguem perfis de empresas / marcas que elas compram, o que também significa que 77% não segue nenhuma;
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Outro dado relevante, indica que 1 em cada 4 usuários de quaisquer redes sociais, não se interessam por quaisquer produtos divulgados nas redes sociais;
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O conhecimento e a compra de produtos, aparece em 7º lugar, com apenas 26,1% dos motivos para estar em uma rede social;
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Existem pessoas que só estão nas redes sociais, porque são “obrigadas”, por conta do trabalho (59%) ou para estarem em contato com amigos e familiares (48,6%);
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Movimentos como o “Log Off”, que ocorre na Grã Bretanha, têm ganhado corpo e que essencialmente se apoiam em diminuir a dependência digital e a nomofobia, estar menos sujeito a invasão de privacidade ou ainda porque as redes estão cada vez mais antissociais, tem tirado um contingente importante delas;
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Como fica o seu negócio com o fim das redes sociais? Como aconteceu com o Orkut e tantas outras, ou com as constantes mudanças nos rankings e novos “competidores” surgindo o tempo todo, há pouca certeza do que será amanhã;
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O que você pode fazer está limitado aos recursos que a rede social oferece e, sobretudo, aos seus termos de uso e políticas, os quais podem mudar – e de fato mudam – a qualquer momento;
Poderíamos aumentar ainda mais a lista acima, mas já é suficiente para perceber o grande erro que é apoiar sua presença digital apenas nas redes sociais.
2. Meu negócio é local e não vendo pela Internet
Está mais do que provado que a Internet é um canal de vendas que só faz crescer, como também está provado que muitas vezes é um canal indireto, como é o caso de muitos nativos analógicos, que a utilizam como instrumento para facilitar as compras presenciais que fazem.
Além disso, é preciso ter em mente, que há diversos tipos de site para além de um e-commerce e que cada um tem sua parcela de contribuição no intrincado processo de conquistar clientes.
De acordo com o compilado de pesquisas da “We Are Social” que mencionamos, 74% dos brasileiros (1º lugar global!) entre 16 e 64 anos, com acesso à Internet, pesquisam online marcas e produtos antes de fazer uma compra e muitas vezes isso significa ir ao Google ou ao Bing e, portanto, significa também clicar no site de uma empresa.
Portanto, quando alguém procura por “Fotógrafo para eventos em São Paulo”, ou quem sabe “Contador em Salvador”, só aqueles que têm um site próprio terão a chance de serem listados em uma página de resultados dos sites de busca, as conhecidas SERPs.
Note que nesses casos, ser coerente com uma ampla presença digital, passa também por ter um “Perfil da Empresa” no Google, no qual entre outras coisas, deve constar o site da empresa.
3. Meu negócio é muito pequeno e não tenho como investir em um site
A terceira justificativa mais frequente, geralmente parte de um pressuposto errado, que é acreditar que um site requer muito investimento.
Tal como acontece com quase tudo que um MEI tem que fazer, um site próprio pode ser feito e mantido pelo próprio microempreendedor e por um investimento da ordem de centavos. Sim, centavos por dia!
Tudo o que ele precisa para começar, é um domínio próprio e um plano de hospedagem, sendo que em muitos casos, a depender da forma de pagamento escolhida, a primeira anuidade do registro pode sair de graça.
Por exemplo, no caso da HostMídia, o plano de hospedagem mais acessível e que é suficiente para 99% dos MEIs, sai o equivalente a R$ 0,33 por dia (trinta e três centavos) ou R$ 9,99 / mês!
Atualmente, planos do tipo oferecem alguma plataforma de construção de sites e vários instaladores de CMS, como o WordPress, e que não são mais difíceis de usar do que um editor de texto (ex: Word) e um software de apresentação (ex: PowerPoint).
Por fim, mas não menos importante, há inúmeros conteúdos que ensinam tudo o que é preciso para começar um site do zero, como criar um site institucional de sucesso e mais uma infinidade de outros assuntos.
4. Minha empresa é muito pequena
Nenhum negócio é pequeno demais para um site. Inclusive muitos sites de sucesso nasceram de iniciativas individuais e modestas.
Um site é um instrumento para várias estratégias de Marketing Digital e que exigem do microempreendedor apenas conhecimento, o qual atualmente é bastante acessível.
Lembre-se também que iniciar hoje um site, é se preparar para o crescimento e para o futuro. Autoridade não se constrói de um dia para o outro, ou seja, o que você faz hoje, prepara o terreno para seu crescimento.
Além disso, um site bem-feito coloca empresas de diferentes portes em pé de igualdade, porque diferente do Marketing “tradicional”, o Digital requer investimentos bem mais baixos e com um melhor retorno sobre esse investimento (ROI).
8 motivos para um MEI ter um site próprio
Dependendo do quão atento você está ao assunto, é provável que você tenha percebido que ao desmistificarmos algumas crenças, também já demos alguns ótimos motivos para um MEI ter um site próprio, certo?
Mas saiba que se ainda não se convenceu, há ainda mais…
1. Ser encontrado no Google / Bing
Embora já deva ser intuitivo para a maioria, atualmente quase tudo antes é pesquisado em algum site de busca, como o Google ou Bing.
Como apenas alguns resultados muito específicos apontam para uma rede social, aparecer em uma página de resultados requer necessariamente um site.
A exceção são as buscas locais, que privilegiam aqueles que têm um “Perfil de Empresa” no Google, mas que pode ser potencializada nos casos em que há site próprio.
2. Ganhar autoridade
Aqui autoridade significa a imagem que você transmite. Uma página com domínio próprio transmite uma imagem bem mais profissional do que uma em rede social.
Não se esqueça que um site é 100% personalizável, de tal forma que você tem mais recursos para promover seus produtos / serviços, algo que você não tem nas redes sociais. Você está limitado ao que ela permite.
Pessoas e empresas que buscam empresas e profissionais, normalmente querem e precisam encontrar reunidas informações que só um site próprio consegue suprir, como por exemplo, responder às perguntas mais frequentemente feitas pelos clientes, o famoso FAQ.
3. Atuação profissional
No motivo anterior, já apresentamos um fator que contribui para o profissionalismo da sua atuação, mas há outros:
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Contas de e-mail profissional – ter um site próprio implica também em ter contas de e-mail profissionais. Não passa uma imagem positiva usar um serviço de e-mail gratuito para seus clientes;
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Atendimento – um site próprio possibilita oferecer mais canais de atendimento, como por exemplo, um chat, um help desk, ou um formulário, por exemplo;
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Controle de conteúdo – seu site, seu conteúdo. Nele você pode controlar que conteúdos destacar e não está sujeito aos feeds e aos algoritmos, bem como as suas políticas;
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Linguagem – a linguagem e a própria natureza das redes sociais não é a mais adequada a certos tipos de negócios;
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Tipos de site – você pode ter tantos tipos de sites quantos forem interessantes. Além do tradicional site institucional, pode ter um blog, um e-commerce, um hotsite ou criar landing pages para necessidades específicas e ações de Marketing.
4. Fortalecer a marca
Sua identidade visual ganhar destaque e transmitir a imagem pretendida, é algo que só é possível no seu próprio site, já que nas plataformas de terceiros o que prevalece é da marca que a controla.
Quanto melhor for a experiência dos usuários enquanto navegam pelas páginas do seu site e pelos conteúdos disponíveis, maior a percepção da marca.
Tenha em mente que em vez de promover uma rede social, no seu site o que está sendo promovido, é sua marca e há várias ações de Marketing Digital possíveis para tanto.
5. Economia
Dependendo do caso, como por exemplo, nos marketplaces, parte das suas receitas são destinadas a plataforma.
Já no caso do próprio site, cujo investimento de criação e manutenção vimos que é bem pequeno e fixo, tudo o que você consegue por meio dele, é exclusivamente seu.
6. Métricas
Um site permite acesso a uma variedade de métricas, obter dados e avaliá-los, como visitantes, origem do tráfego e conversões, por exemplo.
Essas informações são essenciais para tomar decisões estratégicas e ajustar sua abordagem de negócios
7. Relacionamento
Um site pode ser uma ferramenta com papel crucial no relacionamento com os clientes, algo cada vez mais essencial para o sucesso de qualquer negócio, mas especialmente no caso dos microempreendedores, já que alguns clientes buscam empresas menores justamente para não serem apenas números e estatísticas nos relatórios gerenciais das grandes empresas.
Alguns meios de se conseguir isso, são:
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Disponibilidade – um site é a empresa disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana. Por meio dele, os clientes têm canais de contato, sabem horário de funcionamento, têm acesso a um FAQ ou conteúdo técnico dos seus produtos, bem como uma série de outras informações relevantes;
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Comunicação – a eficiência da comunicação com os clientes é essencial e um site é um meio para exercê-la. Seja por meio de formulários de contato, chats de atendimento, endereços de e-mail ou até o atendimento telefônico tradicional, essa comunicação direta ajuda a resolver dúvidas, fornecer suporte, realizar o pós-vendas e estabelecer um relacionamento mais direto e sem intermediários;
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Feedback – alguns tipos de site ou a depender dos recursos disponíveis, os clientes deixem avaliações, sugestões e comentários. Isso é valioso para você entender o que está funcionando bem e onde há espaço para melhorias. Além disso, os depoimentos positivos dos clientes, podem atrair novos;
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Conteúdo – a máxima de que “conteúdo é rei”, é inquestionável. Um blog, é um bom exemplo de como você pode compartilhar conteúdo relevante com seus clientes e com isso se aproximar deles. Isso demonstra expertise, mantém os clientes informados e os mantém engajados;
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Promoção – se você oferece promoções, descontos ou quer aproveitar datas como Black Friday, Dia das Mães, Dia do Cliente, Dia do Consumidor, um site é o lugar perfeito para colocar em práticas as estratégias idealizadas e colher os benefícios que esse tipo de ação produz;
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Personalização – tendo acesso às métricas certas e analisando-os adequadamente, você pode entender o comportamento dos visitantes do seu site. Isso permite personalizar a experiência, adequando os recursos, incluindo outros e criando conteúdo relevante com base nas avaliações feitas.
8. Diferencial competitivo
O último – mas não menos importante – motivo para ter um site próprio, tem relação com a diferenciação em relação à concorrência.
Lembra-se no início do nosso bate-papo que afirmamos que mais de 80% dos MEIs não têm site?
Pois bem, ao não fazer parte dessa preocupante estatística, você consegue um importante diferencial em comparação a esses mais de 80%!
Esse enorme contingente da concorrência, não contará com todos os benefícios que você pode ter e nem podem aproveitar as oportunidades que você terá e que acabamos de apresentar para você
Por exemplo, para aqueles 10 milhões de brasileiros que não estão em nenhuma rede social e outros tantos milhões que estão por razões que não incluem fazer negócios, seus concorrentes simplesmente não aparecerão quando um cliente buscar na Internet.
Conclusão
Se você é um microempreendedor individual (MEI) e não tem um site próprio, precisa entender os motivos pelos quais essa situação precisa mudar rapidamente.