Qual CMS ou plataforma escolher para criar um site?

A quantidade e variedade de CMSs ou plataformas de desenvolvimento de sites disponível, faz supor que escolher um, é fácil.

Mas fazer a escolha do CMS mais adequado aos seus propósitos, deve levar em consideração uma longa lista de fatores e que vão bem além de preferências pessoais, tendências, opiniões de defensores de uma ou outra opção.

Nossa proposta é estipular critérios bem objetivos para ajudá-lo a optar por uma ferramenta de desenvolvimento e gerenciamento de conteúdo de sites.

Vamos a isso?

O que é CMS?

CMS é a sigla para Content Management System, ou traduzido para o português, Sistema de Gerenciamento de Conteúdo e que nada mais é do que uma plataforma de criação de sites e gerenciamento do seu conteúdo.

Ok, muita gente já sabe o que é. Mas também muita gente ainda está dando apenas os primeiros passos na Internet e é para esses que precisamos responder a essa pergunta.

Falando mais claramente, um CMS é um sistema que permite criar um site, incluir, modificar ou remover conteúdo, por meio de uma interface que deve ser fácil e intuitiva, ao mesmo tempo seja também robusta, permitindo uma ampla gama de possibilidades e sem exigir conhecimentos de programação e de outros temas relacionados, como por exemplo, criação e administração de bancos de dados.

Os CMSs em teoria permitem que muitos dos conhecimentos que eram necessários no passado para criar e manter um site, sejam dispensáveis, de tal modo que quase qualquer pessoa seja capaz de criar e cuidar de um.

Na prática, as coisas podem ser um pouco diferentes, inclusive dependendo da escolha feita.

Sim, porque da mesma forma que para tirar o máximo dos benefícios e recursos de uma ferramenta como o Microsoft Office – que muitos utilizam – é necessário algum empenho, tempo e aprendizado. Com os CMSs, não é diferente.

Como funciona um CMS?

Os CMSs funcionam de modo semelhante aos aplicativos de escritório que muitos temos instalados em nossos computadores.

Assim como eles, cujo uso atende a determinadas finalidades, como edição de texto, apresentação, planilhas, gerenciamento de e-mail, os CMSs em sua maioria são destinados a criar e gerenciar determinados tipos de sites.

Portanto, há opções para sites institucionais, sites de conteúdo, lojas virtuais, fóruns de discussão, ensino a distância, entre outros.

Também como os aplicativos de escritório, cada qual tem uma interface com opções de criação e edição do conteúdo, permitindo posicionar textos, imagens e outros elementos, como menus, links e tudo que faz parte de um site.

Mas além disso, eles também contam com o que se conhece como plugins e que nada mais são do que módulos ou complementos ao programa principal e que ampliam suas funcionalidades fundamentais.

E se já não fosse bastante, ainda há os temas ou templates, os quais são responsáveis por alterar e/ou permitir a personalização da aparência do site.

Tudo isso – CMS, plugins e temas – é instalado na sua conta de hospedagem, por meio de um instalador automático de CMS e a partir de um acesso autenticado – com usuário e senha – o administrador do site vai montando as páginas e seu conteúdo, usando as opções e ferramentas disponíveis, de forma análoga ao que é feito quando se cria um documento Word ou apresentação Power Point.

Por que escolher um CMS?

Em muitas situações as pessoas são induzidas a fazer o que a maioria faz.

E se for assim também na hora de escolher a plataforma de desenvolvimento do site, a tendência natural é que você opte pelo WordPress, afinal 4 em cada 10 sites no mundo, independente da plataforma de desenvolvimento, são baseados nele.

A vantagem é ainda maior, quando considerados apenas os sites que usam algum CMS. São mais de 6 entre cada 10!

No entanto, lembre-se que nosso objetivo não é nem dizer que você deve, nem que você não deve seguir a maioria. Mas que você tenha condições de fazer sua própria escolha consciente e bem refletida, sem necessariamente seguir grupo A ou B.

Escolher um CMS significa entre outras coisas pensar no amanhã. Planejar.

Dito isso, vamos ao que interessa!

Como escolher um CMS?

O primeiro ponto ou o pontapé inicial para escolher um CMS, já foi dado.

Tudo começa com o que você pretende em termos da sua presença digital. Em outras palavras, o que você pretende? O que você planeja? Quer ter apenas um site institucional ou um blog? Quer mais e ter diferentes tipos de sites e integração com as redes sociais mais usadas?

1. Planejamento

Responda objetivamente por que sua empresa tem um site?

Há algum planejamento? Ou o site é parte de um conjunto de estratégias comerciais, de Marketing, de construção de marca, de relacionamento com os clientes?

Quando uma empresa tem um ou diferentes tipos de sites, os quais devem atender um amplo planejamento e têm papéis estratégicos, as coisas mudam de figura.

Para aqueles que têm um site apenas porque toda – ou quase toda – empresa tem, qualquer CMS serve.

Mas um – ou vários – site com propósito bem definido, exige uma escolha pensada, refletida, ponderada.

Suponhamos que de acordo com o planejamento feito, fique determinado que é necessário um site institucional, um blog e um e-commerce.

Nesse cenário hipotético, ter 3 CMSs diferentes pode significar 3 curvas de aprendizado diferentes, 3 ambientes de administração diferentes, mais espaço em disco na conta de hospedagem e mais uma série de outras dificuldades, a depender das escolhas feitas.

Logo, considere a viabilidade de manter o projeto com base no que você pretende para amanhã. Você pode mudar no futuro, mas a mudança implica em tempo, trabalho, recursos, investimento e em alguns casos, voltar a estaca zero.

Pense a longo prazo e como a solução escolhida vai lhe atender no futuro e não apenas hoje!

2. Segurança

A segurança no mundo digital é dos aspectos mais importantes a se considerar.

Pesquise sobre possíveis falhas de segurança, a periodicidade de atualizações que o CMS oferece, plugins de segurança e questões relacionadas.

Além disso, quanto mais popular um CMS é, mas visado também é, uma vez que com mais usuários utilizando-o, há mais vítimas em potencial.

Mas esse não é um aspecto absoluto. O WordPress, que é o mais usado entre todos, também é dos que recebe mais atenção aos aspectos de segurança, atualizações que corrigem e fortalecem o ambiente de gerenciamento, bem como plugins de segurança.

Portanto, colher informações a respeito antes de decidir, é fundamental para ter uma plataforma que atenda a esse requisito.

3. Portabilidade

Portabilidade significa a capacidade de ser portátil e que por sua vez é poder mudar de uma empresa de hospedagem para outra com facilidade.

Essa facilidade na transferência refere-se a uma migração fácil, bem como requisitos que qualquer ambiente de hospedagem costuma fornecer e que englobam as características do plano e demais aspectos técnicos do ambiente de hospedagem.

Qualquer sistema que dificulte ou restrinja a mudança de hosting, pode ser um fator limitante importante e acabar amarrando-o ao seu provedor de hospedagem.

4. Escalabilidade

A escalabilidade é o aspecto que permite dimensionar o projeto de acordo com mudanças na demanda e nas necessidades.

Uma plataforma de desenvolvimento que tem tal característica, permite que entre outras coisas você possa ter um site para algumas centenas ou vários milhares de visitantes diários, bem como ampliar recursos para atender mais e melhor esses mesmos visitantes, sem ter que fazer grandes mudanças e/ou pesados investimentos.

Também tem a ver com oferecer mais funcionalidades no site e que muitas vezes está relacionado com instalação de plugins.

5. Suporte

Muitos dos mais populares CMSs são Open Source e gratuitos. Como tal, não há uma suporte técnico “oficial” de um desenvolvedor, como nos casos das soluções pagas.

Isso não deve ser um problema, quando há fóruns, blogs e sites que têm tópicos, posts e artigos que cobrem as dúvidas e questões técnicas mais frequentes.

É bastante comum obter ajuda dessa forma quando necessário, porém antes de escolher uma alternativa, verifique a base de informações nesse sentido é ampla e atualizada em relação às versões mais recentes da aplicação.

6. Plugins

Como já mencionamos, os plugins de um CMS são os responsáveis por ampliar suas funcionalidades.

Assim, há plugins para quase tudo que se possa imaginar, desde apenas possibilitar comentários de visitantes, passando por ferramentas para SEO – o que é fundamental – e culminando em até mesmo em mudar o tipo de site, como é o caso do WooCommerce, que transforma o WordPress – que é originalmente um blog – em um site de e-commerce.

A simples verificação da existência de um plugin com uma finalidade específica, não basta.

Certifique-se quantas alternativas existem, quais suas diferenças, quais eventualmente são pagos, o suporte que oferecem, a segurança e frequência de atualizações.

Dispor de um grande número de plugins para um mesmo objetivo, é ter segurança de contar com alternativas se alguma não atender 100% suas necessidades, ou apenas poder testar qual atende melhor suas expectativas.

7. Personalização

A capacidade de personalização de um CMS impacta tanto na parte mais aparente, que é o design e layout do site produzido, como na oferta de recursos aos visitantes.

O aspecto visual normalmente é mais impactado pelos temas e templates, os quais uma vez instalados, são responsáveis pela alteração das cores do site, diagramação dos elementos clicáveis, do conjunto de ícones, imagens, fontes e demais elementos visuais.

Certos plugins também afetam visualmente a personalização, na medida em que incluem elementos nas páginas, para além de oferecem recursos aos visitantes.

Dê preferência aos CMS que são amplamente personalizáveis, seja por meio de plugins e temas, como por programação independente.

Nesse sentido, há alguns mais flexíveis que outros, como o caso do Moodle, um CMS destinado ao ensino a distância e para o qual há um razoável número de empresas especializadas em customização da plataforma para atender necessidades específicas.

8. Requisitos do sistema

Da mesma forma que os softwares que você instala no seu notebook, ou mesmo os apps no celular, um CMS tem requisitos mínimos de disponibilidade de memória, quantidade de bancos de dados, número de processos, processamento e espaço em disco.

Particularmente nos planos de hospedagem compartilhada mais básicos, alguns CMSs podem não ter um funcionamento adequado ou o desempenho ser comprometido.

Isso é solucionável ou migrando-se para um plano mais robusto ou mesmo um plano de hospedagem personalizada e em casos extremos um VPS ou servidor dedicado, quando for um site com grande número de visitantes.

Alternativamente, se não houver possibilidade de investimento nessa solução, deve-se considerar um CMS que consuma menos recursos.

9. Investimento

Como já dito, muitos dos principais CMSs, são gratuitos. No entanto, um razoável número de bons plugins, assim como temas mais sofisticados, são pagos.

Soma-se a isso o item anterior – requisitos do sistema – e a escalabilidade, que podem exigir migração para planos de hospedagem superiores.

Desde que seja possível investir, sempre opte pelos melhores plugins, melhores temas e planos de hospedagem condizentes com a demanda.

Se o investimento não é possível ou é bastante limitado, os mais populares também costumam oferecer uma gama mais ampla de alternativas de plugins gratuitos.

10. Usabilidade

Especialmente nos tipos de sites que requerem intensa administração e novos conteúdos frequentes, como é o caso de um blog, ser fácil de usar é um fator relevante.

Atente para o uso e intuitividade da interface de administração, o quão fácil é instalar ou remover plugins e temas, bem como o desempenho e funcionalidades que essa interface oferece.

11. Mobile friendly

Os dispositivos móveis (smartphones e tablets) são responsáveis pela maioria dos acessos aos sites. Sendo assim, as plataformas de desenvolvimento devem ser capazes de produzir sites que sejam visualizáveis e utilizáveis em diferentes tamanhos de telas.

Esse é um fator – site mobile ou responsivo – tão importante, que até mesmo o Google considera tal capacidade de um site, como fator de ranqueamento.

Portanto, certifique-se que o site produzido é amigável aos dispositivos móveis (mobile friendly).

12. Desempenho

Por fim, mas não menos importante, dê preferência aos CMSs que produzem sites com bom desempenho.

Sites que demoram a carregar e que mesmo hospedados em bons planos de hospedagem não têm um bom desempenho, em um primeiro momento afastam os visitantes e em segundo, também afetam negativamente o ranqueamento no Google.

Há CMSs que produzem sites fantásticos, mas em troca de elevado consumo de recursos (memória, processamento, número de processos, etc).

Por isso, considere esse fator como altamente importante.

Conclusão

Escolher um CMS para basear a criação e manutenção de um site, deve ser um processo objetivo de avaliação de aspectos amplamente verificáveis, a fim de que a presença digital seja proveitosa e eficaz.

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