Site fora do ar: como evitar os motivos que causam indisponibilidade?

Um site de empresa inacessível ou “fora do ar”, como se costuma falar, pode impactar os negócios de diversas formas e trazer perdas algumas vezes irreversíveis, por conta de uma série de consequências diretas e indiretas.

Conhecer quais as causas principais e mais comuns, é essencial para evitar que algumas ocorram.

Por isso, em nosso bate-papo de hoje, vamos comentar os motivos que ocorrem mais comumente, de modo a permitir tomar medidas preventivas ou corretivas mais rápidas, quando não for possível se antecipar.

Quais os problemas de um site “fora do ar”?

Um site “fora do ar” ou inacessível, pode acarretar problemas diretos na dinâmica do seu negócio, sendo alguns mais perceptíveis que outros.

Os principais problemas, são:

  • Vendas – não nos referimos apenas aos casos que o site é um canal de vendas online, como os sites de e-commerce, mas quando o site é um meio para um cliente em potencial conhecer mais da empresa e/ou de um produto / serviço. É muito fácil para o visitante encontrar um concorrente, cujo site esteja acessível;

  • Imagem – a imagem da empresa tende a ser afetada e quando a indisponibilidade é frequente, até a reputação digital pode se tornar negativa;

  • Atendimento – particularmente nos casos de haver importantes canais de atendimento online acessíveis pelo site, como chat de atendimento, help desk, atendimento telefônico voip, etc, nos períodos de inacessibilidade, os clientes ficam sem atendimento;

  • Comunicação – os sites da empresa são muitas vezes, também um importante meio para comunicação com parceiros comerciais e fornecedores. Além disso, como veremos, a depender da causa, recursos como o e-mail profissional, também pode estar inoperante;

  • Sistemas online – é cada vez mais comum as empresas terem sistemas online, como CRM, ERP, SGV e intranet, para citar apenas os mais comuns. Tal como o e-mail, a depender da causa, esses sistemas também podem ser afetados e paralisar muitas áreas da empresa.

A lista acima não esgota as possibilidades de impacto negativo, mas é suficiente para dar uma ideia da importância de dedicar a devida atenção à questão da disponibilidade.

Por exemplo, um site que frequentemente fica offline, afeta o posicionamento orgânico dos mecanismos de busca, o retorno de uma campanha de impulsionamento baseada em links patrocinados e até as redes sociais, quando existem integração entre elas e os conteúdos existentes nos sites da empresa.

Tipos de indisponibilidade

Antes de listarmos e comentarmos as ações que devem ser adotadas para evitar que um site fique fora do ar ou restituí-lo rapidamente, quando não for possível evitar, é importante ter em mente que há diferentes tipos de indisponibilidade.

Em linhas gerais, há aquelas decorrentes de fatores externos e as que ocorrem por questões relacionadas ao site ou a sua administração.

Na lista de fatores externos, os mais comuns, são:

  • Hosting – o hosting ou empresa de hospedagem, é o principal fator externo, que é quando algum problema no ambiente provoca a inacessibilidade do site;

  • Ameaças online – as ameaças online, como ataques e invasões, estão entre os principais fatores externos;

  • Bloqueios – bloqueios de endereço IP, quando este é incluído em uma blacklist ou em filtros de DNS, é outro motivo que pode impedir o acesso;

  • Domínio – o domínio é essencial para funcionamento do site e de outros recursos, como e-mail. Se ele é suspenso ou congelado, tudo que é vinculado a ele fica inoperante;

  • ISP – o provedor de acesso à Internet (ISP que é a sigla de Internet Service Provider) pode apresentar problemas de infraestrutura que tornam o acesso lento ou mesmo indisponível.

Embora alguns dos problemas com origem externa não possam ser evitados, há uns poucos que são de responsabilidade de quem administra o site, como é o caso do registro de domínio, como veremos logo a seguir.

Já no caso dos fatores internos, a quase totalidade deles tem relação com questões técnicas e que podem ser evitadas e, portanto, é onde dedicaremos mais atenção.

O que verificar para um site não ficar fora do ar?

É importante salientar que o primeiro passo, é tentar identificar o motivo da inacessibilidade, já que há situações nas quais o responsável pelo site não pode fazer nada, como quando a origem do problema, está no hosting, por exemplo.

Outro ponto que merece atenção, é a importância de manter backups atualizados do site, pois caso não ocorra como esperado, é possível reverter alguma alteração feita.

No entanto, quando é essa a causa e ocorre com frequência, é importante buscar uma nova hospedagem.

1. Domínio expirado

Quando um domínio registrado não é renovado até a data em que ele expira, não apenas o site fica fora do ar, mas tudo que dele depende, como sistemas em subdomínios, contas de e-mail profissional, FTP, etc.

Não é raro isso ocorrer, já que a renovação do registro de domínio ocorre em ciclos anuais, o que facilita o esquecimento. Em geral, as empresas responsáveis pelo registro enviam e-mails para lembrar o proprietário da renovação, mas se o endereço de e-mail usado não é o principal ou se por alguma razão o e-mail cadastrado não seja mais utilizado, a renovação acaba não sendo feita por simples impossibilidade de saber ou ser lembrado a respeito.

Domínios que utilizem a extensão “.BR”, assumem o status congelado, ou seja, como se nem mesmo fossem registrados, 30 dias após sua expiração.

Todavia, podem ser renovados no decorrer desse período, tornando-se ativos novamente, mas vale ressaltar que mesmo após a liberação por parte do registro.br, o site e demais recursos que dependem do domínio (ex: e-mail), não se tornam acessíveis imediatamente, pois o domínio estará sujeito a propagação de DNSs.

No caso de domínios internacionais, a questão é mais drástica, visto que as entidades que administram a concessão desses domínios, registram data e horário da expiração e se até o momento exato em que ela ocorrer, o pagamento da renovação não constar no sistema, ele é automaticamente e imediatamente suspenso.

Não há a carência de 30 dias como nos casos de domínios nacionais. Após a renovação, também é necessário aguardar a propagação dos DNSs para que os recursos se tornem novamente acessíveis.

Logo, vincular uma conta de e-mail ativa, regularmente acessada e manter a administração junto a um bom hosting, são práticas importantes.

2. Configurações da conta

Outro erro que pode acarretar um site fora do ar, tem relação com configurações na conta do serviço de hospedagem de site.

Não basta apenas escolher um plano de hospedagem que seja adequado ao site e necessidades de armazenamento, contas de e-mail e outros recursos. É preciso configurá-lo corretamente para que ele funcione do modo que estava previsto.

Os mais diversos sites, requerem que uma série de configurações específicas sejam feitas, para que funcionem adequadamente.

A maioria, é baseada em algum CMS, como por exemplo, o WordPress, que é a plataforma de criação e manutenção de sites mais usada no mundo.

O WordPress, bem como qualquer outro CMS, exige a depender da sua versão e dos plugins que tem instalado, diferentes versões do PHP, alocação de uma quantidade de memória RAM, ativação e configuração de extensões (bibliotecas) do PHP, diferentes versões de bancos de dados, entre outras possibilidades.

Se apenas um desses diferentes requisitos não é atendido, o site ou alguns dos seus recursos, podem não funcionar, acarretando inacessibilidade.

Geralmente é um problema de fácil solução, bastando que se ajuste as configurações requeridas pelo CMS, no painel de controle do seu plano de hospedagem.

3. Atualizações

Esse é um fator que tem relação com o anterior, ou seja, quando o site é baseado em algum CMS.

Todos os principais CMSs, podem ser ajustados para instalar as atualizações do núcleo da aplicação, bem como os plugins, complementos e temas, automaticamente. No entanto, algumas atualizações podem exigir novas configurações.

Quando esse é o caso, uma atualização pode fazer com que um site que funcionava perfeitamente, deixe de funcionar ou até fique offline, a depender do caso.

Tal como na situação anterior, deve-se verificar junto ao responsável pelo CMS, pelo plugin ou tema, quais os requisitos necessários e fazer o ajuste no painel de controle do hosting.

4. Ameaças externas

Apesar de se tratar de um fator externo, há alguma responsabilidade do administrador do site em buscar solução, para algumas dessas ameaças.

Uma das principais causas de invasão de sites, é um CMS desatualizado e que contém uma falha ou vulnerabilidade crítica e conhecida. Os crackers – hackers do mal – costumam buscar sites criados nesses CMSs, para explorar suas falhas e invadi-los.

Mas há também outras circunstâncias que podem tornar um CMS mais suscetível, como uso de senhas fracas, a ausência de mecanismos de autenticação de dois fatores ou mais, entre outras possibilidades e que tratamos no post “Wordpress é seguro? Como melhorar a sua segurança?”.

A fim de evitar que um site invadido prejudique os demais que compartilham o servidor no qual ele está hospedado, os bons hostings podem bloquear a conta.

5. Recursos do ambiente

É preciso se ter em mente, que tal como no mundo real, que o crescimento de uma empresa exige investimento em sua infraestrutura (física, tecnológica, recursos humanos, etc), no caso de um site também é necessário tornar a infraestrutura de hospedagem compatível com esse crescimento.

Em outras palavras, se o site cresce em visitação, cresce em oferta de recursos aos visitantes, cresce em conteúdo, em contas de e-mail ou quaisquer outros fatores, é necessário levantar quais recursos também precisam ser ampliados.

Algumas vezes, apenas migrar para um plano superior basta. Porém algumas vezes, um plano personalizado ou até um servidor VPS, pode ser necessário.

Servidores de hospedagem são configurados para impedir uso excessivo, especialmente se o site estiver em uma hospedagem compartilhada e assim, seja um pico de visitação, seja um novo recurso que exige gera mais processos do PHP, do MySQL e/ou mais consumo de memória RAM, seja ambas as coisas e que geralmente estão relacionadas, pode tornar um site lento ou inacessível.

Mas não apenas os sites que passam por picos de tráfego, mas também os não otimizados ou super dimensionados, podem causar sobrecarga no servidor, provocando lentidão ou mesmo total inacessibilidade, tal qual como ocorre em um computador pessoal quando trava ao usar programas mais pesados.

Não é raro em casos do tipo, que a empresa de hospedagem bloqueie o site, evitando que outros clientes que estejam hospedados no mesmo servidor saiam prejudicados.

Ao fazer isso, uma página de suspensão da empresa de hospedagem será apresentada detalhando que o site está indisponível e solicitando o contato por parte do responsável pelo site.

6. SPAM

O envio de mensagens por parte do domínio, se forem caracterizadas como SPAM, a depender da gravidade, pode causar inacessibilidade do site, quando o endereço IP pelo qual foi feito o envio, é colocado em blacklist.

A disseminação de SPAM é um grave problema que vem sendo combatido e as medidas de contenção podem ser bastante severas.

Nos cenários mais amenos, no mínimo haverá bloqueio para mensagens de e-mail legítimas provenientes do IP associado ao domínio. Nas situações mais graves e dependendo do tipo de conteúdo enviado, a extensão do bloqueio pode se estender ao acesso ao site também.

7. Erros de programação

Embora cada vez menos comum, ainda há sites que podem ser desenvolvidos usando programação própria e que nem sempre levam em consideração o cenário real, mas um ambiente “ideal” ou simulado e, portanto, podem conter programação que não leva em consideração aspectos como segurança.

Para diminuir o risco de situações assim, o hosting pode impor medidas, como ativar o ModSecurity, Imunify360, ou outros recursos de segurança e que em termos práticos, deve se manifestar na forma de um erro 550 de servidor e que podem ser identificados avaliado os logs de sistema.

É essencial se ter em mente que um ambiente de hospedagem deve atender a uma grande variedade de sites e para que isso seja possível, uma série de ajustes precisam ser feitos em cada conta de hospedagem, para atender os requisitos que a programação demanda.

Sendo assim, é adequado verificar junto ao desenvolvedor do site, a possibilidade de erros relativos ao código do site que possa provocar a indisponibilidade da página. Algo simples, mas que evita possíveis dores de cabeça para o seu negócio.

8. Direcionamento da URL do site

Para quem utiliza serviços de redirecionamento de domínio, talvez seja esse o motivo do site fora do ar. O serviço de redirecionamento consiste em fazer com que um ou mais domínios levem até um mesmo domínio que seja tido como principal e ao seu site respectivamente.

Para entender melhor, digamos que você tenha como domínio principal do site minhaempresa.com.br e tenha registrado o mesmo domínio com duas extensões internacionais, minhaempresa.com e minhaempresa.net e tenha feito o redirecionamento dos domínios sob as extensões .com e .net, para aquele que usa .com.br e é tido como principal.

Tendo sido feito adequadamente, todos que digitarem minhaempresa.com ou minhaempresa.net em seus navegadores, serão redirecionados para o site que consta sob o domínio .com.br.

No entanto, caso esse redirecionamento não seja feito da maneira correta, o site ficará inacessível para todos que o acesso for feito por meio de um redirecionamento.

9. Hospedagem para o site

A segurança de dados é um dos principais benefícios de se contratar uma empresa que ofereça hospedagem de sites. Afinal, todos os dados a respeito do seu negócio online estão em jogo e ninguém pode ter acesso a eles.

Além disso, quanto mais funcionalidades o seu site tiver, maior deve ser a preocupação com a hospedagem, visto que o haverá maior dependência do site para realizar negócios e operações quotidianas da empresa. Em alguns casos, parar o site, pode significar paralisia nos negócios.

Sendo assim, é importante se certificar dos seguintes pontos:

  • O serviço precisa dispor e cumprir com elevado uptime e SLA;

  • Capacidade de oferecer planos personalizáveis e que atendam demandas específicas, como por exemplo, planos de hospedagem WordPress e planos WP gerenciados;

  • Suporte técnico eficiente, ágil, amplo, durante 24 horas por dia e sete dias por semana;

  • O atendimento deve ser ominichannel, o que significa que independente do canal escolhido, a eficiência será a mesma;

  • Disponibilidade de backup de dados periódico, ainda que a responsabilidade primária seja do administrador do site.

Conclusão

Algumas das causas mais comuns que deixam um site fora do ar, podem ser facilmente identificas e corrigidas, evitando perdas importantes para o negócio.

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