Servidor Web: O que é, importância e mais populares
Pouquíssima gente sabe – e não é essencial saber – que sem eles, a Internet como estamos acostumados, não seria possível. Mas se você tem um site ou um serviço na rede mundial de computadores, conhecer um pouco do que é um servidor web, pode ser bastante útil.
Entender o que é um web server – como costumamos chamá-lo – e qual o seu papel no funcionamento de muitas coisas, é sobre o que falaremos no bate-papo de hoje.
O que é um servidor web?
A resposta mais honesta à pergunta acima, é: depende.
Isso porque dependendo do contexto um servidor web, ele tanto pode ser hardware, como pode ser software ou um serviço.
Como hardware, um servidor web é todo servidor que tem como função armazenar conteúdos e fornecer os mais variados serviços que compõem a Internet, dos mais antigos, simples e comuns, como o serviço de e-mail, ou mais modernos e avançados, como fazer parte de um conjunto de servidores usados para treinamento e aprendizado (machine learning) de modelos de inteligência artificial.
Já quando se refere a software, um web server corresponde ao serviço / software responsável por “montar” e fazer funcionar as páginas de um site e tudo que isso envolve, como interpretar a programação correspondente, que pode ser simples HTML e CSS ou envolver outras linguagens, como PHP ou Python, além de diferentes formatos de imagens, outros códigos (ex: javascript), outros arquivos (ex: MP3, MP4, PDF, etc) para download, entre outras ações associadas às páginas.
Tanto no primeiro, como no segundo caso, há uma série de outros detalhes e particularidades que veremos logo mais.
Seja qual for o caso, já deve estar razoavelmente clara a sua importância, mas para compreendermos isso melhor, é adequado conhecer suas origens, tanto como hardware, como software.
A história e importância do servidor web
Contar um pouco da história da Internet, ajuda a entender o que é e qual a importância dos servidores web.
Você sabe o significado do termo Web, frequentemente usado como sinônimo de Internet?
Em inglês, o termo web tem o sentido de teia, tal como é a teia de aranha, que é composta por muitos fios que são ligados entre si em determinados pontos.
Essa analogia com a teia de aranha se deve ao fato de que a Internet é basicamente uma grande rede que tem configuração semelhante. Na verdade, a rede mundial de computadores é composta por inúmeras redes menores de computadores e interligadas entre si em determinados pontos, em um arranjo que lembra a teia das aranhas.
Mas foi somente no final da década de 1980, que o termo começou a ganhar projeção, graças à Sir Tim Berners-Lee que criou o primeiro navegador web – chamado de WorldWideWeb – e que tinha como objetivo exibir páginas em hipertexto para troca de informação no meio universitário e científico.
Mas por confuso que possa parecer, a World Wide Web – aqui com as palavras separadas – significa rede de abrangência mundial em tradução livre, visto que se propunha a interligar as redes de pesquisa e acadêmicas em caráter global.
Paralelamente a isso, Tim Berners-Lee criou o primeiro servidor web, na ocasião como serviço (software) e que tinha como propósito exibir o conteúdo das primeiras páginas – feitas basicamente em hipertexto – pelos integrantes dos poucos participantes na época. Esse web server se chamou de CERN httpd.
As duas criações – navegador e web server – de Tim Berners-Lee, serviram de padrão e base de desenvolvimento para tudo que conhecemos e que veio depois.
Dizer que os servidores web nasceram junto com a Internet ou que a sua evolução se deveu a eles, embora não seja totalmente verdade, representa sim muito dos conceitos criados na época.
Apesar dos muitos aprimoramentos e de inúmeras novas tecnologias, a Internet hoje é essencialmente fundamentada em servidores web e nesse trabalho inicialmente desenvolvido por Berners-Lee.
Assim, o “www” que utilizamos na frente de cada domínio que digitamos para acessar um site, indica que tipo de conteúdo estamos acessando, ou seja, um conteúdo semelhante àquele que no final dos anos 80 era criado para ser exibido no navegador WorldWideWeb.
Portanto, o termo world wide web, assim como servidor web, pode assumir diferentes significados, sendo primeiramente um nome de navegador, ou o tipo de conteúdo associado a um domínio que é acessado e de modo mais genérico, a própria Internet, se pensarmos na rede que é composta de várias redes menores.
Servidor Web como hardware ou equipamento
Para que tudo isso que tratamos até agora seja possível, um outro ponto é fundamental – o hardware ou o servidor web físico.
Seja o conteúdo que o navegador dá acesso e exibe para os usuários na forma de páginas de um site, seja ainda os serviços (FTP, firewall, e-mail, etc) e até mesmo as redes interligadas e que compõem a World Wide Web, só podem ser utilizados porque existe hardware que armazena e serve tudo isso.
É nesse caso que o web server assume o papel primário de servidor, ou se preferir, serve serviços, por mais redundante que pareça.
Como equipamento ou hardware, um servidor web se assemelha muito aos computadores domésticos, mais precisamente os desktops ou aqueles que tínhamos antes dos portáteis dominarem o mercado.
A princípio os componentes têm os mesmos papéis, ou seja, processamento, memória, armazenamento e comunicação em rede, mas o poder computacional de um servidor de serviços, é muito maior do que os computadores pessoais.
Um servidor web típico, pode ter até dezenas de processadores de múltiplos núcleos, algumas centenas de Gb de memória RAM e vários Tb de armazenamento, tudo isso para poder suportar milhares de usuários conectados enviando e recebendo resultados de requisições, como por exemplo, os grandes sites de e-commerce operando na Black Friday.
Mas se engana quem pensa que mesmo na condição de hardware, essa é sua única ou principal função. Os servidores são parte essencial de uma infraestrutura distribuída e gigantesca, que é responsável pelo funcionamento da Internet.
Eles estão presentes no seu provedor de acesso à Internet, nas imensas plataformas de armazenamento em nuvem (servidores NAS), nos serviços de VPN, nas imensas infraestruturas das redes sociais, nos data centers dos mecanismos de busca e onde mais você conseguir imaginar.
Logo, o papel de um servidor, da mesma forma que o seu computador pessoal, é de ter instalado sistemas e serviços que executam determinadas tarefas, entregando resultados que se espera para usuários que se conectam a ele.
Ou por mais redundante que soe, como hardware um servidor web serve a variedade de serviços da web aos internautas.
Servidor Web como software ou sistema
O gigantismo e variedade de possibilidades que a rede mundial moderna assumiu, só não é caótico, porque a medida que novas tecnologias e respectivas possibilidades foram incorporadas, alguns protocolos de Internet foram criados.
Os protocolos nada mais são do que conjuntos de regras muito precisos e rígidos de como as coisas devem acontecer.
Um desses protocolos, determina como deve acontecer a troca de informações entre um servidor web (como software) e um navegador que envia requisições para ele, o HTTP.
Mas quando o HTTP foi criado, ainda não havia a preocupação com a segurança que mais tarde se viu necessária, fazendo surgir o HTTPS e que resumidamente, é o mesmo protocolo em versão melhorada e com uma camada de segurança, graças à instalação de um certificado SSL que tem por principal função a criptografia os dados trocados entre o navegador e o web server (como software).
Isso porque diferentemente do seu computador, em que você abre um programa (serviço) quando quer fazer alguma coisa específica, no servidor a forma como você se comunica com ele, ou seja, o protocolo que utiliza, que irá determinar qual software – ou no caso serviço – do servidor será executado para interagir com você e lhe entregar um resultado.
Quando você abre o navegador (Firefox, Chrome, Edge, etc) e digita https://www.hostmidia.com.br, o servidor (máquina) no qual está hospedado o site da HostMídia, identifica que a comunicação está se dando pelo protocolo HTTPS e, portanto, se trata de uma requisição para exibir uma página web.
Mas antes há toda uma infraestrutura funcionando e que começa com a resolução do domínio para identificar o endereço IP correspondente ao domínio hostmidia.com.br, por meio do serviço conhecido como DNS, o qual por sua vez depende de servidores (recursivo, autoritativo e reverso).
Para completar a requisição, é feita uma chamada ao servidor web Apache (serviço), que é o serviço que utilizamos para exibição de páginas de Internet.
E a depender de como foi criada cada página, outros serviços podem ser chamados, como bancos de dados e o PHP, para citar apenas os mais comuns. Mas não para por aí, já que em paralelo logs do sistema são gravados, regras do ModSecurity, sistemas de métricas e estatísticas são alimentados, entre outras possibilidades.
A mesma situação acima acontece para cada um dos serviços que um servidor web fornece, como por exemplo, e-mail, em que dependendo do protocolo que está sendo utilizado por quem faz o acesso, o serviço correspondente no servidor é acessado e pode ser POP3, IMAP ou SMTP.
Se no começo de tudo o conteúdo e o protocolo designavam páginas de hipertexto, hoje um servidor web pode suprir os usuários com vários serviços, como banco de dados, ftp, conteúdo multimídia, aplicações diversas e os já citados e-mail e páginas, sendo que cada serviço é análogo a cada software que você tem instalado no seu computador.
Os web servers mais populares do mercado
Quando se fala em servidor web (como software), da mesma forma como podemos escolher instalar diferentes clientes de e-mail ou suítes office, em nosso computador pessoal, também há uma variedade de serviços para servir páginas web que podem ser instaladas e configuradas em um servidor (hardware).
Por isso, a seguir listamos e comentamos brevemente os principais web servers (serviço / software), sendo que a ordem não reflete necessariamente o mais usado, o que pode variar com o tempo, nem tampouco o melhor, o que também depende das necessidades e do uso que se faz.
1. Apache
Sem dúvida o mais popular por muitos anos, foi o Apache e que já representou quase metade de todos servidores web disponíveis.
Embora tenha uma licença própria, é um serviço baseado em licença open source.
O Apache dispõe de uma arquitetura modular, de tal forma que se pode instalar módulos que acrescentam funcionalidades adicionais, como por exemplo, o ModSecurity que como é de se supor, incrementa a segurança do ambiente.
2. Nginx
Outro popular servidor web é o Nginx, que nasceu com o objetivo de ser capaz de atender a um grande volume de usuários e requisições vindo desses usuários, tendo também papel de balanceamento de demanda ou carga e até mesmo pode atuar como proxy.
Em função das características acima, o Nginx teve um ótimo crescimento nos últimos anos e em 2024 assumiu o posto de web server com maior base de máquinas instaladas.
3. CloudFlare Server
O avanço da variedade das ameaças digitais, fez com que outra solução venha ganhando cada vez mais adeptos – o CloudFlare Server.
Entre suas principais características, destaque para:
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Proteção avançada contra ataques de negação de serviço distribuída (DDoS), ajudando a manter os sites online mesmo sob ataque;
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Possibilidade de uso de CDN (Content Delivery Network), que armazena conteúdo em servidores distribuídos, melhorando o tempo de carregamento para usuários localizados em diferentes localidades;
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Distribuição de tráfego entre vários servidores para garantir alta disponibilidade e desempenho (balanceamento de carga);
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Uso combinado de aprendizado de máquina e inteligência artificial e para detectar e mitigar ameaças de forma preditiva.
4. LiteSpeed Server
Quando o assunto é desempenho e flexibilidade, um nome que não pode ficar de fora, é o serviço LiteSpeed.
Entre as principais características e qualidades do LiteSpeed, constam:
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Ao permitir carregar arquivos de configuração do Apache e suportando .htaccess, ele é uma ótima alternativa ao Apache;
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Faz uso de arquitetura orientada a eventos, permitindo lidar com muitas de conexões simultâneas e menor consumo mínimo de memória e CPU;
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Oferece suporte completo para HTTP/2 e HTTP/3, melhorando a velocidade e a eficiência da troca de dados;
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Compatibilidade com os painéis de controle mais populares (cPanel, Plesk e DirectAdmin);
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Tem mecanismo de cache avançado no nível do servidor, que melhora significativamente o desempenho do site;
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Suporta regras ModSecurity e possui recursos integrados de proteção contra DDoS, como limitação de largura de banda e conexões;
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Suporta conteúdo dinâmico escrito em PHP, Perl, Ruby, Python e Java2.
5. Microsoft IIS
Não há como falar em sites criados em linguagem ASP e ASP.net e não falar de IIS (Internet Information Services), criado pela Microsoft para suportar sites nestas linguagens, bem como também o PHP e que funciona sob o sistema operacional Windows Server.
Os dados de utilização são ligeiramente divergentes de acordo com diferentes fontes e apesar de vir caindo nos últimos anos, estima-se que perto de 5% de servidores web no mundo, ainda se utilize do IIS.
Há outros servidores web, destinados a situações mais específicas e restritas e por isso têm um nível de adoção bastante baixo no mercado, sempre inferior a 1% e, portanto, apenas para citar os mais conhecidos, temos o Node.Js, o Tomcat e Google Server, sendo que esse último foi criado pelo Google para servir sua própria infraestrutura.
Conclusão
Seja como hardware, seja como software, os servidores web são elementos essenciais ao funcionamento da Internet e dos seus muitos serviços.