Firefox: 8 razões para escolher como navegador padrão

Se você não é como todo mundo, ou melhor dizendo, como a maioria, provavelmente goste de contar com alternativas em vez de usar o produto / serviço líder no seu segmento de atuação e por isso, em nosso encontro de hoje o assunto é Mozilla Firefox.

O que você sabe sobre o Firefox? Como o Firefox trata da segurança e privacidade? Como é o desempenho do Firefox? Por que usar o Firefox?

Vamos falar mais a respeito?

A história do Firefox

Não temos a pretensão de contar a história toda do navegador, a qual envolve vários capítulos, mas nos concentrarmos nos pontos que são os mais importantes por torná-lo um dos navegadores Web mais antigos ainda em uso.

Sob o nome Mozilla Firefox, mas comumente só chamado de Firefox, a versão 1.0 foi lançada em novembro de 2004.

No entanto, o projeto que deu origem ao browser foi iniciado em março de 1998, sob o nome de Mozilla e tinha como objetivo inicial uma versão open source do Netscape Communicator, o principal concorrente do então líder absoluto no segmento – o Internet Explorer.

Quem já surfava na rede mundial de computadores na época, deve se lembrar das disputas nos tribunais entre as duas empresas por trás desses navegadores e o papel que tiveram na história da Internet.

No entanto, um grupo de desenvolvedores que havia aderido inicialmente ao próximo Netscape sob código-livre, separou-se sob a alegação de que os interesses do projeto estavam comprometidos pelos interesses comerciais da empresa responsável pelo Netscape Communicator.

Inicialmente o browser recebeu o nome de Phoenix, mas por questões de direito autoral, foi mudado para Firebird e que a própria comunidade de desenvolvedores contestou, pois o nome também já era usado, mas em banco de dados. Só em fevereiro de 2004, foi rebatizado com seu atual nome.

Logo no lançamento o Firefox se mostrou promissor.

Foram necessários menos de 100 dias para alcançar a marca de 25 milhões de downloads e menos de um ano para os 100 milhões. Números expressivos para uma época em que nem todo mundo tinha acesso à Web e o Internet Explorer tinha uma liderança mais absoluta do que o atual líder – o Google Chrome – jamais teve e que beirou os 98% de usuários!

O browser da Fundação Mozilla sempre buscou priorizar aspectos que eram criticados no IE, como o Internet Explorer também era conhecido. Assim, segurança e adequação aos padrões Web de desenvolvimento de sites, sempre foram pontos a serem destacados por seus desenvolvedores.

Foi também um dos primeiros e por muito tempo, o principal defensor da hoje tão falada garantia da privacidade dos usuários.

Por questões como essas, o Firefox ganhou adeptos no mundo todo e chegou perto de ser a principal opção de 1 entre cada 3 internautas no mundo (precisamente 31,56%), no ano de 2009. No Brasil, seu market share foi ainda superior e 34,61% davam preferência para a “raposa de fogo” em detrimento das outras opções.

Na mesma época, o Chrome tinha “apenas” pouco mais de 10% e o IE, apesar do acentuado declínio, ainda liderava com uma fatia superior aos 50%.

Porém, lamentavelmente esse foi o mais próximo que o Mozilla Firefox chegou do merecido primeiro posto, na acirrada disputa dos navegadores Web.

Desde então seu declínio tem sido contínuo e apesar dos esforços para se manter moderno e atender as exigências dos usuários e da evolução da Internet, ele chega a janeiro de 2024 com singelos 2,2% de participação nacional e 3,3% em termos globais, o que é muito pouco para uma ferramenta com seu histórico.

Como é o desempenho do Firefox?

Otimização e desempenho é algo que todo navegador – ou a maioria deles – ostenta como seu diferencial, mas qual é a verdade em se tratando de Firefox?

No passado, por ocasião do lançamento de algumas versões, o Firefox chegou a disputar as primeiras posições nesse quesito e que somado a outros fatores, pôde figurar como uma alternativa ao Google Chrome.

Existem inúmeros testes feitos por um monte de empresas que têm envolvimento na Web, mas se isso fosse decisivo, certamente que o nome líder há muitos anos, não teria essa liderança, pois como se sabe o Google Chrome não foi sempre o que se pode chamar de Usain Bolt dos navegadores web, embora ultimamente essa realidade tenha mudado um pouco.

O melhor em quase qualquer coisa, costuma envolver também algum grau de subjetividade, mas também de contexto.

Sendo assim, desempenho depende também da disponibilidade de AddOns / extensões, quais são usados e até o uso que se faz, porque um browser não é usado só para acessar sites. Por qualquer razão, pode ser a opção mais adequada para usar serviços na nuvem, a intranet da empresa ou ainda, sistemas online dessa mesma empresa.

Significa dizer, que um mesmo navegador pode apresentar desempenhos bastante distintos a depender das configurações da máquina, do sistema operacional utilizado e até dos softwares instalados e rodando em segundo plano, para diferentes usuários.

Mas objetivamente falando, na maioria dos testes / benchmarks existentes por aí, o Firefox costuma se posicionar em posições intermediárias, ou seja, não é nem dos melhores, nem dos piores, quando o assunto é desempenho.

Como é a privacidade no Firefox?

Conforme mencionamos ao falarmos da sua história, a bandeira da defesa da privacidade na Internet, entre os principais representantes da categoria, foi levantada primeiro pelo Firefox. De lá para cá, muitos têm seguido seus passos, como é o caso do Brave e do Vivaldi.

Mas desses, o primeiro se viu envolto em polêmicas que colocaram em xeque suas pretensões de melhor no quesito de privacidade.

Mas se por um lado o produto da Mozilla não tenha nenhum fato semelhante ao Brave para ser contestado, por outro o seu principal doador é o Google e que por sua vez é o mecanismo de busca padrão – que pode ser alterado – do navegador.

Isso costuma ser apontado como uma incoerência na ferrenha defesa da privacidade, que não só a equipe de desenvolvimento, mas a própria fundação também faz.

Independente disso, por padrão – sem que o usuário precise configurar nada – o navegador Firefox já é configurado para ser mais restritivo que a maioria em relação aos cookies de terceiros, bem como bloqueio de publicidade e mecanismos de rastreamento dos usuários.

Adicionalmente, é possível torná-lo ainda mais rígido, sem que para isso seja necessário instalar uma extensão específica.

Também foi dos primeiros oferecer e ainda mantém, um modo de navegação anônima / privada.

Por que usar o Firefox?

Nesse ponto, a maioria deve estar pensando que “se ele não oferece o melhor desempenho, não é o melhor em termos de privacidade e tão pouca gente usa, por que eu deveria usar o Firefox?”.

O primeiro ponto a se considerar não apenas nessa escolha, mas em todas as escolhas que fazemos, é que “o melhor” em qualquer aspecto, precisa antes de mais nada ser melhor para nós mesmos e que algumas vezes nem tem como base algum critério objetivo como desempenho, por exemplo.

Por isso que as pessoas escolhem muitas coisas. Porque simplesmente gostam, sentem-se confortáveis, “vão com a cara”, acostumaram-se, acham simples, fácil e/ou funcional. Mas para isso, precisam experimentar.

Porém se você é dos que gosta de critérios mais palpáveis, eis mais 8 motivos para usá-lo:

  1. Oligopólio – Google, Microsoft e Apple e o Chrome, Edge e o Safari constam como padrões dos respectivos sistemas operacionais, que também são os mais usados e por isso, formam um oligopólio no segmento, o que não é saudável para os consumidores;

  2. Ética – as 3 empresas acima adotam uma série de estratégias não muito “éticas” ou ao menos questionáveis e pouco – ou nada – transparentes e, portanto, não deveriam ser “premiadas” com a preferência dos usuários;

  3. Segurança – em meio aos desenvolvedores Web, o Firefox sempre foi considerado um dos navegadores mais seguros, o que objetivamente é um fator relevante. Além disso, é também razoavelmente consensual que centralizar tudo em apenas um navegador, não é o mais adequado, razão pela qual alguns o usam em tarefas nas quais o aspecto segurança é mais sensível;

  4. Privacidade – não que o Firefox seja de fato o principal defensor da sua privacidade, como ele orgulhosamente ostenta, mas atualmente muitos também fazem o mesmo, sem de fato cumprirem. Se não é sua maior virtude, como o Tor ou mesmo o Vivaldi, ele ainda está acima da média;

  5. Flexibilidade – oferece um bom conjunto de AddOns / extensões e as principais disponíveis para os mais populares, também estão disponíveis para ele. Independente das extensões, a alternativa da Mozilla disponibiliza a maioria dos recursos / funções dos navegadores web modernos, o que garante que a migração para ele não deve ser problema;

  6. Personalização – desde a época em que rivalizava com o IE, sempre se caracterizou por ser um dos browsers que mais oferece opções de personalização;

  7. Diferenciação – a maior parte das principais alternativas se baseia no Chromium e consequentemente, em boa parte das suas qualidades e defeitos. Já o motor (engine) de layout do Firefox e que é responsável pela renderização do conteúdo das páginas, é próprio – o Gecko;

  8. Multiplataforma - o Firefox tem versões para todos os principais sistemas operacionais, para desktop e mobile (Windows, Linux, MacOS, Android e iOS), logo é possível acostumar-se com ele nos mais diferentes dispositivos.

Conclusão

O Firefox já foi considerado o melhor dos navegadores, mas atualmente as razões para escolhê-lo como browser padrão, podem ser bem diferentes do passado.

Comentários ({{totalComentarios}})