Como e por que usar corretamente armazenamento em nuvem?

Difícil encontrar quem não utilize, sabendo ou não do que se trata, do jeito certo ou errado, usando sempre ou só de vez em quando, em suas versões gratuitas ou pagas. Não importa nada disso, desde que funcione e cumpra o que promete. Estamos falando de armazenamento na nuvem.

É um serviço já consagrado e em parte foi responsável pelo fim das mídias removíveis, como CDs e DVDs, pendrives e HDs externos e por mudar a forma de fazer muitas coisas no mundo digital.

Mas você sabe tirar o melhor proveito e usar corretamente o serviço de armazenamento em nuvem, a fim de evitar dores de cabeça?

O que é armazenamento em nuvem?

Apesar de muita gente usar, há quem não saiba exatamente do que se trata ou como funciona em termos de infraestrutura e tecnologias envolvidas.

Armazenamento em nuvem (cloud storage) é um serviço essencialmente baseado no conceito de cloud computing (computação em nuvem), para prover armazenamento de arquivos na Internet, de tal modo que eles possam ser acessados por diferentes dispositivos, a qualquer momento, em qualquer lugar e até mesmo por outras pessoas.

É um conceito razoavelmente antigo e anterior a popularização dos muitos serviços baseados em computação em nuvem e que mesmo com algumas diferenças de ordem técnica e funcional, tem o 4shared, o MediaFire, o HotFile e o mais popular deles, o Megaupload, como alguns dos representantes mais antigos e que por algum tempo foram referência.

Os maiores e mais populares atualmente são o Google Drive, Onedrive, Dropbox e iCloud, mas a lista completa de opções é razoavelmente extensa.

As vantagens do armazenamento em nuvem

Principalmente pela oferta cada vez maior de conectividade e velocidades de conexão, até mesmo para dispositivos móveis, primeiro pelo 4G que já consegue entregar desempenho adequado e mais recentemente por conta do 5G, conectar-se a uma das muitas nuvens de armazenamento, tornou-se algo acessível para a maioria.

Mais do que apenas boa oferta de conexão com a Internet, usar um serviço do tipo tornou-se popular, por um consistente conjunto de vantagens:

Praticidade

Possivelmente a maioria deve considerar essa a maior vantagem de usar um serviço em nuvem para armazenar arquivos. Como mencionamos, há não muito tempo atrás usávamos as mais diversas mídias removíveis (CDs, DVDs, pendrives, etc) se houvesse necessidade de trocar arquivos entre dispositivos, passá-los para outra pessoa, levar em uma viagem de trabalho, para usar em uma apresentação em um webinar ou treinamento, para acessar em outro dispositivo.

Com a disponibilidade a qualquer momento e a partir de qualquer outro dispositivo que tivesse acesso à Internet, gravar o conteúdo necessário e carregar consigo uma – ou até várias – mídia, deixou de ser necessário.

Até mesmo o envio de anexos por e-mail, que algumas vezes era opção para envio de arquivos, caiu em desuso dependendo do caso, já que basta dar permissão de acesso e cópia ao que for preciso.

É mais rápido e ainda economiza tráfego de dados e largura de banda e deixa a conta de e-mail liberada apenas para o essencial.

Mas há outras vantagens e que acabam recaindo em praticidade, como a próxima...

Backup

Com a possibilidade de sincronização que todos os bons serviços oferecem, pode-se ter os mesmos arquivos localmente e na nuvem, funcionando como um backup do conteúdo nessas condições.

Apesar de não ser uma aplicação típica de backup e, portanto, não funcionar exatamente igual, pode cumprir esse papel em algumas circunstâncias especiais.

No caso do Windows por exemplo, que tem nativo por padrão o Onedrive, o usuário pode definir que pastas terão o seu conteúdo sincronizado com a nuvem e assim, se por exemplo, ao trocar de notebook ou reinstalar o sistema operacional, tudo o que estiver na nuvem, automaticamente estará disponível, bastando para isso usar o mesmo usuário / conta do Windows usado anteriormente.

Disponibilidade

Os melhores serviços têm um elevado grau de disponibilidade, o que significa que próximo de 100% das vezes, o serviço está acessível e com bom desempenho.

O acesso e abertura de arquivos, especialmente os menores e desde que se tenha uma boa conexão, como um texto ou planilha, são quase imediatos e pode até parecer que o acesso é local.

No entanto, ser muito próximo de 100%, não é o mesmo que ser de fato 100%, mas essa é uma questão que trataremos logo mais.

Gratuidade

Mesmo os melhores e maiores serviços, oferecem planos gratuitos.

Claro que a depender do serviço e das necessidades do usuário, pode ser pouco, mas como é possível ter contas em mais de um, algumas vezes é suficiente para senão ter tudo, cobrir muitas situações e atender bem alguns perfis de usuários.

Produtividade

A possibilidade de compartilhamento controlado, ou seja, determinar quem tem acesso e quais os privilégios que cada usuário tem aos diferentes arquivos, permite que as equipes de colaboradores acessem remotamente e possam trabalhar em uma mesma planilha, apresentação ou texto.

Com a integração de funcionalidades e recursos, como suítes de escritório, clientes de e-mail, soluções de conferência online e bate-papo, o compartilhamento e integração de ideias e de tarefas, são facilitadas e feitas de modo mais eficiente muitas das rotinas quotidianas.

Segurança

Presentes nos melhores e mais completos serviços, em particular nos planos pagos, já há proteção contra malwares, phishing, ransomware e outros tipos de ameaças do mundo digital.

Mobile

Se por um lado os dispositivos móveis oferecem volumes cada vez maiores de armazenamento interno, por outro as câmeras cada vez mais potentes e a infinidade de apps e seus dados associados, são responsáveis por consumi-los rapidamente.

Assim, contar com alguns gigabytes externos extras na nuvem, acaba liberando espaço precioso no smartphone ou tablet.

Além disso, tal como ocorre no Windows, na troca de aparelho, também serve como forma de resguardar o conteúdo mais valioso no novo aparelho, sem que se tenha que recorrer a procedimentos chatos e demorados.

Como funciona o armazenamento em nuvem?

De modo bem resumido, o princípio de funcionamento do armazenamento em nuvem, baseia-se em ter vários servidores especializados em armazenamento de dados, chamados de storages e, portanto, capazes de guardar volumes imensos de dados e que geralmente estão localizados em diferentes data centers, sob o gerenciamento de um sistema também especializado.

O papel desse sistema, é proporcionar que o acesso a todo e qualquer arquivo, seja tão simples como acessá-lo no HD do seu notebook ou em um pendrive ou cartão microSD, independentemente dele estar em um storage no mesmo país ou em outro continente.

É também responsabilidade do sistema, permitir diferentes níveis de acesso a cada arquivo e privilégios aos usuários com os quais são compartilhados, com base nas configurações e preferências do usuário do serviço.

Assim, da mesma forma que ocorre no sistema operacional do seu notebook, por exemplo, é possível determinar se há permissão apenas de leitura, modificação, cópia, remoção e criação de pastas e arquivos. Tudo isso é definido pelo titular da conta.

A diferença é que no seu dispositivo, sabe-se exatamente se essas ações estão sendo feitas em um SSD, um HD externo, um pendrive e em qual partição.

Na nuvem, não. E também não importa saber… Ou será que importa?

A maior desvantagem do armazenamento em nuvem

O nível de adoção do armazenamento em nuvem, é o maior atestado das suas qualidades. É inegável que são muitas e boas.

No entanto, em 2 de dezembro de 2022, um problema no Onedrive deixou em evidencia o calcanhar de Aquiles dos serviços do tipo.

Ainda sem pronunciamento oficial por parte da Microsoft, vários usuários no Brasil e em diversos outros países, ficaram sem acesso aos arquivos hospedados no serviço, fazendo com que equipes de trabalho que dependessem do conteúdo lá armazenado, ficassem impossibilitadas de trabalhar ou de fazer qualquer coisa que dependesse do acesso ao serviço.

Não foi a primeira vez e não foi um “privilégio” do serviço da Microsoft. Já aconteceu com outros serviços e por diferentes razões.

Ou seja, quem tem dados apenas na nuvem e confia plenamente na sua segurança e disponibilidade, pode ter problemas quando o serviço falha.

Se a Internet parar, mesmo que não seja permanentemente, tudo o que está na nuvem, estará inalcançável.

Há ainda que lembrar que mesmo que os serviços estejam investindo para oferecer níveis crescentes de redundância e segurança, é preciso lembrar que há outros fatores, como seu provedor de acesso à Internet, por exemplo.

Isso não quer dizer que não devemos usar e tampouco que não ofereça um nível adequado de segurança na maior parte do tempo.

Como usar corretamente o armazenamento em nuvem?

Para usufruir dos benefícios dos bons serviços da nuvem, é importante adotar um conjunto de práticas e cuidados:

  • Sincronização – quando possível, use a opção de sincronização para arquivos sensíveis e de trabalho, o que significa que você terá sempre disponível uma versão no dispositivo e, portanto, acessível mesmo que o serviço esteja indisponível ou você não tenha conectividade. Mas fique atento, pois existem pequenas particularidades na forma e nas configurações dependendo do serviço e do sistema operacional usado no dispositivo;

  • Backup – pode sim ser uma alternativa, mas nunca ser a única fonte de backup. O indicado é ter uma ferramenta dedicada a essa finalidade (backup) e quando possível, tem uma cópia online e uma local, preferencialmente em mídia removível e que por esta razão, está a salvo de ameaças online;

  • Segurança – priorize os serviços que oferecem soluções antimalware e contra outros tipos de ameaças digitais. Seja criterioso com os privilégios e permissões (leitura, gravação, etc) concedidos a arquivos compartilhados com outras pessoas;

  • Espaço – os melhores serviços emitem alertas de acordo com o uso do espaço de armazenamento. Fique atento, já que se ele for 100% ocupado, novos arquivos não podem ser gravados e até mesmo a sincronização pode não funcionar;

  • Suporte – recorra ao suporte – às vezes disponível apenas nos planos pagos – e aos tutoriais para conhecer os principais recursos, como a sincronização e o uso do espaço de armazenamento, ou o tempo que arquivos e pastas removidos, permanecem na lixeira até a exclusão definitiva;

  • SLA – verifique o SLA (Service Level Agreement) do serviço utilizado. Ele não garante 100%, mas lhe deixa a par do nível de disponibilidade, bem como de eventuais descontos ou ressarcimentos em caso de falha.

Conclusão

O armazenamento em nuvem pode trazer muitos benefícios, mas se não for usado da maneira correta, pode ser também um grande problema.

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