Por que é importante conhecer o futuro das buscas no Google?

Para quem não consegue mais viver e fazer muitas coisas sem antes pesquisar no Google, saiba que mudanças importantes já vem sendo feitas e um futuro próximo reserva muitas outras promessas.

Mas por que é importante para as empresas – e qualquer um que faz Marketing Digital – estar a par do que a empresa líder nas buscas está planejando para amanhã?

Ao compreender as novidades em curso e o que há por detrás disso tudo, você será capaz de planejar melhor sua presença online, mas também o que faz no mundo real e consequentemente, seus resultados.

Por isso, muita atenção a tudo que trouxemos aqui para você!

Como serão as buscas do Google no futuro?

Parece que foi ontem, mas já tem quase um quarto de século desde que aquela página extremamente minimalista, contando basicamente com um campo de pesquisa e o logo colorido surgiram.

Muitos daqueles que acompanharam a história do Google, talvez não tenham se dado conta, que além de alguns detalhes estéticos, aquela busca de 1998 e a de hoje, mudou muito e promete mudar ainda mais.

No evento Search On ‘22, exibido em Setembro de 2022, o vice-presidente sênior da empresa, responsável pelos produtos Google Search, Assistant, Geo, Ads, Commerce e Payments, o indiano Prabhakar Raghavan, revelou o que já está em curso e o que nos próximos meses deve gradativamente ser disponibilizado aos usuários.

A busca textual, usando a página simples, mas mais acessada e conhecida no mundo, ainda estará lá e não deve mudar muito além das sutilezas visuais e habituais. Mas mesmo ela está sendo reformulada e melhorada, no que há funcionando nos “bastidores”, com base no já divulgado update BERT.

Mas o que será entregue e a forma como obter os resultados de qualquer busca, deve ganhar novas e intrigantes perspectivas, fazendo uso de várias tecnologias, principalmente Inteligência Artificial, Deep Learning e Big Data e mais especificamente o que vem sendo chamado de Google MUM.

MUM é a sigla de Multitask Unified Model ou Modelo Unificado Multitarefa e que tem como propósito compreender e oferecer diferentes formatos de resultados para uma pesquisa, ou mais simplificadamente, adivinhar tudo o que eventualmente você quer ou precisa saber sobre algo e dar destaque ao que pode ser mais interessante.

Logo na abertura, Prabhakar revela a sua missão:“organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis”.

O que ele não disse, mas ficou implícito no que se viu a seguir, é que para levar a cabo essa missão, usarão de todo o arsenal tecnológico e de serviços que hoje a empresa oferece e que vai bem além do site de busca.

Quem conhece e usa os recursos de um smartphone Android ou mesmo os donos de aparelhos com iOS, mas que tem alguns dos apps do principal concorrente, reconhecerá os contornos que a busca está assumindo.

A começar pelas câmeras dos aparelhos e que segundo vice-presidente afirmou, serão os teclados de amanhã.

Se você tem o Google Lens instalado e costuma utilizá-lo, sabe o quanto tem evoluído. Mas é só o começo. Hoje são feitas mais de 8 bilhões de pesquisas mensais usando o Lens, sendo que esse mesmo volume é obtido em apenas um dia para buscas de texto.

Porém à medida que as pessoas perceberem seu poder, os números podem crescer.

Imagine aquela peça do seu carro que quebrou e que você não sabe o nome, porque é um leigo total no assunto. Basta submeter a sua imagem e logo o nome da peça, possível modelo e part number, informações de fornecedores, preços, lugares próximos onde comprar e tudo o mais, aparecendo nos resultados da busca.

Nem precisa ser uma imagem da sua câmera. Pode ser algo que você tem na sua galeria ou que recebeu de um amigo.

E não fica só nisso. Até mesmo eventuais textos em fotos e embalagens, podem ser traduzidos para até 70 idiomas ou usar a ferramenta de leitura.

Em breve e integrado ao Google Maps, por meio do Live View, usando a câmera e apontando-a para pontos (fachadas, prédios, placas, monumentos, etc) de onde você estiver, além da localização, será possível ter uma infinidade de informações de interesse na vizinhança, como bancos, restaurantes, estações de metrô, pontos de ônibus e vários outros tipos de estabelecimentos e seus horários de funcionamento, produtos / serviços, preços, avaliações e tudo o mais que fizer parte da sua imensa base de dados.

Será um modo muito mais imersivo de uso do Maps e que segundo a empresa, será uma nova forma que os usuários se acostumarão de realizar buscas.

Isso porque de acordo as pesquisas que vem sendo feitas, pode produzir muitos desdobramentos e aqui que se faz notar o Google MUM. Dependendo do assunto, as pessoas costumam fazer em média até 8 pesquisas textuais a partir de um tema inicial.

Ou seja, se você pesquisou inicialmente por um produto XYZ qualquer, pode querer saber também onde comprar, ver fotos, variações no preço, opiniões de quem já comprou, alternativas de outras marcas ou outros modelos do mesmo fabricante, entre outras informações. Para cada informação adicional, uma pesquisa associada.

Com as novas alternativas, visa-se fornecer tudo isso, sem que se tenha que voltar à página de busca.

As pessoas têm usado o Google como suporte para comprar – online ou fisicamente – mais de 1 bilhão de vezes por dia e esse é outro ponto em que os resultados estão avançando em novas direções.

E nesse processo, um tipo de informação é decisivo – a visual.

Mais ainda, pessoas são 50% mais engajadas por visualizações 3D de objetos, do que por imagens estáticas. E por isso, o próprio Google está trabalhando em uma ferramenta que faz uso de Inteligência Artificial para produzir essa visão 3D a partir de um conjunto de imagens estáticas.

O buying guide e que nada mais é do que os resultados exibidos no formato de um guia de compra, promete reunir tudo o que for possível a respeito do produto de interesse, no que eles vêm chamando de “page insights”.

As pessoas também terão opção de filtrar ou dar ênfase a uma marca e assim, quando pesquisarem sobre o respectivo produto, a marca em questão terá mais destaque nos resultados, em detrimento das concorrentes.

E se não fosse bastante, com o passar do tempo, a publicidade que hoje aparece eventualmente no Google Discover, também será baseada nos interesses revelados nas pesquisas feitas. Sim, a publicidade no Discover está fortemente atrelada às buscas que você fez, bem como o que está em tendência nas buscas das pessoas.

Os detalhes e a lista de funcionalidades são muitos e só quem assiste à apresentação, consegue assimilar tudo. No entanto, o que apresentamos aqui já é suficiente para perceber os rumos das buscas em um futuro próximo e os porquês das empresas começarem a se preparar.

Como as mudanças nas buscas afetam as empresas?

As buscas como a maioria acostumou-se a fazer, não vão acabar. Nem o SEO, nem as práticas preconizadas pelo Marketing Digital e Marketing de Conteúdo.

Entre tudo o que muda, é que apenas criar e alimentar um site ou blog com bom conteúdo, pode ser insuficiente.

Conteúdo ainda será extremamente relevante, só que agora sob diferentes formas e apresentações.

Se você tem um e-commerce de produtos voltados para o ciclismo, por exemplo, não bastará mais informar a marca de uma determinada mountain bike e que ela tem 12 velocidades, vem equipada com componentes Shimano, opções de cores e tamanhos de quadro e formas de pagamento.

Para um ou outro ciclista que está apenas começando, pode até que seja suficiente, porque ele acha que é tudo a mesma coisa. Para quem está querendo melhorar e está indo para a sua próxima bike, não.

Mas até para alguns que estão começando, a quantidade de dúvidas e perguntas a respeito, se bem e adequadamente respondidas, pode fazer a diferença.

Os mais atentos, perceberam que a riqueza das informações do produto, serão decisivas em como ele aparecerá no guia de compras. Que a quantidade e a qualidade das imagens do site, é o que determinará se o Google será capaz de produzir a imagem 3D ou não.

Mas também que as avaliações que os clientes que compraram na sua loja e depoimentos no site, da qualidade do atendimento prestado, do esclarecimento de dúvidas, do prazo e como foi feita a entrega, serão essenciais na decisão de compra.

Aquele site que você recorreu de um fabricante, para ter acesso à ficha técnica completa de um modelo de smartphone, se não fizer a “lição de casa”, automaticamente perderá pontos no guia de compras.

Os restaurantes que para além do sabor que entregam, não cuidarem da apresentação dos pratos, essencial para fotos bonitas e que acompanham muitas avaliações, assim como o ambiente, o atendimento, a localização, os preços praticados, terão avaliações menos ricas e menos influentes para trazer novos visitantes.

Ajuda muito estar no Google Meu Negócio, mas ajuda ainda mais entender que apesar da riqueza de informações online, a experiência dos consumidores e a prestação de serviço associada, serão ainda mais decisivos.

Isso permite que diferentemente da época em que apenas era possível pesquisar sobre restaurantes indianos em São Paulo, agora se possa saber qual deles faz a melhor samosa, como são as porções, as variações de recheios, o tamanho, a aparência, o preço e o que mais você conseguir se lembrar a respeito.

Até mesmo aspectos que antes eram secundários ou até mesmo desconsiderados pela maioria, devem ganhar mais destaque e aparecer nas buscas. Por exemplo, cresce a taxas bastante elevadas a busca por restaurantes que tenham opções veganas e vegetarianas e estima-se que até 2025, em cada 10 consumidores no segmento, 3 pertençam a um desses dois grupos.

Não há como negligenciar 30% de nenhum mercado consumidor. Quem fechar os olhos para isso, estará abrindo mão de uma fatia significativa do mercado no qual atua.

Na mesma linha, a preocupação ambiental e com políticas visando a sustentabilidade, é outro fator que tem feito com que marcas ganhem pontos perante seus concorrentes. Aliás essa preocupação com aspectos de sustentabilidade, em alguma medida já são privilegiados, mas devem ganhar ainda mais destaque nas novidades que estão sendo incorporadas na busca.

Portanto, as empresas precisam compreender que um site deve ser a representação da empresa na Internet e que em vários momentos o presencial e o virtual são as duas faces de uma mesma moeda.

Os diferentes tipos de site, as redes sociais e tudo que implica na sua presença digital, não pode ser dissociado do mundo real.

Cada vez mais os consumidores terão voz e a experiência que sua empresa lhes proporcionar, será determinante para trazer ou não outros clientes, pelo menos via web, afinal costuma-se dizer que aqueles que não estão no Google, não estão na Internet.

Em outras palavras, para além de produzir vasto e bom conteúdo, para atrair visitantes ao seu site (Inbound Marketing), será inútil se não houver preocupação em aspectos que vão bem além do online, como atendimento personalizado, branding e rebranding, qualidade de produtos / serviços, net promoter score, a experiência fornecida, responsabilidade social e pauta ESG, para citar apenas alguns dos principais.

Conclusão

O futuro das buscas no Google, vai vincular o conteúdo que você produz da marca, com a experiência e a imagem que você produziu em clientes constituídos.

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