O futuro das buscas no Google em 2026 e o impacto no SEO

Em outubro de 2022, quando o cenário das buscas na Web começava a se desenhar de modo bem diferente do que estávamos acostumado e, antes mesmo do lançamento oficial do ChatGPT, publicamos um post em nosso blog com algumas previsões que deixaram muitos preocupados.

Passados três anos desde então, boa parte delas não apenas se concretizou, como foram além.

Agora, quando poucos dias restam para 2026, voltamos ao tema porque o ritmo das transformações tem sido intenso e já impacta de maneira decisiva as empresas, as suas estratégias de Marketing Digital e toda a sua presença online.

Prepare-se, porque assim como fizemos lá atrás, o que reunimos aqui vai ajudar você a entender esse novo momento e a posicionar melhor seu negócio para o futuro.

Como são as buscas na era da inteligência artificial?

Pouco depois do nosso post, o mundo conheceu o ChatGPT e, desde então, o Google tratou de acelerar seus planos de integração da Inteligência Artificial em suas buscas.

O que antes era apenas uma promessa – como o MUM, o Lens e o Live View – hoje já faz parte da rotina de milhões de usuários.

As já tão familiares páginas de resultados (SERPs) deixaram de ser apenas textuais e passaram a ser multimodais, combinando imagem, voz, vídeo e até realidade aumentada. O Gemini vem recebendo sucessivos aprimoramentos e ocupa lugar de destaque nas pesquisas que são feitas.

O Google Lens, por exemplo, já ultrapassa bilhões de consultas mensais, graças às respostas baseadas em IA, facilitando as pesquisas que antes eram restritas aos campos de texto. O Live View evoluiu para experiências imersivas, permitindo que consumidores encontrem informações sobre estabelecimentos, produtos e serviços apenas apontando a câmera do celular.

Mais do que entregar uma lista de links e responder perguntas, o Google agora antecipa necessidades, oferecendo guias de compra completos, comparativos de produtos e recomendações personalizadas. É a busca preditiva e contextual, que conhece o usuário antes mesmo que ele faça a pesquisa, com base no histórico de buscas anteriores e nos seus hábitos de navegação.

Muitos daqueles que acompanharam a história do Google, podem ver que bem além dos muitos detalhes estéticos se compararmos aquela busca minimalista de 1998 com a atual, o que os internautas recebem mudou muito e promete mudar ainda mais.

E se não fosse bastante, até a publicidade está mudando. Agora ela é cada vez mais personalizada, integrada às buscas multimodais e alinhada aos interesses revelados pelo usuário.

Os detalhes e a lista de tudo que vem por aí são muitos. Mas o que apresentamos a seguir já é suficiente para perceber os rumos das buscas em 2026 e, principalmente, por que as estratégias usadas até 2022 são pouco ou nada eficientes hoje. É hora das empresas se prepararem ou se conformarem em se tornar invisíveis.

SEO na era da IA

Até meados de 2022, garantir um lugar ao sol nas páginas de resultados, consistia basicamente em aplicar boas práticas de SEO “tradicional”, ou seja, uma escolha bem refletida das palavras-chave principais e as de cauda longa, a correta otimização dos títulos e descrições meta, a produção de conteúdo relevante, conquistar muitos backlinks e mais um toque aqui e outro ali.

Essas estratégias ainda têm valor, mas já não serão suficientes para garantir visibilidade em 2026!

Hoje, o SEO precisa dialogar diretamente com a Inteligência Artificial. Não se trata apenas de aparecer nas páginas de resultados, mas de ser compreendido e recomendado por modelos generativos como o Gemini e por sistemas multimodais, como o BING também tem se transformado.

Não compreendeu?

Na prática, significa que:

  • O conteúdo precisa ser desenvolvido levando em consideração as IAs – questão que abordamos em “GEO, como ser visto por IAs e atrair novos clientes?” – e que resumidamente consiste de:

    • Os textos devem ser objetivos e bem estruturados;

    • O conteúdo precisa ser contextual;

    • A escolha da linguagem, a qual deve facilitar a compreensão por modelos que foram treinados com linguagem humana (PLN ou Processamento de Linguagem Natural);

    • A informação deve ser precisa e correta, além de responder todas as dúvidas mais frequentes do seu público;

    • Forneça muitos dados reais e exemplos práticos. Quanto mais houver, melhor;

    • Esforce-se para criar conteúdos originais, por meio de uma abordagem diferenciada, uma experiência prática, uma visão específica do seu nicho de atuação;

    • Preencha as lacunas / escassez de conteúdo com material amplo e profundo a respeito;

    • Aprofunde-se em determinado assunto, com consistência, abrangência e qualidade, tornando o conteúdo uma referência e contribuindo para autoridade tópica (Topical Authority);

    • Desenvolva conteúdo rico, que tem mais chances de serem compreendidos e citados por modelos generativos

  • O SEO deixou de ser apenas técnico e passou a ser estratégico, envolvendo mais do que apenas alguns cuidados com futuro do SEO na era da IA, como já havíamos abordado. Envolve reputação digital, experiência do usuário, autenticidade e utilidade, como o próprio Google enfatizou por ocasião do Core Update de Agosto de 2024;

  • Em meio a uma avalanche de textos produzidos por IA, o conteúdo humano tem cada vez mais valor e é um diferencial competitivo importante. É ele que transmite confiança, originalidade, autoridade e empatia.

Em outras palavras, quem ainda insiste em aplicar apenas as fórmulas de SEO de 2022, está ficando fora do radar do Google e dos outros sites de busca. O futuro do SEO é ser visto pelas IAs e isso exige novas práticas, novas métricas, rompimento com velhos paradigmas e uma visão renovada do Marketing Digital.

Google Information Gain

Em meio ao aumento imenso de conteúdos que nada acrescentam, um novo fator visa identificar o valor que uma página tem para os internautas, quando ela adiciona informações novas e úteis em comparação ao que já existia antes.

Como funciona:

  • Compara o conteúdo com outros já indexados sobre o mesmo tema central;

  • Analisa novas visões, perspectivas e desdobramentos que um tópico oferece aos usuários, bem como a utilidade e exatidão das respectivas informações;

  • A partir disso, é feito o cálculo do “Information Gain Score” (Pontuação de Ganho de Informação, em português) do conteúdo e que nada mais é do que uma métrica da informação nova e adicional em relação ao que se tinha anteriormente.

Na prática, o ganho de informação não é só mais um fator de ranqueamento, mas uma medida de utilidade, inovação, relevância e profundidade, valorizando quem se preocupa em ir além e atendendo mais e melhor o visitante. Se você está atento a tudo, é um meio de medir o quão bem uma página cumpre os itens anteriores (GEO, utilidade, autenticidade e o valor do conteúdo humano).

Reputação digital e avaliações

Se antes bastava aparecer bem posicionado nas páginas de resultados, hoje a reputação digital é tão importante quanto o próprio conteúdo.

As avaliações no Google e nas redes sociais, deixadas por clientes e visíveis no Google Maps ou em determinados perfis, passaram a influenciar diretamente os resultados exibidos e até mesmo os algoritmos de recomendação em outras plataformas.

Não se trata apenas de colecionar muitas estrelas ou boas notas. Comentários detalhados sobre a qualidade do atendimento prestado, o prazo de entrega, a qualidade do produto e a experiência de consumo geral, são também aspectos interpretados pela Inteligência Artificial como sinais de confiança e relevância.

Isso significa que empresas com avaliações positivas e consistentes, têm mais chances de aparecer em guias de compra, comparativos e recomendações personalizadas. Já aquelas que ignoram o feedback dos clientes ou não estimulam avaliações, vão perder espaço e posicionamento nos resultados das buscas.

Mais do que nunca, reputação e SEO caminham juntos. A IA não olha apenas para as palavras-chave, mas para a credibilidade que a sua marca transmite e como ela trata o consumidor, como se buscasse por provas sociais.

Portanto, em 2026 não bastará o que você diz, mas acima de tudo, o que os seus clientes dizem a respeito da sua marca!

Como as mudanças nas buscas afetam as empresas?

As buscas como conhecíamos até 2022 não desapareceram, mas se transformaram profundamente. O SEO tradicional ainda tem valor, porém é pouquíssimo se o objetivo é dar visibilidade ao seu negócio, à sua marca.

Em 2026, os conteúdos precisam atender a novas exigências, moldadas pela Inteligência Artificial e pela forma como os consumidores consomem e se beneficiam das informações disponíveis.

Novas necessidades dos conteúdos em 2026:

  • Riqueza de informações – já não basta listar características técnicas. É preciso detalhar usos, contextos e diferenciais. Lembre-se que especialmente os leigos não compram pelas características, mas pelos benefícios que elas lhes entregam;

  • Imagens e formatos visuais – quanto mais imagens de qualidade e até modelos 3D, mais peso haverá na classificação dos conteúdos e consequentemente, nas chances de aparecer em guias de compra e comparativos;

  • Vídeos curtos – os vídeos curtos já não estão mais limitados às “fronteiras” das redes sociais. Como podem informar e serem consumidos com facilidade, estão cada vez mais presentes nas respostas que os usuários buscam;

  • Avaliações e depoimentos reais – os comentários autênticos sobre atendimento, a entrega e a experiência de consumo, influenciam diretamente os resultados exibidos. Portanto, os serviços associados aos produtos ou quando ele é o produto, é fundamental, porque cada vez mais a voz do cliente é ouvida;

  • Contexto e personalização – os conteúdos devem responder às dúvidas mais frequentes e se conectar com diferentes perfis de público, mas sobretudo, devem resolver as dores dos consumidores;

  • Marca / empresa – as marcas, as empresas são vistas como “entidades” e por essa razão, quanto mais informação houver a seu respeito, no próprio site e nos de terceiros, melhor o entendimento de quem essa entidade é;

  • Sustentabilidade e valores – as práticas ambientais sustentáveis, a responsabilidade social e as políticas de governança ética (Pauta ESG), ganham destaque e são cada vez mais consideradas nos resultados de busca.

Quer ver como funciona isso na prática?

Considere um e-commerce voltado ao ciclismo. Um site que vende mountain bikes não pode se limitar a dizer que o modelo tem 12 velocidades e componentes Shimano:

  • Para iniciantes, é preciso explicar as diferenças entre cada um dos modelos, indicando usos recomendados e dar dicas práticas. Cuidado com o abuso de terminologias e jargão demasiadamente técnico, mas quando for absolutamente necessário, tenha um glossário ou conteúdos que possam esclarecer os leigos no assunto. Um FAQ também é altamente recomendável para esse público;

  • Para ciclistas mais experientes, dispor de fichas técnicas completas, comparativos de características, vídeos de teste e avaliações, é o mínimo esperado;

  • As avaliações dos clientes que já compraram, seja em termos de classificação dos produtos, seja no atendimento recebido, são essenciais;

  • Forneça fotos detalhadas e imagens 3D e vá além do material fornecido pelos fabricantes. Isso aumenta a chance de destaque nos resultados;

  • Importante lembrar que esse é um segmento no qual as novas tecnologias surgem o tempo todo e, portanto, sempre dê ênfase – sem esquecer de explicá-las – nos benefícios que cada uma entrega.

Considere um restaurante, cujo “produto” não se resume aos pratos servidos.

Não basta apenas estar no “Perfil de Empresa do Google”:

  • Fotos bem produzidas dos pratos, mostrando um ambiente agradável e informações claras sobre preços e cardápio são fundamentais;

  • Avaliações que mencionam o sabor dos pratos, a apresentação, o atendimento e o tempo de espera têm peso enorme e são responsáveis por trazer ou afastar novos clientes;

  • Opções veganas e vegetarianas já não são um detalhe ou um diferencial. Esses públicos representam uma fatia significativa do mercado e precisam ser atendidos. Não se esqueça deles e, sobretudo, valorize-os;

  • Segurança alimentar e higiene, sempre foram importantes, mas nos dias de hoje são vitais. Mostre como o restaurante trabalha essa questão;

  • Outros aspectos como a procedência das matérias-primas (produto orgânico, produtores locais, ingredientes da estação, etc) demonstram a responsabilidade da empresa no que entrega.

Em resumo, em 2026, conteúdo não é apenas informação. Ele precisa ser rico, visual, contextual, autêntico e alinhado aos valores dos consumidores. Quem continuar produzindo apenas textos superficiais ou ignorando a experiência que entregam aos clientes, ficará invisível para as buscas e, consequentemente, para os consumidores em potencial.

Conclusão

O cenário de 2026 quando o assunto são as buscas no Google – e nos concorrentes também – exige que empresas deixem de ser apenas links para se tornarem “autoridades reconhecidas” pelas inteligências artificiais e pelos internautas. O futuro favorece quem trabalhar focado na utilidade, na inovação dos conteúdos e na reputação digital. Não espere ficar invisível, compreendendo o que precisa ser feito e adaptando a sua estratégia agora.

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