O que é QR Code? Como funciona, como e por que usar?
É bastante provável que você saiba o que são os QR Codes, afinal hoje em dias eles estão por toda parte.
Se no Brasil ele se tornou popular com o grande avanço das operações comerciais por meio eletrônico, no Japão, Europa e alguns outros países, sua utilização já era razoavelmente disseminada, graças às muitas possíveis aplicações e benefícios.
Quer saber mais a respeito? O que é? Quais as possibilidades de uso? Ou quem sabe os cuidados necessários?
Então chega de papo e vamos ao que interessa…
O que é o QR Code?
Visualmente todo mundo – ou quase – sabe, já que sua aparência torna sua identificação rápida, visto que seu uso cresce sem parar.
QR Code é a sigla para Quick Response Code, ou seja, código de resposta rápida em português e que já indica que ele nasceu com ideia de facilitar e agilizar processos aos quais ele está associado.
É justamente essa sua principal proposta, uma vez que seu conceito foi desenvolvido no Japão na década de 90, e envolve de uma tecnologia criada por uma empresa subsidiária da Toyota – a Denso-Wave – que tinha por objetivo inicial, facilitar o rastreamento de peças automotivas que eram utilizadas nas unidades fabris da montadora.
O conceito é similar ao que as pessoas já estão mais familiarizadas e que é o código de barras, usado nas etiquetas e embalagens dos produtos que compramos e que facilitam quando vamos passá-los no caixa do mercado.
A diferença é que o QR Code é bidimensional, em contraposição ao código de barras, que é unidimensional.
No mais antigo e conhecido, o código de barras, a leitura das barras é feita da direita para a esquerda. No QR Code, a leitura é também nessa direção e de cima para baixo.
Ou seja, a disposição dos elementos gráficos que correspondem aos dados contidos no código, é feita na vertical e horizontal e em vez de barras, temos quadrados.
Por essa característica, alguns também referem-se ao QR Code, como código de barras 2D ou bidimensional.
Embora existam patentes registradas por parte da empresa criadora, ela renuncia a cobrança pelo uso da tecnologia associada e em vez disso, disponibiliza em caráter gratuito e open source, de tal forma que qualquer um tem acesso ao código-fonte para realizar suas próprias implementações.
Como funciona o QR Code?
Da mesma forma como os populares códigos de barra, há variações de QR Code, sendo que geralmente até a versão mais simples é capaz de armazenar um volume muito maior de dados comparativamente aos códigos unidimensionais.
Além disso, os antigos códigos de barras armazenam apenas números, enquanto que um QR Code pode armazenar, números, letras, espaços e alguns caracteres especiais ($, %, *, +, -, ., /,), além de códigos binários e até mesmo o Kanji e Kana, que são os ideogramas da língua japonesa, bem como podem conter dados criptografados.
Cada código QR em suas diferentes versões, corresponde a uma matriz quadrada e, portanto, com o mesmo número de linhas e colunas, nos quais são posicionados os quadrados definidos pelas áreas pretas e brancas que a constituem.
A escolha da proporção ideal dessas áreas, foi decisiva para garantir a legibilidade, já que o QR Code deveria ser reconhecido pelo scanner independentemente do ângulo de varredura do aparelho. Diferentemente do código de barras em que a posição do leitor pode dificultar ou impedir a leitura, com o QR Code o escaneamento é possível mesmo sob algum grau angulação do aparelho e a partir de qualquer dos seus lados.
Na primeira versão e mais simples, o código é formado por uma matriz quadriculada de 21X21, ou se preferir, até 21 áreas pretas ou brancas na horizontal e mais 21 na vertical. Já na última (versão 40) e que comporta maior volume de dados armazenáveis, é formado por uma matriz 177X177, logo são 177 linhas por 177 colunas ou 31329 posições.
Na versão 40, é possível armazenar até 7089 números, ou 4296 caracteres (letras e números), ou 2953 bytes, ou ainda até um máximo de 1817 caracteres (ideogramas) japoneses.
A exceção é o MicroQR, o qual é formado por uma matriz 11X11, que tem uma margem menor, possui apenas um padrão de detecção de posição, mas é adequado a aplicações que exigem uma área de impressão reduzida e não precisam conter tantos dados quanto são capazes os códigos QR convencionais.
Qual a “anatomia” do QR Code?
Mencionamos que o QR Code é lido da direita para esquerda e de cima para baixo, correto?
Mas como saber sua posição e consequentemente qual é a parte superior ou inferior e a direita ou a esquerda?
Ao se observar a maior parte das imagens dos códigos, três quadrados com outro no centro deles, são perceptíveis em três dos seus cantos. São os padrões de detecção de posição, que são posicionados nos códigos QR e servem justamente para isso e permite que possa ser lido a partir de qualquer direção, já que o software de reconhecimento “sabe” posicionar o quadrado, o que melhora o trabalho de leitura.
Há também a margem e que é a área em branco ao redor do código QR. O modelo 1 e 2 requerem uma margem que equivale a quatro células e o código Micro QR requer uma margem equivalente a duas células.
Mas se não bastasse tudo isso, o QR Code foi idealizado de modo que até mesmo na situação em que esteja parcialmente danificado, possa ser lido.
Para tanto, foi incluso um recurso de redundância, o que faz com que certas informações sejam inseridas de forma duplicada e assim no nível máximo de correção de erros, é possível se ter acesso aos dados contidos no código, com até 30% de sua área danificada ou ilegível.
A leitura do QR começa pela identificação dos padrões de detecção de posição. Após esses três quadrados serem identificados, o leitor interpreta toda a parte interna do quadrado, decifrando-o em grades menores. Ele faz a leitura dos quadrados na grade e atribui um valor a cada um deles de acordo com sua cor, preto ou branco.
Além dos padrões que já vimos, há outros:
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Padrão de intervalo – permite ao leitor a identificar quadrados individuais dentro do código completo e também possibilita a leitura de um código QR danificado;
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Padrão de alinhamento – quadrado menor localizado próximo ao canto inferior direito, é o responsável por garantir que o código possa ser lido mesmo com alguma distorção ou visualizado de modo angular;
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Informações da versão – localizado perto da célula do padrão do localizador na parte superior direita. Ele identifica qual versão do código está sendo lida;
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Áreas ou células de dados – corresponde às demais áreas e que são as responsáveis por conter os dados que se quer codificar.
Qual a diferença entre o QR Code estático e dinâmico?
Quando se fala em QR Code estático ou dinâmico, geralmente se pressupõe pagamentos por intermédio do PIX, instrumento digital, instantâneo, disponível 24 horas por dia, 7 dias da semana, e gratuito para pessoas físicas, o qual se consagrou no país.
O código QR é uma alternativa de fornecimento da chave PIX para quem realizará o pagamento e que é particularmente interessante nos casos das chaves aleatórias, que são extensas e sendo assim, aumentam as chances de erros na digitação. Mas mesmo no caso de outros tipos de chaves, esse é um problema que pode ocorrer, mas que é evitado a ter um código que contém a chave.
Para tanto, todas as instituições financeiras têm a opção de gerar o QR Code diretamente no aplicativo, podendo ser estático ou dinâmico.
O QR Code estático pode ser usado para diversas transações e, segundo o Banco Central, permite que o recebedor além dos seus dados bancários, defina um valor fixo para um produto ou que o valor a ser transferido, seja inserido pelo pagador.
Já o QR Code dinâmico, é exclusivo para cada transação, pois ele pode conter além do valor individualizado, a data de vencimento, a cobrança de juros e encargos por atraso, dados do pagador, tal como ocorre nos boletos bancários.
Justamente por tal característica, tem sido a alternativa de todo pagamento que podia antes ser feito por boleto bancário, bem como serviços cujos pagamentos são mensais, como assinaturas de streaming, planos de saúde, ou serviços públicos (gás, energia elétrica, água / esgoto, telefonia, etc).
Como ler um QR Code?
Apesar de originalmente também exigir um scanner quando foi criado, pois os celulares ainda não haviam se popularizado e tampouco dispunham de câmeras, hoje ao contrário dos tradicionais códigos de barra unidimensionais, que ainda exigem um scanner próprio para leitura, o QR Code pode ser lido por praticamente qualquer aparelho celular, com uma câmera razoavelmente boa e um aplicativo que “interpreta” as áreas pretas e brancas e demais elementos da sua estrutura.
Nas lojas de aplicativos para Android e iPhone, há inúmeros apps gratuitos que usam a câmera do aparelho para efetuar a leitura e identificação do conteúdo correspondente ao QR Code.
No entanto, há modelos de aparelhos que dispensam a instalação de um app e já trazem a funcionalidade embutida.
Quais os usos / aplicações do QR Code?
Em função de suas características que possibilitam armazenar variedade e quantidade de dados, tem surgido um número grande de utilizações práticas, com evidentes benefícios em muitas áreas, especialmente nas empresas de tecnologia, muito em parte por sua natureza criativa.
E essa aparenta ser a única limitação para os possíveis usos do QR Code – a criatividade!
Entre as muitas possibilidades, as primeiras envolvendo a Internet, foi a codificação de uma URL, ou seja, um endereço de domínio, permitindo que baste que o usuário aponte a sua câmera para a imagem e confirme a opção, para acessar via seu navegador web padrão, o respectivo site.
Dessa forma, materiais publicitários impressos de todo tipo, além do endereço eletrônico, agora podiam conter o QR Code que levava ao site institucional e diretamente na página do respectivo produto. Esse foi só o começo.
Atualmente as empresas já conseguem enxergar inúmeras possibilidades e usam-no nas mais diferentes campanhas de Marketing Digital, combinando hotsites e landing pages com URLs que permitem identificar a origem do tráfego e consequentemente mensurar a eficiência de suas campanhas.
O QR Code saiu do papel e ganhou as telas. Vem se tornando comum a inserção de um QR Code no comercial de um produto exibido em TV ou até mesmo em vídeos na Internet e basta que o usuário aponte seu aplicativo de leitura para o código, para imediatamente acessar o e-commerce em que o produto pode ser adquirido, já vinculando com promoções, cupons de desconto, entre outras possibilidades.
Nas relações comerciais também tem sido amplamente usado, como nos cartões de visita, em que de um lado constam os dados que tradicionalmente sempre mostraram e no verso do cartão, um código QR correspondente ao vCard (cartão virtual), ou seja, com nome e sobrenome, cargo, empresa, número telefônico, e-mail, endereço do site institucional, endereço físico da empresa.
Ao ler o vCard, automaticamente você tem todos esses dados inclusos na sua agenda de contatos, bastando confirmar a sua inclusão.
Mas isso tudo é só a ponta do iceberg. A lista pode ainda conter:
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Convites – você pode criar um convite virtual para um evento da sua empresa e mandar para os convidados via e-mail, com um QR Code com data, horário e um endereço, que pode ser automaticamente aberto no Waze ou Google Maps;
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Links específicos – criou vídeos, tutoriais, webinars, ou quem sabe uma live? Você pode gerar o QR Code correspondente a URL e enviar na newsletter que é remetida aos seus cadastros e rapidamente eles podem ver tudo em seus smartphones;
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Site mobile – convide as pessoas para conhecer a nova versão mobile do seu site, fornecendo o QR Code correspondente no e-mail Marketing que você dispara rotineiramente;
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Apps – lançou um aplicativo e quer que as pessoas o encontrem de maneira rápida e fácil na loja de aplicativos. Crie e disponibilize o QR Code;
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Engajamento – que tal conseguir seguidores, curtidas e compartilhamento de conteúdo relevante que você produz, nas redes sociais, bastando que um QR Code seja lido? Sim, isso é possível também;
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Pagamentos – muita gente já usa para pagamentos, seja em compras presenciais, lendo as plaquinhas com o código estático que já contém os dados do favorecido, bastando preencher o valor, ou quem sabe os muitos serviços (luz, água, gás, etc), cujas empresas já fornecem o código dinâmico para pagamento via PIX e que por conter todos os dados comuns aos antigos boletos, possibilitam a baixa do título na mesma hora.
Enfim, todo tipo de informação que pode ser interessante de ser acessada por um smartphone e que pode ser codificada em um código de barras 2D, é uma oportunidade de aliar criatividade e produzir uma oportunidade.
Como crio um QR Code?
Há programas que podem ser instalados no seu computador, no smartphone e até mesmo sites que geram um QR Code destinados a um simples endereço de site, ou um vCard, texto simples, endereço de e-mail e várias outras coisas.
É possível achar versões gratuitas destes programas, as quais podem ter algumas limitações, mas que podem atender suficientemente bem, dependendo da sua necessidade.
Há muitos sites que fazem isso online e depois de produzida a imagem, basta escolher o formato para download, evitando que se tenha que instalar nada.
Já as opções pagas, tanto dos apps, como dos sites, oferecem uma gama bem mais extensa de possibilidades, incluindo vários formatos (HTML, PNG, Tiff, SVG, etc) da imagem final que contém a informação.
Recomenda-se sempre optar por aquele que permite gerar imagens em formato PNG, visto que ele permite redimensionar a imagem sem que se perca a definição.
Quanto mais legível e de um tamanho razoável, melhor para uma rápida leitura por parte dos dispositivos, principalmente no caso do mesmo constar em material impresso.
Há ainda programas em que se pode até mesmo escolher a versão (menor ou maior matriz) do QR Code gerado e ainda incluir imagens de fundo, como por exemplo, o logo da empresa, alterar a cor de fundo e até uma forma diferente do quadrado padrão, o que pode ser um atrativo, como também um problema, visto que alguns dispositivos com câmeras de pior qualidade, podem apresentar dificuldade para leitura.
O QR Code é seguro?
A tecnologia envolvendo o QR Code por si só, é segura.
Os problemas ocorrem quando os criminosos usam de outros artifícios, como engenharia social para fraudes diversas.
Como aos nossos olhos todo código QR é igual e praticamente indiferenciável um do outro, bem como tem se tornado comum e prático o seu uso, muitas pessoas simplesmente escaneiam a imagem, sem se atentarem para o que vem depois ou em que condições realizaram o procedimento.
Podem estar lendo um código que veio em uma mensagem de e-mail com finalidade de phishing, ou quem sabe um SMS que supostamente deveria ser de uma empresa idônea, mas que tem em ambos os casos um cibercriminoso por trás e acabam tendo seus dispositivos infectados por uma malware, instalam apps falsos e maliciosos, entre outras consequências.
Que cuidados tomar ao usar um QR Code?
Aqui valem muitas das dicas de cuidados que temos de adotar no mundo digital:
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Nunca leia QR Codes cuja procedência você não tem certeza;
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Não leia códigos fixados em locais públicos, pois é possível que um QR falso e malicioso tenha sido colado por cima do original;
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Todo cuidado com códigos recebidos por SMS, Telegram, Whats e similares. Sempre que possível confirme antes com o remetente;
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Nos pagamentos, primeiro acesse o aplicativo do banco para só então ler o QR e verifique os dados do recebedor antes de confirmar a operação. QR’s que “prometem” abrir o site do banco, na verdade podem estar direcionando-o para um site falso;
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Atenção aos aplicativos de leitura que instala no celular. A maioria deles é gratuito, no entanto, muita coisa grátis na Internet tem um preço. Alguns ocultam ações nocivas e/ou abrem vulnerabilidades no celular e, portanto, é essencial se informar tanto quanto possível antes de baixar e instalar algum;
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Geralmente é necessário cumprir uma etapa de confirmação antes da ação desencadeada pela leitura, ocorrer. Portanto, antes de confirmar, leia com atenção tudo que é exibido na tela.
Conclusão
O QR Code é uma tecnologia que trouxe dinamismo e praticidade ao ambiente digital, com aplicações as mais variadas que dependem basicamente da criatividade.