Que cuidados tomar com conteúdo grátis na Internet?

A Internet nasceu e cresceu dentro do conceito de que tudo – ou quase tudo – era grátis, exceto quando começaram as surgir as primeiras lojas virtuais e alguns portais de conteúdos mais específicos.

Com o seu desenvolvimento comercial, vieram também conteúdos mais restritos que demandavam assinaturas e, portanto, pagamentos. Mas apesar disso, a ideia de que sempre é possível encontrar um site ou até vários, que “dão um jeitinho” e entregam teoricamente os mesmos conteúdos, sem que se tenha que pagar por eles, é amplamente difundida.

Você já pensou se tudo o que existe na Internet é realmente de graça? Quem paga a conta de tudo o que você consome? Mais do que isso, quais os riscos que você corre ao consumir os conteúdos que em teoria são ou parecem ser gratuitos?

A Internet é realmente de graça?

Bem antes da rede mundial de computadores ser o que é, uma frase já era proferida e que aqui também serve para refletirmos a respeito: “Não existe almoço grátis”.

Significa que no mundo em que vivemos, é ilusório pensar que é impossível ter ou usufruir de qualquer coisa, sem uma contrapartida, sem dar algo em troca.

Pode parecer um exagero, especialmente para aqueles que testemunharam os primeiros sites, nos primórdios da Web.

Quantos sites de conteúdo surgiram na época, quantos blogs, portais e até as primeiras redes sociais, como o Orkut e absolutamente nenhum centavo era necessário dar em troca do que ofereciam.

Tomemos como base um site que não existe mais, como muitos milhares de outros, mas que foi uma referência no seu segmento lá nos idos dos anos 2000, quando a bolha da Internet estourou – o Envenenado!

Era um portal de conteúdo automotivo, com mais de 20 secções para satisfazer a conhecida paixão do brasileiro por carros. Inclusive era esse o seu slogan: “Envenenado – O site do apaixonado por carros!”.

Em seu auge, com dezenas de milhares de visitantes únicos por dia, o Envenenado tinha como anunciantes, desde algumas famosas oficinas especializadas em preparação de motores, suspensões e escapamentos esportivos, uma importante revista de carros preparados, outra de som automotivo, um dos maiores e-commerces de acessórios automotivos e até o mais famoso fabricante de películas para os vidros.

Como foi também um dos primeiros a participar do programa de afiliados de um e-commerce que acabava de chegar ao país e que é dos maiores do mundo atualmente e também de um destacado varejista de presença nacional.

Portanto, apesar das várias centenas de matérias sobre o universo do carro serem abertas para todo mundo, eles trocavam toda a atenção que seus visitantes dispensavam, por veiculação publicitária. Como acontece até hoje.

A única coisa que mudou, são os atores por trás disso tudo, além do fato de que hoje, graças a evolução da tecnologia e da eficiência na coleta das informações desse público e o retorno obtido, que são sensivelmente maiores.

Muitos dirão que o Orkut nasceu, cresceu e morreu, sem publicidade. É verdade!

Mas o projeto do engenheiro turco que trabalhava no Google, Orkut Büyükkökten, se em um primeiro momento não parece ter dado retorno financeiro ao gigante das buscas, foi um incrível laboratório para aprender muito do que se sabe hoje do poder que tem as redes sociais.

A variedade de informações que damos de nós mesmos a cada clique, a cada acesso, nos cadastros que preenchemos, no tempo que permanecemos consumindo cada conteúdo apresentado, enfim, tudo o que fazemos enquanto conectados, serve para que os algoritmos acumulem uma base de dados e um conhecimento sobre cada um, que nem muitos de nós mesmos temos.

Esse conhecimento, vale ouro! Não à toa costuma-se dizer que vivemos a era da informação, quando o que tem ou produz poder, é essa nova “mercadoria”.

Porém como abrimos esse tópico, isso tem um preço. E que pode conter riscos também!

Quais os riscos dos conteúdos gratuitos na Internet?

A gratuidade em si, não é arriscada. Os motivos do que é oferecido sem aparentemente cobrar nada em troca, é que podem ser.

Esse blog, tal como os citados Envenenado e Orkut, bem como vários outros que você certamente se lembrou, “cobra” em troca que você se lembre da marca HostMídia, que você se sinta agradecido pelos conteúdos esclarecedores, curioso talvez em saber que empresa que dedica parte de seus esforços para trazer luz sobre assuntos importantes para empresas que são clientes, para construir uma boa reputação digital, enfim, um trabalho de caráter institucional e de fortalecimento da autoridade do domínio.

Praticamos por meio do nosso blog, o que defendemos quando falamos em Marketing de Conteúdo e Inbound Marketing.

Aqui apenas compartilhamos o nosso conhecimento, esperando que a HostMídia seja lembrada quando você pensar no que entregamos para você.

Mas há muitos conteúdos que não têm a mesma motivação.

É o caso dos sites de conteúdo originário de pirataria, como os sites de jogos que a princípio são pagos, mas que os fornecem gratuitamente. Ou os que “concorrem” com o streaming de vídeo e música ou mesmo com a indústria do cinema. Há também os que entregam software pirata para download, sem que seja necessário pagar por uma licença.

Pode parecer em um primeiro momento, uma boa vantagem assistir “de graça” o quarto filme que dá continuação à trilogia de Matrix, apenas alguns dias após o seu lançamento nos cinemas.

Os números sugerem que muita gente pensa assim, afinal só em entre janeiro e agosto de 2022, segundo a MUSO, sites do tipo tiveram mais de 140 bilhões de visitas.

As justificativas que muitos dão para esse comportamento, é que as indústrias por detrás desses produtos, já lucram o suficiente e que o que eventualmente perdem ou deixam de ganhar, não faz diferença.

Não nos cabe julgar esse tipo de argumento, até porque o foco desse post não é esse, mas as possíveis consequências para quem adota tal prática.

Problemas legais

Começou na indústria do cinema e está avançando por outros segmentos, a adoção de um conjunto de tecnologias que permite que um filme reproduzido em um notebook, por exemplo, possibilite o rastreamento e obtenção de uma série de dados de identificação da sua visualização.

Sem muitos detalhes técnicos, porque não é esse o objetivo, os internautas que acessarem de modo irregular muitos dos filmes lançados atualmente, automaticamente permitirão que os detentores dos direitos possam acioná-los judicialmente nos órgãos nacionais e internacionais de diferentes países.

Em termos práticos, nos EUA e até no Brasil, pessoas estão sendo notificadas judicialmente, após um processo que consegue comprovar que a pessoa consumiu conteúdo pirata ou protegido por leis de direito autoral.

Literalmente a conta está chegando, na forma de multas de cinco dígitos em alguns casos, além de processos e outras punições.

Malwares

Os malwares – que muita gente conhece como vírus – constam como o risco mais frequente ao qual são expostos os usuários que adotam a prática de burlar o pagamento de determinados conteúdos.

A questão é que as classes de malwares são várias e as consequências também.

Como no caso dos cada vez mais populares ransomwares, que realizam a criptografia dos dados contidos no dispositivo e extorsão para decodificação dos dados, mediante pagamento de resgate, geralmente por meio de criptomoeda e sem nem ter garantia alguma de que mesmo pagando, será fornecida a chave de liberação.

Ou quem sabe dos spywares, que pertencem a classe de malware responsável por espionar tudo o que o usuário faz, a qual pertencem os bankers, que são especializados em roubo de credenciais para acesso aos sites e aplicativos de banco.

Quem sofre uma infecção do tipo, geralmente tem graves dores de cabeça com cartões de crédito e suas contas bancárias.

Como dissemos, a variedade é grande e há até os que “sequestram” sua máquina para integrar uma rede de ataque (DDoS) ou talvez minerar criptomoeda.

Vazamento de dados

Outro problema comum e que pode também estar associado aos malwares, é o vazamento de dados, já que há classes desses “vírus” que conseguem roubar credenciais de acesso às redes sociais e outros serviços nos quais o usuário é inscrito.

Com acesso às contas, seus dados passam a integrar os bancos de dados de criminosos, que podem utilizá-los para outras fraudes virtuais ou quem sabe vendê-los na Dark Web.

Pior quando as contas de serviços invadidas, contém dados de pagamento.

Mas existem os casos também quando os sites piratas solicitam alguma coisa que a princípio pode parecer inócua, como usar sua conta do Facebook para fazer login e ter acesso. Nesse momento, da mesma forma que nos casos de malware, eles podem conseguir acesso aos seus dados.

Excesso de publicidade

O excesso de publicidade online está tão disseminado, que o que antes era uma prática apenas de sites piratas, atualmente é comum em sites legítimos e teoricamente seguros.

Por essa razão, muita gente está disposta a “pagar o preço” de ser incomodado por 794 banners e janelas com eles pipocando na tela. Mas a questão, é que nos piratas, muita dessa publicidade é enganosa e frequentemente associada também a malwares.

Os anúncios nesses sites, raramente são o que parecem ser.

Muitas vezes, o que deveria ser um clique para fechar um anúncio, é um link para download de conteúdo malicioso.

Outras vezes, é instalado um malware conhecido como adware (advertising malware), o que significa que mesmo após sair do site, seu navegador continuará exibindo publicidade vinculada ao site malicioso. Nos mais agressivos, janelas pop-up podem aparecer até mesmo após o encerramento do browser.

Isso porque os criminosos ganham pela exibição da publicidade e não apenas pelos cliques que elas eventualmente recebem. Como o pagamento é da ordem de centavos por várias exibições, eles precisam garantir que ela seja exibida centenas de milhares de vezes.

SPAM

Seja por conta de acesso aos dados devido a um malware, seja porque o visitante usou sua conta de rede social para garantir acesso, seja porque você forneceu voluntária e inocentemente seu endereço de e-mail, sua conta passará a ser alvo maciço de SPAM.

Um endereço de e-mail válido e ativo, tem valor para os criminosos digitais e rapidamente seu endereço será vendido e distribuído por toda a Dark Web.

E como se sabe, SPAM é uma das principais vias de disseminação de malwares, de phishing e spoofing. Ou seja, os problemas se desdobram em outros.

Logo, o acesso a um site que promete economizar R$ 19,99 na assinatura daquele streaming por mês, pode na verdade sair bem mais caro, seja pela perda de dados, seja por meio do uso dos seus dados bancários, seja pela contratação de um serviço especializado em formatar e reinstalar tudo o que você tem no dispositivo. Sem contar a possibilidade de problemas com a justiça!

Conclusão

Sites com conteúdo grátis, são a maior parte do conteúdo que acessamos. Mas em alguns deles é preciso tomar muito cuidado, para que não saia muito caro.

 
 

 

 

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