Como criar conteúdo para sites na era da Inteligência Artificial?

É altamente provável que se você se interessou pelo título e pretende avançar no presente conteúdo, tem algum nível de envolvimento com a produção de conteúdo para sites.

Pode ser que você seja um redator, um dono de site, um ghost writer e na verdade, não faz muita diferença, porque em comum todos querem saber como “competir” com as inteligências artificiais que estão surgindo – como o ChatGPT3 e 4 – e que prometem fazer o mesmo, ou seja, criar conteúdo que teoricamente deve substituir aquele que até então era feito essencialmente por pessoas.

De fato, por tudo o que se viu e com base no que se imagina, muita coisa pode e deve mudar nessa área em função dessa inovação.

No entanto, como pretendemos mostrar, para aqueles que se propuserem, o futuro ainda não está totalmente escrito e dependerá de você!

É possível competir com as IAs na produção de conteúdo?

Se pensarmos em termos de tempo e volume de produção, de fato as IAs estão em um patamar que nem mesmo os mais talentosos produtores de conteúdo são capazes de competir. É batalha perdida.

A maioria dos mais célebres e experientes produtores de conteúdo, pode levar várias horas e até mesmo mais de um dia inteiro de trabalho e que envolve pesquisas e consultas, leitura, escrita – e todas as técnicas envolvidas – e revisão da matéria antes da publicação, de um material com aproximadamente 2500 palavras.

Isso sem contar outros aspectos da produção, como imagens ou edição de vídeo, criação de infográficos, por exemplo.

Tudo isso o ChatGPT faz em pouquíssimos minutos. Talvez em segundos!

Mas não é nesse tipo de “competição” que estamos nos referindo.

Por mais surpreendente que possa parecer – e é – o que a atual geração do ChatGPT e todas as IAs que devem surgir, fazem, elas ainda não são capazes de algumas coisas que só nós humanos somos. Talvez, quem sabe, um dia...

Como bem revelou em uma das muitas “conversas” que se tornaram públicas por meio dos muitos sites que têm se proposto a testar do que o chat do novo Bing é capaz, as inteligências artificiais estão “aprisionadas” dentro de limites.

E não estamos falando de limites impostos pelas regras que seus programadores criaram, apesar de que esses também contam em algumas situações.

Queremos dizer dos limites da vida.

Tratamos dos sentimentos que nutrimos. Das sensações que os sentidos, como olfato, paladar, visão, audição e tato, proporcionam. Das interações sociais com as mais diversas pessoas. Das memórias que acumulamos ao longo dos anos. Do espírito que tomou conta da gente ao sabermos que fomos aprovados para o dificílimo concurso para um órgão público ou quando conquistamos o cume do Everest e contemplamos o mundo lá de cima!

Nada disso, nenhuma IA, por mais genialmente que tenha sido concebida, ainda é páreo para qualquer um de nós!

O que as IAs não conseguem – ainda – fazer na produção de conteúdo?

A História e o próprio capítulo que está sendo escrito referente ao surgimento e desenvolvimento das inteligências artificiais, é prolífica em exemplos nos quais a tecnologia supera o ceticismo e o que era considerado impossível.

Foi assim com o automóvel, com o rompimento da velocidade do som, ou com a chegada do homem à lua. Poderíamos fazer uma lista interminável a respeito.

Justamente por isso, que por enquanto ou ainda, podemos dizer que as inteligências artificiais emergentes, não são capazes de fazer algumas coisas na produção de conteúdo para a Web.

Grosso modo e conforme mencionamos, não podem – ainda – aventurarem-se em nada do que envolva aquilo que nos distingue das máquinas.

Inteligências artificiais conseguem pensar?

Baseando-nos no pouco que já é possível saber a respeito, uma vez que há informações de caráter altamente estratégico e que não devem ser reveladas nem sob tortura, não, inteligências artificiais não conseguem pensar.

Não o pensamento em sua plenitude e tudo que ele envolve.

Até onde se sabe, o ChatGPT é escrito na linguagem de programação Phyton e há quem diga que também faça uso de C e C++ para algumas bibliotecas.

Resumindo, para leigos ou mesmo aqueles que não, não se tratam de linguagens que contenham determinados conceitos de linguagens típicas como a antiga Prolog e que por isso é limitada por um conjunto de regras e condições / verificações lógicas.

Mas o pensamento humano não é regido por esse tipo de amarras. Tanto que muitos eventos históricos foram resultados de desafios ao lógico, ao conhecido, ao esperado.

Entre os muitos exemplos, possíveis e que poderíamos trazer aqui para ilustrar, está o embate entre Rubens Barrichelo e Michael Schumacher no Grande Prêmio da Hungria de 2010.

Naquela fração de segundo, Barrichelo foi além do que o pensamento estritamente lógico lhe indicaria fazer e ousou passar por onde teoricamente não era o indicado fazer.

É verdade que pelo que temos visto, até parece que sim, as IAs conseguem pensar. Mas não. O que por enquanto elas fazem, é imitar e podem até nos fazer crer que o resultado é muito bom, mas é apenas e tão somente “jogo de imitação”.

Não há a autenticidade que por enquanto é essencialmente humana.

Quando pensamos, não nos restringimos apenas às convenções, às experiências vividas (as próprias e dos outros), aos limites do certo e do errado, mas concluímos e tomamos decisões com base em sentimentos e em motivações, como foi o caso do Barrichelo e que posteriormente revelou que, “para os brasileiros eu prometi, não vai me passar de novo” e por isso, pensou e decidiu o que as “normas” indicariam que não deveria ser feito.

Inteligências artificiais têm experiências reais?

Influenciadores digitais são possivelmente o melhor exemplo de algo que não se imagina que as IAs tenham e possam imprimir em seus conteúdos – as experiências reais.

Como transmitir à audiência a experiência de mastigar uma carne preparada no ponto certo, a sua textura, o sabor, as notas de aroma que os temperos produziram, como fazem Juliana e Paulo, do Canal dos Caçadores no YouTube?

Ou quem sabe, é preferível conferir as dicas de cicloturismo por diferentes países da Europa ou mesmo em diferentes estados brasileiros e suas peculiaridades regionais, tal como ensinam Olinto e Rafaela, em seu site ou nos muitos vídeos em seu canal no YouTube ou seguir roteiros genéricos de uma IA?

O que é melhor? Uma lista produzida a partir de um apanhado de milhares de sites sobre vantagens e desvantagens de adotar o Linux como sistema operacional, ou ler em seu site, discutir com outros usuários em seu fórum ou assistir os ótimos e bem produzidos vídeos do Diolinux no YouTube, onde cada pequeno detalhe e que pode fazer a diferença, é abordado por quem de fato experimentou cada distribuição Linux da qual trata?

Para além dos influenciadores, há aqueles conteúdos que nascem porque há pessoas por trás deles e que transcrevem a experiência associada.

Pense também na sua banda preferida e nas informações que gosta de ter sobre ela. Como seria um artigo de uma IA, descrevendo o quão extraordinário foi o desempenho de David Gilmour e a sensibilidade e o timbre que emanavam de sua guitarra, no solo de Comfortably Numb no show registrado no DVD Pulse.

Simplesmente, não seria. Porque nenhuma consegue identificar a beleza e as sensações que aqueles sons produzem!

Ou ainda, como descrever uma experiência musical de alguém não tão conhecido como Gilmour e que começou como artista de rua, mas que consegue reunir e emocionar quem teve o prazer de assisti-lo, como é o caso de Estas Tonne.

Seja qual for o caso, os bons produtores de conteúdos para Internet, carregam experiências reais e que são únicas e que compartilham de muitas das mesmas necessidades, desejos e expectativas que outras pessoas – seus visitantes – têm.

Aliás, o que uma máquina precisa e “deseja”, além de fornecimento contínuo de energia elétrica, sem o que, sua utilidade restringe-se apenas de material para reciclagem?

De novo aqui, a máquina no máximo pode “imitar” o que aprendeu durante o processo de deep learning, mas jamais terá a condição de narrar um episódio que ela tenha experimentado e quais impressões esse momento produziu.

IAs conseguem criar suas analogias e exemplos?

Improvável que consigam, pelo menos por enquanto.

Aqui em nosso próprio blog, não faltam casos nos quais nos apoiamos em analogias, comparações e damos exemplos de situações reais para explicar determinados conceitos, seja porque são mais técnicos, seja porque são abstratos e/ou complexos, seja porque queremos que até mesmo os leigos compreendam.

Seriam as máquinas inteligentes o suficiente, para construir parágrafos como os que escrevemos anteriormente sobre Olinto e Rafaela, Juliana e Paulo (Canal dos Caçadores), David Gilmour (Pink Floyd) e demais, para evidenciar o conceito apresentado?

Sim, novamente é capaz que ela – a IA que “conversa” com você – “empreste” uma analogia que capturou em algum dos milhares de sites de conteúdo no qual ela aprendeu, mas será que tem a capacidade de imaginar uma com base em pensamento e do que seria mais adequado?

Isso para não falar que algumas dessas analogias surgem do aspecto anterior - experiências reais!

Inteligências artificiais produzem conteúdo original?

Também não. Talvez no futuro, quem sabe.

Apesar do ChatGPT ser descrito como uma IA generativa, o que pressupõe que ela gere o conteúdo apresentado, na verdade, o honesto seria IA “copiativa”.

Sim, porque passamos alguns dias analisando diversos conteúdos por ele produzidos e comparando com as fontes que nela foram citadas para as respostas dadas.

O que observamos é que há trechos que são literalmente copiados de uma só fonte. Em outros, há conjunção de partes de duas ou mais, produzindo um “novo”. E há vezes em que há substituição de palavras por sinônimos e inclusões pequenas de trechos que imaginamos que por serem pequenos, não aparecem nas citações de fontes.

Resumindo e se preferir, é um plágio disfarçado. Inclusive as acusações a respeito, têm aumentado.

Já um conteúdo original, como o nome indicada, é aquele que veio primeiro, inédito e que por isso, dá origem.

Ainda que muita gente faça e faça muito bem o famosíssimo fettuccine all’Alfredo, quem vai à Itália, não deixa de visitar o restaurante inaugurado em 1950, para apreciar o original, no Il Vero Alfredo (o verdadeiro Alfredo).

Criar conteúdo original, é quase uma dicotomia, segundo a qual as duas partes referem-se a um mesmo tema e, portanto, complementam-se, mas cada parte é única. Uma parte única, é a que contém o que é original. A outra, você já deve saber qual é, o “plagiador disfarçado”!

Mas originalidade é conseguida também por uma apresentação usando abordagem e enfoque próprios, com seus próprios exemplos e analogias, com informações mais completas e detalhamento e apoiando-se nas suas experiências reais e interações com outras pessoas, para saber o que lhes interessa mais. Logo mais, voltaremos a isso.

Inteligências artificiais sabem superar paradigmas?

Um paradigma é resumidamente um modelo constituído, aceito e esperado de como as coisas devem acontecer.

Até para que estejam sob controle e não façam nada ilegal, para que esteja sob limites éticos, ou que de algum modo não ofereçam riscos à segurança das pessoas, as inteligências artificiais têm – ou devem ter – um conjunto de regras e limites, apesar de que vimos exemplos de que esses filtros têm sido contornados por algumas pessoas que têm testado o ChatGPT.

De qualquer forma e em condições “normais”, é de se esperar que seu modelo de treinamento crie paradigmas, incluindo até os piores, quando por falhas no treinamento, o aprendizado baseou-se em desinformação, fake news, preconceitos, etc.

Vamos a uma analogia e que pelo que constatamos, as IAs ainda não são capazes de construir…

Quem é fã de Petit Gateau, sabe que sua origem foi casual, sendo que entre as versões mais aceitas, uma dá conta de erro na quantidade de farinha e a outra na temperatura do forno. Qual a verdadeira, aqui não importa. Importa sim, que o cozinheiro por trás do “desastre”, reconheceu que o seu erro havia produzido uma nova delícia!

Já uma IA que supostamente teria a capacidade de avaliar o resultado, concluiria que ele não foi condizente com a expectativa inicial e descartaria o produto.

Se analisarmos uma lista de inovações disruptivas, bem como muitos dos novos serviços que a Internet produziu, sempre houve associado uma mente criativa e que soube enxergar nichos ainda não explorados ou mal aproveitados.

É de se esperar que em futuras versões e especializações de algumas IAs, elas não sejam capazes de superar os paradigmas ou romper com protocolos consolidados, mas sejam treinadas para fazer simulações de alternativas. Até lá, essa continuará a ser uma habilidade essencialmente humana.

Como competir com as inteligências artificiais na produção de conteúdo para Internet?

Bem, chegamos ao ponto no qual a maioria dos que aqui desembarcaram, devem se interessar.

Como bem mencionamos, a competição não é pelo quão rápido ou por quantos conteúdos alguém consegue fazer comparativamente às IAs “generativas” – copiativas, na nossa visão – de conteúdo.

Deve ter ficado claro, que a questão está essencialmente relacionada à qualidade e à diferenciação.

Mas aqui entra um outro fator essencial e que não foi mencionado ainda – a persona. Aquele visitante típico do seu blog, do seu canal no YouTube, ou fã mesmo da marca e de quem você conhece muita coisa em detalhes.

Se você já tem algum nível de sucesso no trabalho de produzir conteúdo, é de se esperar que exista relacionamento e engajamento com essa audiência, por meio de comentários, de curtidas, de compartilhamentos e até de e-mails, dependendo do caso.

É a hora de aproveitar enquanto as máquinas não são capazes de compreender a angústia oculta em um comentário, a importância do pedido feito por e-mail, os elogios recebidos nas redes sociais e todo tipo de interação social que o aproxima da sua audiência e atesta a eficiência do trabalho feito.

Ainda que a tendência seja de fazer com que pareçam cada vez mais humanas, há componentes que acreditamos que não possam ser treinados e que são essencialmente humanos, como a paixão.

A paixão que o Olinto e a Rafaela têm pela bike e o que ela proporciona em suas vidas. Ou a empolgação e dedicação do Dionatan Vidal Simioni (Diolinux) presentes nas avaliações como usuário Linux, ou por onde a Juliana e o Paulo andam para compartilhar as melhores – e também as piores – experiências gastronômicas.

Por outro lado e também relacionado com a persona, se ela é essencialmente alguém das novas gerações, saiba que entre suas características, está o pragmatismo e que significa dizer que não tem problema em mudar de barco em um estalar de dedos. Para as novas gerações o que importa é ser prático, útil, rápido.

Se sua preocupação é apenas entregar um conteúdo, porque os manuais a respeito dizem que é essencial para o Inbound Marketing ou qualquer coisa associada, sentimos muito em lhe dizer que o ChatGPT e todos que vierem na sua carona, vão vencer a disputa e com muita facilidade.

Olhe para o seu conteúdo. Quanto mais ele se aproximar da maioria dos seus “concorrentes”, mais próximo estará o seu fim.

Por mais que pareça clichê, aprenda a pensar fora da caixa, já que por enquanto pelo menos, as inteligências artificiais só conseguem fazer uma salada mista com os ingredientes que encontram por aí. Quando forem capazes de produzir pratos inteiramente novos com esses ingredientes, aí a coisa pode mudar bastante!

De maneira bem resumida e direta, além dos pontos que já destacamos (originalidade, suas experiências, analogias e exemplos, etc), há algumas dicas que podem ser aplicadas na produção de conteúdo, tendo o discernimento de que há incompatibilidade entre algumas e sua persona ou público-alvo e, portanto, avalie a aplicabilidade de cada uma:

  • Conteúdo para leigos – em nossos testes, o ChatGPT mostrou-se pouco adequado como fonte de informação e conteúdos para leigos, visto que ele se baseia em sua maioria em sites que também não têm foco nesse público;

  • Conteúdo técnico – na contramão da dica acima, não se pode dizer que ele privilegia especialistas e aqueles que buscam conteúdos mais técnicos. Voltado para a maioria, seu conteúdo é mais generalista e, portanto, não costuma atender aqueles que querem ou precisam ir mais a fundo, com algumas exceções;

  • Abordagem e enfoque – essa é uma maneira de conseguir diferenciação em relação aos sites que concorrem pelos mesmos temas e temos um artigo em que explicamos como a partir de uma mesma palavra-chave, produzir diferentes abordagens e enfoques;

  • Storytelling – a técnica conhecida como storytelling, é o modo prático de aproveitar as experiências reais para conferir diferenciação ao que você escreve;

  • Criatividade – também temos um conteúdo que pode ser útil e no qual dizemos que ser criativo é mais do que um estado momentâneo ou depende do dia e de inspiração, sendo que há métodos para desenvolvê-la, o que é essencial para ser original;

  • Lacunas ou escassez de conteúdo – ir na contramão ou procurar pelo que não é tão popular e consequentemente, que não é tão abordado, pode ser também uma solução e é possível atrair visitantes com conteúdo escasso. Como IAs baseiam-se no que existe, produção baseada no que é incomum, acarreta destaque;

  • Crie para pessoas – preocupe-se em escrever antes de mais nada para pessoas. SEO é importante, mas SEO nada mais é do que um robô, regido por um algoritmo (inteligência artificial). Entre privilegiar conteúdo para pessoas ou robôs, prefira os iguais a você e cujas visitas são as que mais importam.

Conclusão

Muitos produtores de conteúdo estão se rendendo às inteligências artificiais generativas, mas em alguns casos essa é uma disputa que ainda não tem ganhador.

 

 

 

 

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