Como ser criativo na produção de conteúdo?
Crise criativa? Não sabe o que escrever? Está difícil começar?
Quem produz conteúdo para blogs, sites de conteúdo, ou qualquer tipo de site que dependa de criação frequente de artigos, posts e afins e que nunca se viu nessas situações?
Para muitos a criatividade é algo que depende de momento, de inspiração e de outros fatores que parecem alheios à vontade.
Mas não! Pode ser diferente!
Quer saber como ser criativo? Então acompanhe-nos até o fim...
O que é criatividade?
Criatividade é a habilidade de imaginar ou pensar coisas novas, originais e concretizá-las.
Há muitas definições de criatividade. Algumas mais simples e compreensíveis. Outras mais sofisticadas e resultado de pesquisas e estudos.
Vamos nos ater ao primeiro grupo delas, afinal por mais valor que haja no segundo, em termos práticos e na maioria das vezes, a compreensão dos mecanismos psicológicos ou mesmo biológicos associados à criatividade, não nos ajudará a chegar onde pretendemos.
Ou seja, não é nossa intenção trazer a ciência, a psicologia, ou qualquer estudo por mais consagrado e sério que seja, para a nossa discussão.
A compreensão das situações em que somos capazes de pensar diferente, de originar concepções e colocá-las em prática, é o primeiro passo para ser criativo.
Não compreendeu?
Tente lembrar-se dos momentos em que você foi criativo. Enxergar os fatores associados àqueles momentos, vai trazer luz ao processo envolvido e será possível repeti-los.
Qual era o cenário, o momento e as circunstâncias das suas grandes ideias?
Uma possível – entre algumas – dedução disso, é que criatividade pode ser um processo, ou em outras palavras, é um conjunto de etapas que podem ser praticadas, exercitadas, repetidas e aprimoradas para a produção dos resultados desejados.
É possível desenvolver a criatividade?
Sim, é possível desenvolver a criatividade, de forma análoga a outras habilidades que temos. Naturalmente e como qualquer característica dos seres humanos, há aqueles que têm mais aptidões para certas coisas, do que outros.
Essa facilidade natural que alguns indivíduos têm para certas atividades, são resultantes de diversos fatores, alguns externos e ambientais e outros genéticos e, portanto, biológicos. Não há nada quanto a estes que possamos fazer, por isso, vamos nos concentrar nos fatores ambientais.
Fatores ambientais são aqueles relacionados ao ambiente em que vivemos e no qual influenciamos e somos influenciados.
Você já se perguntou as razões pelas quais muitos gigantes de tecnologia, como o Google, propiciam ambientes de trabalho altamente diferenciados e fora dos padrões convencionais de outras empresas antigas e tidas como conservadoras?
É sabido o quanto o ambiente influi nos resultados em diferentes esferas que as pessoas apresentam. A prática tem demonstrado o quão verdadeiro é isso.
Quando avaliamos o parágrafo sobre o ambiente de trabalho no Google em contraposição ao existente em empresas conservadoras e seus padrões convencionais, há uma grande resposta implícita.
O que é conservador, busca essencialmente manter o que sempre foi feito de uma determinada maneira. Padrão também é um modelo a se seguir. E por fim, convenção é um acordo entre duas ou mais partes que assumem que algo é tido como verdadeiro e consensual.
Ou seja, os três termos conduzem-nos a um mesmo resultado – amarrar-nos!
É a contramão de dar “asas à imaginação”. É podar, reprimir, conter tudo que não está de acordo com modelos estabelecidos. Se não é de determinado jeito, é descartado.
Por que desenvolver a criatividade?
É importante desenvolver a criatividade não apenas para que seja mais fácil produzir conteúdo para seu blog.
Ao tornar-se mais criativo, aumentam as chances e a frequência da produção de conteúdo 100% original. Contribui também para encontrar abordagens e enfoques diferenciados.
Tudo isso é um tanto óbvio!
Mas quando você vasculha a Internet e seus inúmeros sites, quantos são aqueles que você lê e constata que têm identidade?
Não estamos falando de um blogueiro, um influenciador digital e a sua imagem pessoal exaustivamente exibida e emprestada ao conteúdo que ele criou.
Estamos tratando de você enxergar e reconhecer no conteúdo, aquele jeito especial de dar uma explicação, das analogias e exemplos que são escolhidos, das expressões que são comumente usadas e de como o autor coloca suas ideias em palavras.
Criatividade produz diferenciação, individualização, autoridade, respeito e reconhecimento.
Para além do conteúdo, é um dos caminhos para o pioneirismo, para a inovação disruptiva e até como componente de marcas que são exemplos de eficazes trabalhos de branding.
Como desenvolver a criatividade?
E finalmente chegamos ao ponto que deve ter trazido você até aqui.
Desenvolver a criatividade não envolve mágica ou receita de bolo. Não há um conjunto de passos que se seguidos fielmente garantirão um resultado único.
É sim um conjunto de ações que se combinadas, bem executadas e praticadas, gradativamente produzirão produtos finais melhores.
1. Quebre os paradigmas
Um paradigma é um modelo, padrão ou exemplo de como as coisas devem ser ou acontecer.
Os paradigmas estão presentes em uma série de situações e no consciente ou inconsciente das pessoas. Quando cremos, por exemplo, que só há um modo de fazer alguma coisa, estamos comportando-nos por força de um paradigma.
O lado positivo, é que no caso de ocorrências recorrentes das mesmas situações, evita-se que tenhamos que pensar a respeito. Simplesmente reagimos e respondemos do mesmo modo que nas vezes anteriores.
Mas os mais astutos devem ter atentado para um trecho especial: “...evita-se que tenhamos que pensar…”
No caso, pensar não deve ser ruim. Ao contrário, ao fazê-lo descobrem-se alternativas e novas formas de se fazer as coisas. Se ao longo da Internet todos simplesmente tivessem se prendido aos paradigmas dos primeiros sites, não teríamos evoluído.
É certo que muitos sites naufragaram tentando novos caminhos, mas milhares de outros propuseram novos modos de apresentar-nos conteúdos úteis, altamente consumíveis e até mesmo virais.
Questionar os velhos modos de fazer as coisas e os resultados que se esperam, é o primeiro passo para quebrar os paradigmas.
2. Livre-se dos hábitos
Assim como os paradigmas, os hábitos nos impedem de pensar.
Nossos cérebros são “programados” para não pensar, por paradoxal que essa afirmação possa parecer. A verdade, é que o hábito condiciona o indivíduo diante de tarefas repetitivas, para que ele não precise pensar e possa concentrar-se em outras coisas.
Assim, quando se dirige todos os dias pela manhã ao trabalho, percorrendo o mesmo caminho, você não tem que pensar a respeito de quais ruas entrar. Nem que precisa mudar a marcha do carro, sem antes pisar na embreagem. Enquanto faz isso automaticamente, seu cérebro “está livre” para ocupar-se com outras coisas.
Portanto, de igual forma que nos paradigmas, você tende a iniciar um novo artigo, um novo post, pelos mesmos processos usados em todos os anteriores. Quantas vezes você tentou mudar isso?
Romper com velhos hábitos, é um grande desafio, pois há a tendência de substituir um novo, por um antigo e assim, voltar ao ponto de partida.
3. Volte a ser criança
A criança bem nova ainda, não consolidou padrões, conceitos – muitas vezes nem os têm ainda – ou preconceitos, paradigmas, regras e respostas prontas.
Há inclusive uma fase da sua vida, em que começam os “por quês”. Tudo é questionado. Ela não simplesmente aceita as coisas e respostas do tipo “é sim, porque sim”, não são aceitas. Mesmo que se calem pela autoridade do adulto ou por outra razão, sua expressão facial mostra sua frustração.
A criança investiga, questiona, tenta do seu jeito, mesmo quando lhe dizem que não pode, que não vai dar certo.
É por meio do lúdico, das brincadeiras e das estórias que a criança descobre muitas coisas. Embora esse processo mude ou mesmo quase inexista conforme ela se torna adulta, a gamificação e o storytelling têm sido usados como meios para transmitir conhecimento usando técnicas diferenciadas.
Some-se a isso, voltar a perguntar e tentar aquilo que os outros simplesmente dizem que não funciona.
4. Faça várias vezes a mesma pergunta
Por que você escreve? Responda a si mesmo.
Responda novamente, mas agora dando a segunda razão. E mais uma vez, dando uma terceira.
Ao repetir o processo inúmeras vezes, começamos a pensar em motivos que não estão tão aparentes ou na “ponta da língua”.
Mais do que isso, é provável encontrar repostas as quais têm fundamentações outras e razões mais íntimas.
Diante a insistência em repetir a mesma pergunta, é quando o cérebro e tudo aquilo em que ele se baseia para construir o pensamento, é colocado a prova.
Quando você faz isso em relação a um tema de um conteúdo, você encontra desdobramentos, correlações, outras abordagens, outras justificativas.
5. Faça diferentes perguntas sobre o mesmo tema
Pense em um tema qualquer que possa ser abordado no seu blog ou site de conteúdo.
Quantas perguntas são possíveis de serem feitas sobre ele. Anote-as todas. Vai chegar um momento, em que parece que há um esvaziamento mental, quando todas as indagações possíveis parece que já foram feitas.
Neste ponto, está na hora de pensar o que uma criança gostaria de saber a respeito. Quantas vezes os pequenos nos pegam de surpresa com perguntas para as quais nunca imaginamos as respostas?
Ao alcançar essa condição, estaremos encontrado respostas e abordagens verdadeiramente inéditas em relação aos nossos conteúdos.
Por que uma embalagem de leite tem 1 litro? Por que uma mesa tem quatro pernas e não três? São dois exemplos de perguntas básicas, mas raramente feitas.
6. Acabe com a miopia
O míope é o indivíduo que tem uma alteração na visão que só permite que ele enxergue com nitidez o que está próximo.
A miopia no tratamento de conteúdos, é quando só vemos o que está próximo, impedindo-nos ou dificultando a nossa visão do todo ou o que se chama de visão holística.
Olhar de longe no caso, é ver como um assunto relaciona-se com os demais, já que nada é como uma ilha. Quantos assuntos ou outros temas “orbitam” em torno de um único? Quais as relações entre eles? Quais as implicações, desdobramentos, consequências, causas e origens?
Enxergar o todo do qual faz parte algo, ajuda-nos a descobrir outras coisas sobre as quais falar.
Inclusive esse é um modo de imaginar posts pilares e satélites.
7. Esteja sempre preparado
Quantas vezes durante o banho ou já com a cabeça no travesseiro, na hora de dormir, alguma ideia, inspiração ou coisa nova veio à mente?
Não há momento para a criatividade! Ela pode aflorar quando menos se espera.
Quando isso acontecer, anote assim que possível. Use um pedaço de papel, o gravador de som do celular, ou o que tiver por perto.
Mantenha listas de ideias, use palavras-chave e frases que sintetizam algum conceito. Não confie na memória.
Afaste-se, deixe a miopia de lado e busque palavras-chave long tail ou de cauda longa.
8. Busque as conexões
Quantas vezes estamos pensando em algo e quando menos esperamos, já estamos pensando em outras coisas?
Mudanças nos assuntos centrais no fluxo de pensamentos que temos, ocorrem por situações, fatos, recordações, temas e mudanças ambientais que ocorrem e que trazem à tona outros pensamentos.
Essas situações, fatos, recordações, temas e perturbações, são as conexões entre um assunto e outro e que muitas vezes rendem outros conteúdos.
Conexões inclusive são fundamentais para relacionar assuntos, favorecendo o link building interno.
9. Mude o foco
Os primeiros blogs nasceram com outros compromissos. Eram apenas diários para a web.
Hoje, seu objetivo é trazer visitantes que consumam seus posts, retornem, compartilhem, curtam, comentem, comprem, os tais engajamento e conversão. Mas para isso, primeiramente precisam ser encontrados no universo da world wide web, o que passa pelo SEO.
Por isso, todo mundo escreve com foco em SEO!
Devo esquecer do SEO? Sim e não!
Muita gente escreve pensando em uma palavra-chave que precisa ser melhor trabalhada e o respectivo trabalho de SEO. É quando ocorre a já citada miopia.
Mas e se ao invés disso, você simplesmente começar a escrever algo de que gosta, que conhece e cuja inspiração aconteceu e somente depois buscar as conexões – também já citadas – e realizar os ajustes, buscar os porquês (da criança), é possível encontrar diferentes caminhos para um mesmo fim.
Inclusive partir de uma palavra, dependendo do tema, pode mais atrapalhar do que ajudar, quando o assunto é demasiado amplo. Nesses casos, dúvidas sobre abordagem, sobre o que tratar e o que deixar para outros artigos, é comum.
Parta do genérico para o específico e não o contrário.
Pense em como trocar o pneu, ou a durabilidade do pneu e não todos os assuntos relacionados a pneu, se a sua preocupação é SEO para o termo pneu!
10. Habitue-se a ler
Quem produz conteúdo, lê muito e por isso, muita gente vai achar que essa dica é desnecessária.
Mas leem muitas coisas relacionadas àquilo que escrevem, especialmente dos concorrentes. Há o lado positivo e o não tão positivo desse fato.
O bom, é que ler diferentes autores, independente do assunto abordado, coloca seu cérebro em contato com diferentes formas de expressão, afinal cada pessoa tem suas próprias formas e habilidades comunicativas. Não há problema algum em adotar peculiaridades de estilos que se mostrem boas. Pelo menos até você construir o seu próprio.
Já o não tão bom, é que somos inclinados a fazer igual ou parecido ao que todos fazem. É quando o paradigma da maioria nos influencia.
Experimente outras estradas, outros sabores, outros autores. Há muito talento, muita experiência e também criatividade além da sua área de atuação.
Se você tem conteúdo para um público notadamente masculino, experimente passear por quem produz para o feminino e veja e tente compreender as nuances, o vocabulário, as intenções.
A palavra de ordem aqui, é explorar!
11. Deixe a conclusão para o final
Pergunte a alguém sobre ser favorável ou contra qualquer coisa. O natural é algum posicionamento logo de início. Quando se questiona a razão daquela opinião, começam as justificativas. Ao avançar nos questionamentos, é que realmente as pessoas começam a pensar e buscar razões para dar sustentação no ponto de vista adotado.
Mais do que isso, se prosseguimos nas contestações, o que se vê é uma enérgica defesa do ponto de vista inicialmente adotado.
É natural e de certo modo compreensível. É um comportamento constatado especialmente nos ocidentais, de começar pela conclusão, quando deveria ser o contrário. Afinal concluir, é finalizar.
Experimente inverter o processo. Tente não se posicionar. Busque prós e contras e só depois, colocando-os nos dois pratos da balança, tente concluir.
Esse inclusive é um método que afasta o preconceito, que é fazer conceito de algo, sem que se conheça apropriadamente ou se tenha refletido de modo isento antes de tomar uma posição.
O preconceito além de ser alicerce para a intolerância, entre outras consequências ruins, é também um grande inimigo da criatividade.
12. Recorra a um dicionário
Você conhece o real significado (semântica), os mais diversos usos, a origem (etimologia) e os possíveis sinônimos de todas as palavras que você usa ao falar, ao escrever ou quando ouve ou lê?
Conhecimento do vernáculo é um terreno fértil para produção de conteúdos originais.
Leia nosso artigo sobre “o que é tecnologia” e veja como é possível explicar esse termo tão presente, de uma forma bastante diferente do que a maioria faz.
Ele tem justamente como origem, a etimologia do verbete.
Dicionários são ainda um importante recurso para buscarmos alternativas de palavras-chave que podem ser usadas nas pesquisas, contribuindo para bons posicionamentos para diferentes buscas orgânicas.
Por fim, eles contribuem para usar apropriadamente termos e terminologias na produção de contéudo.
13. Vá fazer outras coisas
Não consegue escrever? O texto não está saindo ou não está conforme havia idealizado?
Então vá fazer outras coisas!
Conhece a estória do termo eureka? Arquimedes na Grécia antiga descobriu a solução de um problema que estava lhe afligindo há um certo tempo, quando simplesmente entrou em uma banheira. Não vamos contar a história aqui, porque não é nosso propósito, mas se ficou curioso, basta ir ao Bing ou Google.
Concentração é bom. Mas também conduz a miopia, aos paradigmas, aos hábitos, ao foco e, portanto, a tudo o que você já está acostumado a fazer e que não está produzindo novos resultados.
O cérebro trabalha com estímulos que recebe e com o ambiente. Olhar por horas a fim para a tela do computador, não vai fazê-lo ter novas ideias. Lembre-se do ambiente de trabalho do Google, no qual coincidentemente ou não, tem surgido muitas das ideias que têm garantido à empresa o lugar que ocupa.
Ao fazer outras coisas, você aumenta as chances de encontrar novas conexões, de fugir dos hábitos, de receber outros estímulos, ler ou ouvir outros autores e, portanto, ter novas ideias.
14. Peça ajuda a leigos
O leigo é um pouco como a criança, na medida em que ele não tem padrões, paradigmas, preconceitos e respostas para um assunto. Ele é também um pouco como seu visitante, especialmente aquele que chegou ao seu post em busca de respostas que ele ainda não tem.
O que pode parecer óbvio para você ou não tão relevante, para o leigo no assunto, pode ser uma grande descoberta ou ter um valor incrível.
Pedir ajuda, é também aprendizado.
Escutar e observar os outros, é estar aberto a novas óticas de um mesmo tema.
15. Não descarte as “más ideias”
Toda ideia é uma ideia e merece ser trabalhada, mesmo que em outro momento.
Criar um bom conteúdo, pode ser apenas questão de adotar abordagens e enfoques apropriados, usar analogias e exemplos adequados, fazer as conexões certas com outros assuntos, adotar uma visão menos míope e mais holística, deixar o preconceito de lado, ou atender às necessidades e desejos daqueles que não sabem o mesmo que você sabe.
Alex Atala, o mais renomado e conceituado chef brasileiro, em seu canal no YouTube, entre outras coisas ensina a fazer ovo frito e são mais de 800 mil visualizações!
Uma má ideia, é uma ideia que você não deu a chance para ser desenvolvida!
Conclusão
Criatividade na produção de conteúdo, não é uma questão de inspiração. É processo que pode ser desenvolvido e aprimorado com o tempo e a partir de conceitos simples e práticos.