As gerações Baby Boomers, X, Y ou Millennials, Z e Alpha

Você não precisa saber o nome da geração a qual pertence para ter alguns conceitos e crenças, apresentar determinados comportamentos, ser afim com certos padrões, valorizar algumas coisas e menosprezar outras.

Tudo isso – e mais um pouco – é o que costuma-se designar para categorizar as gerações.

Não é raro ouvir dizer que a geração Y ou millennials, comporta-se de tal maneira, bem diferente do que faz a geração X.

Mas afinal, o que são essas gerações, quais as suas diferenças, suas nomenclaturas, suas características e que efeitos práticos a interpretação disso tudo pode produzir? A compreensão desses aspectos, é fundamental para suprir as necessidades e desejos do seu público!

Vamos ao que interessa?

O que são as gerações?

Grosso modo, as gerações são determinadas por períodos de tempo no qual um indivíduo nasceu e cresceu.

Até poucas décadas, era usual determinar um intervalo aproximado de 20 anos para separar cada geração da seguinte e que correspondia em média ao tempo necessário entre o nascimento de uma geração e o nascimento dos filhos dessa geração.

Disso vem outro possível entendimento, segundo o qual seus avós pertencem a uma geração, seus pais pertencem a outra geração e consequentemente, você faz parte de uma terceira e seus filhos, a uma quarta.

No entanto, em função da velocidade cada vez maior com que as mudanças vem ocorrendo, o intervalo de tempo que compreende cada geração, vem diminuindo e, portanto, não necessariamente a geração que sucede a anterior, é composta pelos filhos da anterior, como veremos em breve.

Para efeitos da classificação que estamos mais acostumados e que envolve a maior parte das pessoas, tudo começou com os baby boomers. Não que essa seja a geração primeira ou mais antiga. Mas é possivelmente a mais referida.

Há antes dos baby boomers, a chamada geração silenciosa e antes dela, a grandiosa, a interbellum e a perdida, respectivamente. Para mais além no passado, não é habitual designá-las.

Assim, por exemplo, costuma-se dizer na maioria das vezes e em especial para alguns casos, que a geração baby boomer corresponde aos nascidos entre 1946 e 1964, particularmente no Brasil.

Fica fácil compreender porque no caso dessa geração, visto que ela ficou caracterizada pelo período imediatamente após a Segunda Guerra Mundial, quando do retorno dos soldados, observou-se um grande aumento demográfico ou um “boom” no nascimento de bebês.

Os “filhos do pós-guerra”, nasceram em um ambiente de reconstrução do mundo, da preocupação com a paz, do restabelecimento da família, da estabilidade e da busca por um futuro promissor, ou seja, a antítese dos sentimentos e do cenário que o conflito mundial havia trazido.

Diferenças nos anos ou períodos das gerações

Seja qual o nome que se dê, mais do que um intervalo do tempo, é preciso compreender o que aconteceu em diversos âmbitos, como o social, o político, o econômico, tecnológico e o cultural, para citar apenas algumas esferas de influência.

Assim, a mesma geração baby boomer que tem seu fim estipulado no Brasil em 1964, em outras localidades e de acordo com fatores locais, pode ter outro ano como marco final.

Aqui é fácil compreender porque 1964 ajuda a marcar o surgimento de outra geração, já que a derrubada do governo de João Goulart pelos militares, deu início a um período com importantes consequências e desdobramentos na política, na economia, na sociedade, na cultura e nas artes, além de outras áreas.

A geração que nasceu e desenvolveu-se sob tal cenário, foi em maior ou menor grau influenciado por ele.

Mas há outros fatores e de abrangência mais global, que também constituem importante fator modificador, como a tecnologia.

Aliás, ela – a tecnologia – tem sido um aspecto decisivo tanto em termos comportamentais, como de caracterização. Como exemplo, costuma-se dizer que a geração Z é altamente engajada tecnologicamente e que essa mesma tecnologia e tudo o que vem como sua consequência, ajuda no entendimento das relações em muitas esferas dessa mesma geração.

É quase o mesmo dilema da própria tecnologia, segundo o qual as novas tecnologias surgem ou são criadas para atender as necessidades das pessoas ou as tecnologias favorecem o surgimento de novas necessidades nessas mesmas pessoas.

Como exemplo, os jovens valorizam o relacionamento virtual porque as redes sociais lhes deu essa nova oportunidade, ou as redes sociais ganharam destaque porque eles já ansiavam por novas formas de se relacionarem?

O que caracteriza cada geração?

O fato é que cada geração tem suas próprias características. Isso não é o mesmo que dizer que todos os indivíduos são iguais. Irmãos são muitas vezes bem diferentes entre si, por mais que existam fatores que deveriam determinar que fossem muito parecidos.

Mas as gerações carregam características comuns a maioria dos indivíduos. Exemplos não faltam para corroborar essa afirmação.

O movimento hippie, o slogan pacifista “make love, not war”, que em português significa "faça amor, não guerra", o amor livre e o surgimento da pílula anticoncepcional, as drogas, o Rock ‘n’ Roll e que marcaram a década de 60, correspondem exatamente o nascimento da geração X.

Nem todo mundo precisava ser hippie, ouvir Rock ou ser pacifista, mas boa parte dos que nasceram e cresceram em meio a esse ambiente, dele fizeram parte em diferentes graus.

Da mesma forma que nem toda criança que nasce hoje, é um típico nativo digital. Mas a maioria é.

De novo é importante lembrar que há fatores diversos que favorecem ou não esse comportamento. Naturalmente em um país rico, no qual o acesso à tecnologia é maior, a predominância de indivíduos característicos de uma geração, é maior do que em um país pobre e subdesenvolvido.

E se tudo o que vimos até aqui não fosse o bastante, há ainda os nascidos nos períodos que correspondem ao fim de uma e o começo de outra geração. Não é raro nesses casos observar um mix de características ou mesmo dubiedade na identificação dessas pessoas.

Novas gerações, especialmente as que nasceram e cresceram nos grandes centros urbanos, foram criadas longe dos pais e dos avós. São gerações que viram tanto pai, quanto mãe, ausentarem-se do ambiente familiar para trabalhar. Soma-se a isso a rotina das grandes cidades, que faz diminuir o tempo de convívio em família e que por essas razões, tiveram outra edução daquela que seus pais pertencentes à geração X, tiveram.

Natural portanto, que a relação dessas novas gerações com questões como hierarquia, autoridade, os processos e seus porquês, os protocolos e até noções mínimas de direitos e deveres, sejam diferentes.

Mas não são apenas as diferenças que vêm com o tempo ou com outras variáveis ambientais, como cultura, economia e política que ajudam a determinar as diferenças. Historicamente, todas as gerações costumam supor que a geração que os sucede, é pior. Que há decadência na geração seguinte.

Quem nunca ouviu de um pai ou mãe, avô ou avó: “Era muito melhor na minha época…”.

Esse rompimento com os valores que norteiam uma geração, por parte das novas, é uma constatação inequívoca.

Quais são as gerações?

É importante reiterar que os anos de abrangência de cada geração, podem variar de acordo com a fonte e os estudos.

Mais do que marcos cronológicos, o importante é compreender o panorama global e os fatos que contribuíram para moldar cada geração.

Também vale salientar que não nos ateremos nas gerações “Perdida” (1883 – 1900), “Interbellum” (1901 – 1913), “Grandiosa” (1914 – 1924) e “Silenciosa” (1925 – 1945), não porque não têm valor histórico ou interesse, senão porque para os propósitos dessa abordagem, têm menor relevância.

Observar um intervalo menor, mas suficientemente bom de tempo, permite-nos enxergar as diferenças e a relevância dos pontos característicos.

Geração Baby Boomer (1945 – 1964)

Como já dito, é a geração que nasceu no período pós Segunda Guerra Mundial.

O mundo observou um período de muitas transformações nos âmbitos sociais, econômicos, políticos, culturais e tecnológicos após o conflito mundial.

Essa geração tem como principais características a valorização da família, a busca pela paz, ter uma carreira e ganhar dinheiro, sendo que esse deveria vir pelo sucesso na carreira e não o dinheiro em si mesmo, o que para muitos era a busca pela realização pessoal.

Palavras como futuro (certeza e/ou segurança), estabilidade e previsibilidade, são geralmente a bússola que norteiam esses indivíduos.

No Brasil, a idade adulta dos baby boomers, coincidiu com o auge da ditadura, o que conferiu a geração brasileira, maior conservadorismo em relação a alguns aspectos, como o econômico e ao mesmo tempo, maior liberalismo e/ou expansão em relação a outros, como a cultura, tendo como exemplo, a Tropicália.

Compreendendo as pessoas entre 57 e 76 anos, conta com muitos dos aposentados, mas que também foi a geração que mais influenciou na Economia, sendo que muitos executivos e CEOs de grandes grupos empresariais tradicionais, são pertencentes a essa geração.

Geração X (1965 – 1980)

Em algumas classificações, essa geração compreende os nascidos a partir de 1961 e consequentemente, o período dos baby boomers – de quem são filhos – é um pouco mais curto.

Há quem diga que é a geração da televisão, pois foi durante esse período em que o aparelho teve o seu maior crescimento no mundo todo. O Marketing e a publicidade vieram de carona e souberam aproveitar-se dessa mídia.

Paralelamente a isso, viram o surgimento de várias outras tecnologias e muitos fenômenos de globalização, por esse motivo, são mais movidos pela novidade, pela busca do conhecimento, quebras de paradigmas e algum empreendedorismo.

A busca pelo sucesso financeiro (ambição), acima da realização profissional, é outra marca frequente dessa geração. Mas não se pode dizer que os “Xs” não sejam adeptos do trabalho. Ao contrário, determinação deles para repetir o sucesso dos pais, fez com que a busca por um diploma, pelo estudo e profissionalização, ganhasse mais importância em um mundo cada vez mais competitivo.

A postura conservadora dos seus pais, deu lugar a um comportamento progressista. O pragmatismo, a liberdade e individualidade vieram na esteira das mudanças.

Geração Y ou Millennials (1981 – 1996)

A geração Y, também comumente chamada de “millennials” por nascer às vésperas da virada do milênio, é fortemente caracterizada pelo amplo avanço da tecnologia e o futuro.

Viveram um ambiente de transformação digital intenso e grandes modificações nos processos.

É frequentemente das mais citadas, tanto pelo fato de que desenvolveu-se no momento em que as diferenças geracionais ganharam mais destaque, como também porque corresponde àquela tem uma grande quantidade de indivíduos em idade adulta e, portanto, constitui parcela economicamente ativa da população e com bom poder de compra.

Também corresponde aos que nasceram e cresceram em um ambiente de intensa transformação digital. Seus pais viram nascer a Internet e os primeiros sites, o celular, o e-mail, mas foram eles os que usufruíram e consolidaram esses e outros adventos.

Se o X ainda valoriza a ida a loja provar a roupa ou o sapato que vai comprar, o Y não vê objeções antes de fazer sua escolha em qualquer site de e-commerce que um amigo compartilhou em uma das redes sociais mais usadas.

Essa é outra marca do millennial, que não se importa de relacionar-se virtualmente, contrariamente aos seus pais, para os quais uma relação real e presencial, é essencial.

Se para muitos os “Ys” são a nova geração perdida, por não estar muito comprometida com trabalho, responsabilidade e pouco afeita aos principais valores da X, há outras características indiscutíveis, como criatividade, valorização da responsabilidade social, facilidade de romper com paradigmas e de aprendizado, capacidade para multitarefa e consolidaram o empreendedorismo, especialmente o digital.

Criaram muitos sites e serviços na Internet, estiveram envolvidos na criação de muitas empresas que participaram no desenvolvimento de muito do que temos por aí hoje em dia, seja como programadores, web designers, ou jovens donos de empresas .com.

A própria HostMídia e o grupo do qual ela faz parte, é o exemplo de um obstinado millennial.

Geração Z (1997 – 2010)

Chamados por alguns de centennials ou centenários, por nasceram no período de início dos cem anos que compreendem um século, a geração Z é também aquela em que crianças dessa geração cresceram em um ambiente já extremamente digitalizado.

Para eles a Internet é o mundo, literalmente. Relacionam-se, aprendem, descobrem-se, divertem-se e tornam-se 100% dependentes da tecnologia para tudo.

É a geração que desenvolveu a nomofobia e a dependência digital.

Ter amigos que moram em outra cidade, outro país e nunca terem se visto pessoalmente, não é um problema, desde que seus interesses e desejos sejam os mesmos.

Em relação à carreira, essa geração não cultiva a ideia de exercer uma mesma função para o resto da vida e por isso é mais fácil adaptarem-se à mudanças e seguirem tendências. A constante mudança, faz parte de sua essência e de sua visão de mundo.

Possivelmente os “Zs” são os que apresentam o maior distanciamento em relação aos pais, pois valorizam a privacidade e o isolamento. Dão ainda mais valor ao relacionamento dentro da própria geração, mas também estão abertos aos influenciadores digitais.

Em função disso, aos pais que “inauguraram” os tempos das relações virtuais, veio como consequência o exercício do controle parental para mantê-los distantes das ameaças do mundo digital.

Os centennials também favoreceram o desenvolvimento de uma comunicação mais orientadas ao visual. Um típico Z, é avesso à leitura. Se o conteúdo de um site qualquer não for suficientemente interessante, em segundos ele parte para outro. Se não houver imagens, vídeos, áudio, são muito reduzidas as chances de atraí-lo e de conquistar sua atenção.

Gostam de aprender por conta própria, são criativos, inovadores e consumidores vorazes de informação de qualquer tipo, desde que lhes agrade.

Os centenários enxergam as marcas de uma forma mais ampla e conceitual. Valorizam as marcas que de alguma forma se encaixam com seus valores e aquelas que conseguem fazê-lo, têm sua fidelidade.

O mundo analógico para eles, é passado. Na verdade, pode-se dizer que as telas são extensões deles próprios, tal qual um braço ou uma mão. Se os millennials já eram capazes de lidar com 3 ou 4 tarefas simultaneamente, os centennials fazem o mesmo em 4 ou 5 telas.

Para eles, estar constantemente conectado é uma necessidade tão vital como dormir ou comer.

Quem já viu um centenário mexendo no seu smartphone e não conseguiu compreender como ele alterna entre apps, rola por telas, “conversa” com várias pessoas, verifica tantas redes sociais, em tão pouco tempo, é porque certamente é de outra geração mais antiga. Para eles, é tão simples e natural como respirar.

Eles estão acostumados com os conceitos de mobilidade, instantaneidade, simultaneidade e velocidade – qualquer coisa em qualquer lugar, agora mesmo, tudo junto e em um piscar de olhos!

Geração Alfa (2010 – presente)

Se a geração Z já pode ser um imenso desafio aos de gerações mais antigas, os verdadeiros nativos digitais, pois nasceram em que tudo pode acontecer online, a geração alfa ou alpha pode ser um verdadeiro enigma existencial.

A vida digital para eles, é a própria vida. Não há separação.

São os bebês que em vez de distraírem-se com os brinquedos pedagógicos e físicos, quase são hipnotizados pelo smartphone, algumas vezes antes mesmo de falarem o nome da mãe ou do pai. O bichinho de pelúcia no berço, deu lugar a um smartphone aposentado pela mãe.

Aliás, as imagens infantis do passado, deram lugar aos ícones, ao robozinho verde do Android, ou a maçãzinha mordida da Apple.

A realidade é que muitos alfas são filhos únicos, muitas vezes de pais e mães mais velhos comparativamente a outras gerações, porque esperaram por um momento da carreira que lhes permitisse dividir seu tempo e suas vidas com um filho.

Há um bom contingente de alfas que diferente de outras gerações, não são filhos da geração anterior, mas de duas gerações passadas. No caso, os millennials ou geração Y.

Isso somado ao fato do momento histórico, do domínio e velocidade que a tecnologia tem na vida quotidiana, está produzindo uma geração cujas características ainda não temos como antever com exatidão e amplitude.

Mas é certo que as crianças são mais independentes, mais curiosas, ágeis, observadoras, ao mesmo tempo que são mais impacientes e menos concentradas.

A quantidade de estímulos aos quais uma criança alpha é exposta e aos quais é capaz de reagir, faz supor que será uma geração de intelecto privilegiado em relação às anteriores.

Se para um Z um smartphone é um objeto que facilita o acesso a outras questões da vida, para uma criança alpha ele pode ser parte da vida tal qual uma árvore, ou um cachorro.

Observa-se também que é a geração menos apegada a estereótipos e preconceitos, pois a Internet possibilitou a elas o acesso a todo tipo de ideia e conceito sobre tudo, sobre todos. Basta uma pesquisa no Google ou no Bing e qualquer pergunta é respondida.

Conclusão

Compreender as diferenças e os pontos que caracterizam as diferentes gerações, é um exercício de compreensão do momento histórico e dos muitos fatores envolvidos, para que seja possível entender comportamentos, necessidades e expectativas que cada público apresenta.

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