A importância do banco de dados na criação de sites dinâmicos
Quando se olha para a Internet como ela é hoje e em especial aqueles que não a usam há mais do que 5 ou no máximo 10 anos, não é possível compreender tudo que há nos bastidores e que permitiu que chegássemos onde estamos.
A parte mais aparente disso tudo e que é representada pelos sites, para a maioria não vai além de novidades meramente estéticas ou quem sabe caracterizada pelo surgimento de serviços antes inéditos, mas que não significam grandes mudanças – ou mesmo pequenas – quanto a tudo que é necessário para que a “mágica aconteça”.
Mas entre tudo que envolve a construção de um site, que possibilite aos visitantes desfrutarem do que ele oferece, há um ponto que merece atenção e que são os bancos de dados. Se você quer entender a sua importância, é preciso voltarmos um pouquinho no tempo.
Os primeiros sites
Quem já está nisso há pouco mais de duas décadas, viu o surgimento dos primeiros sites.
Eles são a representação mais fiel do que podemos chamar de sites estáticos. Além de visualmente bem diferentes de quase tudo que temos hoje, da mesma forma como os sites estáticos atuais, eles nada ou pouquíssimo mudavam com o tempo.
No começo, a web estava direcionada para compartilhar artigos acadêmicos e foi somente a partir do momento em que empresas começaram a ingressar na Internet, criando e publicando seus sites e que se enxergou motivações comerciais, que novas necessidades foram identificadas.
Mais do que simples “panfletos digitais”, passou a ser desejável e até mesmo necessário, criar e manter sites que fornecessem alguma interatividade e cujo conteúdo fosse mais amplo e dinâmico. Há quem chame essa fase do desenvolvimento de sites, de web 2.0.
Há também os que veem essa denominação – Web 2.0 – como mero Marketing. Não vamos entrar no mérito e na polêmica associada a isso.
A verdade, é que esse momento e que ocorreu por volta do ano 2000, representa o grande aumento dos sites chamados dinâmicos, dos sites de serviços, do uso maciço das linguagens de programação, dos novos serviços de hospedagem como plataformas de serviços e da adoção dos bancos de dados como condição necessária para os vários tipos de site que passaram a povoar a Internet.
Já não bastava e não satisfazia ao crescente contingente de internautas que consumia conteúdo em doses cada vez maiores, os sites de alguns poucos anos antes.
Os sites estáticos e quase imutáveis, ou mesmo os que forneciam novos conteúdos regularmente, precisavam de recursos que facilitassem de um lado a navegabilidade, a interação, a utilidade e a facilidade aos visitantes e do outro lado, a facilidade de administração e crescimento aos seus mantenedores.
Diferenças entre sites estáticos e dinâmicos
Como adiantamos e pode estar evidente a alguns, os sites estáticos, além de terem o conteúdo fixo e pré-determinado, são renderizados exclusivamente no navegador.
O servidor web de um site estático, só tem o papel de guardar o conteúdo que é fornecido ao visitante, quando ele digita uma URL ou clica em um link.
A sua alteração – de conteúdo ou de forma – requer que um programador ou web designer realize as modificações manualmente, sempre que necessário, por vezes não apenas acrescentando ou alterando conteúdo previamente existente, mas também o código do site que pode conter programação ou mesmo apenas HTML e CSS.
Já um site dinâmico, basicamente caracteriza-se pela forma como o conteúdo é gerado e entregue ao internauta. Embora também exija que novos conteúdos sejam incluídos manualmente – nem sempre –, a exibição do conteúdo necessariamente passa por execução de scripts em linguagens de programação (PHP, Ruby, Java, Phyton, ASP, etc) executadas no servidor, interagindo e usando um banco de dados, onde o conteúdo é guardado, para produzir o resultado que será visualizado no navegador do usuário.
Mas se há sites dinâmicos que da mesma forma que os estáticos, requerem que qualquer novo conteúdo seja produzido por alguém, há os que são gerados pelos visitantes e que tem nas redes sociais, um dos mais evidentes exemplos desse tipo de site.
Cada postagem que o usuário faz, alimenta um banco de dados e que por meio de programação, produz resultados dinamicamente e constantemente variáveis a cada interação existente.
Seja nos casos em que o dono do site seja o encarregado de alimentá-lo com novo conteúdo, seja nos casos em que o visitante é o criador do conteúdo, o conjunto de informações que é exibido, precisa de um banco de dados para ser armazenado.
Há muitos padrões de projetos de software ou arquiteturas que podem ser utilizados, mas independente das particularidades que cada padrão tenha – e que não é nosso propósito discutir – o papel do banco de dados é garantir que a informação que é exibida no site, esteja íntegra e disponível para acesso e exibição, seja qual for a forma escolhida e tecnologias empregadas.
Portanto, sites dinâmicos baseiam-se em bancos de dados e uma programação executada no servidor em que o site é hospedado, para entregar o conteúdo que é visualizado.
Vantagens de sites estáticos e dinâmicos
Embora pareça em um primeiro momento e especialmente para os leigos que os sites dinâmicos são absolutamente melhores que os estáticos, há vantagens e situações em que se deva optar por um ou o outro tipo.
Vantagens de sites estáticos
Vale ressaltar que o conjunto de razões a seguir para decidir por um site estático, não é absoluto. Podem haver particularidades aplicáveis a determinados casos, significando que mesmo que diante das vantagens a seguir, pode ser recomendável optar por um site dinâmico:
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Custo – geralmente sites estáticos são mais simples e consequentemente requerem menores investimentos para criação, manutenção e até mesmo exigem planos de hospedagem mais baratos;
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Tempo – o tempo de criação costuma ser menor, como também nos casos de raras ou nenhuma alternação;
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Manutenção – por essência e por geralmente estar associado a pequenas e micro empresas cujas informações associadas pouco ou nada mudam com o decorrer do tempo, costumam exigir pouquíssima manutenção;
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Desempenho – são em sua maioria desenvolvidos em HTML, CSS e eventualmente algum javascript, requerendo pouco do servidor em que são hospedados, carregando mais rapidamente;
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Disponibilidade – por não dependerem do servidor em que estão hospedados para exibição, desde que a codificação associada esteja correta, não ocorrem erros de servidor e dos serviços necessários e por isso costumam ter maior disponibilidade em relação aos sites dinâmicos que dependem de serviços da hospedagem.
Vantagens de sites dinâmicos
Da mesma forma que a avaliação relativa aos sites estáticos não é absoluta, aqui a ressalva também é aplicável. Embora em muitos casos a definição é bastante óbvia, há casos em que a avaliação criteriosa entre um tipo e outro, é procedente:
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Custo – o investimento inicial costuma ser maior, porém comparado com sites estáticos que exigem muitas atualizações ao longo do tempo, o custo passa a ser mais vantajoso, visto que exceto nos casos em que é necessária a atualização da plataforma, uma vez implantado o sistema administrativo, as inclusões dispensam um profissional de desenvolvimento. Além disso, há muitos CMSs (Content Management System) open source e gratuitos que podem ser usados para uma grande variedade de sites;
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Tempo – se é feita a opção pelo uso de um CMS, o tempo de desenvolvimento, bem como de inclusão de conteúdo, costuma ser bastante reduzido;
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Manutenção – bons CMSs e respectivamente bons plugins, são atualizados constantemente, tornando o ambiente mais estável, seguro e consequentemente menos suscetível a manutenção. O gerenciamento de conteúdo de um site baseado em um bom sistema administrativo ou CMS, também requer menos trabalho;]
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Flexibilidade – sites dinâmicos desevolvidos a partir de CMSs populares, costumam oferecer um leque de personalização bastante grande, bem como são ajustáveis para assumir a condição de diferentes tipos de site (blog, site institucional, site de conteúdo, etc), pela simples instalação de plugins.
Sistemas de gerenciamento de conteúdo (CMS)
Os já mencionados CMSs, nada mais são do que sistemas de gerenciamento de conteúdo e que por sua vez são a evolução das primeiras interfaces administrativas por meio das quais o responsável de um site incluía um novo post em seu blog ou editava as informações de uma página qualquer do site da empresa.
A principal característica deles em relação aos painéis de administração criados por desenvolvedores web e agências de criação, é a modularidade que permite acrescentar funcionalidades e ampliar as possibilidades de administração, pela adição de plugins e que nada mais são do que trechos adicionais de programação.
Da mesma forma que os plugins modificam o ambiente administrativo e os recursos e até o tipo de site, há os temas que são responsáveis pela aparência.
Tudo isso – plugins, temas e o próprio CMS – só é possível, graças aos bancos de dados, que além de armazenar o conteúdo do site propriamente dito, também armazenam dados que são usados pelos plugins, temas e pela própria aplicação para funcionar.
Assim, os bancos de dados e naturalmente a programação responsável por ler, manipular e apresentar tais dados, possibilitaram o desenvolvimento de uma gama imensa de possibilidades para um site.
Desde o surgimento de plataformas como o WordPress, por exemplo, e que é a mais usada no mundo atualmente, a criação de um site dinâmico, a sua manutenção e mesmo a implantação de mudanças bastante grandes na forma como ele se apresenta aos internautas, não requer mais um profissional ou empresa que fique responsável pela programação e pelo banco de dados.
Criar acesso a diferentes usuários e seus respectivos privilégios, mudar toda a aparência do site, criar novos conteúdos, incluir ou suprimir recursos, pode levar apenas alguns minutos e está ao alcance de um administrador com alguma disposição e tempo para manipular um aplicativo web que não é mais complexo que um editor de textos ou um software de apresentação.
Complementarmente, as empresas de hospedagem oferecem planos de hospedagem que permitem ter um blog, um site institucional, um fórum e uma loja virtual, com vários domínios ou subdomínios para cada tipo de site criado, o espaço necessário para acomodar tudo isso, memória e processamento para o desempenho desejado e ainda uma variedade de CMSs open source e gratuitos.
Não há mais desculpas para não ter uma presença digital completa!
Conclusão
Os bancos de dados, entre outras tecnologias, possibilitaram o surgimento e ampliação de uma variedade de sites dinâmicos com os mais diferentes fins e propósitos, bem como uma série de vantagens na sua manutenção.