Os fatores emocionais / psicológicos e o desempenho profissional

As empresas preocupam-se com uma série cada vez maior de fatores que têm influência no desempenho profissional, mas quase nenhuma ainda dedica atenção a um fator também decisivo – o de cunho emocional / psicológico.

O quanto os aspectos de origem emocional ou psicológica podem influenciar – positiva e negativamente – o desempenho, bem como o que está ao alcance das empresas fazer a esse respeito, é o que veremos no post de hoje.

A relação dos fatores emocionais ou psicológicos e do ambiente de trabalho

Compreender como um fator emocional pode ou não afetar a saúde mental dos trabalhadores e a sua consequente performance / desempenho profissional, é crucial para os objetivos das empresas.

Os transtornos de humor podem representar um grande motivo de absentismo ou refletir na produtividade, no turnover, nas relações com os pares, subordinados e gestores. Ou seja, as emoções têm um papel fundamental nas relações interpessoais em diferentes contextos, seja o familiar, seja nas demais esferas sociais, seja no trabalho.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, bem como de vários estudos a respeito do tema, o local de trabalho constitui uma das mais decisivas esferas da qual os indivíduos fazem parte e, portanto, é também onde se deve abordar os problemas e a promoção da saúde mental e o bem-estar de forma geral.

Não é por outra razão, que mesmo que ainda timidamente, algumas empresas têm dedicado atenção e esforços na promoção da campanha de janeiro branco, a qual tem como por propósito dedicar o mês de janeiro aos cuidados da mente, como premissa de que a saúde mental é condição básica para o bem-estar nas mais diversas esferas, incluindo a profissional.

Essa é uma preocupação que vem sendo progressivamente apontada como inevitável no contexto de mercados cada vez mais globalizados e de crescente competitividade, nos quais somente os mais saudáveis, qualificados e motivados, conseguem desempenhar de acordo com exigências e expectativas cada vez maiores.

Mais ainda. É preciso lembrar que boa parte do tempo diário de cada colaborador, é gasto na empresa, o que significa que o que ele vive nesse período, tem peso importante em seus estados psicológicos.

Situações como nível e forma das cobranças por resultados, como é o clima organizacional, sua relação com seu gestor imediato, assim como ele exerce sua liderança, ou a qualidade de vida no trabalho, acabam influenciando ou até mesmo sendo decisivos nos seus estados de humor.

O papel dos fatores emocionais no desempenho profissional

Os fatores emocionais impactam o desempenho profissional de diversas maneiras, tanto positiva quanto negativamente, razão pela qual as empresas precisam começar a dedicar atenção e esforços.

Influência negativa no desempenho

A seguir listamos algumas das consequências negativas – não as únicas – na performance profissional:

  • Estresse – os níveis elevados e estresse e de ansiedade, frequentemente afetam a concentração, a memória, a criatividade e a capacidade de tomar decisões, bem como também interferem nas relações interpessoais, o que por sua vez influência no trabalho em equipe. Isso pode ter com desdobramentos, os erros e o retrabalho e baixa produtividade;

  • Motivação – na verdade a falta de motivação profissional, que normalmente vem acompanhada de emoções como apatia, desânimo e falta de propósito. O desempenho abaixo da média ou do possível, o não atingimento de metas, o elevado nível de absenteísmo e a rotatividade de funcionários, são as consequências desse aspecto;

  • Relacionamentos – as relações no âmbito profissional são também afetadas, como resultado de dificuldades interpessoais, problemas e falhas de comunicação, conflitos e afetar o clima organizacional, quando é uma situação generalizada ou que ocorre em determinados índices. Isso frequentemente se traduz em um ambiente de trabalho hostil e improdutivo;

  • Saúde mental – transtornos como depressão, ansiedade e síndrome de burnout, além de se tornarem mais comuns, estão entre os que impactam mais severamente a performance dos colaboradores. Além dos sintomas já mencionados, esses transtornos podem levar à fadiga, exaustão e até mesmo incapacidade de trabalhar, que no extremo leva ao afastamento do colaborador.

Influência positiva no desempenho

Como havíamos antecipado, há também influências positivas, quando o estado psicológico dos colaboradores também é positivo:

  • Bom humor – os estados de bom humor geralmente estão associados a emoções como alegria, empolgação e satisfação, resultando em maiores níveis de motivação, produtividade, criatividade e na capacidade de resolução de problemas;

  • Inteligência emocional – estados emocionais positivos favorecem a inteligência emocional e por consequência a capacidade de identificar, compreender e gerenciar as próprias emoções, além de reconhecer e responder adequadamente às emoções dos outros. Isso pode levar a uma melhor comunicação, colaboração e diminuição da ocorrência de conflitos;

  • Resiliência – a capacidade de lidar com o estresse e os desafios de forma eficaz, é essencial para o sucesso profissional. Pessoas resilientes são capazes de se adaptar às mudanças, superar mais facilmente os obstáculos e gerenciar melhor as crises.

O papel das empresas nos fatores emocionais / psicológicos

Já há empresas que compreendem que podem – e até devem – desempenhar um papel bastante relevante na promoção de estados emocionais / psicológicos favoráveis do seu capital humano e, consequentemente, melhorar o os resultados de modo geral.

Algumas medidas que podem ser tomadas nesse sentido, são:

  • Ambiente de trabalho – zelar e instituir mecanismos para um ambiente de trabalho positivo, produz como consequência o respeito, a confiança, comunicação eficaz e melhores resultados do trabalho em equipe;

  • Lideranças – o papel e a forma como atuam os gestores, também é primordial. O exercício eficaz e completo da liderança, é ingrediente indispensável para obter bons resultados;

  • Políticas – as diversas políticas da empresa, como a de cargos e salários, de benefícios, ou até as mais específicas, como as premiações ou a política de Marketing de Incentivo, funcionam como um catalisador de estados emocionais positivos;

  • Programas – podem haver ações mais dirigidas, especialmente quando há condições, como por exemplo, psicólogos, instituindo programas de apoio à saúde mental, como aconselhamento, terapia e workshops sobre gerenciamento de estresse;

  • Qualidade de vida – a promoção da qualidade de vida, tanto profissional como pessoal, é também um meio de impactar positivamente as pessoas. Incentivar seus funcionários a ter um equilíbrio entre vida profissional e pessoal, oferecendo horários flexíveis, home office, semanas de 4 dias e benefícios que apoiam o bem-estar dos funcionários;

  • Cliente interno – importar-se e cuidar do cliente interno e que passa por vários aspectos, como capacitá-los e treiná-los constantemente, investir na gestão de talentos, ou ainda promover a inclusão e a diversidade.

Conclusão

A saúde mental é tão importante quanto a saúde física para o sucesso e desempenho profissional, razão suficiente para que as empresas cuidem desse aspecto.

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