Motivação - a mola que impulsiona o mundo

Empresas são orientadas a resultados. E resultados passam necessariamente por pessoas.

Esses resultados que as pessoas produzem, dependem de uma lista que invariavelmente é bastante extensa de fatores. Entre todos eles, um tem relevância inquestionável, embora muitas empresas não o tratem com a importância devida – a motivação!

O que é e por que a motivação é a grande mola que impulsiona as realizações, é o que vamos tratar aqui. Por isso, se você quer começar a ter resultados efetivamente consistentes, esse artigo é para você.

O que é motivação?

Muita gente sabe – ou pensa que sabe – o que é motivação. Na prática percebe-se que poucos realmente compreendem não apenas o que é, mas acima de tudo, tudo que envolve a questão.

Em termos de definição, é das mais simples e a própria palavra, é autoexplicativa.

É resultado da fusão de MOTIVO e AÇÃO. Ou seja, é ter um motivo ou razão para agir.

Em termos comportamentais dentro de uma organização, entender que as pessoas precisam de motivos para fazerem as coisas e como esses motivos podem ou não existir, é crucial. É disso que vamos tratar e que coloca esse fator como tão importante perante os demais.

Por que motivação é importante?

É comum obter de um grande número de gestores, uma lista extensa de fatores que são determinantes para obtenção de resultados por parte de seus colaboradores.

Aspectos como treinamento, qualificação, formação, experiência, informação, comunicação, comprometimento, fazem parte das respostas da grande maioria. Eventualmente e até com alguma frequência, a motivação também é mencionada.

Não estão errados em afirmar que tudo isso – e mais algumas coisas – são importantes.

O que alguns não enxergam, é porque mesmo quando contam com equipes que recebem frequentes treinamentos, têm formação condizente e necessárias às atribuições do cargo, acumulam boa experiência no segmento de atuação, recebem informações amplas e irrestritas sobre empresa, produto, mercado, ainda assim não apresentam os resultados esperados.

Mais do que isso, não observam por exemplo, comprometimento e envolvimento nas ações quotidianas, mesmo de pessoas que demonstram ser bastante responsáveis.

E é aqui que nos aproximamos do cerne da questão.

Gestores podem até ter de seus colaboradores as ações mínimas e necessárias cumpridas, sugerindo algum envolvimento e comprometimento. Mas se não houver motivação, o algo a mais sempre faltará.

As pessoas se superam, surpreendem, vão além e dedicam-se verdadeiramente, quando elas têm MOTIVOS para fazê-lo. E quanto mais MOTIVOS elas têm, mas elas entregam de si mesmas, sem cobranças, sem pressão externa, sem exigências.

Fazem tudo espontaneamente!

Pessoas verdadeiramente motivadas, fazem porque têm MOTIVOS que atendem o que querem, o que precisam e o que esperam das coisas, das outras pessoas, das situações que vivem.

Ou seja, motivação tem a ver com o cumprimento e o atendimento das necessidades fundamentais do ser humano.

São as necessidades de realização pessoal e profissional, de estima (respeito, auto-estima, confiança, etc), necessidades sociais (amor e relacionamento), de segurança (família, própria, emprego, etc) e até mesmo as necessidades fisiológicas (comer, dormir, etc).

A esse conjunto de necessidades que todo ser humano visa atender, chama-se Pirâmide de Maslow.

Pirâmide de Maslow

Quanto mais MOTIVOS, ou visto de outra forma, mais necessidades são atendidas por uma situação, mais motivadas as pessoas conseguem ser.

A motivação consegue suplantar aspectos como treinamento, qualificação, experiência, fazendo com que alguém alcance metas e resultados que outros que teoricamente reúnem condições melhores para fazê-lo, não conseguem, como é o caso de Nadir Dendoune, que foi o primeiro francês, argelino e australiano (tem tripla nacionalidade) a escalar o Everest.

Muitas – não tantas – pessoas atingiram o cume do Everest, mas Dendoune não era um montanhista. Nunca havia escalado uma montanha antes e conseguiu o feito que muitos experientes morreram tentando sem conseguir.

Não que os alpinistas profissionais que tentaram e fracassaram, não tivessem a motivação necessária para o desafio, mas Dendoune conseguiu ir além das expectativas mais otimistas e superar até mesmo aqueles que teoricamente tinham mais chances, graças à motivação.

Motivação é ambiental

Pessoas geralmente não são simplesmente motivadas ou desmotivadas por natureza. Em outras palavras, ninguém é sempre motivado ou sempre desmotivado, porque é da sua característica pessoal ser assim.

As pessoas têm diferentes graus de motivação – ou de desmotivação – de acordo com o ambiente em que elas vivem.

Quando falamos de ambiente, referimo-nos aos círculos sociais em que os indivíduos estão inseridos: o profissional, o familiar, a vizinhança, dos amigos, todos os possíveis.

Quanto mais um ou mais círculos conseguem suprir um maior número de necessidades, maior tende a ser a motivação.

Na contramão disso, se uma pessoa está inserida em vários círculos sociais ou ambientes nos quais ela não encontra MOTIVOS para agir, para ter sucesso, obter reconhecimento e alcançar realização, ela corre o sério risco de ser influenciada negativamente e apresentar-se desmotivada.

Outra implicação direta, é que tanto as necessidades, como os ambientes, não são ilhas. Ao contrário, muitas vezes são interdependentes.

Para quantas pessoas a realização profissional está intimamente ligada ao provimento das necessidades e desejos familiares? Se por alguma razão o aparente sucesso profissional não traz consequências e desdobramentos positivos no ambiente familiar, o primeiro será negativamente influenciado.

Quantas pessoas não abandonam carreiras promissoras e estáveis, com excelentes remunerações, em troca de qualidade de vida, realização de sonhos, tempo com a família, entre outras realizações?

A prática nos dá muitos exemplos concretos de situações do tipo. Por isso, é preciso equilíbrio em todas essas esferas ambientais.

Como manter equipes motivadas?

Uma rápida pesquisa na Internet, vai retornar toneladas de materiais sobre motivação. De livros a palestras, passando por profissionais, políticas e uma série de “fórmulas” para produzir equipes de trabalho motivadas.

Mas motivação não é algo que se obtém aplicando-se receitas de bolo. Não há uma fórmula única.

A natureza humana é tão variável quanto os grãos de areia que são encontrados em uma praia.

Dito isso, muitos hão de pensar que é utópico instituir políticas motivacionais.

Mas não é. É preciso sensibilidade. É preciso querer.

O primeiro passo é saber o que motiva as pessoas. É conhecer sua equipe.

O segundo passo nessa jornada, é compreender que esse é um trabalho permanente. Não se consegue com uma simples palestra motivacional, manter permanentemente uma equipe motivada. Uma palestra é uma entre um conjunto amplo e contínuo de ações.

O terceiro, é a prática em si e que deve ser resultado de uma política da empresa, da mesma forma que outras existentes.

Eis alguns princípios que devem nortear essa política:

  • Da mesma forma que o cliente externo tem necessidades, desejos e expectativas, que são atendidos pelos produtos e/ou serviços da empresa, o cliente interno também os tem. Conhecer tão bem quanto possível o que sua equipe precisa, quer e espera da empresa em que trabalha, é fundamental;

  • Entenda que não é um trabalho estanque e estático. A política deve ser capaz de mudar, de evoluir com o tempo e com as mudanças de paradigmas das pessoas, com novas necessidades que eventualmente surjam, de novos desafios e do dinamismo que a própria vida tem;

  • Promover a comunicação empresarial eficaz é um requisito fundamental para que tanto os objetivos externos, como também os externos sejam atingidos;

  • Criar e instituir políticas de cargos e salários, claras e profundamente conhecidas por todos os colaboradores, são parte fundamental do atingimento das necessidades de realização pessoal, estima e segurança;

  • Implementar planos de Marketing de Incentivo, é outro ponto que favorece a motivação;

  • Estabelecer metas para diferentes áreas da empresa. Elas devem ser claras, conhecidas, atingíveis e justas;

  • Capacite e qualifique permanentemente todos. Não apenas os colaboradores, mas também os gestores. Todos devem evoluir conjuntamente;

  • Promova a empatia. As pessoas não precisam ser – e não são – todas iguais umas às outras. Mas elas devem respeitar e compreender as diferenças, em todos os níveis (gestores, colaboradores e pares);

  • Premie e reconheça os esforços. É importante compreender que o reconhecimento não é apenas monetário. Prêmios em dinheiro são bons, mas um sincero “parabéns” e elogios aos resultados, podem ser muito gratificantes para quem os recebe. O reconhecimento pode – e deve – vir de muitas formas;

  • Crie um ambiente e uma administração democrática. Conseguir fazer com que as pessoas que participam do trabalho e que são responsáveis por produzir os resultados, sejam parte do que se propõe e se persegue, é uma ótima forma de conseguir comprometimento. Ninguém deliberadamente sabota suas próprias ideias;

  • Observe talentos e aptidões. Pessoas com habilidades naturais para determinadas funções, tendem a sentirem-se mais confortáveis em tarefas que para elas são mais simples e consequentemente tendem a produzir melhores resultados;

  • Valorize o ser humano. Não apenas o capital humano que compõe a empresa, mas a sociedade como um todo. Empresas com responsabilidade social e éticas, são também respeitadas por todos que nela trabalham.

Conclusão

A motivação não é algo que existe no indivíduo como característica permanente e inerente a cada pessoa. Ela pode ser promovida de acordo com o ambiente e as situações dele decorrentes. Criar políticas motivacionais, é possível e necessário para se conseguir resultados melhores, mais consistentes e duradouros.

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