Importância da navegabilidade, usabilidade e acessibilidade do site e 8 dicas de melhorias

O que acontece quando você visita um site pela primeira vez e as ações executadas nele produzem resultados indesejados, tem dificuldade para encontrar o que busca e/ou tocar / clicar nos links, menus e botões, ou ainda o texto é de difícil leitura?

Provavelmente você volta para a página de resultados da busca no Google. Ou no mínimo começa a perder a paciência e ficar irritado, não é?

Alguns – ou muitos – dos seus visitantes podem ter o mesmo tipo de experiência no seu site? Como está a navegabilidade, usabilidade e acessibilidade do site? Quer saber como melhorar esses aspectos para não perder visitantes ou tornar sua experiência no site negativa?

O que navegabilidade, usabilidade e acessibilidade do site?

Pode parecer que são a mesma coisa, mas há sutis e importantes diferenças entre navegabilidade, usabilidade e acessibilidade.

Compreender as diferenças, bem como preocupar-se e trabalhar os conceitos associados, é fundamental para nossas pretensões.

O problema muitas vezes começa porque a empresa, a pessoa, ou quem se vê como dono do site, prioriza as coisas de forma errada, toma decisões com base nas suas convicções e paradigmas de como devem ser as coisas, desconhecem aspectos como UX Design e hierarquia visual, preocupam-se demais com aparência e forma e esquecem-se que conhecem muito bem seu site porque o viram “nascer” e desenvolver-se, mas para o visitante que vem pela primeira vez, ele é algo novo e desconhecido.

Um site bonito, elegante e com um layout diferenciado, pode ter um impacto inicial agradável e positivo, mas se não contemplar a navegabilidade, usabilidade e acessibilidade, todo o benefício inicial pode se perder.

O que é navegabilidade?

Navegabilidade é um aspecto relacionado ao quão fácil – ou difícil – é ir de uma página para outra. Está relacionado a encontrar o que se busca e as etapas ou passos necessários para chegar onde se quer.

Por exemplo, imagine que você quer comprar uma faca para filetar.

Na home page do site, você localiza no menu o item “cozinha”. Na página em que há teoricamente tudo sobre cozinha, muitos diferentes produtos são exibidos e então você localiza no menu dessa página e que deve conter tudo o que há em uma cozinha, “utensílios de cozinha”. Novo clique, novos e muitos produtos e nenhuma faca de filetar. Na parte inferior da página, links para mais 9 páginas de resultados. Eis que você identifica em um novo menu, a opção “facas”. Achei!

Só que não. Há dezenas de facas de todos os tipos, das mais diversas marcas, em kits ou individuais. Opa, achei a opção “faca para filetar” em mais um novo menu. Agora foi!

Foram necessários 4 cliques para se chegar onde queríamos. Alguém menos persistente poderia ter desistido antes, porque definitivamente não foi uma navegação simples e objetiva.

O que é usabilidade?

Usabilidade refere-se em como é a utilização dos muitos recursos disponíveis nas páginas do site.

Ao visitarmos diferentes sites, muitas situações de usabilidade ficam evidentes.

Há menus horizontais em que aparecem apenas o texto âncora relativo a cada link, nem sempre muito descritivo e sem divisão entre cada item e nem mesmo um realce ou uma diferenciação na sua cor, ao posicionarmos o cursor do mouse sobre.

A consequência é que se não houver precisão ao movermos e clicarmos sobre, podemos estar clicando no item ao lado.

Botões muito pequenos, pouco espaço separando os itens de um menu, links em cores não padrão ou até na mesma cor do texto, diferenciados apenas por negrito, são alguns outros exemplos de usabilidade ruim, baixa ou desfavorável.

Esse é um fator que é ainda mais relevante em dispositivos móveis, porque não se tem a mesma precisão no toque com os dedos, que se consegue com o mouse em um notebook, mas que também pode ser prejudicada quando se usa o touchpad.

Aliás a situação hipotética que apresentamos, é até razoavelmente frequente na versão mobile de muitos sites.

Você queria tocar em um item e toca no adjacente, pois os botões são muito pequenos e estão colados uns nos outros. Ou pior ainda, o clique não corresponde a ação nenhuma, porque a área clicável é muito pequena. Você espera, espera, espera e nada acontece, restando tentar mais uma vez.

Vários exemplos de pouca preocupação com a usabilidade.

O que é acessibilidade?

A acessibilidade leva em consideração a otimização para tornar o acesso de pessoas com deficiências ou limitações, mais fácil.

Trata-se de uma questão de importância tanto em termos de inclusão social, como também de atender adequadamente uma parcela considerável dos clientes. Segundo o IBGE, 19 em cada 100 brasileiros podem ser classificados com deficiência visual, sendo que “apenas” 3 deles com deficiência visual total ou com grande dificuldade para enxergar.

Ao avaliarmos esse dado, concluímos que 1 em cada 5 pessoas podem ter problemas para visualizar corretamente nosso site e como consequência, também terão uma usabilidade ruim ou dependendo do grau de limitação, usabilidade nenhuma.

Pouco contraste em termos de cores, a escolha das fontes e o seu tamanho, o espaçamento entre diferentes elementos, bem como entre as linhas de um texto, são alguns exemplos de situações que implicam em tornar pouco acessível e também pouco usável o site para esse público.

E não é só. Sites que preocupam-se com esse público, oferecem versões em que são destacados todos os elementos relevantes, como por exemplo, maior contraste e tamanho das fontes, que também precisam ser mais legíveis.

Qual a importância da navegabilidade, usabilidade e acessibilidade do site?

Pode parecer desnecessário falar sobre a importância desses três aspectos depois do que já abordamos e dos exemplos que demos, mas além do fato de você correr o risco de ter uma taxa de rejeição elevada e ter quase expulsado alguns visitantes que você se esforçou para trazer, há outras implicações não tão aparentes:

  • Cada vez mais os algoritmos dos sites de busca ficam mais sofisticados e são capazes de identificar o quão boa é a experiência na página por parte dos usuários. Assim, se um botão muda de posição durante o carregamento da página, fazendo com que o toque ou o clique não corresponda ao que deveria, ponto negativo para o site;

  • Velocidade de carregamento das páginas ou o desempenho do site de um modo geral, também afetam a experiência e por consequência, também a usabilidade. Mais um ponto contra, quando ele não é priorizado;

  • Mesmo que alguns visitantes não voltem para as SERPs, os objetivos pretendidos em relação a alguns dos que permanecem, não serão alcançados, afetando a taxa de conversão;

  • Sites complicados de navegar, ruins de se usar, lentos, pouco legíveis, produzem menos engajamento. Entenda-se menos curtidas, comentários, compartilhamentos, etc, e podem afetar até mesmo o NPS (Net Promoter Score), especialmente quando site é o principal meio de usar um serviço. São baixas chances de indicar a um amigo ou parente, um serviço cujo site é um problema;

  • A reputação digital também em alguma medida será afetada, afinal qual a imagem que uma empresa transmite ao seu público, se a experiência no site não consegue ser positiva, agradável, fácil? É preciso compreender que vários aspectos estão interligados e são mutuamente dependentes;

  • Essa mútua dependência, fica evidente quando não se consegue consumir adequadamente o conteúdo, porque por exemplo, a escolha e o uso das fontes foi inadequada, fazendo com que a leitura seja cansativa ou difícil. Nesse caso, por melhor que seja o conteúdo, ele não cumpre seu papel por conta de outro fator.

8 dicas para melhorar a navegabilidade e usabilidade do site

Uma vez que a navegabilidade e usabilidade tenham ganho a importância que merecem na sua cabeça, vamos listar e comentar princípios e dicas que promovem tais aspectos no desenvolvimento do seu site.

Tenha em mente que quanto mais aspectos você conseguir colocar em prática, melhor o resultado final.

1. Menus

Os menus são o principal elemento de navegação de qualquer site. Todo visitante que pretenda ir além da landing page, vai procurá-lo.

Portanto, eis o que se deve considerar a respeito:

  • A primeira preocupação é que o principal menu do site seja visível e diferenciável. Em outras palavras, um menu deve ter cara e jeito de menu e de preferência, ocupar um posicionamento tradicional na página. Evite colocar um menu vertical à direita, porque essa não é a posição em que as pessoas estão acostumadas;

  • Menus não devem existir aos montes. O padrão é um menu principal e havendo a necessidade, por exemplo, como nos casos de sites de e-commerce, conter as principais categorias de produtos. Eventualmente se o seu site tem muitas categorias e subcategorais, você pode dividi-la em seções, usando um menu dropdown;

  • Em páginas nas quais há muita rolagem, a fim de evitar que o visitante que fez muitos scrolls de tela, tenha que rolar tudo de volta, use um menu fixo ou flutuante, o qual fica sempre em uma posição e está fácil ao acesso;

  • Alternativamente ao menu fixo, quando por alguma razão justa impedir seu uso, disponibilize um botão “De Volta ao Topo”;

  • O tamanho de cada botão, o espaço entre eles, a legibilidade das fontes utilizadas e algum realce ou destaque quando o cursor é posicionado sobre, são fundamentais;

  • Todos os aspectos acima precisam ser exaustivamente testados na versão mobile ou responsiva do site, lembrando que esse tipo de acesso já é há algum tempo o que prevalece para a maior parte dos sites.

2. Número de cliques

Lembra do exemplo da faca? Pois então, contar o número de cliques necessários para se chegar a cada página, a cada conteúdo, é crucial para a navegabilidade.

Quanto mais cliques / toques são necessários, maiores as chances do usuário não encontrar o que busca, dele desistir e voltar ao site de busca e até dele pensar que você não tem o que ele quer. Resumidamente você está escondendo um conteúdo e tornando-o inútil.

Hoje em dia são poucos os que se preocupam isso, mas no passado, no momento de concepção de todo site, utilizava-se a “regra dos três cliques”, segundo a qual um usuário deve ser capaz de chegar a qualquer conteúdo dele, com no máximo três cliques de mouse.

Isso não significa que obrigatoriamente o visitante abandonará a navegação a partir do quarto clique. Mas se a usabilidade também for ruim e se ele não vê perspectivas de encontrar o que buscava, aumenta sua ansiedade, frustração e representará uma experiência que pode ser desagradável.

3. Legibilidade

Prioritariamente a legibilidade está associada ao quão visível é o texto em termos de facilidade de leitura.

Há algumas características de determinados grupos de fontes, que precisam ser considerados, como o uso de fontes monoespaçadas, cujo espaço ocupado por cada letra é fixo e que favorece a leitura, bem como fontes sem serifa em tamanhos menores.

Mas não é só. Cor e como ela contrasta com o fundo, o tamanho e a possibilidade de oferecer uma versão visando a acessibilidade.

Cuidar desse conjunto de fatores, é prioritário em sites em que grandes quantidades de texto predominam.

Por fim e conforme já adiantamos, legibilidade também tem a ver com o espaçamento entre linhas e o distanciamento entre diferentes elementos no layout.

4. Campo de pesquisa

Fornecer um campo de pesquisa que seja visível e facilmente identificável, é indispensável para que o visitante localize um conteúdo com facilidade e como alternativa aos menus e links.

Reiteramos que não basta haver uma pesquisa, mas que acima de tudo seja evidente, do contrário é inútil.

Além disso, deve ocupar posições padrão e no mesmo espaço do layout para todas as páginas. Se de acordo com a página ou área do site ele muda de posição, ele perde o sentido, pois navegabilidade está intimamente relacionado com padrões que são assumidos pelo visitante.

Se em uma página ele vê o campo de pesquisa no canto superior direito, mas na página seguinte ao olhar para a mesma área ele não o vê, é mais provável que pense que não há, do que saia procurando pelo restante da página.

5. Links

Links devem parecer links. Por mais óbvia que seja tal afirmação, não é raro encontrarmos sites que apenas descobrimos os links, quando ao passar o cursor do mouse sobre eles, ele é alterado. Mas e na versão mobile, quando esse comportamento não ocorre?

Nesses casos o visitante tem que ficar tocando em tudo que ele imagina que pode ser link, para ver se algo acontece. Desnecessário dizer o quanto pode ser irritante.

Aqui mais uma vez valem as convenções e padrões. Mesmo quando não usar a formatação padrão – cor azul e texto sublinhado – para links, não use cores que sejam iguais ou se pareçam com títulos, subtítulos ou outros textos do site.

6. Convenções e padrões

Há convenções e padrões que os usuários estão acostumados em muitos sites e convém usar pelo menos as mais comuns:

  • Incluir um link para a home page no logo do site;

  • Na parte superior da página e logo abaixo do menu – em menus horizontais – indicar a página em que o visitante está;

  • No rodapé do site ter links para as redes sociais, para a página quem somos, página de contato, política de privacidade, termos e usos (quando for aplicável), etc.

  • O endereço de navegação ou a URL, deve ser amigável, o que ajuda a identificar onde se está, bem como ao posicionar o cursor do mouse sobre um botão ou link, permite saber para onde se vai ao clicar. Isso também contribui para o posicionamento orgânico em sites de busca.

7. Acesso a qualquer página

Permita que o acesso a qualquer outra página do site, possa ser feito sem que o visitante tenha que retornar a uma ou mais páginas anteriores ou mesmo à home page.

Esse tipo de navegação aumenta o número de cliques necessários e em sites com muitas áreas / conteúdos, torna a navegação mais confusa e trabalhosa.

Por exemplo, se estou na área de eletrodomésticos de um e-commerce, deve ser possível ir para móveis ou ferramentas, sem que tenha que ir para a home page. Proporcione ao visitante ir para as seções desejadas com apenas um clique / toque.

8. Não aos excessos

Nada que é excessivo é bom. Muita publicidade, muitos botões e links por todos os lados, chamadas, promoções, avisos, imagens e ícones, torna o layout poluído e confunde o visitante, sobre o que é clicável, onde é clicável.

Poluição visual tira o foco do que é importante e atrapalha a legibilidade.

Particularmente em relação aos ícones, também vale a recomendação de usar padrões. Ou seja, um envelope associa com e-mail. Um balão de fala, com chat. Ferramentas ou engrenagens, com configurações.

Também não exagere na quantidade usada e o tamanho não pode ser tão pequeno que não permita identificar do que se trata ou crie alguma dúvida em relação a que imagem seja.

Conclusão

Navegabilidade, usabilidade e acessibilidade, são conceitos essenciais e que influenciam tanto as visitas ao site, como também o posicionamento orgânico.

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