Elementos “invisíveis”, mas essenciais para todos sites
O planejamento e idealização de um site, é um momento crítico e complicado.
Há muita coisa para se pensar e acaba sendo natural dar mais atenção a alguns elementos, como por exemplo, os conteúdos, a aparência geral, as páginas e seções, mas negligenciando outros, que são tão importantes quanto, mas que às vezes parecem invisíveis aos olhos de todos.
Alguns dos pontos que trataremos aqui, são mais óbvios e aparentes e outros nem tanto e por essa razão, acabam ficando em segundo plano, ou nos piores casos, nem constando da lista de prioridades ou mesmo do que é considerado básico.
Então vamos direto ao que trouxe você até aqui...
7 elementos invisíveis, mas essenciais e que todo site precisa ter
Antes de listamos os elementos ou aspectos que merecem tanta atenção quanto o conteúdo, as páginas ou áreas do site, é preciso que o seu responsável compreenda que o sucesso de um site não deve-se exclusivamente a um ou alguns poucos fatores.
Suponhamos que um site tenha um conteúdo fantástico, mas tenha problemas graves e incorrigíveis de segurança e desempenho.
O primeiro problema – segurança – pode acarretar constantes invasões e quem sabe, até vazamento de dados. Já no caso do segundo, o acesso fica comprometido principalmente nos horários de maior visitação.
Ambos os problemas e dependendo da frequência com que se manifestem, vão fazer com que os visitantes gradativamente deixem de visitá-lo, por mais que o conteúdo disponível seja ótimo. Sem contar que esses dois problemas vão afetar diretamente o ranqueamento no site, fazendo com que o eventual trabalho de SEO não produza os resultados que deveria.
É por isso que chamamos de elementos invisíveis, porque ao contrário de um erro de programação, um recurso que não funciona, ou um texto com formatação incorreta, não é aparente quando se olha ou navega no site.
1. Segurança
Como era de se esperar, a já citada segurança, é um dos elementos invisíveis que deve constar na lista de prioridades de qualquer site, seja ele um grande site de e-commerce ou um mero site institucional.
Por exemplo, a escolha de qual plataforma de desenvolvimento ou CMS servirá para criação e administração do site, deve levar em consideração o quão segura ela é e com que frequência os desenvolvedores produzem atualizações nesse sentido.
No caso de CMSs, a pesquisa por eventuais plugins de segurança, também é fundamental.
Atualizações de versão por parte do administrador, também é essencial.
Mas não é tudo. Instalação de SSL, autenticação de dois fatores (2FA) ou multi fator (MFA) para tudo que envolva cadastros, áreas de login e dados sensíveis, armazenamento de dados criptografados, os formulários eventualmente existentes no site, são algumas preocupações que merecem atenção especial.
Negligenciar a segurança implica em outros problemas e suas respectivas consequências:
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Posicionamento orgânico – o domínio que não trata adequadamente de todas as questões relativas à segurança, tem o ranqueamento em sites de busca afetado negativamente, como é o caso de não ter um certificado SSL instalado;
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Indisponibilidade – sites inseguros são frequentemente alvo de invasões que podem torná-lo indisponível, seja porque o invasor realizou um defacement (desfiguração), seja porque alterou o conteúdo para realização de phishing, seja porque a ação de invasão afetou o ambiente de hospedagem. Quando há indisponibilidade / inacessibilidade por qualquer razão, o aspecto anterior – posicionamento orgânico – também é afetado;
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Desempenho – quando um site é invadido, dependendo das características da invasão, o site pode ter o desempenho afetado, que é o caso de ser usado para um ataque DDoS;
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Manutenção – o trabalho e tempo dedicados a melhorar a segurança do site, nos casos mais crônicos, podem ser maiores que toda manutenção de caráter preventivo e destinada ao funcionamento normal do site;
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Reputação digital – quando os problemas de segurança tornam-se aparentes, como indisponibilidade e sobretudo, no caso de vazamento de dados de usuários / clientes, a reputação digital da empresa é comprometida;
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Custos – todos os problemas acima produzem em maior ou menor grau, consequências no âmbito financeiro. Representam algum nível de perda e gastos para a empresa.
2. Desempenho
O desempenho do site é outro elemento do site que deve constar da lista de fatores mais relevantes.
Primeiro porque sites cujas páginas não carregam rapidamente, são abandonados pelos visitantes na proporção inversa do seu desempenho.
Em segundo, porque como já vimos, desempenho ruim produz uma má experiência na página e que por sua vez é fator de grande importância no ranqueamento dos sites de busca, especialmente em se tratando do Google.
Boa parte do desempenho vem como consequência da escolha de um plano de hospedagem adequado ao perfil do site e das suas exigências técnicas, do CMS ou plataforma de desenvolvimento, da quantidade de plugins instalados, instalação e habilitação de sistemas de cache e outros que visam acelerar o carregamento das páginas.
Mas também há lentidão decorrente de imagens inadequadas e até por uso de bancos de dados não otimizados.
3. Privacidade
A privacidade é o terceiro elemento não aparente e que pouca gente se lembra, mas que vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões associadas.
Prova disso, é a entrada em vigor da LGPD no Brasil e da GDPR na União Européia.
Dar a devida atenção à privacidade dos dados daqueles que fornecem dados pessoais à empresa por intermédio do site, não é apenas ter e informar uma política de privacidade.
As empresas precisam conhecer e compreender do que trata a lei brasileira à respeito e assim, agir de acordo. Colocar em prática políticas e condutas que assegurem seu cumprimento irrestrito e então realizar a adequação do site à LGPD.
4. Experiência do usuário
Experiência do usuário – também conhecido como User Experience (UX), em inglês – não é algo novo. Na verdade, o UX Design já é referenciado há muito tempo, mas a prática tem demonstrado que ou as empresas não têm compreensão ampla do que seja, ou é apenas discurso.
Ao conjunto de experiências e sentimentos produzidos nos visitantes que navegam no site, chamamos de user experience ou experiência do usuário.
Ela é resultado de uma conjunção de aspectos mais e menos aparentes, mais e menos determinantes e que envolve desde o quão simples, intuitiva e prática é a navegação, a comunicação visual e a hierarquia visual da página, funcionalidade do layout e como são os elementos que dele fazem parte (imagens, fontes, ícones, etc), para citar apenas os mais comuns.
A produção de uma boa experiência do usuário, também é resultante de outras coisas, como o próprio conteúdo. Não há como gerar uma que seja positiva, pensando apenas no quão boa é a aparência e prática a navegação, se o conteúdo não tem utilidade.
Por fim, mas não menos importante, por contraditório que possa parecer, as pessoas que deveriam preocupar-se com a experiência do usuário, parecem mais preocupadas com a experiência do proprietário, afinal ele é o “dono do site”! É mesmo?
5. Comunicação
Em todas as áreas e há muito tempo, sabe-se da importância da comunicação em todas as esferas (social, profissional, pessoal, esportiva, etc).
Na Internet ou no mundo digital, não pode e não deve ser diferente.
Mas por mais que vivamos um momento em que a tecnologia tenha ampliado as possibilidades em termos de comunicação, fornecendo-nos uma crescente variedade de meios e formas de fazê-lo, as pessoas e empresas na Internet, parecem ir na contramão.
Os erros e falhas de comunicação avolumam-se de tal forma, que o errado por repetição, parece ser o certo.
Se você não quer que seu site engrosse as estatísticas desse grupo, precisa ler o artigo “Os 9 erros de comunicação dos sites das empresas”.
6. Honestidade
Encontrar uma palavra que sintetizasse tudo o que essa preocupação engloba, não foi simples.
Honestidade é uma questão de valores e princípios que devem fazer parte da empresa e das suas políticas e consequentemente, do site que é sua representação digital.
Um site honesto com seu público, é todo aquele que privilegia:
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Compromisso com a ética;
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Fornecimento de informação fidedigna, clara e ampla, em contraposição ao crescimento observado da desinformação e das fake news no ambiente digital;
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Preza pela segurança do ambiente, das transações eventualmente realizadas e do já mencionada privacidade das informações dos seus usuários;
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Transparência sobre sua atuação, suas políticas e suas relações no mercado em que atua;
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Produz conteúdo original e orientado às necessidades, desejos e expectativas dos seus clientes.
7. Imagem
Imagem aqui não é a figura, a foto ou o gráfico, mas é como o internauta vê o site e consequentemente a empresa eventualmente por trás dele.
Um pouco de tudo que foi tratado até agora, resulta na imagem produzida e que também se conhece por reputação digital.
Construir uma boa reputação, é um processo longo e permanente, mas sobretudo, difícil. Exemplos de grandes e boas empresas grandes, com igual reputação, mas que tiveram sua imagem arranhada por um único deslize ou erro, não faltam.
Assim, a forma e o conteúdo de uma resposta uma reclamação nos comentários do próprio blog, ou mesmo a ausência de qualquer resposta, é parte do processo de construção da imagem. A falta ou a demora na resposta, pode ser interpretada pelos demais usuários, como descaso ou desrespeito ao usuário.
Nesse momento, os visitantes colocam-se no papel de quem foi desprezado e extrapolam a postura da empresa para si próprios. Obviamente essa situação hipotética não é suficiente para arruinar uma imagem. Mas se for frequente, consolida-se como uma característica da marca – ignorar seus clientes insatisfeitos.
É difícil também, porque imagem está relacionado aos princípios e valores que as pessoas têm e que buscam nas empresas. Aquelas que demonstram os mesmos, geram identificação nos possíveis clientes. As que não, podem produzir rejeição.
A importância desse tipo de questão, fica evidente quando vemos consumidores indo além de aspectos como preço e qualidade na decisão de compra.
Por exemplo, cresce diariamente o número de mulheres que só compram cosméticos e produtos de higiene pessoal, de marcas que não façam testes em animais. Como cresce o número de investidores que condiciona o investimento à existência de uma pauta ESG no alvo do investimento.
Se no passado a tecnologia presente em um produto era um fator decisivo, hoje o consumidor quer saber se essa tecnologia não agride o meio ambiente, se o método de produção usa fontes de energia renováveis, como é feito o descarte de e-lixo, se a mão de obra não trabalha em condições insalubres ou é usada mão de obra infantil e tudo isso contribui para a imagem que é construída.
Portanto, tudo isso passou a ter importância e deve fazer parte do site, tanto como as belas imagens do seu mais recente lançamento!
Conclusão
Há elementos invisíveis aos olhos do dono do site ou dos seus visitantes, mas que têm tanta importância quanto o conteúdo, a aparência e os recursos.