Como fazer a gestão de marca de uma microempresa?

Se há um aspecto essencial para qualquer tipo de empresa, é a gestão de marca. E diferentemente do que alguns gestores de microempresas acreditam, para elas não é diferente.

Aliás é tão ou mais fundamental que o seu negócio seja lembrado pelos consumidores em meio a uma quantidade muito maior de concorrentes.

Por isso, vamos ajudar você a entender como fazer uma gestão de marca eficiente para o seu negócio, a fim de alcançar mais resultados e mais consumidores. Confira:

Qual é o conceito de branding?

A primeira coisa que temos que deixar claro, quando o assunto é gestão de marca para microempresa, é o conceito de branding e que está essencialmente relacionado.

O grande problema e que acaba por constituir um paradigma para muitos, que fazer Marketing e realizar um trabalho de branding, parece algo distante da realidade e da acessibilidade dos pequenos negócios.

Mas não é.

Essa ideia equivocada existe porque é comum que se associe aos exemplos das grandes campanhas das renomadas marcas e consequentemente do trabalho e do investimento que fazem.

Branding é o desenvolvimento de ações para promoção e fixação da marca na mente dos consumidores, o que assim como muita coisa no Marketing, não acontece apenas sob pesados investimentos e campanhas sofisticadas.

É usar de estratégica e criatividade para dar visibilidade a tudo que remete ao seu negócio, ao seu produto / serviço.

Para microempresas, uma estratégia de branding é fundamental e começa com o fortalecimento dos diferenciais do negócio e a criação de relacionamento estreito e duradouro com seus consumidores, o que acaba por produzir resultados consistentes.

Quer um exemplo?

Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e pickles em um pão com gergelim

Quase quatro décadas se passaram e o jingle do icônico sanduíche foi o pano de fundo de uma promoção, na qual na compra de um, se o cliente conseguisse dizer todos os ingredientes acima em menos de 5 segundos, levava outro de graça.

Todos os que viveram isso lá em meados dos anos 80, ainda sabem de cor o que compõe um Big Mac, bem como vão se recordar dos “treinos” cronometrados que as pessoas faziam, para depois disputar uma das filas que se formavam nas ainda limitadas lojas da cadeia de fast food mais famosa e que acabava de desembarcar no país.

Exemplos não faltam. Da marca que é sinônimo de lâmina de barbear, da que é de palha de aço, ou do amido de milho, principalmente para os que têm uns aninhos a mais.

Qual a importância da gestão de marca para microempresas?

Já demos o pontapé inicial no tópico anterior, mas agora vamos colocar as coisas em termos mais objetivos.

Marcas fortes, populares, lembradas, têm alguns pontos em comum, como identidade, atributos, qualidades e diferenciais.

Um ou todos esses elementos são o que fazem com que uma marca destaque-se em relação às demais.

Quando se faz gestão de marca de modo eficaz, automaticamente quando os clientes pensarem no produto / serviço, na empresa, vão associar conscientemente ou não nessa esses fatores.

Empresas levam anos para construir um posicionamento de marca relevante, de forma que seus atributos sejam visíveis. Nesse ponto, as microempresas contam com uma vantagem importante. O dono da microempresa está próximo e muitas vezes em contato direto com seu público consumidor.

Ele não precisa encomendar pesquisas extensas e caras para saber o que seus clientes pensam, o que mais gostam, o que desejariam que mudasse, por quais razões compram dele e não dos concorrentes e porque eles vêm e voltam na semana que vem ou no outro mês.

Ele ouve diretamente dos seus clientes e pode prestar um atendimento personalizado de fato.

Já nas grandes empresas, essa proximidade, esse contato, não existem, os feedbacks não produzem retornos como deveriam e a impessoalidade toma conta. Nelas, clientes são números e estatísticas em relatórios.

Como fazer gestão de marca em microempresas?

Partindo do pressuposto que não existe a mesma disponibilidade de recursos, mas que também o cenário, o mercado e várias circunstâncias são diferentes, as ações também devem ser.

Por outro lado, há sim pontos em comum e tudo começa com conhecer seu público-alvo e mais especificamente a persona que será o alvo do planejamento.

  • Pesquisa – não precisa ser a pesquisa formal, ampla e completa, que se faz nas grandes. Mas faça perguntas aos seus consumidores e registre todas as respostas para ter um panorama sobre como você pode atendê-los melhor e entender os porquês dele escolher você e não a concorrência;

  • Escuta ativa – aprenda a interpretar todos os sinais que os clientes lhe dá. Saiba a diferença entre escutar e ouvir. Conheça-os a fundo, suas necessidades, seus desejos e suas expectativas e seus hábitos de consumo;

  • Rompa os paradigmas – pense fora da caixa e fique atento aos seus principais concorrentes ou referências de mercado estão fazendo, tanto para não deixar de fazer o que é essencial, como para descobrir o que ninguém ainda faz e que pode se tornar um diferencial. Por exemplo, se você trabalha com alimentação, sabia que veganos e vegetarianos já representam 15% do mercado? Dentro de 4 anos, eles devem ser 3 em cada 10 consumidores;

  • Cliente no centro de tudo – mais do que nunca, na era da informação o cliente assumiu o protagonismo das ações. Graças a Internet, ele tem voz e é ele quem determina quando e como as empresas participam, por meio do que ele diz e faz nas redes sociais, tendo papel decisivo como formador de opinião, inclusive ajudando a construir ou destruir uma marca, um produto ou uma campanha publicitária.

Outra grande vantagem do trabalho de gestão de marca nas microempresas, é que o começo do trabalho e as circunstâncias em que ele acontece, já acabam produzindo desdobramentos positivos.

Responder diretamente ao dono do negócio sobre o que você achou do atendimento, dá no mínimo a sensação de que sua opinião importa. A tendência é que a resposta seja mais refletida, mas ao mesmo tempo mais sincera e ampla.

De posse de informações chegou o momento de usá-las para produzir as primeiras ações.

Marketing de Relacionamento

As redes sociais são um ótimo instrumento de relacionamento, mas uma das grandes vantagens da microempresa, é a proximidade física. O olho no olho e que favorece políticas de Marketing de Relacionamento mais autênticas, bem como a coleta do feedback é mais rica e em tempo real.

Mais do que qualquer política de valorização do relacionamento, é preciso iniciar o trabalho com o que se conhece como branding interno. Por meio dele, a sua equipe, a linha de frente, ou seja, todos os colaboradores que têm contato direto com os clientes, precisam transmitir no que dizem e, sobretudo, no que fazem, os pontos que são mais importantes para a empresa e que a caracterizam.

Todo mundo precisa falar a mesma língua. É preciso haver padrões nos comportamentos.

Se por exemplo, uns dos seus diferenciais é o atendimento, institua procedimentos operacionais padrão e treine os colaboradores para que o atendimento seja sempre prestado rigorosamente da mesma forma.

Estabeleça uma identidade

Desenvolver a sua identidade própria é um aspecto determinante para o sucesso do branding de sua empresa.

Mas cuidado! Identidade deve ser algo percebível por parte do cliente. Não pode ser apenas discurso, ou uma frase ou um texto que ninguém compreende e acima de tudo, que nem mesmo seus colaboradores se lembram. Também não pode ser o que você acha que é importante.

Nunca se esqueça que o cliente é o protagonista.

A identidade deve ser definida por uma palavra ou algumas poucas. Precisa ser prática, concisa, compreensível e evidente aos olhos de todos.

Identidade é o que o diferencia. Que o torna único.

Uma vez estabelecida, desenvolva sua identidade em termos comportamentais, verbais e visuais. As duas primeiras correspondem a tudo o que você faz e diz e é percebido pelo cliente. A terceira, tem a ver com o próximo ponto.

Identidade Visual

Esse é possivelmente o ponto mais complexo do trabalho, porque exige experiência e conhecimento técnico e por isso, geralmente recomenda-se buscar ajuda profissional.

Não precisa ser uma renomada e cara agência, até porque há bons profissionais autônomos que podem ser acessíveis.

Aspectos como o logotipo, as cores utilizadas nos materiais impressos e no site institucional, bem como o template ou layout e todos os demais aspectos visuais de tudo o que é acessível por parte do cliente (fonte, imagens, ícones, cores, etc), precisam estar em sintonia mútua, bem como devem remeter com o aspecto que identifica a empresa.

e até a formatação dos espaços da empresa

Slogan

Você não precisa ter um para fazer gestão da sua marca, mas se tiver e se souber atrelá-lo ao todo, pode ser decisivo.

Bons slogans, são aqueles que uma vez lidos ou ouvidos, automaticamente rementem à marca. Mais do que isso, destacam sua identidade, o que o torna único.

Ele deve sintetizar ao mesmo tempo o que seu cliente busca e o que você é capaz de entregar como ninguém. Precisa ser direto, claro, marcante e fácil de memorizar.

Exemplos de bons slogans:

  • Da família Bauducco para sua família;

  • Viva o lado Coca-Cola da vida;

  • Você faz maravilhas com leite moça;

  • É impossível comer um só;

  • Red Bull te dá asas.

A lista poderia ter dezenas, mas esses já bastam para demonstrar os elementos que os fazem merecer estar aqui. Como no caso da Bauducco, em que a palavra família tem uma significação tão especial e que usando apenas 6 palavras, relembra a marca, faz parecer um presente de uma família para a outra, criando um vínculo e tirando o caráter comercial.

Vá além das redes sociais

É inegável o poder e a importância das redes sociais, mas a Internet vai bem além delas.

Não negligencie a importância de um bom site institucional e o trabalho de Marketing Digital que pode ser feito por intermédio de um blog bem pensado e elaborado.

Não se deixe limitar pela falsa verdade que todo mundo está nas redes sociais.

A Internet é muito dinâmica e aquela que hoje pode ser a rede social mais popular, amanhã pode estar em franco declínio e todo o trabalho que você fez, estará perdido.

Ter uma ampla presença digital é fundamental e significa além de estar nas mídias sociais, ter seus próprios sites, usar o Google Meu Negócio, usar as ferramentas do Google Maps e trabalhar o conteúdo para as buscas locais.

Produza engajamento

Grandes promoções não significam grandes investimentos, mas grandes retornos.

Planeje promoções que façam os clientes “trabalharem” por você com base naquilo que eles próprios valorizam.

Se um dos seus diferenciais é a velocidade na entrega, que tal uma campanha em que os clientes o desafiam e caso não se cumpram os prazos, ganha-se algo em troca, como pedido livre de débito.

Incentive o cliente a avaliar o seu estabelecimento no Google Maps em troca de um brinde.

Crie uma campanha em que cada cliente que trouxer ou indicar outro, ou compartilhar um conteúdo em uma rede social, garante-lhe um número para um sorteio. O Marketing de Indicação (Referral Marketing), inclusive é constantemente utilizado como ferramenta aliada nesse tipo de trabalho.

Conclusão

A gestão de marca para microempresas, trata de criar estratégias permanentes e continuamente aprimoradas, dando destaque à sua marca perante a concorrência.

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