Terminologia na produção de conteúdo para sites

O que apoplexia, big data e tensão de cisalhamento têm em comum?

Muitas pessoas não fazem ideia nem mesmo que cada um dos três termos acima significam.

Mas respondendo a quem não entendeu – e que deve ser a grande maioria – são terminologias ou termos técnicos usados em algumas áreas do conhecimento ou no âmbito de profissões específicas.

O uso de terminologias é bastante comum na produção de conteúdos dos mais diversos. Isso tem vantagens e desvantagens importantes que influenciam na utilidade e no propósito, bem como nas estratégias de Marketing de Conteúdo.

Vamos falar a respeito?

O que é terminologia?

Já demos uma brevíssima e bem simples definição.

De modo mais abrangente, terminologia é o estudo das palavras que são utilizadas de modo específico dentro de cada área da ciência, das artes, ou no cotidiano de certas profissões e que também costumam ser referenciados como termos técnicos ou jargão da área.

Assim, a apoplexia é terminologia da área médica e que designa o estado em que o paciente não tem mais funções cerebrais. Já big data, é um conceito mais amplo e comum em TI (Tecnologia da Informação) e que está relacionado ao armazenamento, gerenciamento, avaliação e utilização de grandes volumes de informações. Por fim, tensão de cisalhamento é a tensão presente em um ponto, resultante de forças aplicadas a ele, com efeito de corte ou rompimento do material no ponto em questão e que é comumente usado em engenharia.

O uso desses termos – ou de quaisquer outros – por profissionais que atuam nas respectivas áreas em que eles se originaram, é normal, é aceitável e compreensível.

Imagine engenheiros tendo que explicar durante uma conversa com outros profissionais da área ou mesmo em um texto qualquer, uma situação em que o cisalhamento ocorre em uma peça de uma máquina.

Usar o termo técnico que corresponde a situação, abrevia a conversa e já dá o entendimento do que se trata aos demais envolvidos.

Mas e o que acontece quando pessoas que são alheias a essas áreas em que os termos técnicos são usados, deparam-se com eles?

Quem é o público-alvo?

Geralmente o foco das estratégias de Marketing de Conteúdo é orientado à persona. Assim, é possível que alguns questionem, se em vez de público-alvo, persona não seria o correto?

Pode até ser, mas é desnecessário, exceto em situações bastante específicas.

Ou seja, mesmo que o post ou o artigo que você está escrevendo seja destinado a médicos, profissionais de TI e engenheiros, eles não precisam ser neurologistas, DBAs (sigla em inglês que designa o especialista em bancos de dados) e engenheiros mecânicos ou civis, para saber respectivamente os significados de apoplexia, big data e tensão de cisalhamento.

Assim, se você mantém um blog ou um site que é estritamente orientado a um público-alvo e que por essa razão tem o conhecimento da terminologia usada na área, tudo bem.

Mas e quando não é? E os leigos? E as pessoas que alguma simpatia pelo assunto, ou têm alguma curiosidade ou estão dando seus primeiros passos no assunto? E os que estão vindo de outro site que supôs incorretamente que o leitor já sabe suficientemente sobre o tema?

É aí que a consideração quanto ao uso de terminologias requer cuidados.

Quantas vezes não acessamos páginas sobre assuntos que desconhecemos e simplesmente as abandonamos porque mais confundem do que esclarecem? Quais de nós está disposto a interromper várias vezes a leitura de um post, para consultar palavras que não conhecemos ou não temos certeza do seu significado?

Muitas vezes, é mais fácil voltar à página de resultados (SERP) do Google e tentar encontrar outro site que “fale a minha língua”.

Quando isso acontece, todo o trabalho de Marketing de Conteúdo, de SEO e de Marketing Digital, acabou de fracassar!

Sim, por mais duro que a palavra fracasso possa soar, essa é a realidade.

Você investiu tempo e sabe-se lá o que mais para produzir um conteúdo personalizado, o qual no seu entendimento tem qualidade, realizou um trabalho pesado e por um longo tempo para posicionar bem nos resultados das buscas orgânicas e além disso, investiu em publicidade paga. Como resultado, trouxe muitos visitantes.

Mas quando eles leem os dois ou três primeiros parágrafos, eles se vão! Sua taxa de rejeição está lá em cima e a de conversão, lá embaixo.

O mais preocupante, é que esse cenário é bastante comum!

E apesar de todo mundo dizer que é importante, parece que os produtores de conteúdo esquecem-se de quem vai consumir aquele conteúdo – a persona ou o público-alvo.

Ou por uma razão igualmente preocupante, esses produtores de conteúdo têm a necessidade de demonstrar conhecimento sobre o assunto e acabam por criar um amontoado de termos técnicos que são compreensíveis apenas a quem é da área, mas que é grego para quem ainda não é.

Aí que vem novamente a pergunta: Quem é o público-alvo? O leigo e que clicou em “o que é e-mail?” e que quer saber desde o básico sobre o assunto ou o administrador de um servidor de e-mail?

Aliás, qual a possibilidade de um especialista sobre o assunto, pesquisar no Google sobre “o que é e-mail”? Possível, é. Mas pouco provável.

Então eu não posso usar terminologias ou termos técnicos?

Quando e como usar terminologia?

Sim, você pode e até deve usar termos técnicos. A questão não é o seu uso, mas quando e como você usa.

Simplesmente povoar um texto com vários termos, assumindo que o leitor saiba do que se está falando, é que constitui problema.

Assim, ao se fazer uma pesquisa sobre “Marketing Digital”, por exemplo, é comum ao longo do texto encontrar termos como SEO, persona, CRO, Marketing de Conteúdo, qualificação de leads, conversão, entre outros.

É quase o mesmo que um professor de língua portuguesa falar em metonímia, polissíndeto e anáfora para crianças que ainda estão sendo iniciadas na matéria. Na verdade, até mesmo alguns alunos avançados podem não saber do que estamos falando.

A situação fica ainda mais crítica, quando há correspondente no nosso idioma e que é até mais compreensível, mas é utilizado o termo estrangeiro (estrangeirismo), como nas situações abaixo:

  • O deadline (prazo final) é o último dia do mês;

  • O budget (orçamento) para o projeto, é reduzido;

  • O ROI (retorno sobre o investimento) é bem atrativo;

  • O target (alvo ou objetivo) que nós miramos;

  • O staff (pessoal) responsável por isso.

Nesses e em vários outros casos, o emprego de terminologias que podem ser comuns em algumas áreas, é totalmente desnecessária na produção de conteúdo que não é destinado a um público-alvo que apenas está dando seus primeiros passos no assunto.

Por isso vamos primeiro ao QUANDO:

  • Se absolutamente necessário;

  • Nas situações em que o termo é bastante empregado, mesmo fora da área, como por exemplo, e-mail;

  • Quando não há correspondente mais conhecido ou no próprio idioma, como mouse (acessório de informática);

  • Sempre que no mesmo texto houver explicação ou a definição para o termo;

  • Quando o tema do texto exigir e a abordagem adotada possibilita a compreensão do conceito associado ao termo;

  • Se o termo for uma âncora para um link de outro conteúdo que trata com alguma profundidade do assunto.

Uma vez que já sabemos quando usar termos técnicos, vamos a COMO usá-los:

  • Use links internos ou externos (para páginas do seu site ou de outros sites) que fornecem informações sobre a terminologia usada, tendo o termo como âncora, ou seja, ao clicar na palavra o visitante é direcionado a uma página que tem informações sobre;

  • Destine uma porção do próprio texto para uma explicação resumida, nos casos em que for possível:

    • Use hífens ou parênteses quando for inferior a uma linha;

    • Um pequeno parágrafo para termos associados a conceitos não tão simples;

    • Destine um tópico ou mesmo um subtítulo para termos que sejam muito importantes para a compreensão do tema principal e que envolvem conceitos mais complexos;

  • A explicação ou o link, ou ambos, devem ser dadas na primeira ocorrência do termo no texto;

  • Tanto quanto for possível, procure utilizar uma linguagem que seja compreensível a um público mais abrangente e de forma que se possa empregar os termos da própria língua;

  • Escolha abordagens e enfoques que possibilitem utilizar definições e explicações que são elegíveis a se tornarem um featured snippet do Google.

Vantagens no uso correto de termos técnicos

Como já dissemos, não há problema em uso de termos técnicos ou terminologia específica.

Sabendo usar, o conteúdo correspondente cumpre melhor seu papel no trabalho de Marketing de Conteúdo. As vantagens são inegáveis:

  • Conteúdos que fazem uso adequado de terminologias específicas, cumprem o papel principal do Marketing, seja ele o tradicional ou o digital, que é atender necessidades, desejos e expectativas do seu público-alvo;

  • Ao produzir um conteúdo que é compreensível, de fácil leitura, as chances de produzir maior engajamento (curtidas ou likes, comentários, compartilhamentos, etc), aumentam;

  • A taxa de conversão tende a aumentar e a de rejeição a diminuir;

  • Favorece o link building interno, ou seja, criação de links para outras páginas do site ou blog;

  • Em se tratando de um blog e dependendo da natureza e propósito dele, você estará dando um passo importante para fidelizar os leitores;

  • Usando os princípios de como e quando usar, somados aos conceitos de abordagem, linguagem e outras técnicas na produção de conteúdo, ele será mais rico também favorecendo o Marketing de Conteúdo e SEO;

Conclusão

O uso correto de terminologias específicas ou de termos técnicos na produção de conteúdo para blogs ou outros sites de conteúdo, requer cuidados. O uso exagerado ou de forma inapropriado, pode arruinar todo o trabalho de Marketing de Conteúdo, de SEO e afugentar os visitantes.

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