A importância da pesquisa por voz no trabalho de SEO
A velocidade com que os avanços tecnológicos ocorrem, dá a sensação a muitos de nós, de que não é possível se manter atualizado com tudo o que inventam e incorporam no nosso quotidiano, não é mesmo?
Especialmente, quando muitas dessas inovações parecem que só servem para aquele seu sobrinho nerd, sendo incompreensíveis para quem cresceu em um mundo ainda analógico.
Porém há alguns recursos bem simples e úteis, estando ao alcance de todo mundo e ganhando cada vez mais adeptos, como por exemplo, a pesquisa por voz!
Como tirar proveito desse importante recurso e potencializar o trabalho de SEO, é o que veremos nesse post.
Como surgiu a pesquisa por voz?
Embora venha ganhando popularidade mais recentemente, o uso da voz como alternativa a outros meios de se fornecer informação a um sistema (computador, smartphone, etc), não é novidade. Em termos práticos, já na década de 90 alguns poucos aplicativos tentaram implantar, alguns comandos por voz, com o objetivo de facilitar seu uso.
Mas as iniciativas fracassaram por alguns fatores. Entre os principais, estavam o acesso à tecnologia presente nos PCs da época e a própria tecnologia, que não estava suficientemente amadurecida para produzir os resultados desejados.
Na época não eram todos os computadores que tinham placa de som com microfone, que permitisse aos sistemas “ouvirem” os comandos falados. Somava-se a isso a baixa qualidade do áudio gerado para processamento, particularmente em equipamentos domésticos, que foi onde a tecnologia primeiramente surgiu.
Mas o maior entrave, era o próprio sistema, que para funcionar exigia que fosse “calibrado” através da leitura e fala de uma extensa lista de palavras, para que o reconhecimento vocal pudesse compreender o que era dito e atribuir os comandos correspondentes às palavras que eram lidas.
Isso poderia levar até algumas horas e sendo assim, por razões óbvias a grande maioria dos usuários não teve sucesso no processo.
Desde então, muitas empresas vêm investindo no desenvolvimento das tecnologias necessárias, para que possa ser usada de maneira simples e entregue os benefícios que se espera, de forma que o que até pouco tempo atrás constituía apenas uma cena de filmes de ficção, ganhasse uso prático.
O tempo passou, novos e melhores tecnologias e dispositivos – como os smartphones – surgiram e, sobretudo, o acesso a eles permitiu chegarmos onde estamos hoje, em um momento em que realizar uma série de ações usando apenas a voz, é uma realidade que só traz benefícios e que vem ganhando adeptos até mesmo entre os mais leigos.
Em 2008, o Google disponibilizou pela primeira vez a busca por comandos de voz – voice search – na página de pesquisa. Em 2011, foi a vez da Siri (Apple) introduzir o reconhecimento vocal no seu assistente virtual. E a Cortana foi demonstrada pela primeira vez na conferência de desenvolvedores Microsoft Build em abril de 2014 e foi lançada inicialmente para dispositivos Windows Phone 8.1.
De lá pra cá, a gama de aplicações e usos de comandos vocais, só fez crescer.
Como funciona a pesquisa por voz?
Basicamente a pesquisa por voz é amparada em várias tecnologias, como reconhecimento vocal, Processamento de Linguagem Natural (PLN), Inteligência Artificial, Aprendizado de Máquina (Machine Learning) e até mesmo em Internet das Coisas (IoT).
Em termos práticos, é razoavelmente simples e há algumas diferenças de acordo com o dispositivo em que a tecnologia de reconhecimento vocal está presente, mas invariavelmente o primeiro objetivo é conseguir precisão na identificação dos termos falados.
Do ponto de vista técnico, naturalmente não se divulga muita informação a respeito, afinal a maior parte dos gigantes do setor de tecnologia estão envolvidos e investindo pesado no seu aprimoramento e dar detalhes de como fazem para entregar os melhores resultados, significa perder posições importantes nessa corrida, em que o Google, Apple, Amazon e Microsoft, lideram com uma pequena margem em relação aos demais.
O primeiro passo consiste em reconhecer com maior exatidão possível as palavras que são faladas pelo usuário e nesse quesito, a margem de acerto já é superior a 95%, chegando a 99% nos mecanismos mais avançados. Ou seja, entre 100 palavras ditas, apenas algo entre uma e cinco palavras não são corretamente reconhecidas.
A inteligência artificial e o processamento de linguagem natural, entram no processo, para conferir significado ou semântica à busca, ou seja, busca-se melhorar a precisão dos resultados ao compreender a intenção do usuário ao fazer a pesquisa.
Para tanto, o sistema faz uso de outros dados como por exemplo, localização geográfica, o histórico de pesquisas realizadas, cookies, sinônimos, entre uma lista extensa de informações, que devem ser cruzadas e um resultado rapidamente produzido, é entregue.
O refinamento dos resultados entregues, em parte vem do Machine Learning.
Assim, se por exemplo, diferentes buscas são feitas sucessivamente pelo mesmo usuário, com pequenas diferenças nos termos usados, o sistema compara os resultados quanto às diferenças e que resultados foram utilizados pelo usuário em cada uma das buscas, para refinar a semântica e sua intenção.
Por fim, quando é pertinente, os dados relativos à Internet das Coisas (IoT), servem para alimentar o banco de dados de informações do usuário, enriquecendo assim o acervo de dados usados pelo sistema para entregar um resultado mais preciso.
Como exemplo, as playlists que você tem no seu dispositivo de música conectado à Internet, pode influenciar que tipos de resultados quando fizer buscas que envolvam o tema música.
Ou seja, hoje no caso das maiores empresas, é difícil imaginar cada uma dessas tecnologias funcionando como ilhas, ou seja, isoladamente.
O correto é imaginar que são em maior ou menor grau integradas com o objetivo de contar com o maior número de informações possíveis de cada usuário e a partir delas, realizar uma análise profunda e um aprendizado tão rápido quanto possível, para entregar resultados cada vez mais corretos e úteis.
Porém mais do que simples ferramentas de pesquisa, algumas delas cumprem um papel ainda mais amplo, como é o caso do Amazon Echo, que faz uso da Alexa, permitindo definir alarmes e lembretes, controlar dispositivos de casa inteligente, como luzes e alarmes, reproduzir músicas, podcasts e audiolivros, entre outras ações possíveis.
Ou seja, cumpre verdadeiramente o papel de assistente virtual inteligente.
O que é a pesquisa por voz?
A pesquisa por voz consiste em clicar no ícone de microfone de um campo de pesquisa e falar o que se deseja saber, em vez de digitar a pergunta ou o termo que se deseja saber mais a respeito.
É bastante provável que a maioria já saiba isso.
No entanto, de acordo com os estudos feitos sobre quem prefere fazer uma busca usando a voz, alguns dados ajudam a compreender como um site pode se beneficiar dessa alternativa:
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Nas buscas por voz frequentemente se faz perguntas mais extensas que as que são digitadas;
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Costuma ser mais comuns em buscas locais, como de serviços nas imediações dos usuários;
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Há um maior uso de palavras-chave de cauda longa (long-tail keywords);
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É crescente o uso por pessoas com deficiência visual e idosos, os quais têm dificuldades para mexer nas novas tecnologias;
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São usuários que priorizam a praticidade, uma boa experiência e objetividade;
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Ocorre com mais frequência no uso de dispositivos móveis, especialmente os smartphones;
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Também é mais comum quando o usuário está com as mãos ocupadas.
Ou seja, ao pensar nas situações acima e nos conteúdos que são criados para facilitá-las, potencializa-se o trabalho de SEO.
10 dicas de como usar a pesquisa por voz no trabalho de SEO
Para aqueles que nunca pensaram em fazer SEO com base em voice search, saibam que há algumas dicas que podem fazer toda a diferença e de quebra, também contribuem para as pesquisas tradicionais.
Em linhas gerais, se você já faz um trabalho extensivo e consistente de SEO no seu site, já está a meio caminho andado.
No entanto, para ser um forte candidato a ser a escolha da resposta dada para esse tipo de pesquisa, há outros cuidados que necessariamente precisam ser observados.
1. Faça uso de linguagem natural
Uma das principais características das pesquisas por voz, é que normalmente é utilizada o que chamamos de linguagem natural, ou seja, a forma como normalmente conversamos.
As respostas que também usam linguagem natural para respondê-las, automaticamente têm maiores chances de serem escolhidas.
Portanto, conter tópicos, títulos e intertítulos para questões comuns e as respectivas respostas, na forma que as pessoas mais comumente usam, aumenta as chances de posicionar bem.
Em outras palavras, seu conteúdo precisa conversar com o leitor, tão naturalmente quanto for possível, já que cada vez mais os algoritmos são capazes de reconhecer a linguagem humana e as intenções embutidas, para entregar resultados também mais precisos.
2. Seja objetivo nas respostas
A maioria das pessoas que usam a pesquisa por voz, busca respostas objetivas e mais resumidas e por essa razão os conteúdos que conseguem dar respostas objetivas, diretas e que façam uso de até 40 palavras, têm maior probabilidade de serem escolhidos.
Pense em definições clássicas, mas ao mesmo tempo compreensíveis, livres de terminologia ou jargão técnico e explicativas.
Ou seja, construa trechos nos quais esteja clara a resposta e que ela seja compreendida sem necessidade de outros parágrafos ou outras informações do texto.
O restante do texto, serve para aqueles que fazem as buscas tradicionais, querem informações extras, curiosidades, exemplos, analogias e eventual aprofundamento no conceito associado.
3. Seja mais específico
Ser mais específico, é ser menos generalista, ou se preferir, em vez de querer abraçar todo mundo, priorize a precisão e direcionamento nas pesquisas.
Lembre-se que nas pesquisas por voz, as perguntas costumam ser mais longas e geralmente contém palavras-chave de cauda longa. Sendo assim, as respostas mais específicas ganham preferência em relação às mais genéricas.
Ao fazer uso de palavras de cauda longa, tem-se um nível de concorrência mais baixo e maior conversão, comparativamente àqueles que preferem o emprego de termos mais genéricos e abrangentes.
4. Complete o “Perfil da Empresa” no Google
O “Perfil da Empresa” no Google – antigo “Google Meu Negócio” – deve ser tão completo quanto for possível.
Isso porque um dos usos mais frequentes da busca por voz, é encontrar prestadores de serviços nas imediações do usuário, as quais geralmente são obtidas dessa ferramenta do Google.
Disponibilizar informações como dias e horários de funcionamento, localização, dados de contato e tudo o que o usuário pode querer saber, é importantíssimo.
5. Tenha uma versão mobile do site
Sabendo que a maioria das pesquisas por voz é feita em dispositivos móveis, especialmente os smartphones, ter a versão mobile do site e que produza uma boa experiência para essa classe de aparelho, é fator essencial para posicionar bem.
Ainda que por alguma razão não seja crucial a pesquisa por voz, não se esqueça que mesmo pelos meios tradicionais, já há algum tempo que prevalece esse tipo de acesso, sendo fundamental dispor de conteúdos responsivos e uma navegação mais simples, pensada para dispositivos móveis.
6. Tenha um FAQ
Tem uma área ou uma página destinada a um FAQ (sigla de Frequently Asked Questions ou perguntas frequentemente feitas), favorece as buscas feitas usando voz.
Por si só, um FAQ já é um ótimo elemento de SEO. Por conta do seu formato, que geralmente leva em consideração perguntas comuns e usando linguagem natural e as responde de modo objetivo, rápido e também de modo simples, faz o conteúdo ser um bom candidato a figurar como resposta por voz.
Não fosse isso razão suficiente, por meio de um FAQ, ao oferecer uma lista atualizada e completa de respostas, seu site cobre mais tópicos relacionados ao tema de interesse, sem precisar de conteúdo adicional e ainda melhora a experiência do usuário ao responder suas dúvidas de forma fácil e direta.
7. Trabalhe a acessibilidade
Preocupar-se com a acessibilidade contribui para inclusão, é demonstração de respeito a todo tipo de visitante, é responsabilidade social e se não fossem razões suficientes, ainda ajuda no ranqueamento para a voice search.
Isso porque os algoritmos entendem que os sites que se preocupam com acessibilidade, são também mais adequados àqueles que recorrem à busca por voz por terem algum tipo de limitação visual.
8. Use palavras interrogativas
Os termos / palavras usados em interrogações mais frequentes, são: onde, por que, como, quem e quando.
Usá-los nas perguntas mais frequentes, ajuda a aumentar a exatidão do que os usuários perguntam.
9. Invista em Rich Snippets
Os rich snippets, são outro recurso associado ao conteúdo que agrega qualidade à informação, na medida que utiliza marcação em dados estruturados para identificar e exibir informações nas páginas de resultado dos motores de busca, as SERPs.
Rich Snippet, em tradução direta, significa fragmento rico, por ser rico em informações sobre o termo pesquisado no respectivo fragmento de conteúdo.
A depender do tipo de pergunta, os resultados elegíveis a rich snippet, também são para respostas por voz.
10. Otimize o conteúdo para Featured Snippets
Também conhecido como “posição zero do Google”, os conteúdos classificados como featured snippets, são os que conseguem responder muito bem e de modo rápido e objetivo, algumas perguntas.
O próprio Google admite que os conteúdos que aparecem na posição zero, são os preferenciais para pesquisas por voz e consultas mobile.
De fato, as estatísticas apontam que aproximadamente 4 em cada 10 respostas das voice searchs, vêm de um featured snippet.
Conclusão
Ao conhecer as particularidades da pesquisa por voz, pode-se fazer um trabalho de SEO mais específico, mas com eficácia para qualquer tipo de busca.