O que é clickbait, exemplos e problemas do seu uso

Conseguir visibilidade, destaque e principalmente atenção, sempre foi um objetivo perseguido com determinação, especialmente na Internet, onde a disputa por um clique do internauta, virou quase uma obsessão e para atingir tal objetivo, entre muitas coisas, o clickbait foi visto como um meio para tal.

Mas afinal o que é clickbait que tantos falam? Como funciona? Quais as implicações do seu uso? Devo ou não usá-lo?

Conhecer melhor sobre esse assunto e tudo que ele envolve, é indispensável para todos aqueles que desejam realizar um trabalho consistente e, sobretudo, fundamentado em princípios, respeito ao visitante / cliente e ético.

Vamos falar sobre isso?!

O que é clickbait?

Clickbait é um termo em inglês resultado da junção de click (clique em português) e bait (isca em português). Logo pode-se dizer que o correspondente seria algo como “isca para clique”. Há quem também traduza como “caça-clique”.

Tal como a isca colocada no anzol pelo pescador e que tem função de atrair o peixe e esperar que ele a morda e assim ser fisgado, o clickbait usa um artifício para “fisgar” o internauta, induzindo-o ou estimulando-o a clicar no link relacionado.

Essa analogia por si só, entre diferentes sentidos, carrega um que é pejorativo.

Ser “fisgado” tal como um peixe, não é algo que a maior parte das pessoas vê com bons olhos ou mesmo com indiferença.

E se isso já não fosse o bastante, quando no contexto de um conteúdo qualquer para a Internet, geralmente o clickbait pressupõe uma situação que envolve sensacionalismo e acima de tudo falta de compromisso parcial ou total com a verdade.

Na verdade, um eufemismo para mentira!

Embora possa ser questionável a faceta sensacionalista do clickbait, sob o ponto de vista da elegância ou mesmo da necessidade do seu uso, se a “isca de clique” entrega o que promete, menos mau. Nesse caso, é apenas uma discussão que envolve bastante subjetividade e, portanto, não consensual.

Afinal, um título sensacionalista, pode servir em alguns cenários e para alguns públicos, desde que satisfaça a audiência a qual se destina.

O problema é que geralmente não é isso o que acontece. O clickbait não se resume a uma chamada sensacionalista apenas.

Um clickbait típico, é caracterizado quando o título relacionado ao conteúdo, ou a imagem, ou o texto descritivo ou ainda tudo isso junto, parece tão incrível ou promete algo que ninguém mais é capaz de entregar, sendo quase impossível resistir ao clique, mas na prática ao acessar o respectivo conteúdo, ele não corresponde ao que se esperava encontrar.

Criou-se uma expectativa e a realidade não correspondeu. As consequências, são muitas e nada positivas.

Exemplos de clickbaits

Nesse ponto, se ficou claro o que é um clickbait, é muito provável que você já tenha visto toneladas deles navegando por todos os lados.

Muita publicidade, especialmente de produtos e marcas desconhecidos, fazem uso do clickbait. Não necessariamente todo produto ou serviço menos popular recorre a esse artifício, mas não é comum que marcas consagradas o façam.

Eles costumam envolver títulos e muitas vezes também imagens que se destacam em meio aos demais tipos de conteúdos presentes em um site, ou nas redes sociais e cujo primeiro objetivo, é chamar sua atenção.

O mecanismo por trás envolve uma das mais antigas “técnicas de Vendas”, também usada pelo Marketing e conhecida como AIDA.

AIDA é um acrônimo ou sigla, relativo às palavras (A)tenção, (I)nteresse, (D)esejo e (A)ção.

Vamos usar um exemplo genérico – mas não improvável – de título que utiliza essa técnica para demonstrar sua aplicação. Considere o seguinte título:

Segredo revelado: Saiba como ficar milionário em pouco tempo, clicando aqui…

As palavras “segredo revelado”, são responsáveis por chamar a (A)tenção do internauta, por abrirem a sentença. De modo fácil e rápido, quase todo mundo as lê ao passar os olhos nelas. Segredo é algo que muita gente tem curiosidade. Se é revelado, melhor ainda.

Tornar-se um “milionário”, é uma condição que produz (I)nteresse em quase todo mundo que não é.

Melhor ainda se for em “pouco tempo”, o que sugere que deve ser rápido e acessível, o que torna a condição ainda mais (D)esejável.

Ao indicar que basta um clique, conduz à (A)ção.

Vale salientar que não constitui um problema usar a AIDA, mas o fato do conteúdo associado não ser fiel ao que o título propunha.

Outros exemplos e que não necessariamente são representativos do uso da AIDA, mas que combinados com imagens ou que constam em algum texto descritivo e são comumente usados no clickbait:

  • “A solução definitiva para os problemas de…”

  • “Saiba agora o que nunca te contaram sobre…”

  • “Como o que quiser sem engordar usando esse dica mágica”

  • “O produto mais desejado na atualidade com 50% de desconto”

  • “O segredo dos milionários do Vale do Silício, finalmente revelado”

  • “A fórmula que está intrigando pesquisadores do mundo todo”

Nunca é demais reiterar, que o uso de qualquer dos títulos acima, não necessariamente configura clickbait. Se o conteúdo correspondente for 100% fidedigno ao título, não há problema.

A questão é que na maior parte dos casos, quando o visitante clica, percebe que foi “fisgado”.

Qual o problema de usar clickbait?

Bem, deve estar evidente para quase todo mundo as consequências de usar artifícios como as “iscas de clique”.

O visitante do site, da rede social, do conteúdo que foi acessado usando tal “estratégia”, não vai encontrar exatamente o que supunha encontrar.

E mesmo quando se entrega parcialmente, nos casos em que o conteúdo não seja tão sensacional como o título fazia parecer, o leitor do blog, o seguidor, sentirá no mínimo decepção. Nos casos mais extremos e que são a maioria, pode sentir-se enganado.

Seja qual for o sentimento e que geralmente é negativo, a consequência mais danosa é a perda de confiança.

É importante lembrar que são necessários muitos cuidados com conteúdos na Internet, pois em algum momento devem contribuir para vender, para criar um conceito e/ou imagem, para educar, para informar, enfim deve cumprir um propósito claro e bem definido.

No fundo, tudo – ou quase tudo – são Vendas.

As pessoas não compram apenas quando estão dispostas a dar dinheiro em troca de um produto e/ou serviço.

Quando uma empresa contrata um colaborador, ela está pagando por alguém que vai atender necessidades, carências, desejos e expectativas que a empresa tem e que o candidato pode suprir. É um processo de Vendas.

Um casamento, é a concretização de um acordo mútuo em que cada parte vê no outro as mesmas necessidades, carências, desejos e expectativas que cada cônjuge espera que o outro seja capaz de atender. Também é um processo de Vendas, aqui recíprocas.

Quando um visitante reserva alguns minutos do seu tempo, da sua atenção, para consumir um conteúdo de qualquer tipo de site, ele quer que esse tempo tenha valido a pena. Quer que sua atenção seja recompensada. Muitas vezes, quer também outras coisas, como respeito. É um terceiro tipo de venda, no caso de informação.

Mas quando nada disso acontece, são imensas as chances de ter construído uma péssima imagem, de ter perdido um visitante para o futuro e ter formado uma péssima reputação digital.

Costuma-se dizer em Vendas, que vender uma vez é fácil. Vender a segunda, a terceira, ou a enésima vez, é outro papo.

E isso nos leva a outro ponto importante...

Por que usa-se o clickbait?

Logo no início destacamos algumas das palavras-chave que sempre nortearam o trabalho do Marketing e ainda mais do Marketing Digital e que são: visibilidade, destaque e atenção.

Há muitas possíveis justificativas para uso do clickbait.

A mais óbvia, é a maneira mais fácil de conseguir atenção e por consequência, visibilidade e destaque.

Alguns são imediatistas e simplesmente não enxergam as consequências e quando veem, é tarde demais. Sistemas que de alguma forma monetizam por simples visualização / impressão, cliques, crescimento artificial de tráfego, são incentivos a essa prática.

Em outros casos, trabalha-se apenas com o princípio do volume / quantidade. Pretende-se trazer o maior número de visitantes que for possível e assim, mesmo com taxas de conversão muito próximas de zero, ainda se consegue algum retorno financeiro.

Geralmente conteúdos pobres, fáceis de produzir, comuns, somado a um inexistente ou fraco trabalho de Marketing de Conteúdo, enxergam nessa prática uma maneira de produzir tráfego, mas que não fideliza o leitor.

Pode ser ainda apenas um dos muitos erros em Vendas, que é o de não entregar o que foi prometido.

Seja qual for um caso, deve estar evidente que é preciso abolir essa prática.

Qual a alternativa ao clickbait?

Bem, se você é dos que acompanha nosso blog regularmente, é possível que já tenha na ponta da língua as muitas respostas a essa pergunta.

É importante reiterar que dedicar atenção, usar de criatividade, inovar, escolher palavras-chave adequadas, bem como as de cauda longa ou long tail, nos títulos dos seus conteúdos, não é o problema. No artigo “Título do seu conteúdo: a diferença entre sucesso e fracasso!”, na parte das dicas para criar o título, uma delas trata da importância de haver relação estreita entre o título e o conteúdo.

Para isso acontecer, tudo ou pelo menos os principais pontos nos quais o trabalho de Marketing de Conteúdo se apoia, precisam ser observados.

Não há como atrair visitantes de forma natural, orgânica, produzindo engajamento e principalmente visando fidelizá-los ou ainda vender hoje, amanhã e depois, sem entregar um conteúdo que respeite a persona para a qual ele foi produzido, com compromisso com a ética, com dedicação e profissionalismo.

Trazer muitos visitantes ao site, não deve ser o fim em si mesmo. Importa saber bem porque eles vêm e o que vai trazê-los hoje e sempre. O que os atrai e a imagem que você vai construindo aos poucos e que se traduzem em sentimentos opostos aos que o clickbait produz, tais como confiança, autoridade e satisfação.

Se o trabalho for bem feito, em algum momento ele – o internauta – vai consumir quase tudo o que você produzir para ele. Que o digam os influenciadores digitais que criam seus conteúdos com base em premissas fundamentais que já tratamos aqui.

Consistência e resultados, vêm com o tempo.

Por fim, mas não menos importante – o seu visitante não deve ser visto como um peixe que deva ser fisgado!

Conclusão

O clickbait tornou-se uma prática para produzir muitos cliques e consequentemente muitas visitas. No entanto, os meios usados para conseguir esse comportamento dos internautas, produz consequências graves e algumas irreversíveis.

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