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A importância da linha editorial de conteúdos para Web

Qualquer empresa, qualquer marca, que tem a pretensão de criar conteúdos para a Web, que sejam consistentes, coerentes e que convertem, entre várias outras preocupações, também precisa ter e seguir uma linha editorial.

Não sabe do que estamos falando? Não sabe o quão importante é? Não faz ideia de como adotar uma?

Se você não tem convicção diante das questões acima, então nós precisamos conversar a respeito!

O que é linha editorial?

Linha editorial é um conceito nascido e usado originalmente no jornalismo, que estipula as diretrizes para elaboração dos conteúdos publicados, de tal forma que eles estejam em sintonia e reflitam os princípios e valores que se tem.

Isso pode parecer meio vago e impreciso, especialmente para quem está tendo o primeiro contato com o conceito.

Em termos práticos, a linha editorial serve para orientar o que é dito e a forma como algo é dito.

Pense em uma marca de produtos alimentícios que valoriza a saúde e o bem-estar das pessoas.

Com esse tipo de alinhamento em mente, quando essa marca fala aos clientes como ela fabrica seus produtos, ela não se preocupa apenas em destacar o seu ótimo sabor e a facilidade no preparo e consumo, mas também inclui outras informações, como:

Seus produtos não oferecem nenhum tipo de risco à saúde;
As quantidades ideais de consumo, os nutrientes presentes e os seus benefícios;
Destaca o uso de matérias-primas orgânicas / livres de pesticidas;
Informa sobre a cadeia de produtores familiares que fornece as matérias-primas;
Enfatiza o uso de práticas sustentáveis de produção;
Enaltece e informa sobre o programa de descarte e reciclagem das embalagens.

Ou seja, esse é um exemplo de como a linha editorial pode influenciar na criação dos conteúdos, enfatizando os princípios e valores importantes para a marca e para os consumidores que ela pretende atender.

Por que é importante ter uma linha editorial?

Embora no passado fizesse sentido apenas no escopo dos jornas, revistas e algumas mídias, com a evolução da Internet, os inúmeros conteúdos disponíveis, também passaram a cumprir papel semelhante, informando, educando e levando conhecimento aos mais diversos públicos.

Não é de hoje, que os blogs, os sites de conteúdos e até as redes sociais, tornaram-se importantes difusores de conhecimento.

Objetivamente, é importante que a marca, que a empresa, adote uma linha editorial bem definida, pelos seguintes motivos:

Cada vez mais os consumidores exigem posicionamentos precisos das marcas, diminuindo o espaço daquelas que “ficam em cima do muro”;
Conteúdos alinhados favorecem a criação de uma identidade e um maior reconhecimento de marca por parte dos consumidores, o que favorece o branding;
A comunicação com o público-alvo ou a persona, também tende a ser mais eficiente, já que eles tendem a ser mais receptivos ao que a empresa fala;
Os conteúdos produzidos contribuem para reforçar a visão, a missão e os valores das marcas;
O engajamento produzido costuma ser sensivelmente maior;
As taxas de rejeição tendem a cair e as taxas de conversão, a aumentar;
É mais fácil escolher a abordagem e o enfoque dados a cada tema;
Contribui para o aumento da credibilidade e da confiança dos clientes na marca;
Ajudam a organizar e otimizar a produção do conteúdo, evitando a improvisação e falta de foco.

Como estipular / definir uma linha editorial?

É natural que diante de tantas vantagens, quem ainda não tem definida uma, queira saber como estabelecer uma linha editorial para adotar no seu blog e nas redes sociais, não é mesmo?

Esse é um processo que pode levar algum tempo e inclusive, tem começo, meio, mas não tem fim. Isso porque a linha editorial pode – e deve – evoluir com o passar do tempo e de acordo com os movimentos do mercado e com as tendências.

Por exemplo, nos últimos anos muitas empresas têm aderido às pautas / agendas ESG, o que tem exigido delas novas posturas e discursos. Se antes não era tão importante e tão cobrado que elas fossem responsáveis socialmente, que adotassem métodos e processos sustentáveis e que tivessem uma governança ética e transparente, agora são pilares fundamentais.

Com isso em mente, vamos ao que interessa…

1. Persona / público-alvo

O primeiro passo na busca do estabelecimento de uma linha editorial clara e bem definida, é compreender a fundo a sua audiência.

Para tanto, é essencial saber quais são suas necessidades, desejos e expectativas, que nada mais é do que o conjunto de aspectos que precisam ser satisfeitos pelo seu conteúdo.

Além disso, é preciso mapear como esses anseios, dores e interesses da sua audiência, relacionam-se com a missão, a visão e os valores da empresa. Visto de outra forma, são os pontos que servem de fio condutor entre a marca e os seus clientes. É o que ambos buscam!

2. Avalie o mercado

A avaliação do mercado como um todo, também é importante, afinal saber o que os concorrentes estão fazendo e também o que não, possibilita enxergar o que funciona, o que estão falhando, bem como as brechas e oportunidades que não estão sendo exploradas.

Ao explorar nichos pouco explorados, a marca pode encontrar tanto menor concorrência, como suprir carências / demandas não atendidas.

É também uma ótima oportunidade para explorar as lacunas de conteúdo.

3. Defina metas

As metas precisam ser quantificáveis e aferíveis, afinal “para quem não sabe onde quer ir, qualquer estrada serve”.

Mas cuidado! Metas não devem ser encaradas como o fim em si, mas como consequência do que foi feito. Se preferir, elas justificam os meios.

Sendo assim, as postagens que recebem compartilhamentos, comentários e curtidas, são um forte indicador que estão falando ao seu público-alvo.

Portanto, os assuntos / temas que têm maior aceitação e produzem mais engajamento, constituem indicadores razoavelmente confiáveis de que as abordagens adotadas, foram acertadas.

4. Adote um tom de voz

Adotar um tom de voz na produção dos conteúdos, significa usar uma linguagem que ao mesmo tempo reflita os valores e princípios que são defendidos pela marca, mas que também está em consonância e se faz entender por parte do seu público-alvo.

Há quem diga que o tom de voz, é o que caracteriza a personalidade e o humor da marca, percebidos pelo seu público.

Esse é um processo gradual e que envolve vários aspectos, como o estilo de escrita, por exemplo.

Entre os possíveis benefícios disso, podemos destacar:

Identidade – é parte do processo de construção de uma identidade e que permite se diferenciar e se destacar dos demais;
Respeito – deve-se demonstrar respeito por quem consome o conteúdo, entregando valor ao seu público, por meio de uma experiência diferenciada, única, útil e interessante;
Fidelização – um tom de voz que agrade e um estilo marcante, são diferenciais que contribuem para a fidelização;
Envolvimento – a palavra adequadamente escolhida, a frase bastante expressiva, o tom mais agradável, a analogia perfeita e a metáfora que ajuda a exprimir o pensamento, invariavelmente produzem envolvimento da audiência;
Comunicação – a linguagem correta e o uso consciente e inteligente do vernáculo, favorecem uma comunicação com menos erros e mais eficiente;
Receptividade – ao saber colocar ideias na forma de palavras, consegue-se que seu público-alvo enxergue as situações sob a mesma ótica e talvez até veja o mundo pelos olhos do autor;
Humaniza – o tom de voz e o estilo de escrita, humanizam e tornam o conteúdo menos impessoal;
Personalização – por fim, mas não menos importante, empresta personalidade ao conteúdo e individualiza a mensagem ao interlocutor.

5. Escute seu público

Já bem dizia o ditado: “a voz do povo, é a voz de Deus!”.

Portanto, esteja atento e escute o seu público. Avalie seus comentários e estude como atender às suas solicitações

Vá além e peça e promova feedback. Além das métricas e das metas, crie pesquisas rápidas, seja no blog, seja nas redes sociais, seja até por e-mail. A informação que seu público fornece voluntariamente, pode produzir insights valiosos a respeito do que ele mais gosta de consumir e como ele gosta de consumir.

Não se esqueça que a linha editorial deve evoluir aos ventos do mercado e especialmente atender aos anseios do seu público, o que não significa que você tem que abraçar o mundo. Na verdade, nem tente!

Há quem queira e precise de conteúdo mais técnico, que não é o mesmo visitante que busca conteúdo para leigos. Cada um exige um tom de voz e estilo próprio e, portanto, não cabem na mesma linha editorial, certo?