Fidelizando seu público com conteúdo para leigos

Quantas vezes você fez uma pesquisa no Google – ou mesmo no Microsoft Bing – e após acessar vários dos muitos resultados apresentados, além de não ter respondida a sua dúvida, ficou com mais perguntas sem respostas do que tinha antes?

Todo mundo – sem exceção – é leigo ou iniciante em muitos assuntos, mas parece que muitos dos sites não sabem disso e criam conteúdo pressupondo que as pessoas já sabem várias coisas e aí o que acontece, é justamente a situação do parágrafo acima.

Chegou a hora de mudar isso e mais ainda, fidelizar o seu público criando um conteúdo especialmente pensado e elaborado para ele.

A Internet é para especialistas?

Ao observarmos o cenário acima, parece que sim!

A sensação que se tem hoje em dia, é que não existem mais sites para leigos ou iniciantes em qualquer assunto. O conteúdo – seja ele qual for – parece estar destinado senão a especialistas, no mínimo para aqueles que já sabem várias coisas a respeito.

E como fica quem não sabe nada? Aqueles que ainda estão aprendendo e dando os primeiros passos? Ou até quem não quer um dia ser expert em nada e seu único objetivo é ter respondida uma pergunta simples por meio de uma resposta igualmente simples, clara e didática?

Não é privilégio de uma área do conhecimento, embora em algumas a situação fique ainda mais caracterizada, como é o caso de muitos dos assuntos que tratamos aqui no blog da HostMídia, como tecnologia, Marketing Digital e temas relacionados com o dia a dia das empresas.

Muitos sites até conseguem atrair muitos visitantes, mas que no final, retornam para a página de resultados dos sites de busca (SERPs), não porque o conteúdo não seja bom, não seja completo ou faltem informações, mas porque ele não considera os iniciantes e leigos no assunto.

Ok, pode até ser que haja um link para cada terminologia específica do assunto que está sendo tratado, mas ninguém quer clicar em 10 outros links e que podem vincular outros tantos, quando apenas esperava uma explicação que talvez pudesse estar apresentada em um ou dois parágrafos. Quem sabe até mais, mas que não o obrigasse a ficar navegando por incontáveis páginas do mesmo ou de vários sites.

Alguns vão dizer que esse é um truque para induzir o visitante a navegar por outras páginas do site e que inclusive isso consta de qualquer guia de Marketing Digital. É verdade, mas será mesmo que todo mundo está disposto?

Não seria melhor, mais cortês, mais respeitoso com o visitante, em vez de obrigá-lo, dar-lhe a opção?

Em outras palavras, criar um conteúdo que sirva tanto aos leigos, quanto aos que já conhecem um pouco, ou mesmo muito, significa que de acordo com o grau de conhecimento, alguns vão consumir da primeira à última linha, outros vão clicar em alguns links, outros em nenhum, um grupo usará o CTRL + F e ainda haverá os que usarão os subtítulos para chegar no que lhes interessa.

O conteúdo do seu blog ou do seu site de conteúdo, é elaborado pensando nisso?

Por que criar conteúdo para leigos e iniciantes?

Além das razões que já apresentamos, há outros motivos para criar conteúdo seja de um blog ou de outros tipos de sites pensando em leigos e iniciantes.

Nos anos 90, com o rápido avanço de muitas áreas da tecnologia, especialmente os assuntos relacionados com computadores, uma conhecida editora lançou vários títulos de livros e que todos eram do tipo “programação para leigos” ou “linguagem C para leigos”, em que a palavra leigo inclusive aparecia em destaque em relação ao restante do título.

Era a linha “for dummies” – o correspondente em inglês de leigos – que ficou famosa pelos livros de capa amarela e que levava em consideração justamente esse público que era excluído pelas outras editoras, afinal todo programador um dia também já foi leigo!

Não é preciso dizer quantos livros eles venderam de todos os títulos. Foi um sucesso!

Implícito nesse exemplo, está a primeira razão – estabelecer um diferencial no mercado de livros destinados a ensinar algo. Mas há outros:

  • Amplia o público alcançado – apresentar conteúdo da forma que mencionamos, faz com que ele seja útil para diferentes níveis de conhecimento do assunto;

  • Mostra respeito – também indica respeito aos conhecedores e aos leigos;

  • Fideliza – decorrência direta do anterior, são grandes as chances do visitante favoritar seu site, afinal depois de tanta navegação, finalmente ele encontrou um que explicou tudo da forma que ele queria / precisava;

  • Conhecimento melhor do site – outro comportamento natural diante de sites assim, é da exploração por parte do visitante, que sente-se naturalmente curioso para ver se outros conteúdos são tão preocupados em informar quanto aquele que o trouxe ao site;

  • Engaja – o tão buscado engajamento vem de forma orgânica, afinal é maior a chance de um leigo passar para outro o link, comparativamente aos sites de “especialistas” no assunto, sem que nem tenha que se pedir;

  • Informação / aprendizado – diferentemente de muitos sites, os quais o visitante leigo os vê apenas como específico para “especialistas”, acaba sendo fonte de aprendizado e informação.

Portanto, quando se soma a tudo que discutimos até agora, uma linguagem compatível, sem erros de português, com boas abordagens e enfoques no que é mais interessante segundo a ótica dos visitantes, exatidão e credibilidade do conteúdo elaborado, bem como personalidade e originalidade do conteúdo, a fidelização do leitor acaba sendo consequência.

5 dicas para criar conteúdo para leigos / iniciantes

Uma vez que você tenha abraçado a ideia, é bastante provável que queira saber o que levar em consideração ao criar conteúdo para leigos / iniciantes, afinal para quem sabe muito, tudo parece fácil, simples, lógico e natural.

O primeiro passo é justamente lembrar que nem sempre foi assim, embora diferentes pessoas têm diferentes níveis cognitivos, ou seja, há quem tenha mais facilidade e quem tenha menos.

1. Nivele por baixo

Cuidado com a interpretação disso! Não significa nem que o nível do conteúdo apresentado será inferior, nem tampouco que dos seus visitantes também seja.

Quando observamos os leigos em diversas áreas, esse tipo de entendimento fica mais claro.

Pense em alguém que começa a aprender a dirigir. Para quem já sabe, é óbvio que para mudar a marcha, é preciso pisar na embreagem, mas quem está na primeira aula, além de não ser tão óbvio assim, pode gerar uma pergunta nem sempre feita: “mas por que eu tenho que pisar na embreagem?”.

Esse tipo de preocupação, é ótima! É ótima, porque enriquece o conteúdo. Você começará a responder coisas que os outros sites, os outros blogs não respondem. Dará a razão de ser das coisas. As suas origens. Irá mais a fundo do que os demais.

No final das contas e apesar do título, será um nível maior.

2. Lembre-se de quem consome o conteúdo

Temos um post inteiro dedicado a essa questão: “Para quem você cria conteúdo? Robôs ou pessoas?”.

A verdadeira obsessão com SEO e aparecer na primeira página do Google, muitas vezes faz com que os responsáveis por criar conteúdo, esqueçam-se que para que ele cumpra sua finalidade primeira, ele precisa atender pessoas.

De nada adianta aparecer muito bem para os algoritmos dos sites de busca, se quando as pessoas chegam às respectivas páginas, o que encontram não as atende.

Parece até meio romântico, mas o caráter literário, o estilo e a personalidade na escrita, mas que contribuem para reter o visitante, está cada vez mais raro. Textos chatos, impessoais, que revelam apenas preocupação de interligar palavras-chave na quantidade mais indicada, predominam nos sites.

3. Desperte o professor que há em você

Por mais que você nunca tenha exercido a atividade, há um pouco de professor em cada um de nós.

Ele geralmente aflora quando nos tornamos pais e mães, que é quando surge espontaneamente o desejo de fazer os pequenos compreenderem as explicações que acompanham suas muitas perguntas em uma determinada fase das suas vidas.

E se pensarmos bem, eles são os mais típicos leigos que conhecemos, assim como nós também já fomos um dia.

Como eles ainda têm muitas dificuldades, seja porque ainda conhecem pouco, sua linguagem não está totalmente desenvolvida, temos que recorrer às analogias, aos exemplos, às comparações, às estórias. Esse tipo de recurso nós empregamos sempre que os assuntos são mais complicados.

Apoiar-se em coisas que se conhece, ajuda muito.

Mas há outros recursos, como o emprego dos sinônimos, da etimologia, da semântica, ou seja, da própria língua.

4. Use o Google

Sim, o próprio Google ajuda a saber o que as pessoas normalmente perguntam a respeito de um determinado tema. Não raramente para algumas pesquisas, especialmente do tipo “o que é tal coisa?”, costuma aparecer: “As pessoas também perguntam”.

Veja o tipo de pergunta feita associada ao tema central, pois isso dá uma ideia do que costuma-se querer saber a respeito.

Fóruns de discussão e sites como o Reddit, ou ainda sites de perguntas e respostas, também constituem ferramenta auxiliar para saber que tipos de dúvidas as pessoas têm sobre certos assuntos.

5. Peça ajuda a outros leigos

Apesar de óbvio, poucos recorrem a leigos para ajudar a compor um assunto.

Por paradoxal ou até estranho que possa parecer, indagar um leigo sobre o que ele sabe e particularmente, o que ele não sabe sobre algo, pode ser extremamente útil e importante para elaborar um conteúdo esclarecedor.

De certa forma, isso é um retorno à primeira dica (pergunta sobre embreagem), mas sob a ótica do outro.

E mais do que saber o que ele não sabe, uma vez pronto o conteúdo, você pode aferir o quão compreensível conseguiu ser.

Conclusão

Criar conteúdo de um site ou blog orientado para leigos / iniciantes, se feito da forma correta, pode ser um ótimo meio para fidelizar os visitantes.

 
 

 

 

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