8 ótimas alternativas de navegadores ao Google Chrome

Você é daqueles que faz as coisas e segue a maioria ou gosta de fazer as coisas do seu jeito, com base nas suas próprias expectativas, gostos, desejos e opiniões?

Se você gosta de experimentar e dispor de alternativas, seja qual for o motivo, hoje apresentaremos outras opções ao líder do mercado quando o assunto é navegador de internet.

Nossa ideia não é determinar qual o melhor, porque é um tipo de avaliação subjetiva. O que cada um considera como melhor, deve ser o que atende mais necessidades, desejos e anseios, o que varia de acordo com cada pessoa. É assim em tudo.

Portanto, vamos apresentar os aspectos que caracterizam cada alternativa apresentada, de tal maneira que você possa escolher e realizar sua própria avaliação, mas não sem antes fazer algumas considerações.

Por que usar outros navegadores?

Muita gente pode questionar, afinal por que usar um navegador diferente daquele que a maioria usa? Se é líder, deve ser porque é o melhor, não é?

Pode ser que sim, mas também pode ser que não...

No mercado como um todo e não só de navegadores web, mas em termos de qualquer produto e/ou serviço, a concorrência é extremamente benéfica para nós consumidores.

Quanto maior a concorrência e quanto mais opções os clientes têm, mais as empresas têm que esforçar-se para conquistar sua fatia no mercado – o chamado Market Share – entregando mais benefícios, mais valor, mais qualidade, melhor atendimento e por aí afora.

Historicamente há inúmeros exemplos de lideranças absolutas e domínio maciço do mercado, que acarretaram perdas para nós usuários finais, como é o caso da "ditadura das Big Techs", a qual muitos de nós estamos submetidos.

Esse tipo de monopólio, como é o caso do Google Chrome, que em Agosto de 2023, é de cerca de 63,5%, ou seja, praticamente 2 em cada 3 usuários o utilizam exclusivamente ou como sua principal opção, resulta em uma série de consequências diretas e indiretas:

  • Poder – não estamos nem falando do poder econômico associado, que também existe, mas do poder de decidir os rumos do mercado, o que fazer e entregar, para que direções ir, definir o que é “bom” para o consumidor, etc. Enfim, dita as regras;

  • Menos opções – monopólios tendem a diminuir ainda mais as opções. Ao enfraquecer a concorrência e desestimular o surgimento de novos players, dá cada vez menos alternativas aos consumidores que queiram ou precisem de opções diferentes;

  • Piora do produto / serviço – a medida que aumenta o poder e há encolhimento da concorrência, a preocupação com o consumidor torna-se cada vez menos importante e o produto / serviço deixa de priorizar a qualidade, as melhorias, as novidades;

  • Fornecedores – a cadeia de fornecedores para a empresa líder também se vê cada vez mais dependente dela e das suas decisões e também tende a encolher porque tem cada vez menos concorrentes (clientes) para atender;

  • Preço – não se aplica no caso de navegadores, visto que geralmente são gratuitos, mas no caso de produtos / serviços pagos, há tendência de elevação dos preços.

A lista acima – que pode ser mais extensa – demonstra o porquê não devemos como consumidores, dar uma liderança tão ampla a qualquer empresa, sob risco de sermos os maiores prejudicados.

No passado, o Internet Explorer já foi hegemônico como é hoje o browser do Google e vimos o quanto perdemos ao despencar a quantidade de opções, ao piorar o desempenho, ao aumentar as falhas de segurança e do ponto de vista dos desenvolvedores web, as dificuldades para criar sites para o navegador que vinha embarcado no Windows.

O que considerar ao escolher um navegador?

Para fazer uma escolha mais racional e menos emocional, vamos tratar de aspectos que você deve observar ao escolher um navegador para substituir o Chrome.

Desempenho

Desempenho do navegador tem sido um dos aspectos que tem ganhado cada vez mais importância, tanto que algumas das principais opções tem brigado pelo posto de “navegador mais rápido” da Internet.

Para o usuário final, resta acreditar no Marketing que cada um faz, ou ser mais objetivo e realizar testes.

Você pode abrir os sites que costuma acessar com mais frequência e tentar observar ou até medir o tempo de carregamento das páginas.

Mas se você quer de fato uma avaliação mais técnica, sugerimos usar o conjunto de ferramentas do BrowserBench, o qual oferece três conjuntos de testes, nos quais os resultados mais altos refletem melhor desempenho.

Para realizar os testes de desempenho – que podem levar alguns minutos – recomendamos o link do Speedometer e rodá-lo apenas com o navegador a ser testado em execução, sem outras abas / guias abertas, de modo a obter os resultados em condições de igualdade e mais próximas do ideal.

Consumo de recursos

Nos últimos tempos, o browser mais popular, tem sido considerado um devorador de memória RAM.

Na prática significa que se você está com ele aberto e tem várias abas / guias exibindo diferentes sites, a RAM livre pode cair a níveis que tornam todo o sistema operacional e demais aplicações, mais lentas e quando esse consumo é exagerado, o que não é difícil, torna-se impraticável trabalhar na máquina.

Mas recursos também significam uso do processador e leitura e escrita em disco. Esses dois fatores somados a utilização de memória RAM, determinam o consumo de recursos e consequentemente o desempenho do restante dos programas que você eventualmente tenha abertos, além é claro do próprio browser.

É possível observar no Windows, no Mac e no Linux, o montante de recursos que são consumidos por cada navegador usado. Nos dois primeiros, pelo gerenciador de tarefas e no Linux, por linha de comando ou dependendo da distribuição, por aplicações similares.

Sugerimos para isso, abrir em cada um, meia dúzia de sites – sempre os mesmos – e observar especialmente quanta memória é consumida. A questão de leitura em disco e CPU é mais difícil de monitorar, pois só são usadas durante o carregamento das páginas e exigiria alternar entre o browser e o monitor de recursos.

Segurança

A segurança no navegador depende de diferentes questões, algumas mais técnicas e difíceis de avaliar e outras mais objetivas.

Mensagens do tipo “sua conexão não é particular”, é um exemplo de preocupação com a segurança, ao avisar que se prosseguir, o usuário estará acessando uma página sem criptografia. Mas o quão amigável é esse aviso? Quantas informações adicionais existem para que os leigos compreendam o risco associado?

Alertas, bloqueios, gravação / memorização de credenciais de acesso, possibilidade de personalização ou de configurações adicionais e até como é tratada a privacidade – próximo fator – por parte do aplicativo, são aspectos que devem ser observador quando se fala em segurança.

Privacidade

A discussão sobre privacidade online vem ganhando cada vez mais espaço e importância e que fica caracterizada por regulamentações como a GDPR, na Comunidade Européia e a LGPD no Brasil, mas que tem nos navegadores um componente essencial.

Tão logo as extensões / complementos / AddOns tornaram-se disponíveis, surgiram diversas com a função de melhorar aspectos de privacidade, até que algumas das alternativas de navegadores começaram a oferecer a possibilidade de bloqueio de cookies sem que fosse necessário instalar uma extensão para fazê-lo.

Hoje já temos algumas das principais alternativas do mercado, que têm como configurações padrão uma navegação que bloqueia quaisquer mecanismos de rastreamento e coleta de informações do usuário.

Como se diz, não há sentido em falar em segurança na web, sem privacidade.

Usabilidade

O conceito de usabilidade é possivelmente o mais subjetivo de todos, afinal o que pode ser considerado prático, usável, intuitivo e fácil para uns, pode não ser para outros.

A usabilidade deve ser avaliada em termos da facilidade de localizar recursos de cada navegador, da clareza e intuitividade no seu uso, dos atalhos de teclado, da quantidade e utilidade dos recursos, da quantidade de passos ou cliques para se fazer algo em específico.

Recursos

Intimamente relacionado com a usabilidade, estão os recursos.

As versões mais recentes têm incorporado uma série de recursos que antes só eram possíveis por meio de extensões, como por exemplo, a possibilidade de personalização da interface, criação de grupos de abas, tradução de conteúdo, seleção de elementos, notas, etc.

A vantagem fica por conta de ampliar a usabilidade e evitar a instalação de uma extensão criada por terceiros e que pode vulnerabilizar a segurança e aumentar o consumo de recursos e por consequência,  piorar o desempenho.

Proposta

Ser mais rápido, mais seguro, oferecer mais extensões, são exemplos de propostas.

Em outras palavras, alguns browsers apoiam-se em determinados aspectos para nortear o seu desenvolvimento e acabam sendo suas principais características.

Por exemplo, o navegador Brave – que já avaliamos aqui no blog – tem como proposta principal, garantir da privacidade do usuário, tanto que é a primeira coisa que se lê ao entrar no seu site e que é reforçada a todo instante ao navegarmos por sua página.

8 alternativas de navegadores web

Como mencionamos, a ideia não é apontar o melhor. Deixamos essa tarefa para você, com base na avaliação dos fatores acima e das suas prioridades quanto ao que mais importa no dia a dia. Por isso, vamos fazer um breve resumo de cada um, esperando que você baixe, instale e teste aqueles que parecerem adequados às suas necessidades e expectativas.

Alguns dias de teste, é o melhor a se fazer, afinal é da natureza humana resistir ao novo. Só se acostumando e experimentando as situações reais, que é possível fazer uma avaliação isenta.

Por fim, mas não menos importante, a ordem em que aparecem é aleatória e não reflete qual consideramos melhor ou pior, por quaisquer dos critérios anteriormente abordados.

1. Brave

O navegador Brave é uma das mais novas opções e tem se destacado por ser equilibrado em termos dos fatores acima, com maior destaque ao aspecto da privacidade.

Porém ao privilegiar a privacidade e a forma como ele faz isso, evitando o download ou bloqueando quaisquer componentes que de alguma forma violem a privacidade do usuário, indiretamente contribui para um melhor desempenho (menor tempo de carregamento), menor consumo de recursos e maior segurança.

Além da proposta fortemente orientada para a privacidade, que é padrão e não exige nenhuma configuração adicional, o modo privado / anônimo usa o modo Tor, que é o mesmo do Tor Browser (abaixo em nossa lista), o mais usado para navegação na Deep Web. Ou seja, é uma navegação ainda menos permissiva, ao utilizar mecanismos para ocultar a localização por parte dos sites acessados, fazendo roteamento por vários servidores antes de chegar ao seu destino.

Em outras palavras, nem mesmo o seu verdadeiro endereço IP será possível saber.

2. Mozilla Firefox

Uma das opções mais conhecidas, antigas e considerada por muitos, como a melhor, o Mozilla Firefox precisa constar dessa lista.

Caracteriza-se por ser um dos programas do gênero que mais lança atualizações, seja para corrigir problemas e bugs, seja para incluir novos recursos ou aprimorar os existentes.

Foi um dos pioneiros a privilegiar a privacidade online e a segurança. Sua proposta está claramente orientado ao usuário e desde sua criação sempre posicionou-se como alternativa aos programas líderes do segmento, tanto que na época em que o Internet Explorer tinha a liderança que o Google tem hoje, ele apresentava-se como o principal concorrente, após o insucesso do Netscape Navigator.

Normalmente não é considerado o melhor em nenhum dos quesitos, mas é o que os reúne de forma mais equilibrada.

Destaque para o add-on (extensão) de VPN, de desenvolvimento da própria equipe do Mozilla e por essa razão acaba sendo uma extensão segura, bem integrada e funcional e que consiste de um ótimo recurso para quem precisa de segurança e privacidade na navegação web.

Outra qualidade que merece ser mencionada, é que diferentemente de muitos browsers atuais, que usam o mesmo motor / engine do Chrome, o Open Source Chromium, ele usa um próprio e de criação da fundação Mozilla. Ou seja, ele não herda algumas características e que também podem ser problemas nos navegadores que usam a mesma base de desenvolvimento.

3. Safari

Mais antigo ainda que o Firefox, o Safari nasceu e por algum tempo foi exclusivo para os sistemas operacionais da Apple.

Por toda a sua história caracterizou-se como um programa bastante confiável e estável, ou seja, sem travamentos, erros, vulnerabilidades, consumo de recursos. Bem a cara da empresa por trás dele.

No passado recente, o browser procurava priorizar desempenho e sempre constou como uma das melhores opções nesse quesito. Recentemente vem apostando ainda mais pesado nessa característica, bem como na privacidade também.

Tem um dos visuais mais sóbrios e minimalistas entre as opções mais populares e é também um dos que oferece o menor número de extensões, mas as opções existentes bastam para a maior parte dos usuários. Aqui qualidade não depende de quantidade.

4. Microsoft Edge

Quem tem no seu desktop os Windows mais recentes, não precisa fazer nada para experimentar o Microsoft Edge, pois ele já vem instalado no sistema operacional.

O Edge nasceu com a dura missão de substituir o Internet Explorer, por anos o mais usado do mundo, mas extremamente defasado e cheio de problemas de todos os tipos. Não decolou no começo, até que a Microsoft criasse o novo Edge baseado no Chromium.

Com apenas 4% de market share, ele é o terceiro mais usado, atrás do Safari, este por conta de ser padrão dos sistemas da Apple. No entanto, está presente na maioria dos desktops, visto que o Windows é o sistema operacional mais usado no mundo nesse tipo de dispositivo.

Quem já experimentou o novo Edge, pôde constatar que a empresa de Bill Gates fez um ótimo trabalho, conseguindo reduzir o consumo de RAM em relação ao Chrome e ainda ser um dos melhores em termos de desempenho em vários tipos de sites.

Constam como algumas de suas outras qualidades, uma boa lista de recursos e frequentes atualizações visando melhorias e aspectos de segurança. É uma opção que merece uma chance.

5. Vivaldi

No passado uma lista como essa teria o Opera, mas que desde que a empresa foi comprada por um grupo chinês, as suas propostas não são as mesmas. No entanto, o seu antigo CEO hoje lidera um projeto que mantém vivos alguns dos bons conceitos do passado. Estamos falando do Vivaldi.

Também baseado no Chromium, o Vivaldi é altamente personalizável – como era o Opera – e também coloca em primeiro plano a privacidade, oferecendo o bloqueio de publicidade e rastreamento integrados.

Completam a lista de atributos úteis e exclusivos, a possibilidade de ver simultaneamente o conteúdo de duas abas em tela dividida, comandos por gestos de mouse (usabilidade) e anotações nas páginas.

E se você precisa de mais algum motivo para experimentar o Vivaldi e e-mail é uma constante no seu quotidiano, saiba que ele tem um cliente de e-mail integrado. Ou seja, você não precisa instalar um ou utilizar um webmail ultrapassado e com poucos recursos.

Observação importante: muitos artigos do gênero incluem o mencionado Opera, no entanto, desde que ele foi comprado, questionamentos sobre a aspectos de privacidade tem sido feitos. O mecanismo de bloqueio seria efetivo quanto ao rastreamento por terceiros, mas a própria empresa tem colhido dados sem consentimento dos usuários. Portanto, até que a questão seja confirmada ou negada, nós não o indicamos como opção.

6. Tor Browser

O já citado Tor Browser, não é só para quem pretende explorar a Deep Web.

Ele é o mais popular na web profunda por sua forte preocupação com segurança e privacidade.

É um software gratuito e open source (código aberto) mantido pelo Tor Project e uma comunidade de voluntários em todo o mundo.

O nome Tor é uma sigla para The Onion Router ("a cebola roteadora", em tradução livre), sendo que a referência a cebola, vem da analogia das camadas do vegetal e das camadas de Internet.

Ao trafegar os dados de navegação por uma rede de servidores aleatórios na rede, ele garante que nem mesmo seu endereço IP será conhecido pelos sites acessados. O lado “ruim” do rígido mecanismo de privacidade e segurança, é que alguns sites podem não ser exibidos ou funcionarem corretamente. Justamente os que mais tentam obter informações suas.

É um programa leve, consome poucos recursos, abre rápido, mas o desempenho não é dos mais empolgantes, justamente pelos mecanismos de segurança.

7. Maxthon

O Maxthon é provavelmente o mais desconhecido entre todos e consta raramente de qualquer avaliação do tipo.

No entanto, sua engine privilegia tecnologia orientada a blockchain, o que pode ser particularmente interessante para conteúdos baseados nela, bem como transações em criptomoeda.

Outro diferencial, é que a engine é baseada na mesma do Internet Explorer, porém evoluída e corrigindo problemas que o antigo navegador da MS tinha. Ganhou alguns dos recursos das alternativas modernas e melhor desempenho, o que o torna uma boa alternativa para quem ainda tem aplicações criadas para o IE, mas que já não pode contar com ele por falta de suporte oficial.

8. DuckDuckGo

Encerra a lista o aplicativo com mesmo nome do também alternativo site de busca – o DuckDuckGo.

Raramente citado, o browser caracteriza-se pela privacidade, simplicidade no uso e nas configurações, clareza nos alertas e avisos e apenas um nível padrão de proteção pessoal.

Por sua arquitetura, ele é mais enxuto, consome menos recursos que a maioria e tem um bom desempenho na renderização de conteúdos.

Porém apesar de fornecer mecanismos que têm como objetivo manter sob sigilo os dados do usuário, recentemente a empresa efetuou uma parceria com a Microsoft, que teoricamente permitirá os rastreadores dela no programa. Isso deixou a comunidade desapontada. Todavia, a empresa alega que sua ferramenta não é mais permissiva do que seus concorrentes.

Conclusão

Escolher e usar uma alternativa de navegador web, é fortalecer um mercado carente de opções e ainda contar com produtos melhores que o líder do segmento.

 
 

 

 

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