Os benefícios e como gerar tráfego direto para o site

O difícil, contínuo e demorado trabalho de trazer visitantes para um site, envolve uma lista quase interminável de dicas, orientações e princípios que devem ser seguidos, mas que muito raramente contém um meio também importante e cada vez menos utilizado – o tráfego direto.

Se você não tem convicção do que é, muito provavelmente você é como a esmagadora maioria e não dá a importância necessária, ou nem se lembra que é uma possibilidade real e pior, não trabalha na sua geração.

Quer entender por quais razões ele também é importante e como passar a contar com ele para trazer visitantes adicionais para o seu site, então reserve uns minutinhos para nosso bate-papo de hoje.

O que é tráfego direto?

Tráfego direto é considerado todo tráfego de visitantes que chegaram ao site por acesso direto, ou seja, aquele no qual o visitante abre o navegador e digita a URL.

Alternativamente, os acessos feitos por meio de um clique em um link da lista de favoritos, também são classificáveis como acessos diretos.

Em um primeiro momento, a maioria pode ser inclinada a pensar que ninguém mais realiza acessos assim. Será mesmo?

Se como muitos, você acessa primeiro o Google, para localizar o site desejado, depois clica no link exibido na página de resultados, atente que você realizou um acesso direto ao Google, ainda que tenha apenas digitado “www.g...” e o sistema de autocompletar tenha feito o resto do trabalho para você.

Aliás, não deve restar dúvida que o gigante das buscas na Web, é o líder absoluto em tráfego direto.

Talvez você faça o mesmo com sites que visita regularmente. Quem sabe um site de conteúdo ou de notícias, o seu predileto sobre esportes, o YouTube, as suas redes sociais ou o site da empresa na qual trabalha.

Alguns já devem estar até salvos na forma de ícones / links na tela inicial do browser e não é preciso digitar nada, mas esses também constituem acessos diretos.

A maioria dos sistemas de métricas e estatísticas internas do site, costuma mostrar esse tipo de acesso, embora eles devem representar algo próximo de zero para a maioria dos casos.

Mas nem sempre foi assim…

Lá nos primórdios, quando a Web comercial apenas estava decolando, quando o Google nem sonhava existir e os sites de busca eram dezenas, o tráfego direto constituia a principal forma de acesso.

Inclusive, ver endereços de sites em jornais, revistas, ou outras mídias analógicas, era bastante comum.

Mas o que mudou?

Por que não se investe mais em tráfego direto?

Entender o porquê de ser uma das principais vias de acesso, para se tornar uma das últimas, passa por compreender o que aconteceu em meados dos anos 2000.

Na época, embora o Google ainda não fosse nem de longe o que é hoje e ainda precisasse disputar espaço com nomes como Altavista, Yahoo!, Excite e até o Cadê, no Brasil, as ferramentas de busca já se tornavam uma das principais vias de acesso aos mais diferentes sites que surgiam em todos os cantos.

Apesar da transformação digital já estar em curso na época, seu ritmo ainda era tímido comparado aos últimos anos. É preciso lembrar que o primeiro iPhone só seria lançado em 2007 e o primeiro Android, em 2009.

Ou seja, os smartphones que acabaram sendo um dos impulsionadores da mudança de paradigma, só exerceriam efetivamente esse papel, uns anos mais tarde, já que na época acessar um site por eles, era um exercício de paciência e de frequente decepção, pois a maioria dos sites ou não carregavam ou era quase impossível navegar ou visualizar bem qualquer coisa.

Nesse contexto, o trabalho de SEO – e nem era assim chamado – consistia unicamente de tentar disseminar sua URL por todos os cantos. Quantidade de links espalhados e listas intermináveis de palavras-chave relacionadas por toda a Web, era o critério para ser exibido em uma busca qualquer.

Porém, a medida que o Google, sua busca minimalista, seu algoritmo diferente da maioria e baseado no PageRank começaram a escalar a preferência dos usuários, os donos e administradores de sites começaram a olhá-lo com mais atenção e direcionar suas ações para constar dos resultados do serviço criado por Larry Page e Sergey Brin.

Mas como dissemos, alguns anos mais tarde, os smartphones ganhariam telas cada vez maiores e melhor resolução, melhor processamento, mais memória, conexão Wi-Fi e navegar por alguns sites, começou a ser possível, ainda que muitas vezes não fosse uma experiência especialmente agradável.

No entanto, com acesso quase irrestrito na palma das mãos e o Google prometendo entregar qualquer coisa com apenas um toque, digitar uma URL e que nem sempre era tão simples, seja nos teclados físicos dos BlackBerry e alguns Nokia, seja nos virtuais dos outros smartphones, começava a não fazer mais sentido.

Os links e um toque – ou um clique de mouse – passaram a ser o padrão preferido e necessário.

De lá pra cá, o novo paradigma de tráfego só fez se consolidar mais e mais.

Entretanto, não foi só isso. Outros fatores fizeram o tráfego direto decair:

  • Disponibilidade de domínios – registrar um domínio curto e de fácil memorização, tornou-se cada vez mais difícil. Os melhores já haviam sido registrados e, portanto, indisponíveis para registro;

  • Sistemas operacionais – os sistemas operacionais têm evoluído para cada vez exigir menos digitação e mais cliques / toques;

  • SEO – o próprio desenvolvimento das práticas de SEO reforça e retroalimenta o que o Google instituiu;

  • Apps – o crescimento do conceito de apps, os quais algumas vezes substituem um site e a necessidade de realizar o acesso por um navegador. Toca-se ou clica-se no ícone do app e o acesso é feito;

  • Redes sociais – a expansão das redes sociais e recursos como grupos, comunidades e seguidores e os consequentes links para tudo.

Vantagens do tráfego direto

Nesse ponto é normal supor que fazer qualquer trabalho para obter tráfego direto, é inútil, certo?

Ledo engano!

Há sim vantagens / benefícios, o que não significa que se deva desconsiderar ou mesmo diminuir o ímpeto com o que vem sendo feito até então.

Em outras palavras, tudo o que as inúmeras cartilhas de como posicionar bem nas SERPs (Search Engine Results Page ou Página de Resultados dos Motores de Busca) dizem que você deve fazer, continue fazendo.

Mas além disso, você consegue vantagens adicionais se dedicar um tempinho para o tráfego direto.

1. Tráfego adicional

Na medida que seu site se dedica a gerar tráfego direto, o que a totalidade ou a maioria dos seus concorrentes não faz, o contingente trazido por essa forma, deve ser considerado como adicional e que a concorrência não terá.

Note que a disputa pelo tráfego orgânico ou pelo pago, continuará existindo, mas como só você se dedica também ao direto, nesse ponto você se destaca perante eles.

2. Custo

O custo para gerar tráfego, algumas vezes nem existirá e outras não será maior do que aquele que você tem para o orgânico e que geralmente se resume ao custo associado ao trabalho feito.

Não entendeu?

Como era no passado? Divulgar sua URL em tudo o que fosse possível, não é? Nas sacolas, nas embalagens, em todo o material impresso e nas ações do Marketing dito “tradicional”.

Voltar a fazer isso, não torna o custo com produção e gráfica, maior.

3. Marca

Se você parar para pensar, muitos daqueles que colhem benefícios do tráfego direto, têm marcas fortes, marcas que são Top Of Mind, ou muito próximas dessa condição, como é o caso da VW, da Apple, da Samsung, do Itaú, etc.

Em outras palavras, o trabalho em cima da marca e do Marketing offline, além dos benefícios para tornar a marca lembrada, também contribuem para o tráfego direto.

Nenhuma das marcas citadas e de muitas outras que você consiga se lembrar, precisam ser consultadas para o usuário acessar seus respectivos sites.

4. Permanente

Diferentemente do tráfego pago, cujo investimento precisa ser constante para dar resultados, ou do orgânico, no qual o atingimento de um bom posicionamento não garante sua manutenção, a conquista do direto significa que cada usuário que acessa, sua URL tem posição fixa na sua preferência.

5. Segurança

Quem conhece e usa seu domínio quando necessário, não está sujeito a links maliciosos e que buscam ocultar o real destino.

Além disso, evita que o visitante seja rastreado, o que favorece a sua privacidade.

Como gerar tráfego direto?

Se você se convenceu que o tráfego direto produz resultados e vantagens adicionais, a pergunta natural é como produzi-lo, certo?

Algumas dicas indiretamente já foram dadas, mas vamos nos aprofundar nisso.

1. Domínio

A má notícia é que nem todo mundo conseguirá se beneficiar e gerar tráfego direto.

É o caso daqueles que têm domínios que não favorecem a memorização, seja porque são muito longos, seja porque são antinaturais, como é o caso de vários nomes estrangeiros.

Apple ou Samsung, apesar de serem estrangeiros, dado o trabalho de Marketing offline que fazem, estão memorizados pela maioria.

Ainda que sua empresa tenha um nome, uma marca e um domínio que contrariam esse princípio, uma sigla pode ser uma solução interessante. É o caso do domínio pwc.com, que corresponde a PricewaterhouseCoopers.

2. Marketing

Se sua empresa investe no Marketing offline, ou se preferir, no Marketing “tradicional”, divulgue em todas as ações o seu domínio, como todos faziam no passado. Isso não torna a campanha e seu material mais caro.

Sendo assim, material impresso, embalagens, manuais, veiculação publicitária, participação em eventos (ex: feiras e exposições), devem conter seu domínio e de preferência, um QR Code que facilite o trabalho de acessar o site e como você deve suspeitar, também é tráfego direto.

Aliás, o aumento do uso e popularização do QR Code, é uma ótima oportunidade de gerar tráfego direto.

3. SEO

Não, você não leu errado!

Continue se dedicando com afinco ao SEO, porque se você faz um bom trabalho e consequentemente, colhe resultados, aqueles que sempre veem seu domínio nos resultados, tendem a começar a acessar seu site sem precisar passar pelo Google, pelo Bing, ou por qualquer outro site de busca.

E também não se esqueça de tudo que está relacionado, como o Marketing de Conteúdo e a autoridade de domínio, por exemplo.

Bom conteúdo, conteúdo que diverte, esclarece, agrada e resolve os problemas do visitante, é o que garante que ele preste atenção no domínio, para voltar mais vezes.

Se já não fosse bastante, uma vez que seu site tenha sido acessado uma vez, iniciar a digitação da URL no campo de endereço, o recurso de autocompletar exibirá o domínio, desde que o cache do navegador não tenha sido limpo desde o último acesso.

4. Favoritos

Se você acompanha algum canal do YouTube, sabe que todos youtubers pedem: “Não se esquece de curtir, de se inscrever no canal e clicar no sininho para ser notificado sempre que houver conteúdo novo”.

No caso do seu site, estimule a inclusão nos favoritos e inclusive isso pode ser feito por programação, para facilitar a vida do visitante, incluindo um CTA (Call To Action) em pontos estratégicos do conteúdo.

5. Newsletter

Seu conteúdo cumpre o papel de trazer visitantes? Então aproveite e seduza-o para obter conteúdos exclusivos e/ou em primeira mão, por meio de uma newsletter.

Sim, porque os acessos por meio da newsletter, também compõem o tráfego direto.

Inclusive, é um meio de garantir visitação frequente e sob certa periodicidade.

Conclusão

O quase monopólio do Google nas buscas, fez com que os sites abrissem mão de práticas para gerar tráfego direto, bem como os benefícios que ele produz.

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