BMP, JPG, GIF, PNG, WEBP ou SVG: Qual formato usar?

Você resolveu por a mão na massa e criar você mesmo o seu site. Já escolheu o CMS que irá usar para criar e gerenciar o site, pensou nos textos e já até começou a produzir as imagens, usando para isso o GIMP, por ser uma boa opção gratuita e Open Source para cuidar do logotipo do site e de outras imagens e fotos que irá usar.

Chegou o momento de salvar a primeira e aparecem uma porção de formatos para salvar. E agora? Qual o melhor formato? Qual usar? Qual a diferença entre BMP, JPG, GIF, PNG, WEBP ou SVG?

Por que existem tantos formatos de imagens?

O acervo de tipos de conteúdo que caracteriza a Internet, é composto essencialmente de texto, imagens e vídeos. Mas nem sempre foi assim. No princípio, os primeiros sites eram compostos basicamente por texto e alguma cor. Era tudo o que se tinha.

Aos poucos, a evolução trouxe as primeiras imagens, mas não existia banda larga, nem 3G, 4G ou mesmo 5G e a velocidade com que se transmitiam os dados, era uma parcela muito pequena das taxas que temos hoje em dia. Uma imagem de poucos kilobytes de tamanho, poderia levar vários segundos para ser exibida.

O primeiro formato possível naquela época, era o Bitmap, cujos arquivos resultantes tinham a extensão .BMP. Este formato existe até hoje e seu nome representa como uma imagem é composta, ou seja, consiste de um mapa de bits.

Ao se ver uma imagem neste formato, totalmente ampliada, consegue-se compreender o porquê. Imagine uma imagem pequena, de 8 pixels de largura, por 8 de altura, onde cada um dos 64 pequenos quadrados é um pixel que tem uma propriedade de preenchimento e cor. Para algo tão pequeno, é suficiente.

Agora imagine uma grande imagem ou foto. O tamanho do arquivo poderia ser muito grande, fazendo com que seu carregamento levasse muito tempo e o espaço ocupado ao salvá-la, também.

Mas não era apenas a velocidade de transmissão de dados que eram baixas. As mídias de armazenamento (disquetes, hard disks, etc) tinham capacidades igualmente bem inferiores ao que dispomos.

Por essas razões, imaginou-se maneiras de tornar o tamanho dos arquivos BMP, menores e foi quando surgiram os métodos de compressão, resultando em arquivos menores, com alguma perda na qualidade das imagens, porém mais adequados à realidade da época.

Os dois primeiros métodos criados com este objetivo, foram o JPG e o GIF, que conseguiram resultados bastante satisfatórios na ocasião, atendendo a necessidade que se tinha até então.

Com o tempo, a disponibilidade de mídias de armazenamento maiores, bem como melhores velocidades de Internet para transmissão de dados, nas conexões com sites, elevaram-se os padrões mínimos de qualidade das imagens, que somando-se a outros fatores, fez surgir novos formatos, como o PNG e mais recentemente o SVG.

Cada um destes formatos ainda são usados. Uns mais que outros, sendo que cada qual têm seu uso específico de acordo com a situação. Ao conhecer melhor as características de cada um, você terá melhores condições de escolher qual adotar para produzir boas imagens para o seu site da sua empresa ou aplicação Web.

Diferenças entre formatos de imagens

BMP

O primeiro formato de imagens a se popularizar, foi o BMP, que foi criado pela Microsoft e nas primeiras versões gráficas do sistema operacional Windows, já estava presente em vários elementos do sistema, como no fundo de tela (papeis de parede ou wallpaper), nos ícones, nos cursores do mouse e outras imagens usadas na interface gráfica do sistema.

Por ser um padrão proprietário, ou seja, não de código aberto e não universal, inicialmente também representou um entrave na sua adoção generalizada. Embora atualmente todos os navegadores sejam capazes de exibir imagens BMP e temos velocidades de conexão com Internet boas, seu uso é muito restrito e poucos o adotam.

Por essencialmente não sofrer compressão, imagens tendem a ter uma qualidade razoavelmente superior aos formatos JPG e principalmente em relação ao GIF, mas só é utilizado quando a imagem não pode ter nenhum dos inconvenientes destes formatos que efetuam compressão.

GIF

Foi o primeiro formato de imagem baseado em mapa de bits - de forma semelhante ao bitmap - mas que adotou compressão de imagens, resultando em arquivos menores e que eram exibidos pelos primeiros navegadores, possibilitando que os sites não fossem mais compostos apenas por textos coloridos e essa foi a principal razão da sua popularização.

Ainda na mesma época, o recurso de entrelaçamento, permitiu que à medida que partes da imagem fosse descarregadas, ela poderia já ser parcialmente visualizada, sem que todo o seu conteúdo já tivesse sido baixado. Assim, se o conteúdo não fosse o desejado, poderia se interromper seu carregamento, através do navegador.

Outra característica do GIF, que permitiu o seu uso em muitas situações especiais, como por exemplo, a criação de logos mais simples, foi a transparência. Desta forma, pode-se sobrepor uma imagem em um fundo de site, sem que os contornos ou imagem de fundo do logo aparecessem.

Somado a este fator, houve melhorias no formato presentes na versão GIF 89a, que podia ser visualizado em vários sistemas, fazendo com que se prestasse bastante bem para imagens de dimensões pequenas, como por exemplo, ícones.

A principal restrição deste formato, é o número de cores que podem ser usadas para cada pixel, que é de 256. Isso é um fator limitador na produção de imagens que requerem uma gama de cores muito ampla ou grandes nuances de uma mesma cor. Devido a isso, em algumas imagens é nítida a perda de qualidade / definição da imagem, que assume um aspecto granulado e imagens menos realistas e com pouca definição.

Por outro lado, o GIF permitiu a criação de imagens compostas por variações do mesmo quadro, todas sendo compactadas juntas e sequencialmente, resultando em animações. Por esta particularidade, o Graphics Interchange Format ou simplesmente GIF, ainda é bastante usado em imagens animadas, compostas por imagens mais simples, aliado ao seu pequeno tamanho e exibição em qualquer dispositivo.

JPG

O Joint Photographic Experts Group, cuja sigla é JPEG ou simplesmente e mais popular JPG, é outro formato de compressão de imagens bitmap, que acabou também associado como um tipo de arquivo, já que as imagens neste formato, recebem a extensão JPG.

Ele surgiu depois do GIF, tendo algumas diferenças bastante grandes em termos de compressão e oferecendo maior quantidade de cores possíveis em cada pixel que compõe a imagem.

A partir deste formato, foi possível escolher entre maior compressão, resultando em arquivos bem menores, porém com grande perda de qualidade da imagem, ou pouca compressão, mas mantendo boa qualidade da imagem e arquivos maiores.

Esta possibilidade fez com que se tornasse no principal formato escolhido para fotos ou imagens que precisavam ser salvas com um compromisso entre qualidade e tamanho do arquivo final.

Por suas características que favorecem a criação de imagens para diferentes tipos de site, desde aqueles em que a qualidade  da imagem não é o mais importante, até os que a imagem é o conteúdo mais importante, como um site institucional de um fotógrafo, o formato é o preferido da maioria.

Todos os editores de imagens mais populares, permitem escolher entre vários métodos de compressão, e costumam mostrar a mudança no percentual de qualidade da imagem, conforme varia-se o tamanho em kilobytes do arquivo final.

Muitos aplicativos e dispositivos como máquinas fotográficas, utilizam o JPG como formato padrão para salvar imagens produzidas neles.

PNG

A sigla para Portable Network Graphics, representa um formato de imagens que foi inicialmente criado como substituto do GIF, principalmente porque o último continha algumas patentes vinculadas a ele e sendo assim, cada programa que manipula este formato, realiza o pagamento de direitos autorais ao detentor das patentes.

Da mesma forma como os formatos que o precederam, trata-se de uma tecnologia para compressão de imagens bitmap, porém contendo características do GIF e do JPG, constituindo-se assim o formato mais apropriado para muitos dos usos de uma destas extensões.

Por esta razão, o PNG permite ter a transparência dos gifs, sem a limitação de até 256 cores. Ao contrário dos GIFs, até 48 bits de cores para cada pixel da imagem são possíveis e fatores de compressão melhores do que do JPG.

Por suas características e por não ter vinculado a si restrições de propriedade intelectual, é um formato recomendado pelo W3C para uso em aplicações Web.

WEBP

O formato WebP (pronunciado como weppy), é um formato de imagens desenvolvido pelo Google com propostas audaciosas, na medida em que promete arquivos menores em termos do espaço que eles ocupam para armazenamento e consequentemente, significa também menor consumo de banda e carregamento mais rápido no seu dispositivo.

Aliado a isso - que já seria uma boa vantagem e um motivo para sua adoção - ainda reúne as melhores características do JPG (fator de compressão), PNG (transparência) e GIF (imagens animadas), sendo que a compressão é superior ao JPG com menor perda de qualidade, a transparência com compressão e sem perdas é melhorada em relação ao PNG e capacidade de animação aprimorada comparativamente ao GIF.

Resumindo, é um formato que traz inegáveis benefícios e que pode ser adotado para várias situações, substituindo com vantagens e evitando que se tenha que adotar um formato para cada situação específica.

Porém ainda há um grande inconveniente, que é a compatibilidade em algumas situações importantes. Nem todo aplicativo já é capaz de exibir tais imagens ou manipulá-las, como é o caso do visualizador de imagens nativo do Windows.

Visualizar uma foto tirada e salva nesse formato, exige que se instale um programa especificamente para este fim em um computador que use o sistema operacional mais popular do mundo.

Outro exemplo de limitação, é o Gimp, popular programa de edição de imagens open source, que requer a instalação de um plugin, o qual não funciona muito bem dependendo da versão do Gimp que é utilizada.

Por conta deste tipo de limitação, a adoção do formato encontra barreiras importantes e que não podem ser negligenciadas quando se considera seu uso em sites ou qualquer tipo de situação.

SVG

SVG é a sigla para Scalable Vector Graphics, que constitui o formato mais recente e que promete uma série de benefícios.

Contrariamente aos demais formatos, abandona o conceito de mapa de bits (bitmap), para adotar o conceito de imagens vetoriais, onde cada ponto de uma imagem é determinado por um vetor, com dimensão e ângulo em relação a uma origem. Em termos práticos, esta característica resulta em imagens que podem ser ampliadas sem perda da definição / qualidade, como ocorrem nas imagens bitmap.

Também como ocorre no caso do PNG, é um formato aberto e sem direitos vinculados a qualquer empresa, razão pela qual também é recomendado pelo W3C para uso na World Wide Web.

A restrição por parte deste formato, reside exclusivamente no fato de que por ser recente, os navegadores de versões mais antigas, não dão suporte a sua exibição, caso adotado em algum site.

Entre os programas para criação e edição de imagens mais populares, com suporte ao SVG, aparecem o GIMP, Adobe Illustrator e Corel Draw.

Conclusão

BMP, JPG, GIF, PNG ou SVG, são diferentes formatos de imagens, cujo uso variam de características e vantagens que cada formato apresenta, bem como a utilização que se pretende dar ao arquivo resultante. Com a evolução da Internet, a adoção de padrões Web e uso de formatos livres, tem sido recomendado que se adote formatos como PNG e SVG para criação e manipulação de imagens.

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