Administração de servidor por conta própria ou pela empresa de hospedagem?
Se você tem ou pretende ter um servidor dedicado ou VPS, entre tudo que tem que definir, um aspecto obrigatório, é a administração dele.
Fazer por conta própria ou entregar à empresa de hospedagem?
A decisão, que pode parecer simples para alguns, na verdade envolve uma série de pontos a serem considerados e é sobre isso que falaremos hoje.
O que é a administração de servidor VPS ou dedicado?
A administração de um servidor, seja ele um VPS ou um dedicado, é caracterizada pelo conjunto de ações frequentes, periódicas e necessárias para mantê-lo funcionando, com desempenho adequado e dentro de bons padrões de segurança.
Essa possível definição do que é administrar um servidor, é um tanto vaga, mas ao mesmo tempo tem pressupostos importantes, especialmente por conta das palavras “desempenho” e “segurança”. Mas contenha sua possível ansiedade a respeito, pois ainda não é o momento de falar sobre esses dois fatores.
Antes disso, é preciso abordar o que compreende a administração, em termos de procedimentos.
Quais procedimentos são feitos na administração de um servidor?
Os procedimentos de administração de um servidor, não são muito diferentes da administração de um computador pessoal, pelo menos no que se refere ao que precisa ser feito, mas que varia muito na forma, na complexidade e abrangência.
Ou seja, é preciso conduzir ações direcionadas aos seguintes objetivos:
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Atualizações – promover atualizações diversas, como do sistema operacional, do painel de controle, dos serviços (servidor web, e-mail, FTP, banco de dados, etc);
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Limpeza – remoção de conteúdos que são gerados em decorrência do uso, como logs do sistema operacional e dos serviços, arquivos de cache, arquivos temporários, fila de e-mail (mail queue), etc;
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Instalações – instalação de novos serviços, bibliotecas, softwares e aplicações, etc;
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Configurações – realização de configurações, bem como ajustes ou alterações em existentes, para atender determinadas demandas, melhorar o desempenho e a segurança;
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Análises – análise do status dos serviços, dos logs do sistema operacional e dos serviços, do tráfego e dos acessos quanto à legitimidade (ex: prevenção e mitigação de ataques e invasões), fluxo de e-mails (ex: prevenção e mitigação de SPAM e phishing);
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Backup – agendamento e acompanhamento das rotinas de backup, bem como do conteúdo que é submetido e eventual restauração;
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Agendamento – criação e manutenção de tarefas agendadas (cron jobs), rotinas periódicas de manutenção preventiva e corretiva, etc.
Portanto, dependendo do uso que alguns de nós fazemos dos nossos computadores, em algum momento temos ações que se assemelham no propósito, mas que podem ser bastante distintas na forma como é feito.
Isso porque na maior parte dos sistemas operacionais modernos, existe um elevado grau de automatização, essencialmente para que os leigos, que são a grande maioria, não tenham que se preocupar em como fazer. Em função dessa automatização extrema, muitos usuários nem se dão conta do que está acontecendo.
Apenas leem – nem sempre – os alertas e autorizam que o sistema se encarregue de tudo.
Mas no caso de um servidor de hospedagem, embora seja possível também algum nível de automatização, uma das suas características é permitir um elevadíssimo grau de personalização, flexibilidade e disponibilidade, cujo preço está em fazer escolhas e pelo menos iniciar os respectivos processos manualmente ou no caso de tarefas agendadas, defini-los e estruturá-los para execução.
Um computador pessoal, como o nome sugere, atende uma pessoa ou usuário. Já um servidor, geralmente serve centenas ou milhares.
O que não faz parte da administração de um servidor?
Há um conjunto importante de ações, as quais não correspondem à administração de um servidor, como por exemplo:
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Site – tudo que está intimamente ligado ao funcionamento do CMS ou da plataforma de desenvolvimento do site, como instalação e atualização de plugins, temas e o conteúdo;
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E-mail – criação e manutenção de contas de e-mail, filtros, limpeza de mensagens, gerenciamento das pastas e do espaço que ocupam, etc;
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Intranet – tudo que eventualmente é parte da intranet da empresa;
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Sistemas – sistemas que não são típicos e essenciais para o funcionamento de um servidor de hospedagem de sites.
Logo, tudo o que está dentro da conta do usuário, é usualmente de responsabilidade do cliente administrar.
Administração de servidor com foco em desempenho e segurança
Como dissemos, os principais objetivos da administração do servidor, é extrair o máximo de desempenho e fornecer um ambiente seguro.
No entanto, ambos objetivos não dependem apenas de um conjunto eficaz de ações do administrador.
Quando a questão é desempenho, naturalmente são realizadas configurações tanto do sistema operacional, quanto dos serviços, de tal modo que sejam executados apenas processos essenciais e que não sobrecarreguem os processadores, que a alocação de memória seja a mínima possível, que a leitura e escrita em disco seja otimizada via um sistema de cache, por exemplo, e que o tráfego de dados não consuma toda a largura de banda.
Ainda assim, é possível que o desempenho não seja o que se espera ou deseje, se as aplicações da intranet ou as visitas aos site exercerem uma demanda acima daquela suportada pelas configurações do servidor.
É análogo a comprar um notebook de entrada e querer rodar games sofisticados ou uma aplicação de edição de vídeo.
O mesmo aplica-se quando o assunto é segurança. Pode-se elaborar um bom conjunto de regras para o firewall, configurar o ModSecurity e mais um amplo conjunto de medidas de segurança, mas o usuário não ter um comportamento condizente, como por exemplo, instalando um tema gratuito e sem procedência no CMS do site ou usando senhas fracas, por exemplo.
Consiste no mesmo tipo de erro daqueles que acreditam que podem acessar qualquer tipo de site, instalar software pirata e não atentar para o que recebem por e-mail, apenas porque têm um software antivírus instalado e creem que ele seja capaz de barrar quaisquer malwares e ameaças do mundo digital.
Como funciona a administração de servidor pela empresa de hospedagem?
É preciso ter em mente que existem particularidades quanto a esse tipo de prestação de serviço, conforme a empresa de hospedagem. Podem e devem haver diferenças importantes de uma empresa para outra, mas em linhas gerais, há duas modalidades:
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On demand – ou seja, quando houver demanda ou necessidade e nesses casos, é acionado o suporte solicitando intervenção técnica e os procedimentos necessários. É um modelo comum nos casos em que o uso que se faz é básico e gera apenas intervenções esporádicas. Usualmente cobra-se por hora técnica de mão de obra ou por procedimento;
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Permanente – na modalidade permanente, paga-se mensalmente ou por período (trimestral, semestral, etc) e que costuma ser na mesma periodicidade do VPS ou dedicado.
Vale notar que nos casos de administração permanente, é comum dois ou três planos diferentes com o nível de administração desejada.
Assim, pode-se ter administração básica, intermediária e avançada, ou outras nomenclaturas dependendo do hosting.
Essa diferenciação existe porque a rotina de administração envolve diferentes conjuntos de ações que demandam também diferentes níveis de conhecimento técnico e de dedicação de tempo por parte do administrador.
É essencial que se busque informações junto ao seu hosting, quanto ao conjunto de suporte envolvido em cada nível de administração, para saber o tipo de cobertura que você tem.
Quando contratar administração por parte da hospedagem?
Uma vez que está bem claro do que consiste a administração de um servidor, a maioria já deve ser capaz de decidir quando é capaz de realizar a administração por conta própria ou deve delegar ao hosting.
Porém, se você ainda tem dúvidas, abaixo fornecemos um check-list do que considerar para a decisão:
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Conhecimento técnico – o principal ponto a ser considerado, é o conhecimento técnico de que dispõe a pessoa na empresa que ficará responsável pela conta. O conhecimento de Linux, linha de comando, serviços web, firewall, entre outros, é fundamental;
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Tempo – mesmo nos casos em que há o know-how necessário, por vezes o tempo do responsável é demasiado caro para dedicá-lo à administração, sendo mais vantajoso entregar ao hosting a tarefa;
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Experiência – mesmo algumas pessoas com conhecimentos e disposição para aprender, não têm sucesso na administração de um servidor, porque lhes falta a experiência com as particularidades que o trabalho requer. Como dissemos, é bem diferente administrar o próprio PC e um servidor;
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Segurança – não apenas a segurança relativa ao ambiente do servidor, mas em decorrência da falta de expertise, do tempo para fazer e de conhecimentos específicos, ter a certeza de que tudo o que precisa ser feito, está sendo;
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Disponibilidade – especialmente nos casos do modelo permanente, o tempo necessário para intervenções é menor, além do fato que ao dispor de profissional especializado, o tempo consumido também é menor, aumentando a disponibilidade do serviço;
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Frequência e demanda – quanto mais demandas existem e elas são frequentes, como instalações, configurações, manutenção, é mais justificável optar por essa prestação de serviço.
Conclusão
Decidir a quem entregar a administração de um servidor, é essencial e depende das ações necessárias, da exigência técnica, da segurança e disponibilidade.