O que é autoplágio do conteúdo do seu site e como o Google trata a questão?
Plágio de conteúdo na web, é um assunto razoavelmente comum e que você provavelmente já leu sobre e, acima de tudo, já deve ter visto bastante.
Mas e autoplágio? O que é?
Ao analisar a palavra, muitos devem imaginar do que se trata, mas talvez não tenham uma visão ampla do que seja, das suas consequências e implicações e mais do que isso, como o Google trata quando ele acontece.
O que é autoplágio?
Autoplágio tecnicamente nem é uma palavra pertencente ao vernáculo, visto que não consta do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, nem tampouco dos principais dicionários da nossa língua.
O plágio – essa palavra sim conhecida e corretamente usada – constitui a violação dos direitos autorais, ao fazer uso, publicar ou reproduzir parte ou o todo da respectiva obra, sem ciência, autorização e a atribuição dos devidos créditos ao seu autor.
Já o autoplágio, simplificadamente é copiar a si mesmo.
E se a cópia é de algo de sua autoria, você detém os direitos sobre a obra, inclusive sob garantia constitucional.
Portanto, é uma contradição!
Bem, então você deve estar se perguntando: “Sendo assim, qual é o problema?”.
O problema do autoplágio surgiu e ganhou força especialmente no mundo acadêmico e científico, quando alguns autores começaram a reutilizar materiais criados por eles mesmos em diferentes publicações – como por exemplo, revistas científicas – como se fossem conteúdos novos e independentes dos originais, ou seja, sem deixar claro que era uma citação ou um material baseado em outro já existente, mesmo que sendo de sua própria autoria.
A prática pode acontecer sob diferentes formas, como a que recebe o nome de “salame”, pois o autor desmembra um artigo em diferentes partes, fazendo parecer que são conteúdos diferentes, mas que essencialmente são uma coisa só, mas tal como o produto de charcutaria, quando é fatiado. Mesmo sob a forma de fatias, ainda são parte do salame.
Aqueles que não têm familiaridade com a questão, podem novamente perguntar: “Mas e qual é o problema nisso?”
Especialmente no meio científico e acadêmico, um autor entre outras coisas, pode notabilizar-se pela quantidade e relevância das suas publicações e que não raramente estão associadas às suas teses de pós-graduação. Assim, um cientista e pesquisador com mais publicações, tende a ter mais destaque no meio e isso conta para seu Currículo Lattes, no Brasil.
Não vamos muito além nessa questão, especialmente no meio em que gera mais controvérsias, porque não é nosso propósito, mas indo direto ao ponto, é no mínimo faltar com ética.
Autoplágio é ilegal?
A outra dúvida mais comum que as pessoas podem ter, é se o autoplágio é ilegal.
Não, não é e tampouco há legislação específica a respeito.
Pela terceira vez a mesma pergunta deve vir à mente da maioria…
Vamos então ao que interessa para quem produz conteúdo para Web!
Autoplágio na produção de conteúdo de sites
Você já sabe que plagiar a si mesmo, não vai lhe trazer nenhum tipo de consequência legal. Mas se você acompanha nosso blog, já deve ter em mente que mais do que não fazer algo que fira alguma lei, você deve se preocupar verdadeiramente com seus visitantes e com boas práticas de SEO, não necessariamente nessa ordem.
Já falamos até para quem você cria seus conteúdos. Para robôs ou para pessoas?
Copiar parcialmente ou por completo conteúdos e publicá-los sob novos títulos, como se fossem novos, tal como é visto no meio acadêmico, é antiético.
É falta de respeito e transparência com as pessoas que desembarcam no seu site, com o inscrito no seu blog, com o leitor do seu site de conteúdo.
Em boa parte de nossos posts, sempre procuramos deixar claro o quão importante é conhecer a persona a quem se destina o conteúdo que você produz e a partir disso, como produzi-lo para atender tantas necessidades, desejos e expectativas quantas forem possíveis, dessa mesma persona.
Dito de outra forma, autoplágio na produção de conteúdo de sites, é quando você publica dois ou mais conteúdos e que supostamente deveriam ser destinados a duas ou mais personas ou duas ou mais situações diferentes para uma mesma persona, mas que essencialmente são iguais.
Você está indo na contramão de todos os princípios de Marketing de Conteúdo e das boas práticas que devem nortear esse trabalho.
Aqui vale uma ressalva referente a atualização do site, mais especificamente relativa ao seu conteúdo.
Quando você edita um conteúdo evergreen, atualizando com estatísticas, pesquisas e dados mais atuais, inclui novas informações ou mesmo o reescreve com uma nova abordagem e enfoque e o republica, não é autoplágio, afinal não há dois ou mais conteúdos, mas apenas uma versão atualizada do original.
Autoplágio e o Google
Diferentemente do que acontece nos casos em que o algoritmo detecta que o conteúdo está sendo copiado de terceiros, o Google não “pune” deliberadamente o plágio de seu próprio conteúdo, por meio de piora no ranqueamento.
Para os que respiraram aliviados, é preciso salientar, que apesar disso, também não se ganha nada com isso.
Falando o português claro, um conteúdo duplicado – parcial ou completamente – não agrega nada. É como se fosse um conteúdo sem valor e, portanto, sem relevância em termos de posicionamento orgânico.
Mais ainda, dois ou mais conteúdos que pareçam-se iguais, disputarão entre si a classificação nas páginas de resultado (SERPs) e terão ambos – ou quantos existirem – pior posicionamento.
Como não cometer “autoplágio”?
A forma mais clara e óbvia, é não copiar parcialmente e principalmente, completamente, conteúdos quaisquer.
Suponhamos que você tenha um blog sobre “O universo do automóvel” e dentre todos os posts, tem um específico sobre “Funcionamento da embreagem”, mas em um outro precisou falar novamente sobre o seu funcionamento, por conta de um modelo que vem com dupla embreagem.
Apenas compartilhar uma resumida definição de duas linhas, que aparece no primeiro, no segundo, não será plágio de seu próprio conteúdo. No entanto, convém tomar alguns cuidados em casos assim:
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Escrever algo como: “conforme dissemos no artigo ‘O funcionamento da embreagem’, esse componente tem o papel de …”. Ou seja, fica claro ao leitor que o trecho refere-se ao post mencionado inicialmente;
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Reforça-se que a “definição” usada é de outro conteúdo, colocando-se o link para o mesmo e vinculando-se por meio do mesmo texto âncora do post em questão;
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Também é oportuno, colocar o trecho que é idêntico, entre aspas duplas e em itálico, demonstrando que é uma citação externa.
Alternativamente e quando possível, usar uma definição diferente e nova, é sempre mais interessante.
Quando se busca alternativas de um mesmo conteúdo, você tem uma segunda chance de ser encontrado pelas palavras-chave diferentes e eventuais sinônimos que tenha utilizado.
Outras precauções que devem ser adotadas, até por questões de SEO, são:
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Sempre que possível, diferencie conteúdos diferentes usando palavras-chave long tail ou de cauda longa, tanto no texto, como no título do conteúdo e nos subtítulos. Assim, “diferencial automotivo” e “diferencial de acoplamento viscoso” e “diferencial de deslizamento limitado”, embora sejam três conteúdos que tratam sobre diferencial, são três conteúdos diferentes e que fica caracterizado pelo uso de palavras-chave de cauda longa;
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Siga as orientações que damos no artigo “as 10 dicas para criar conteúdo 100% original”;
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Use a própria pesquisa do Google em seu site, para localizar trechos que eventualmente você desconfie que já tem algo similar. É especialmente útil quando você tem centenas de postagens e localizar algum assunto específico é difícil e demorado;
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Tenha em mente que simplesmente substituir algumas palavras de um parágrafo por seus sinônimos, ainda é plágio, mesmo que de si mesmo. Em vez disso, quando necessário repetir uma definição, uma explicação, um conceito, busque outros raciocínios e outras formas de exprimir ideias por meio de palavras. Esse esforço ajuda a desenvolver sua habilidade de escrita para a Web (Webwriting) e ainda de quebra, pode lhe render uma segunda chance de alcançar a posição zero do Google (featured snippets);
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Utilize outros tipos de conteúdo, como infográficos, ilustrações, diagramas, etc;
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Resista ao CTRL+C e CTRL+V. Mesmo trechos ou parágrafos que pareçam muito bons e até mereçam ser eternizados em outro conteúdo, dê-se uma chance de criar algo inteiramente novo e que consiga responder melhor ainda a sua persona.
Conclusão
O autoplágio de conteúdo web é uma prática condenável, não apenas porque não agrega em termos de SEO, mas porque não é ético e honesto com seus visitantes.