O que é Janeiro Branco e qual o papel das empresas?

Janeiro Branco vem aí e com ele uma série de ações, como acontece em cada mês do calendário de cores, que vem sendo institucionalizado gradualmente pela sociedade como um todo.

Mas afinal qual o significado por trás do mês e da cor associada? Que tipo de ações devem ser adotadas? Qual o papel da empresa nisso?

É para esclarecer sobre o assunto e trazer reflexões sobre a função social das organizações, que preparamos o presente conteúdo.

O que é Janeiro Branco?

No calendário anual de cores, ao mês de janeiro foi designada a cor branca, tal como ocorre com os já consagrados Outubro Rosa e o Novembro Azul, mas que no caso desse mês, o foco é o cuidado com a saúde mental.

Mas por que janeiro e por que branco?

Porque tradicionalmente é o começo de um novo ciclo, caracterizado pelo Ano Novo e é quando as pessoas geralmente se propõe a novos desafios e mudanças em suas vidas, estabelecem metas pessoais e profissionais, fazem e tentam seguir um planejamento, bem como refletem e fazem um balanço do que fizeram no ano anterior, entre outras coisas.

Todos esses aspectos, estão intimamente relacionados com a mente e a sua sanidade. Quando as coisas não vão bem, a mente é afetada negativamente. Quando ao contrário, os resultados são positivos, a influência na mente, também é.

A escolha da cor branca deve-se ao fato de que a luz branca é a que possibilita ver tudo melhor e que submetida a um prisma, decompõe-se em todas as demais. O branco também é simbolismo da paz e da pureza, estado que a mente deve atingir.

Por que cuidar da saúde mental?

Dedicar um mês especialmente à preocupação com a saúde mental, é importante em função dos muitos estereótipos e paradigmas e às vezes até preconceitos e tabus em torno do tema.

Geralmente as questões relacionadas com o estado psicológico ou mesmo psiquiátrico das pessoas, não são tratados abertamente e com a atenção que deveriam receber.

Conforme cita a psicóloga e consultora na área de Recursos Humanos da Psiseg, Andressa R. Teixeira, “a cultura dos cuidados com o corpo e saúde física já está instituída e é vista como normal e até mesmo desejável. Já passou da hora das pessoas entenderem que a mesma postura deve existir quando falamos da mente, afinal ainda no século I, o poeta romano Décimo Júnio Juvenal, já pregava em uma de suas obras, mens sana in corpore sano (mente sã num corpo são)”.

Ela ainda prossegue: “Não dá para dissociar o físico do mental, como se fossem independentes ou se um merece mais atenção do que o outro. Quando se fala em saúde mental, muitos fazem relação com a ausência de doenças, como depressão, ansiedade, stress, ou a tão falada síndrome de burnout. Porém já há razoável consenso no meio, de que a saúde plena depende de um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades.

Qual o papel da empresa em Janeiro Branco?

Contrariamente ao que alguns podem imaginar, o papel da empresa no zelo com a saúde mental, é fundamental.

Afinal, as pressões profissionais são cada vez maiores e muitas vezes um indivíduo passa a maior quantidade de horas no ambiente da empresa, até mais do que com a família, com os amigos e nas situações da sua vida privada.

Nesse contexto, o clima organizacional não só produz reflexos no desempenho dos colaboradores, na qualidade da comunicação empresarial e nos seus desdobramentos, como também tem influência nos resultados gerais da organização, também destaca a consultora Andressa Teixeira.

Mas não é só isso. A vida no ambiente organizacional pressupõe uma série de situações e consequências, com diferentes graus de influência.

Dentre os muitos, podemos destacar a qualidade de vida no trabalho (QVT), o convívio e as relações de diferentes gerações presentes no mercado de trabalho e as diferenças e características inerentes a elas e até mesmo a responsabilidade social.

A compreensão de que a busca pelo bem-estar social precisava acontecer primeira internamente e com os indivíduos que compõem a empresa, está cada vez mais clara. Não dá para pensar em uma empresa que desenvolve ações visando a prosperidade e a garantia dos direitos mais fundamentais da sociedade da qual ela faz parte, se isso também não acontece com seus colaboradores.

É com base nesses pressupostos, que as empresas precisam repensar políticas e desenvolver a cultura organizacional, considerando o bem-estar físico, mental e social daqueles que nela trabalham.

Em termos práticos, há muito que pode ser feito pelos profissionais de Recursos Humanos, como por exemplo:

  • Onboarding – a integração de novos colaboradores, também conhecida como onboarding, visa desde o momento da admissão, adotar ações e procedimentos para garantir que a adaptação do novo funcionário aos demais, ocorra de forma rápida, mas também orgânica, bem como a recíproca também seja verdadeira. Além dos já conhecidos benefícios para a empresa, também há para os indivíduos envolvidos;

  • Ações sobre saúde mental – a criação e implementação de atividades, dinâmicas de grupo, oficinas, seminários e palestras, servem para levar informação e consciência sobre eventuais problemas de ordem mental, como também contribuem para desmistificar e remover a aura de tabus e preconceitos em torno do assunto;

  • Home Office – o home office consolidou-se por ocasião da pandemia do coronavírus, mas mesmo antes, já se sabia dos muitos benefícios que o trabalho remoto pode produzir, tanto para os colaboradores que dele participam, como também para a empresa;

  • Gestão de talentos – se a primeira vista a gestão de talentos visa aproveitar de modo ótimo as competências e o conjunto de hard e soft skills dos profissionais, pode contribuir também para uma boa saúde mental na medida em que há a sensação de reconhecimento, de valorização, de satisfação e realização profissional;

  • Cursos e capacitação profissional – ao instituir mecanismos de educação continuada, educação permanente e capacitação profissional, além dos benefícios diretos de profissionais mais aptos a desenvolver suas atividades, os reflexos pessoais e consequentemente psicológicos, também são evidentes. Exemplos que não são raros, são os cursos de planejamento pessoal financeiro e administração eficaz do tempo, que várias grandes empresas têm aplicado ao seu staff;

  • Canal do colaborador – o departamento de RH tem implementado o canal do colaborador, como um meio pelo qual as pessoas para tratar de questões em que a empresa possa contribuir;

  • Plantão psicológico empresarial – os psicólogos para além de conduzirem processos seletivos objetivando contratar as pessoas certas, também tem ganhado espaço no desempenho de sua função primeira e assim, um acompanhamento profissional dentro da empresa pode ocorrer visando a saúde mental.

Conclusão

Janeiro branco é o mês destinado a atenção com a saúde mental, papel que as empresas podem cumprir bem além do simples apoio e divulgação de campanhas.

 
 

 

 

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