O que é INP e o que você deve saber sobre a métrica do Google?
De tempos em tempos o Google causa um alvoroço no pessoal responsável pelas medidas necessárias para um site posicionar bem nas páginas de resultados da busca e não foi diferente com a “novidade” oficialmente promovida em Março / 2024, a métrica chamada de INP (Interaction To Next Paint).
Se você ainda não sabe bem o que é, o que busca avaliar esse novo indicador e o que é preciso fazer para seu site ter um bom desempenho, você não pode perder o que preparamos para você.
O que é INP (Interaction To Next Paint)?
Em testes e refinamentos desde 2021, introduzido em modo experimental em 2022 e anunciado em 2023, para substituir outra métrica (a FID ou First Input Delay ou Latência de Entrada, em português), efetivamente passou a integrar o conjunto de indicadores de desempenho das páginas de um site, em Março de 2024.
A métrica INP, é a sigla de Interaction To Next Paint, que traduzida para o português pode assumir o significado de “Interação para a Próxima Pintura”, o que certamente não é algo muito esclarecedor.
Mas quando analisamos melhor o que a métrica INP pretende avaliar, começa a fazer mais sentido.
Começando de trás para frente, PAINT aqui assume o sentido de um elemento qualquer quando ele começa a ser “desenhado” ou “renderizado” na página e que pode ser uma tabela de resultados, uma imagem ampliada, ou as características técnicas de um produto.
Esse elemento, é o que é produzido como resultado de um clique – ou toque em uma tela touch – em um botão, em uma imagem, em um link ou qualquer outro componente clicável ou que tenha por função gerar interação entre o usuário e o site.
O tempo que leva para essa interação – do clique até o início da exibição do respectivo elemento – acontecer, é o número que expressa o valor do INP.
Onde o INP é usado?
A nova métrica INP é usada no contexto do que o Google chama experiência na página e que tem como propósito avaliar como é a experiência de um usuário ao longo das suas variadas e diferentes interações pelas páginas de um site.
Ela veio para substituir outra e que tinha objetivo semelhante, a FID (First Input Delay ou Latência de Entrada) e que consistia do tempo entre um clique em link, por exemplo, e a resposta do navegador ao comando correspondente, representando a interatividade da página.
Segundo o Google, a nova métrica reflete melhor o aspecto que a FID pretendia expressar.
Juntamente com outras duas, LCP (Largest Contentful Paint ou Exibição do Maior Conteúdo) e CLS (Cumulative Layout Shift ou Mudança de Layout Cumulativa), passa a compor de modo mais amplo, o Core Web Vitals, um grande grupo de métricas essenciais da gigante das buscas.
Como funciona o INP?
Imagine que você está em uma página de produtos de um e-commerce e clica em um deles para ver mais detalhes.
O resultado dessa ação implica enviar uma requisição para o servidor no qual está hospedado o site, que por sua vez pode efetuar uma consulta ao banco de dados, entre outras possibilidades. Quando o servidor termina o seu trabalho, ele envia de volta os dados obtidos ao navegador do visitante, que levará mais uma fração de tempo para começar a exibir o resultado na tela.
Esse processo todo é uma interação e o tempo transcorrido desde o clique até que o resultado esperado comece a ser exibido, é o INP.
O número correspondente expressa o tempo em milissegundos e que para que seja considerado bom, deve ser menor ou igual a 200 milissegundos. Se ficar entre 201 e 500 milissegundos, significa que é preciso promover melhorias. Acima de 500 milissegundos, o INP para a página é classificado como ruim.
Mas o mais importante, é justamente o quê de maneira mais ampla, mais completa, a experiência na página pretende avaliar.
Sendo mais claro, quando você realiza a ação hipotética descrita logo acima, se a partir do momento do clique o usuário não vê nada acontecendo, ele pode supor as seguintes situações, por exemplo:
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Que ele não clicou adequadamente e repetir o clique;
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Que o recurso não está funcionando corretamente;
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Que há lentidão no site.
Qualquer que for o caso, isso significa uma experiência ruim para o visitante.
Outro ponto essencial, é que o INP não realiza essa estimativa para apenas uma ou a primeira interação, como era com o parâmetro que ele substituiu, o FID, mas para todas as possíveis interações do usuário com a página.
Assim, eventualmente ele é capaz de definir a latência como a duração máxima de todos os eventos possíveis e, portanto, oferecendo uma visão mais abrangente sobre como o site responde ao longo do tempo, durante uma visita.
Quais os fatores que influenciam o INP?
Uma vez compreendido o que é, como funciona e o que pretende a nova métrica, a pergunta natural que surge na cabeça da maioria, é o que fazer para obter bons resultados.
Dar essa resposta passa necessariamente por compreender que fatores influenciam o INP.
E aqui é importante destacar que diferentemente de muitos dos aspectos de SEO, os quais são responsabilidade de quem gerencia o conteúdo, o INP está fundamentalmente relacionado com questões técnicas de desenvolvimento e infraestrutura de hospedagem, como veremos a seguir.
1. Latência
Um aspecto que precisa ser considerado, especialmente nos casos de sites e páginas que realizam um grande número de interações e requisições, é a relação entre a latência e o desempenho.
Bem resumidamente, a latência é uma medida do quão rápido o servidor consegue dar resposta a uma requisição e que está diretamente relacionada com a distância geográfica com o ponto de acesso feito. Isso porque quando a distância que os dados têm que percorrer, é menor, menor também é a latência.
Por isso, servidores geograficamente mais próximos tendem a apresentar menor latência, logo, menor tempo para entregar uma resposta.
No entanto, esse não é o único aspecto. Outros, como a largura de banda, que é a capacidade de trafegar os dados por intervalo de tempo, também influenciam essa medida. De nada adianta baixa latência e pouca largura de banda, especialmente se o volume de visitantes for tal que esgota a largura.
2. Programação
A programação utilizada é outro fator que precisa ser considerado e no caso, não se resume a escolha da linguagem de programação empregada.
Há outros fatores associados, como a escolha do framework, a lógica de programação, boas práticas de programação, entre outros.
Por exemplo, ao combinar – quando possível – javascript, que é uma linguagem executada no lado do cliente e, portanto, pelo navegador, ganha-se valioso tempo de requisições que não precisam trafegar pela rede e depender de um servidor.
O emprego eficaz de tecnologias como Ajax e DOM, também contribuem favoravelmente a melhoria do INP.
Mas não para por aí. Excesso de programação também pode afetar negativamente no INP, que é o caso quando se instala muitos plugins em um CMS, ou a escolha de um CMS pesado, ou ainda quando eles não são otimizados, para citar apenas as possibilidades mais comuns.
3. Ambiente de hospedagem
O ambiente de hospedagem é outro aspecto essencial e determinante, já que tal como no computador pessoal, quanto melhor forem recursos como memória, processamento, velocidade de leitura e escrita em disco, mais rapidamente o servidor no qual o site está hospedado, responderá às requisições feitas.
Todavia, de modo semelhante ao que acontece no caso da latência, um bom servidor em termos de hardware não é garantia de bom desempenho, se ele estiver sobrecarregado de contas, ou se o link que o conecta à rede, é insuficiente para a demanda.
Há ainda outra condição que precisa ser satisfeita, que é o plano de hospedagem apropriado. Supondo que a infraestrutura fornecida pelo hosting é condizente, o desempenho do site pode não ser bom pelo fato dele utilizar um plano inadequado para a demanda de visitantes ou de outro fator, como uma programação mais exigente.
É quando um site que deveria utilizar um plano personalizado de hospedagem ou talvez até um VPS, mas está em uma hospedagem compartilhada.
4. Bancos de dados
Sites atuais fazem extensivo uso de bancos de dados, o que também precisa ser considerado, seja em termos da estrutura escolhida, seja da tecnologia de gerenciamento associada (MySQL, NoSQL, MongoDB, PostgreSQL, etc), seja de outros aspectos, como tamanho de cada banco.
Enormes bancos de dados, não otimizados e mal concebidos em termos de estrutura, podem incrementar significativamente o INP.
Como melhorar o INP?
Bem, conforme vimos, há diversos fatores essencialmente técnicos que afetam os tempos entre as interações dos usuários e as respostas de um site.
A melhora do INP passa por fazer uma investigação extensiva nos recursos do site que são disponibilizados por meio de ações dos usuários, como o preenchimento de formulários, cliques em links e botões, enfim tudo que signifique uma requisição que deve entregar um resultado ao visitante.
Há uma série de ferramentas online que ajudam a colher informações valiosas sobre que aspectos podem ser otimizados em um site e o próprio Google fornece alguns dados valiosos a respeito, por meio do Page Speed Insights.
Em linhas gerais, podemos restringir as principais razões para um INP que precisa melhorar, a três grupos:
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Atrasos de entrada – são as situações nas quais o tempo transcorrido para avançar na interação, após o primeiro toque ou clique do visitante, é maior do que deveria;
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Tempo de processamento – consiste do tempo de execução do evento até a conclusão, geralmente envolvendo a programação e questões associadas, como consultas em banco de dados, por exemplo;
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Atraso de apresentação – é quando há demora para exibir o próximo elemento após a interação.
Cada grupo acima requer ações técnicas específicas, pois envolvem também diferentes aspectos do desenvolvimento do site.
Conclusão
A nova métrica INP integra um grande conjunto de métricas essenciais do Google, visando avaliar o desempenho do site e a experiência entregue ao visitante.