Usando o Brainstorming na criação de conteúdo para Web

Alimentar um blog ou outro tipo de site de conteúdo, costuma representar um grande desafio para aqueles que estão dando apenas os primeiros passos nesse trabalho, particularmente porque a inexperiência afeta muitos aspectos da criação.

Felizmente, existe um recurso bastante conhecido por profissionais de Marketing, de Publicidade, de criação e equipes voltadas ao desenvolvimento de processos orientados ao cliente, que pode facilitar – e muito – a vida de quem está começando a escrever para a web – o Brainstorming!

Se você quer descobrir como criar textos que comunicam, são úteis e têm originalidade, vem descobrir como usar essa técnica de forma prática e acessível!

O que é brainstorming?

Costuma-se traduzir brainstorming como “tempestade cerebral”, pois ela é o resultado da junção das palavras brain e storm, que são cérebro e tempestade, respectivamente. O sufixo “ing”, é o gerúndio do termo e assim, a tradução mais apropriada seria algo como “provocando uma tempestade cerebral”.

Embora essa tradução não seja utilizada e o estrangeirismo já faça parte do linguajar de quem se utiliza do conceito, ela ajuda a compreender o processo associado, que é de provocar uma tempestade de pensamentos, de associações e conexões mentais sobre um tema específico.

Em termos práticos, o que se pretende é estimular o cérebro a produzir ideias relacionadas a algo, usando um mecanismo que naturalmente todos nós já temos, mesmo sob condições adversas, como cansaço, distrações ou um simples mas possível bloqueio criativo.

Quando nos comunicamos com outras pessoas ou simplesmente recebemos estímulos das mais diversas fontes de informação (imagens, músicas, aromas, etc), cada imagem, cada palavra, cada som, produz uma ou várias conexões com outras imagens, palavras, sons, mas também com memórias, sensações, sentimentos, entre outras reações mentais e emocionais.

Por exemplo, ao ouvir a palavra “férias”, uma pessoa pode se lembrar de sua última viagem, pensar no destino para o qual deseja ir na próxima ou imaginar atividades agradáveis e relaxantes. Essas associações são únicas para cada indivíduo, e é justamente essa diversidade que torna o brainstorming tão poderoso.

Devido a isso, o brainstorming costuma ser um processo coletivo. Quanto mais participantes, mais ricos são os resultados. Porém, é também possível aproveitar o seu potencial individualmente e é isso que vamos explorar.

Como surgiu o brainstorming?

A técnica foi desenvolvida nos anos 1930 pelo publicitário norte-americano Alex Faickney Osborn, que percebeu que as reuniões tradicionais não estimulavam a criatividade dos participantes, pois era comum o medo de possíveis julgamentos e da censura das ideias.

Para resolver isso, Osborn criou um método que incentivava a geração livre de ideias, sem críticas ou filtros, com foco na quantidade e na espontaneidade e que consta do livro Applied Imagination, de sua autoria, publicado em 1953.

Desde então, o brainstorming se tornou uma ferramenta amplamente utilizada em áreas como Marketing, Publicidade, inovação, educação e claro, na produção de conteúdo textual.

Por que usar o brainstorming?

Criar textos para qualquer finalidade – especialmente quando não se tem a prática – pode ser um grande desafio. A inexperiência afeta diversos aspectos da criação, desde a escolha do tema até a organização das ideias e a forma de expressá-las.

Mesmo as pessoas experientes, às vezes não conseguem, porque colocar informações, ideias e emoções em linguagem escrita, nem sempre é tarefa simples.

O treino e a repetição aprimoram as qualidades de um escritor, mas como há envolvimento de processo criativo, ocasionalmente as ideias não emanam de nossa mente sempre que precisamos. Uma noite mal dormida, alguma preocupação, um ambiente de trabalho inadequado, falta de concentração, são alguns fatores que podem afetar a criatividade e a produção.

Apesar de haver vários fatores que influenciam o resultado, o brainstorming pode ser usado como um meio de sistematizar o processo de criação de conteúdo textual e, portanto, reduzir a dependência da criatividade, ou mesmo estimulá-la “artificialmente”, quando ela é fundamental para dar diferenciação em relação a outros conteúdos semelhantes.

Objetivamente, eis alguns benefícios da aplicação dessa técnica na escrita:

  • Estimula a criatividade mesmo quando o cérebro “parece vazio” de boas ideias;

  • Ajuda a organizar as ideias e conectar os conceitos associados;

  • Reduz a dependência da inspiração e da criatividade;

  • Permite explorar diferentes abordagens de um mesmo tema;

  • Facilita a criação de conteúdo original e relevante;

  • Enriquece o assunto ao listar tudo que se relaciona diretamente a ele;

  • Contribui para determinar os pontos que merecem mais atenção;

  • Facilita a construção de uma estrutura lógica e ordenada (começo, meio e fim) para o conteúdo;

  • Aumenta a chance de tratar de tudo o que é relevante ao tema central.

Como usar o brainstorming para criar conteúdo?

Antes de colocarmos as mãos na massa, é essencial destacarmos que é natural que cada escritor tenha a sua forma de se inspirar e de como conduzir o processo criativo.

Ou seja, não temos a pretensão de afirmar que essa metodologia seja a única forma de produção de todo o conteúdo sob sua responsabilidade. Ao contrário, consiste de uma alternativa prática e eficiente, que conduz a bons resultados finais, especialmente naqueles dias em que você não sabe nem por onde começar.

Com isso em mente, vamos ao que interessa.

1. Definição do tema

Para o nosso primeiro passo, vamos recorrer ao nosso exemplo anterior e, portanto, a palavra-chave principal será “férias”.

Nesse momento, a não ser que você já tenha um direcionamento bem definido sobre a abordagem e o enfoque que quer ou precisa dar ao texto, ainda não deve se preocupar com o título desse conteúdo. Ele pode ser definido à medida que o texto for sendo elaborado ou até mesmo quando concluído.

Mesmo que até já tenha um em mente, saiba que ele pode ser – e costuma ser – alterado posteriormente.

Escreva a palavra-chave, o que contribui para que o cérebro comece a fazer associações, especialmente no caso das pessoas visuais.

2. Deixe as ideias surgirem

Esse é o momento no qual tudo o que se relaciona com a ideia de “férias” começa a surgir na sua mente, de modo semelhante às gotas de chuva caindo aleatoriamente.

Vá anotando tudo que vier à cabeça, sem censura, mesmo que pareça repetitivo ou sem sentido. Ainda não é o momento de filtrar nada, além do que, esse tipo de atitude pode inibir a “tempestade de ideias” que queremos produzir.

Para a nossa palavra-chave, eis algumas possibilidades de associações:

  • Minhas últimas férias;

  • As férias perfeitas;

  • Lugares que gostaria de conhecer;

  • O que fazer nas férias?;

  • Por que eu preciso de férias?;

  • Onde ir com pouco dinheiro nas férias?;

  • Pessoas com quem viajar;

  • Onde me hospedar;

  • Como aproveitar o máximo?;

  • Férias no Caribe.

Prossiga até o momento em que o cérebro se esvazia e nada mais lhe ocorrer.

3. Escolha a ideia mais promissora

Com a lista feita, o próximo passo é avaliá-la e rapidamente repetir o processo com cada uma das ideias listadas, tentando identificar qual delas pode trazer mais e melhores desdobramentos, ou seja, um novo e amplo conjunto de palavras ou ideias, sobretudo, que sejam relevantes para o desenvolvimento do tema.

Suponhamos que a opção escolhida seja: “Férias no Caribe” e uma possível e nova rodada de brainstorming baseada nela, produza a seguinte lista:

  • Martinica;

  • Vôo;

  • Praias;

  • A chegada à ilha;

  • O lugar;

  • Os preparativos;

  • As praias;

  • O hotel;

  • A comida;

  • As pessoas;

  • Os costumes;

  • As surpresas.

Se de fato você passou alguns dias em Martinica nas suas últimas férias, essa é uma lista provável de coisas que você se lembrou e que de alguma forma foram importantes. Mais do que uma simples lista, essa é uma relação das palavras-chave secundárias e que representam as principais ideias a serem trabalhadas no seu texto.

Mais do que uma palavra qualquer, uma palavra-chave representa uma ideia ou até mesmo um conceito em torno do qual é possível desenvolver um assunto. Sua importância e relevância, é que a atribuem um papel-chave no roteiro do conteúdo.

4. Organização das ideias / palavras-chave secundárias

O próximo passo consiste de organizar as palavras-chave derivadas daquela que foi escolhida na primeira lista, visto que elas foram anotadas à medida que você se lembrava dos acontecimentos.

Nesse exemplo, alguns dos possíveis critérios para organizá-las, são:

  • Ordem cronológica – a sucessão de cada acontecimento, começando pelo planejamento e terminando com o voo de volta;

  • Afinidade dos temas – agrupando as palavras por similaridade (hospedagem, gastronomia, passeios, etc);

  • Impacto emocional – destacando os episódios ou momentos que mais marcaram a viagem;

  • Peso – o peso de cada momento, reunindo o que deu certo, o que funcionou bem, mas também o que não, bem como os aprendizados.

A depender do propósito do conteúdo, uma boa escolha poderia ser a cronologia dos acontecimentos.

Ao agrupar as palavras usando esse critério, você terá pronta a estrutura lógica do seu conteúdo, ou se preferir, o esqueleto sobre o qual você construirá a narrativa:

  • Introdução – começa com a escolha de viajar para Martinica;

  • Preparativos – nesse tópico você fala como foi a fase dos preparativos (reservas, bagagem, escolha da companhia aérea, etc) e quem sabe, até como foi o voo e a chegada à ilha;

  • Primeiras impressões – essa é uma parte que sempre interessa, especialmente para aqueles que não sabem nada a respeito, contendo a descrição dos lugares, das pessoas, dos costumes e das particularidades do local;

  • Lugares – reservar um tópico para falar dos lugares imperdíveis e das experiências mais memoráveis, também é obrigatório;

  • Ressalvas – destacar o que não aconteceu como se previa ou aprendizados para um retorno futuro, é sem dúvida, útil e importante.

Ao fim dessa etapa, uma parte considerável do trabalho já foi resolvida.

5. Desenvolvimento da narrativa

Agora resta construir a narrativa, com base em uma nova rodada de brainstorming, usando cada palavra-chave. Essa etapa é onde a estrutura lógica ganha forma e cada palavra-chave se transforma em parágrafo, cada parágrafo em parte da história.

Por exemplo, o hotel, é uma palavra-chave que rende pelo menos um parágrafo usando outras palavras que surgiram em decorrência dela e você poderia contar sobre como foi a chegada ao hotel e que chamou a sua atenção a cordialidade e simpatia das pessoas, a arquitetura do local, o quarto em que ficou hospedado e da bela vista que se tinha da sacada, onde se via uma das belas praias da ilha.

E por falar em praias, dando continuidade com um segundo parágrafo, você relata a cor do mar e a temperatura da água e de como foi a sensação de pisar na areia pela primeira vez.

Ou seja, nessa etapa e aplicando o mesmo raciocínio às demais palavras, você já tem praticamente o texto esquematizado, pelo menos mentalmente.

Resta agora desenvolver a escrita, escolhendo verbos e adjetivos que dão significado mais amplo e descritivo às palavras-chave, bem como lapidando a linguagem usada, para ajudar a dar expressão, sentido e conexão a tudo e estruturando a lógica do seu texto.

Mas é fundamental destacar que a palavra-chave mais importante do seu texto, ficou ausente da primeira lista e que foi a que deu origem a todo o resto – as férias.

Assim, à medida que você vai desenvolvendo o texto, deve constar em alguns pontos dele a palavra-chave “férias”, já que ela é importante no trabalho de SEO e que é que o vai garantir mais tarde que as pessoas cheguem ao seu texto.

A depender do propósito que se tem para o conteúdo, também é conveniente estudar o uso de palavras-chave de cauda longa (long tail keywords), como por exemplo, “férias de verão na Martinica”, dando mais especificidade ao conteúdo e atraindo os leads que interessam.

Lembre-se que a palavra-chave principal deve aparecer naturalmente ao longo do texto, especialmente em pontos estratégicos como título, subtítulos e na introdução.

6. Revisão

Com o texto elaborado, a próxima etapa é a revisão.

Uma revisão simples, mas eficiente, consiste das seguintes etapas:

  • Na primeira leitura, além de verificar a cronologia de cada evento, é o momento de garantir que cada frase, cada parágrafo se conecta ao anterior e ao posterior, incluindo informações relevantes que podem ter faltado, removendo algumas eventualmente desnecessárias e melhorando outras que não estejam adequadas, o que é essencial para que o texto tenha continuidade e progressão;

  • Uma vez que se tenha garantida a sequência lógica das ideias, é hora de refinar o estilo, buscando melhores palavras, adotando sinônimos, verbos e conjugações verbais mais adequados, bem como adjetivos que deem vida ao texto. O objetivo é tornar o texto fluído e agradável à leitura;

  • A terceira e última leitura, é reservada a:

    • Realizar a correção gramatical e ortográfica, removendo-se os eventuais “erros de português”;

    • Inclusão de links para o link building interno e aplicação de técnicas de SEO. Aliás, esse também é um bom momento para ajustar o título e os intertítulos, lembrando que eles são essenciais para os sites de busca.

À medida que você domina essa metodologia, em uma revisão final, você começará a ler o conteúdo com os olhos do seu leitor, observando o “produto final” acabado e avaliando se o texto completo tem coesão e atende o que os visitantes esperam dele.

Combinando o brainstorming com outras técnicas de escrita para Web

Agora que você já conhece o processo completo de brainstorming para criação de conteúdo, é hora de potencializar seus resultados combinando essa técnica com outras estratégias consagradas de escrita para a Web.

Ao agir assim, além de enriquecer o conteúdo, melhora o posicionamento nos buscadores e, acima de tudo, favorece a experiência do leitor.

Webwriting: escrevendo para a internet com propósito

O brainstorming ajuda a gerar ideias, mas o webwriting é o que transforma essas ideias em textos eficazes. Segundo o artigo “Webwriting: 15 dicas para melhorar sua escrita para Web”, é essencial:

  • Escrever com foco no leitor e em sua jornada;

  • Usar frases curtas e uma linguagem clara e direta;

  • Destacar palavras-chave de modo natural;

  • Atentar para a escaneabilidade, usado adequadamente os subtítulos e as listas.

Essas práticas podem ser aplicadas logo após o brainstorming, na fase de desenvolvimento da narrativa.

Copywriting: quando o conteúdo precisa convencer

Se o seu objetivo é vender, capturar leads ou estimular uma ação, vale aplicar técnicas de copywriting. O artigo “10 dicas de copywriting para vender aos seus visitantes” ensina como:

  • Criar títulos que despertem a atenção do leitor;

  • Usar gatilhos mentais como urgência e prova social;

  • Construir chamadas para ação (CTAs) que sejam claras e persuasivas.

Complementarmente, você pode usar o brainstorming para gerar variações de títulos, CTAs e argumentos de venda, para assim ter alternativas mais eficientes.

Cuidados essenciais na criação de conteúdo

Mesmo com boas ideias e técnicas, quem ainda é inexperiente, tende a cometer erros comuns. O artigo “Que cuidados tomar ao criar conteúdo do site?” traz alertas importantes:

  • Evite textos genéricos ou sem foco;

  • Não negligencie a revisão gramatical e ortográfica;

  • Cuidado com excesso de palavras-chave (keyword stuffing);

  • Mantenha consistência no tom e no estilo de escrita.

Esses cuidados devem ser observados na etapa final de revisão, garantindo que o conteúdo esteja pronto para a publicação.

Note que se inicialmente você não sabia nem como escrever a primeira linha, com o brainstorming você agora está em outro patamar. O domínio da técnica, que vem com a prática e repetição, vai lhe garantir produzir bom conteúdo mesmo naqueles dias em que seu cérebro insiste em não querer trabalhar!

Conclusão

O brainstorming é uma técnica que pode ser utilizada em muitas situações em que o processo criativo é importante, como por exemplo, a criação de textos que farão parte de um site ou um blog. Por meio de um método bem definido e com alguma prática, é possível elaborar conteúdo relevante, útil e de interesse.

 
 

 

 

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