O que é Wi-Fi 7 e por que será importante?
As conexões wireless, mais conhecidas como conexões sem fio ou ainda Wi-Fi, estão amplamente consolidadas e, portanto, em algum momento você fará uso do Wi-Fi 7.
Mas afinal o que é o Wi-Fi 7 e por que ele será importante para quem precisa conectar-se à Internet ou mesmo em uma rede local e quando ele estará disponível?
É para responder a essas e outras dúvidas comuns ao tema, que preparamos o presente conteúdo.
O que é Wi-Fi 7?
Da forma mais simples e direta possível, o Wi-Fi 7 é a sétima geração do padrão Wi-Fi e que por sua vez é a tecnologia que possibilita conectar-se a uma rede, sem a necessidade de um cabo entre o dispositivo do usuário e um dispositivo de rede e que pode ser um roteador, um switch ou até um servidor.
Até quando aquela que hoje era chamada de quinta geração, a nomenclatura adotada para cada padrão de Wi-Fi, era diferente, sendo que genericamente o padrão era conhecido como IEEE 802.11 e cada geração recebia uma letra para diferenciar as especificações da versão, como segue: IEEE 802.11a, IEEE 802.11b, IEEE 802.11g, IEEE 802.11n e IEEE 802.11ac.
Segundo a nomenclatura antiga, o Wi-Fi 7 seria IEEE 802.11be.
Mas foi por ocasião do lançamento da sexta versão do Wi-Fi (ou na forma antiga, Wi-Fi IEEE 802.11 ax), que o pool de empresas responsável pelo desenvolvimento das tecnologias associadas, a Wi-Fi Alliance, propôs a mudança nos nomes de cada versão.
Os primeiros equipamentos de rede de Wi-Fi 6, como modens e roteadores Wi-Fi, foram lançados no final de 2019 e dispositivos (notebooks, smartphones, etc) capazes de usá-lo, somente em 2020, de forma que nem bem o último padrão chegou a ser maciçamente usado e veio o anúncio da sétima versão, que segundo algumas empresas, deve estar disponível em equipamentos, em 2023.
É preciso lembrar que no caso de um notebook ou smartphone, por exemplo, a capacidade de usar cada padrão depende do processador, o que significa dizer que os fabricantes de chips, como Intel, AMD e Qualcomm precisam incluir as novas especificações nos próximos lançamentos de CPUs, para que se tenha um equipamento capaz de usufruir do Wi-Fi 7.
Quais as principais características do Wi-Fi 7?
Tal como ocorreu a cada nova versão de Wi-Fi, a sétima versão promete taxas de transferência de dados superiores, o que para o leigo, significa maior velocidade de conexão com a Internet.
Mas quanto é maior?
Em condições ideais, espera-se que o Wi-Fi 7 seja capaz de fornecer velocidades de transferência de dados 4,8 vezes maiores que o Wi-Fi 6 e 13 vezes superiores ao Wi-Fi 5.
Em condições ótimas, um roteador da nova geração pode chegar até 46 Gbps, segundo a fabricante Tp-link. Na prática, esse valor só seja possível nos equipamentos no topo da linha e, portanto, os mais caros e destinados a uso profissional.
Outra característica que determina o desempenho da rede, é a latência e que simplificadamente é o intervalo do tempo entre o envio e o recebimento de um pacote de dados e que no caso da sétima geração, é pelo menos 100 vezes melhor se comparada ao Wi-Fi 6.
Por que o Wi-Fi 7 tem desempenho superior?
O desempenho superior conseguido pelo Wi-Fi 7, comparativamente à versão anterior, vem do aprimoramento de algumas tecnologias já usadas na sexta versão:
- MU-MIMO – o conceito MU-MIMO (Multi-Usuário, Entrada Múltipla, Saída Múltipla) que permite vários usuários ou dispositivos conectados a um mesmo roteador, utilizando várias entradas e saídas de dados simultaneamente e que na sexta versão era de 8, mas que foi ampliado para 16 na nova;
- Largura de banda – a largura de banda dobrou também e além de operar em 2,4 e 5 GHz, também opera em 6 GHz, este com canais de 320 MHz e que na versão 6, era de 160 MHz;
- 4K-QAM – o QAM (Quadrature Amplitude Modulation) resumidamente é responsável pelos pacotes de dados dos sinais usados na transmissão wireless e que na sétima versão saltou de 10, para 12 bits, o que significa 20% de ganho na taxa de transmissão;
- Multi-RU – RU (Resource Unit) refere-se a unidade de recursos atribuída e que na versão 6, era unitária e passa a ser múltipla e por demanda, o que na prática implica que se um usuário / dispositivo precisa de mais recursos alocados, isso ocorre de forma automática e dinamicamente;
- Preamble Puncturing – esse recurso visa basicamente otimizar o uso dos canais do Wi-Fi de tal modo que haja menor suscetibilidade a interferências, o que é razoavelmente comum em áreas com adensamento de sinais, ou em outras palavras, com muitos dispositivos sem fio;
- Operação Multi-Link – permite que os dispositivos enviem e recebam dados simultaneamente em diferentes bandas e canais de frequência, conseguindo assim maior taxa de transferência e menor latência.
Quais as vantagens do Wi-Fi 7 em termos práticos?
Para quem não entende – ou nem quer ou precisa entender – desse mundo de siglas, terminologias e nomes de tecnologias embarcadas, fica difícil compreender em termos práticos o que se ganha ao fazer uso da nova versão de conexão sem fio.
Na prática o Wi-Fi 7 melhora o cenário da conectividade sem fio em algumas situações, como por exemplo:
- Rede cabeada – as redes de computadores cabeadas, particularmente as redes gigabit, têm velocidades de transmissão de dados superiores às redes wireless de versões anteriores. Com o Wi-Fi 7, isso deixa de ser verdade e com ele a necessidade de ter cabos de redes quando são exigidas velocidades elevadas na rede;
- Streaming de vídeo – a sétima versão do padrão tornará possível streaming de vídeo de até 8k;
- Quantidade de dispositivos – a quantidade de dispositivos conectados e a qualidade / velocidade da transmissão de dados, aumenta. Assim, em empresas ou mesmo em uma residência, com maior número de usuários, SmartTVs e dispositivos IoT, poderão ser conectados em um mesmo roteador;
- Game online – muitos dos principais games online requerem ótimas velocidades de conexão e baixíssima latência, o que se não acontece, afeta a experiência no jogo e até o desempenho do jogador. Com a chegada da sétima versão, isso deixará de ser um problema;
- Metaverso – as aplicações baseadas em metaverso e realidade virtual, geralmente demandam ótimo desempenho em termos de conectividade, que não encontraria em uma rede sem fio de sétima geração o gargalo para funcionar adequadamente;
- Aplicações – aplicações com demanda elevada de execução em tempo real, intenso uso de cloud computing, home office e toda situação que exigir muita troca de dados com velocidade.
Apesar de parecer tudo muito bom e empolgar muitos entusiastas da tecnologia, a verdade é que nas previsões mais otimistas os primeiros equipamentos capazes de usar o Wi-Fi 7, devam chegar ao mercado no segundo semestre de 2023, sendo que de acordo com nota da Wi-Fi Alliance, o lançamento oficial será apenas em 2024.
Ou seja, fabricantes que conseguirem lançar produtos antes, talvez tenham problemas de homologação.
Porém esse possivelmente nem seja o maior entrave.
De nada adianta conseguir um roteador capaz de entregar a mais alta velocidade prometida, bem como um notebook ou smartphone compatível com Wi-Fi 7, se seu provedor de acesso não lhe entregar também conectividade da mesma ordem. Seria como quase com andar de Ferrari em estrada de terra.
Outro ponto a ser observado, deverá ser o preço dos equipamentos. Por ocasião dos primeiros roteadores Wi-Fi 6, era impossível encontrar um equipamento de boa marca, que não fosse pelo menos 5 vezes mais caro do que os de quinta geração.
Conclusão
O Wi-Fi 7 promete entregar uma experiência muito superior de conectividade sem fio para todas aplicações de Internet que exigem altíssimas velocidades.