O que é Marketing?

Não é de hoje que vivemos como alvos de uma competição extremamente acirrada pelo que somos como consumidores. Isso se faz ver em cada momento do nosso dia a dia, de formas mais ou menos sutis. Algumas vezes até, somos expostos sem nenhum pudor ou cerimônia a ele, o Marketing.

Muitas pessoas sabem o que é, talvez não da forma que os profissionais que trabalham com isso, sabem. Para todo o contingente daqueles que não sabem ou hesitam na hora de responder o que é Marketing, que preparamos este artigo.

Não espere definições acadêmicas ou conceitos contidos nos livros. Isso não serve para a maioria de nós, que apenas experimenta o Marketing passivamente. Se você trabalhasse com Marketing, certamente não estaria aqui, para saber o que é.

As origens do Marketing

O Marketing tal como o conhecemos hoje, não tem uma data de fundação, da mesma forma que ocorre com muitos ramos do saber. As primeiras ações que podem ser reconhecidas como ações de Marketing, bem como os primeiros livros e artigos que tratam do assunto, são posteriores à Segunda Guerra Mundial.

Na verdade o que levou ao seu nascimento – se assim podemos dizer – foi a sistematização de processos que já aconteciam isoladamente e de maneira intuitiva ou não, por parte das pessoas e das empresas quando da comercialização dos seus produtos e serviços.

Nomes como Theodore Levitt, Philip Kotler e Peter Drucker, foram os primeiros a escrever a respeito e a lançar as bases daquilo que hoje é entendido como Marketing, recebendo ao longo das décadas refinamentos e expansões de outros diversos nomes, como Tom Peters, para citar apenas um nome de destaque.

Até hoje o Marketing expande-se conforme vários aspectos mudam quem somos e o mundo em que vivemos, bem como as tecnologias oferecem novos horizontes. Por isso, a primeira constatação, é que o Marketing é extremamente dinâmico, por paradoxal que possa parecer, visto que sua conceituação fundamental, mantém-se inalterada.

Não se preocupe, pois logo você entenderá esta aparente contradição.

Mas afinal o que é Marketing?

Novamente é importante não nos atermos em definições formais, mas compreender o que ele é. Definições são boas para livros sobre um assunto, mas para a vida, a visão de como as coisas acontecem, é mais útil, prática e duradoura.

Não há uma tradução literal que seja boa para exprimir seu significado na língua portuguesa, embora alguns gostem de usar mercadologia ou mercância. Mas sejamos sensatos, afinal ninguém se candidata a uma vaga de Analista de Mercadologia ou é promovido para Gerente de Mercância. Isso serve apenas para a sala de aula. Sendo rigoroso, a tradução direta seria “mercadando”, que é algo que não existe e faz pouco sentido.

Mas quando buscamos compreender as origens e isolamos a palavra mercado, procurando compreender seu significado desde tempos mais remotos, as coisas começam a ficar claras.

A palavra mercado aparece em registros históricos de épocas bem distantes, como por exemplo, já na Idade Média, em que consistia de espaços ao ar livre em que as pessoas, reuniam-se para vender o excedente de sua agricultura de subsistência, dos animais criados em suas pequenas propriedades e dos objetos criados pelos artesãos.

Tudo era muito rudimentar. Os poucos produtos poderiam estar sobre uma tábua ou mesmo uma pedra, dentro de um saco ou em uma pequena cerca improvisada, no caso de galinhas, por exemplo.

Ao longo de toda a história e em todas as civilizações, existiram espaços como estes e que foram ampliando-se e enriquecendo-se de opções com o aumento das populações e consequentemente do aumento da oferta e demanda por produtos e serviços.

Com a ampliação do mercado, se antes só havia uma pessoa oferecendo repolhos, ou laranjas, ou sapatos, ou porcos, agora poderia haver, dois ou mais fazendo o mesmo.

Estava criada a concorrência e por esta razão, vendia quem tivesse as melhores laranjas ou porcos ou sapatos, ou quem pedisse menos por eles. Melhor ainda se pudesse oferecer o melhor, pelo mínimo.

Com o desenvolvimento e urbanização das cidades, estes espaços continuaram a existir, mas sob a forma de centros comerciais, shoppings, bairros comerciais e até mesmo o comércio ao ar livre se manteve, como no o caso das feiras livres e dos vendedores ambulantes e camelôs.

Ou seja, já em tempos remotos, o mercado consistia do conjunto de pessoas oferecendo seus produtos / serviços, àqueles que não tinham tais itens, mas os desejavam ou mesmo precisavam deles, enfrentando para isso a concorrência.

Em tempos modernos, quando nos referimos ao mercado, tratamos exatamente do mesmo conceito, exceto pelo fato de que hoje as empresas entraram em cena, seja como vendedores, seja também como clientes de outras empresas.

Assim, podemos entender como sendo Marketing, o conjunto de ações adotadas pelos vendedores medievais ou pelas empresas modernas, objetivando vencer a concorrência na oferta de seus produtos e serviços, para atender demandas baseadas nos desejos e necessidades das pessoas ou outras empresas.

Para isso, pesquisam o que os clientes precisam, querem e esperam, criando produtos e serviços que os atendam, divulgando, promovendo e melhorando constantemente, objetivando qualidade e bom atendimento, para que vendam uma segunda, terceira, quarta ou enésima vez.

O que Levitt, Drucker e Kotler, bem como outros nomes da área fizeram, foi observar os comportamentos envolvidos no mercado, e colocar as ações para que tudo isso ocorresse com melhores resultados, na forma de processos bem definidos e feitos de maneira consciente.

A isso tudo, deram o nome de Markerting!

O Marketing contemporâneo

O Marketing contemporâneo ficou caracterizado por ser o instrumento pelo qual as organizações seriam capazes de identificar necessidades e desejos dos clientes e atender o maior número delas, para assim conquistá-los e fidelizá-los.

Não era mais como foi no passado, vender qualquer coisa, a qualquer um e a qualquer custo. Logo percebeu-se que esta era uma estratégia fugaz. O aumento da concorrência não permitia mais erros. Era preciso que o cliente estivesse plenamente satisfeito com sua escolha, a ponto de não mudar por nada, a não ser por maior satisfação ainda.

Mais que isso, alguns chegaram mesmo a dizer que o papel do Marketing era de dar aos clientes o que eles mesmos nem sabiam que queriam ou precisavam. Quer um exemplo? No final dos anos 2000, a indústria de telefonia móvel disputava quem era capaz de produzir os menores aparelhos celulares. Passada nem mesmo uma década, temos os maiores aparelhos disputando o gosto dos clientes! Afinal o consumidor queria os menores ou os maiores?

Algumas empresas naufragaram tentando, enquanto outras tornaram-se gigantes em seus nichos. A lista de exemplos, é imensa, mas tem nomes emblemáticos que hoje ocupam os lugares de maiores e mais valiosas marcas do mercado.

Não por outra razão, que nos últimos anos vimos nascer produtos e serviços que até então, simplesmente não existiam e que a humanidade atravessou séculos sem precisar deles, mas que hoje parecem imprescindíveis para muitos. Novamente o aparelho celular é o exemplo deste conceito. Muitos dizem que não conseguem viver sem, mas como era há 30 anos atrás quando eles nem mesmo existiam?

E em busca de estar presente tão intensamente quanto possível, o Marketing estendeu seus braços por todos os lados e ganhou nome e sobrenome: Marketing de Relacionamento, Marketing de Incentivo, Marketing Multinível, Marketing Digital, Inbound Marketing e sabe-se lá o que mais o futuro nos reserva!

O Marketing do “futuro”

Devemos iniciar dizendo que a velocidade com que as mudanças ocorrem atualmente, faz com que o que é futuro, aconteça hoje, razão pela qual colocamos entre aspas a palavra futuro. Seria melhor dizer então, o Marketing feito hoje? Talvez.

Em 2019 completaram-se 16 anos da primeira edição do livro Reimagine! de Tom Peters, em que ele propõe entre muitas coisas, reimaginar como fazer as coisas em um mundo marcado pela desordem, não no sentido de desorganização, mas justamente marcado pelo novo. Tudo deve ser reavaliado, repensado, refeito. Ela já previa o que vivemos hoje!

Ao assistir TV, navegar na Internet, quando abrimos nosso e-mail, ao caminhar pelos corredores do shopping center ou do supermercado, parados no farol ou esperando para ser atendido no consultório médico com som ambiente, somos bombardeados o tempo todo com informação a respeito de uma verdadeira avalanche de produtos e serviços, que parecem surgir com a mesma frequência com que respiramos.

Empresas de todos os segmentos e portes, correm freneticamente disputando quase a tapas, o que cada um de nós representa para elas. E na Internet, é ainda pior!

Ao navegar e nossa rede social preferida, não conseguimos nos ver livres de repetições quase infinitas de um produto o qual por alguns segundos, tivemos a inadequada ideia de ver no site do fabricante algum dia. Vamos na interface do serviço de e-mail gratuito e está lá o anúncio de um segundo produto o qual em algum momento tivemos curiosidade. É assim em qualquer site que tenha veiculação publicitária.

A cada passo que damos na Internet, deixamos pegadas virtuais, que são minuciosamente colhidas por empresas como Google e Facebook, são armazenadas, avaliadas em sistemas de Inteligência Artificial e utilizadas para criar um verdadeiro cerco em torno de nós, tentando nos seduzir ou mesmo empurrar goela abaixo o que vendem.

Assim, a simples observação do passado, relativa aos hábitos de consumo, aos desejos, necessidades e expectativas de nós consumidores, perdeu lugar para algoritmos sofisticados aplicados sobre qualquer parcela ínfima de informação que inadvertidamente dermos sobre nós mesmos, para tirar cada centavo existente em nossas carteiras.

A sensação que temos, é que amanhã iremos ao mercado e voltaremos de lá com alguma coisa que ainda não sabemos bem o que é, nem para que serve, mas que provavelmente não conseguiremos mais viver sem, a partir de então. Parece que o pessoal de Marketing está fazendo muito bem o seu trabalho!

Conclusão

O Marketing consiste da área cuja responsabilidade é identificar necessidades, desejos e expectativas dos consumidores e satisfazê-las tanto quanto for possível. Para isso, usa métodos e tecnologias para reunir a maior quantidade possível de dados a respeito, para então criar, promover, distribuir e aprimorar constantemente produtos e serviços que atendam aos anseios do mercado.

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