6 critérios para escolher o melhor roteador Wi-Fi para a empresa
Já não é de hoje que o roteador Wi-Fi é um equipamento presente em qualquer lugar, nos mais diversos estabelecimentos comerciais, nas empresas de todos os portes e até nas residências.
Mas quais são os critérios usados na hora de comprar um? Preço? Marca? Recomendação?
Se você não tem uma lista bem definida e consciência da importância de cada fator, de cada recurso, de cada tecnologia embutida nas marcas e modelos, chegou o momento de mudar isso!
O que é um roteador Wi-Fi?
Um roteador Wi-Fi, é um elemento central nas redes de computadores, responsável pelo tráfego de dados de todos os dispositivos que fazem parte dessa rede, por meio da tecnologia Wi-Fi (sem fio).
Bem, uma definição como essa deve ser razoavelmente conhecida pela maioria. No entanto, é possível que nem todo mundo tenha a compreensão ampla e completa de tudo o que isso significa e das implicações associadas.
Compreender melhor os conceitos envolvidos, mais tarde vai nos ajudar a fazer melhores escolhas.
Entre muitas coisas, um roteador desempenha muitas funções:
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Hardware essencial na maioria das redes de computadores modernas;
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Responsável por rotear os dados, ou seja, tem o papel de controlar e filtrar o tráfego de dados de cada dispositivo conectado à rede, definindo “vias ou caminhos lógicos” exclusivos e seguros para cada dispositivo;
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Abrigar um sistema e recursos que permitem o controle dos dados mencionado acima;
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Autenticar os acessos à rede, permitindo os usuários / dispositivos autorizados e bloqueando os não permitidos;
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Conectar uma rede a outra rede, seja ela local (LAN ou Local Area Network), seja ela uma extensa (WAN ou Wide Area Network);
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Conectividade com a Internet, ao ser ligado ao modem / roteador do provedor de serviço.
O cumprimento de todas as funções acima, é feito por meio do Wi-Fi, que é uma tecnologia para troca de dados sem cabos ou fios.
Como consequência, há alguns riscos à segurança dos dispositivos e usuários que fazem parte dessa rede, já que os dados são trocados usando ondas de rádio, em faixas de frequência específicas. Ou seja, qualquer outro dispositivo na vizinhança e que seja capaz de captar tais ondas, representa uma ameaça a privacidade e integridade de tais dados.
A partir dessas informações, já deve estar claro para a maioria, que a importância do roteador Wi-Fi, vai bem além de simplesmente permitir acesso à Internet e aos seus muitos recursos.
Qual a importância do roteador Wi-Fi?
Para a maioria, a principal importância do roteador Wi-Fi é de fornecer conectividade com a Web e com isso em mente, geralmente a preocupação é com desempenho ou a velocidade de Internet, certo?
Mas há outros aspectos que são tão importantes quanto:
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Segurança – garantir a segurança da rede, por meio dos recursos oferecidos;
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Alcance – área de cobertura do sinal de rádio;
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Compatibilidade – o quão compatível é com os dispositivos conectados, já que o equipamento não pode ser um gargalo para a demanda e potencial do dispositivo;
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Tecnologia – a tecnologia Wi-Fi presente no roteador e o quão atual ela é;
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Gerenciamento – gerenciar os dados dos dispositivos conectados, alocando largura de banda e estabelecendo prioridades de tráfego para cada um;
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Configuração – a facilidade de configuração da rede e dos recursos fornecidos.
Essas funções fazem com que o roteador Wi-Fi desempenhe papel central na infraestrutura de uma rede corporativa ou mesmo doméstica, garantindo conectividade confiável e de qualidade.
O que observar ao comprar um roteador Wi-Fi?
A variedade de marcas e modelos de roteadores Wi-Fi, é razoavelmente extensa, ou seja, há diferentes tipos de produtos, os quais podem ser mais, ou menos adequados, dependendo de como serão utilizados.
Para tanto, é importante conduzir uma pesquisa extensiva de cada marca e modelo que constar das opções, o que nem sempre é possível nos sites de e-commerce, ou mesmo nos lojistas especializados. Quando for o caso, recorra ao site do fabricante, já que as melhores marcas costumam fornecer dados técnicos completos.
Também é muito importante conhecer as diferenças e características das gerações Wi-Fi 6 e Wi-Fi 7, que são as mais recentes, atendendo diferentes perfis de uso.
Com isso em mente, o primeiro passo não está relacionado com o roteador propriamente dito, mas consiste em determinar as necessidades de uso.
1. Uso e ambiente da rede
Definir as características de uso da rede, é o ponto de partida para saber quais produtos atendem melhor as suas necessidades.
Por exemplo, considere:
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Ambiente – deve ser levado em consideração as características do ambiente no qual ele será instalado, como se há muitos obstáculos físicos, como paredes, bem como o tamanho da área a ser coberta pelo sinal, por exemplo;
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Outros aparelhos – alguns dispositivos comuns em empresas, como telefones sem fio, podem interferir no sinal do roteador;
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Dispositivos compartilhados – discos rígidos externos, modems USBs, impressoras e outros equipamentos, podem se conectar por uma conexão USB 3.0;
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Uso predominante – para atender a um número limitado de dispositivos conectados, um roteador com banda única de 2.4 GHz, pode ser o suficiente. Mas, para streaming de vídeo 4K, vídeo conferências e outros usos de maior demanda, torna essencial velocidades mais elevadas dos roteadores dual-band (operam em 2,4 GHz e 5 GHz);
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Quantidade de dispositivos – a quantidade de dispositivos conectados, também é determinante na escolha. Uma maior quantidade de usuários / dispositivos, torna a opção por roteadores Wi-Fi Mesh mais adequada e proporciona um desempenho melhor, por exemplo.
2. Segurança
Se tivéssemos que optar por apenas uma característica para definir o melhor roteador Wi-Fi, sem sombra de dúvida que seria pelos recursos de segurança. De nada adianta uma rede veloz, estável e repleta de dispositivos, mas insegura a todos eles.
Conforme mencionamos anteriormente, a principal vantagem das redes sem fio, que é não depender de cabeamento, também é sua principal desvantagem, já que qualquer dispositivo na área de cobertura do sinal, é um potencial intruso.
Um possível invasor pode introduzir um ransomware na rede da empresa, ou quem sabe produzir um vazamento de dados, ou pior ainda, as duas coisas. Desnecessário falar das consequências, não é mesmo?
Logo, a segurança do roteador Wi-Fi precisa ser levada muito a sério.
Aqui fica clara a importância de conhecer as características do Wi-Fi 5, Wi-Fi 6 e Wi-Fi 7, já que na sexta geração (IEEE 802.11 ax) a segurança foi aprimorada com a adoção do protocolo de criptografia WPA3, que corrige problemas detectados no que é chamado de handshake (aperto de mão) – processo em que dois pontos da rede estabelecem que reconheceram um ao outro e estão prontos para iniciar a troca de dados – existente no protocolo anterior (WPA2) e além disso, amplia a criptografia para 192 bits (128 no anterior).
Sendo assim, os modelos com Wi-Fi de sexta geração, são naturalmente mais seguros, que os de quinta geração ( 802.11 ac).
Porém, é altamente desejável dispor de outros recursos, como a possibilidade de definir senhas fortes, a capacidade de atribuição estática de endereços IP e Mac Address, firewall, restrição de portas, regras de filtragem, entre outros mecanismos de segurança.
3. Quantidade de dispositivos
A quantidade de dispositivos, não deve se restringir ao número de computadores (desktops e notebooks) conectados à rede.
Não é raro em uma empresa dispormos de aparelhos de TV, impressoras, dispositivos da internet das coisas (IoT), um assistente virtual inteligente, controlando o ar-condicionado, a iluminação e as câmeras de vigilância, sem contar os smartphones e tablets dos colaboradores e visitantes, por exemplo.
Tudo isso precisa ser levado em consideração.
Sendo assim, em ambientes maiores e com mais pontos de interferência, que podem conectar até 100 dispositivos, é indicado os roteadores mais robustos e com maior potência, ou quem sabe, os roteadores mesh, que geralmente comportam entre 30 e 60 dispositivos em média.
4. Velocidade / desempenho
Se a demanda é por altas velocidades e bom desempenho, o mínimo recomendável são os aparelhos de sexta geração (Wi-Fi 6), lembrando que apesar de já termos modelos de Wi-Fi 7, ainda há razoável oferta no mercado de roteadores da quinta geração (Wi-Fi IEEE 802.11 ac). Fique atento a isso!
Equipamentos da sexta geração, são sensivelmente mais rápidos que os da geração anterior, além de suportarem mais usuários em termos absolutos e para transmissão de dados simultânea.
Dê preferência aos roteadores com portas Gigabit Ethernet, que são indicados para conexões com velocidade acima de 100 Mbps, com boa trafegabilidade para planos de até 1 Gbps.
Note que os roteadores Wi-Fi 6 e que dispõem de 5 GHz, oferecem maiores velocidades de conexão, mesmo com muitos dispositivos conectados, mas são mais sujeitos a interferências e perdas de sinal, conforme aumenta o número de obstáculos do ambiente.
Também é preciso ressaltar que apesar da maioria dos modelos com Wi-Fi 6 ser dual band (operam em 5 GHz e 2,4 GHz simultaneamente), suportando mais dispositivos conectados e com maiores velocidades sob demanda, é possível encontrar equipamentos que essa característica não é verdade.
Mais uma vez é importante atentar às especificações técnicas.
5. Potência e alcance
O número de antenas do aparelho, desempenha um papel importante no alcance e estabilidade da sua rede sem fio. Logo, em ambientes maiores e com mais obstáculos físicos, mais antenas é mais indicado.
Com mais antenas, você poderá ajustá-las para melhorar o alcance e a qualidade do sinal. Porém cuidado, pois ter mais antenas em um roteador, não é sinônimo de aumento na velocidade da conexão, nem tampouco da potência do sinal.
Dois equipamentos com o mesmo número de antenas, podem ter potências e, consequentemente, força do sinal, diferentes. A potência fornecida é medida em dBi, sendo que quanto maior for o valor, maior é a potência.
Por outro lado, antenas de maior potência, fornecem um alcance maior do que aqueles com antenas de menor potência. Ou seja, é importante atentar aos dois aspectos.
6. Wi-Fi 7
Nos casos de maiores demandas gerais (velocidade, alcance, estabilidade, desempenho e número de usuários) mais elevadas, geralmente se indica recorrer aos aparelhos da sétima e mais recente geração.
São mais caros e com menor oferta de modelos, porém em relação aos roteadores Wi-Fi 6, contam com os seguintes benefícios:
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Rede gigabit – evita ter cabos de redes quando são exigidas velocidades elevadas na rede, pois o padrão Gigabit Ethernet (ou 10/100/1000) é até 10 vezes mais rápido que o antecessor;
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Streaming de vídeo – a sétima versão do padrão tornará possível streaming de vídeo de até 8k;
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Quantidade de dispositivos – a quantidade de dispositivos conectados e a qualidade / velocidade da transmissão de dados, é maior. Suporta maior número de usuários / dispositivos conectados em um mesmo roteador;
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Realidade virtual – aplicações baseadas em realidade virtual, frequentemente demandam ótimo desempenho em termos de conectividade, que não encontra em uma rede sem fio de sétima geração, gargalo para funcionar adequadamente;
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Aplicações – aplicações com demanda elevada de execução em tempo real, intenso uso de cloud computing, muitos acessos simultâneos e toda situação que exigir muita troca de dados com velocidade;
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Largura de banda – a largura de banda dobrou também e além de operar em 2,4 e 5 GHz, também opera em 6 GHz, este com canais de 320 MHz e que na versão 6, era de 160 MHz;
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4K-QAM – QAM (Quadrature Amplitude Modulation) é a tecnologia que é responsável pelos pacotes de dados dos sinais usados na transmissão wireless e que na sétima versão saltou de 10, para 12 bits, o que significa até 20% de ganho na taxa de transmissão;
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Preamble Puncturing – esse recurso visa basicamente otimizar o uso dos canais do Wi-Fi de tal modo que haja menor suscetibilidade a interferências, o que é razoavelmente comum em áreas com adensamento de sinais, ou em outras palavras, com muitos dispositivos sem fio;
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Operação Multi-Link – permite que os dispositivos enviem e recebam dados simultaneamente em diferentes bandas e canais de frequência, conseguindo assim maior taxa de transferência e menor latência.
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Crescimento – por fim, mas não menos importante, uma rede Wi-Fi 7, comporta melhor o crescimento da rede corporativa.
Conclusão
A demanda por conectividade faz com que a escolha do roteador Wi-Fi, precise ser feita considerando uma série de fatores técnicos bastante objetivos.