Google Analytics 4: tudo o que você precisa saber

Ao longo de aproximadamente uma década, administradores de websites acostumaram-se a consultá-lo como a primeira e a última ação de um dia de trabalho. Estamos falando do Google Analytics.

Esses e outros profissionais do mundo digital foram pegos de surpresa com a notícia divulgada em março de 2022, de que seus dias estão contados. Sim, o Analytics – como é tratado por muitos – vai acabar!

Mas não se assuste. Vem aí o seu sucessor, o Google Analytics 4!

O que há de novo no GA4, o que deve mudar para quem usa a atual ferramenta e por que a mudança vai ocorrer, são algumas das coisas que abordaremos no encontro de hoje.

Por que o Google Analytics 3 vai acabar?

O serviço Google Analytics 3 – o Analytics que todos usam hoje – deixará de funcionar em 2023, porque segundo o próprio Google diz, ele está obsoleto.

É preciso lembrar que a atual versão, também chamada de Universal Analytics, mesmo tendo recebido modificações ao longo dos anos, foi disponibilizada em 2012, em uma época em que os acessos por meio de dispositivos móveis, ainda estava bem longe dos atuais patamares, nos quais hoje eles prevalecem.

Por ocasião do seu lançamento, a Internet era ainda baseada predominantemente em acessos por meio de desktop, sessões independentes e a inexistência de vários outros serviços e plataformas que hoje são tão importantes quanto os tradicionais websites.

Estamos falando dos muitos aplicativos para os mais diversos fins.

Um grande – e até muitos médios – varejista não tem mais apenas um e-commerce. Ele tem um app pelo qual o internauta realiza compras exatamente como o faz no site.

E como ficam as métricas nesse caso?

Desde que se tenha um bom sistema de estatísticas próprios, tudo bem. Mas se for depender do Analytics como o conhecemos, a história muda.

Esse é um exemplo, mas há apps de todos os tipos, com as mais variadas finalidades e que fazem o papel dos sites do passado, apenas com a diferença que são muito mais especializados.

Não bastasse isso, a Internet está mudando a passos largos. Talvez não na melhor direção, especialmente para as empresas que dela e nela enriqueceram e cujo melhor e maior exemplo, é o próprio Google.

Estimativas do eMarketer apontam que em 2023 os investimentos em publicidade digital deve alcançar a cifra de 517 bilhões de dólares.

Só nos EUA, Google, Facebook e Amazon concentram aproximados 65% da receita líquida da publicidade digital, sendo que o primeiro e maior deles, tem se mantido na liderança local e global.

Em 2021, a Alphabet superou trimestre após trimestre as projeções de receita, batendo um recorde atrás do outro. Só no quarto e último trimestre do ano, faturou US$ 75,3 bilhões.

Mas tudo isso está sob risco!

A principal ameaça vem da crescente preocupação com a privacidade dos usuários, que nunca foi tão discutida e teve tanto destaque como nos últimos anos. Ela – a privacidade – foi mercadoria e serviu como moeda de troca para empresas de todos os portes e segmentos, mas especialmente para os gigantes da rede mundial.

A GDPR na Comunidade Europeia e a LGPD no Brasil, são os primeiros movimentos concretos no sentido de frear os abusos cometidos com os dados pessoais dos usuários.

Navegadores como Safari e Firefox já têm mecanismos para bloquear por padrão cookies de terceiros e que é dos principais elementos para viabilizar a publicidade que é exibida e que tem justamente no Google, um dos maiores beneficiados.

Por isso, mesmo que a maioria dos navegadores já ofereça meios para suprimir os third-party cookies, o Chrome só deve fazê-lo em 2023, lembrando que ele lidera com folga o market share de navegadores. Em outras palavras, aderir ao movimento de bloqueio de cookies de rastreamento, vai afetar as cifras oriundas de publicidade online.

Em meio à toda a polêmica, a empresa de Mountain View vem tentando criar uma alternativa aos cookies – o FloC. No entanto, está longe de ser uma unanimidade por parte das demais empresas do setor.

A despeito do discurso de que a nova versão do Analytics – o GA4 – priorizar a privacidade dos usuários, a grande verdade é que o futuro da Internet pode não render os mesmos lucros de outrora.

O que é o GA4 (Google Analytics 4)?

Como é de se supor, o Google Analytics 4, é a quarta versão da ferramenta de métricas diversas de visitação de sites, fornecida pela empresa de Larry Page e Sergey Brin e que vai “aposentar” a atual.

Algumas empresas já puderam testar a ferramenta em sua versão beta, que promete uma abordagem totalmente diferente daquela que a maioria de nós utiliza ainda, unificando as análises web (sites tradicionais) e apps em relatórios integrados que segundo o Google, devem possibilitar responder perguntas como:

  • Qual canal de marketing produz o maior número de novos usuários para as diferentes plataformas?

  • Quantos usuários únicos no total você tem em cada uma das plataformas usadas?

  • Quantas conversões ocorreram em seu aplicativo e no site em um determinado período?

  • Qual plataforma está gerando a maioria das conversões?

  • Quantos visitantes iniciaram no app, mas concluíram a compra no site?

Com a versão atual do serviço, esse tipo de perguntas não têm respostas.

Sabe-se também que os cookies não serão abandonados, mas não haverá dependência deles.

As novas tecnologias e os algoritmos usados baseiam-se em Inteligência Artificial e Machine Learning, sendo que no segundo caso, é mais apropriado falar em Deep Learning e que é um enfoque muito mais agressivo e complexo do aprendizado de máquina.

Os dados e informações dos usuários, serão em parte produzidos a partir do que eles chamam de abordagem baseada em eventos.

Por exemplo, com o GA4 eles são capazes até de saber se o usuário rolou a página do site ou aplicativo até o rodapé. Ou seja, é um evento e um comportamento que pode dizer muito sobre aquela determinada visita.

O que muda para o usuário do GA4?

Praticamente tudo!

Naturalmente há informações que hoje fazem parte do GA3 e que serão mantidas, mas é possível que a forma, o método para sua obtenção mude e por consequência a interpretação do dado também.

Quando a migração de fato ocorrer, certamente a maior parte dos usuários terá muitas dúvidas sobre como utilizar, como obter determinadas informações e que conclusões tirar dos números, dos gráficos e demais dados.

Todos teremos que passar por uma fase de aprendizado.

No entanto, levando em consideração o histórico da empresa em relação às ferramentas que tem produzido, o expertise adquirido, os investimentos que são feitos e pela dependência que tem para perpetuação do seu próprio modelo de negócios, espera-se que seja ainda mais completa e poderosa que o atual Analytics.

Conclusão

Se você administra algum site e usa o Analytics, prepare-se, porque em 2023 chegar o Google Analytics 4 e junto com ele mudanças importantes.

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