Tudo sobre extensões, complementos e AddOns de navegadores web

Elas existem literalmente aos milhares e provavelmente enquanto você lê esse post, alguma nova pode estar sendo incluída em alguma das lojas que as disponibilizam e você pode ter várias instaladas. São as extensões, também algumas vezes chamadas de complementos ou até mesmo AddOns do navegadores web.

Um pouco da história, do que são e dos cuidados que é preciso ter ao escolher e instalar uma, é o que trataremos no conteúdo de hoje.

O que é uma extensão de navegador?

Uma extensão de navegador é basicamente uma porção de código (programação) que serve para modificar ou ampliar os recursos ou funcionalidades ao browser ou mesmo sua aparência e funcionamento padrão.

Disponíveis nas respectivas lojas de cada navegador (Chrome, Edge, Firefox, etc) para download, o acesso e instalação ocorre a partir do próprio browser, geralmente acessando o menu aberto ao clicar nos três pontinhos e localizando a opção “extensões”, que pode aparecer diretamente, como no caso do Microsoft Edge, ou estar sob “ferramentas”, no caso do Chrome.

Ou seja, o modo de ter acesso àquelas instaladas e de acessar a respectiva loja, pode variar de acordo com a alternativa de navegador que você utiliza.

O efeito que a adição de uma extensão causa, pode fazer com que o seu comportamento mude bastante em relação à sua versão básica / padrão e por essa razão, as extensões ganharam tanta importância, uma vez que um programa que inicialmente foi concebido essencialmente para acessar sites ou páginas na web, pode ganhar ampla versatilidade.

Um exemplo disso, era o plugin que tornava o navegador Opera, um cliente de e-mail local – o Opera Mail. Ele foi descontinuado em 2016, mas enquanto foi possível baixar, instalar e usar, revelou-se eficiente, útil e prático de usar.

Ou ainda, a extensão que basicamente possibilita ao usuário do Chrome exibir as guias / abas verticalmente, o que é parte padrão do Edge há algum tempo, sem que se tenha que instalar nada.

História das extensões de navegador

Extensões se tornaram populares com o lançamento e avanço do Google Chrome, mas não foi com ele que as extensões foram criadas.

Foi com a versão 4 do extinto Internet Explorer, que essa possibilidade apareceu pela primeira vez e anos depois, desde a primeira versão do Firefox, elas também estavam disponíveis, lembrando que o Chrome só seria lançado quatro anos depois, em 2008.

A aparência minimalista e que priorizava a exibição do site, sem montes de menus, ícones e botões clicáveis, logo agradou os internautas, fazendo com que a aceitação e o grande nível de adoção do Chrome, o qual esforçava-se em divulgar que ele podia ser amplamente personalizável por meio de extensões e temas, o que foi decisivo para a popularização das extensões.

Vale destacar que na época, o recurso era conhecido com AddOn ou Add-On, uma vez que adiciona (add) uma funcionalidade que pode ser ativada (on) ou desativada (off), de acordo com as preferências do usuário.

Cada navegador tratou de dar um nome e na forma que era identificado no menu ou nas configurações e por isso, na época, poderia também aparecer sob o nome de complementos ou plugins. Tudo a mesma coisa.

O fato do projeto no qual se baseia o Chrome – o Chromium – fazer uso de porções importantes de código aberto (open source), foi outro fator impulsionador, já que era mais fácil produzir programação complementar para algo que se tem acesso e se conhece e em parte explica porque o Internet Explorer não conseguiu nunca oferecer boa quantidade de AddOns úteis, afinal ele sempre foi desenvolvido sobre código proprietário.

A consolidação do Chrome no mercado de browsers, coincidiu com a explosão de sites que iam bem além de portfólio online de uma empresa (site institucional), ou mesmo um site de e-commerce. Serviços diferentes e funcionalidades diversas e que suscitaram que os melhores recursos pudessem estar disponíveis do lado do cliente e não apenas executados por programação do lado do servidor. O capítulo derradeiro, foi o aumento de serviços em nuvem (cloud computing) e que fez com que o papel e importância do navegador, fossem incrivelmente ampliados

Essa possibilidade de expandir quase sem limites o poder do navegador, tem sido a principal razão do seu sucesso.

Atualmente todos os principais browsers, oferecem extensões para uma grande variedade de finalidades.

Extensões de navegador são seguras?

Responder se extensões ou complementos, são seguros, é o mesmo que responder se programas de computador ou apps de celular são seguros.

Em outras palavras, depende…

Tal como qualquer programa, extensões são trechos de programação e, portanto, o resultado final depende de quem está por trás dele.

Na prática, qualquer empresa ou até mesmo um programador autônomo e independente, pode criar uma extensão, o que significa que o nível de segurança associado a ela, depende dos seus conhecimentos e das suas intenções.

Sim, é o que parece! Ou seja, se não forem adotadas boas práticas de programação e cuidados para que não existam falhas, bem como se houver intenção deliberada de introduzir uma vulnerabilidade por meio do complemento criado, como é comum no caso de softwares piratas, por exemplo, pode-se ter um grande problema de segurança ao instalarmos um AddOn.

Que cuidados tomar e como escolher uma extensão?

A questão da segurança – ou dependendo do ponto de vista, da insegurança – associada a toda extensão, não é a única preocupação que se deve ter.

O preço que se paga por ampliar ou modificar o comportamento do navegador, pode vir na forma de consumo de memória RAM e processamento.

Tal como qualquer programa que durante a sua execução, requer memória e uso de CPU, uma extensão também, além daquilo que o navegador já o faz.

Mesmo que eventualmente cada AddOn individualmente represente uma demanda muito pequena, quanto mais extensões estiverem instaladas, maior essa demanda.

Por essa razão, em dispositivos em que esse tipo de recurso já é escasso, esse é um aspecto que precisa ser levado em consideração, especialmente se tratar-se de um recurso ativo, ou seja, que é executado automaticamente a cada guia / aba aberta. Se há por exemplo, 10 abas abertas, pode-se ter esse consumo multiplicado por 10.

Outra consequência, são os conflitos e cuja chance de ocorrer, está diretamente relacionada ao quanto a extensão altera o comportamento original do navegador. Há relatos de todo tipo de consequência, como travamentos, consumo anormal de recursos ou mesmo encerramento recorrente do aplicativo.

No que diz respeito a segurança, entre as ocorrências mais frequentes, constam os que trazem consigo malwares diversos, sendo mais comum os adwares (exibição de publicidade) e os que coletam e enviam informações de navegação e acessos do usuário, seja apenas comprometendo sua privacidade, ou usando informações sensíveis para obter ganho financeiro, como é o caso dos dados de cartão usados em uma compra online.

No entanto, já houve casos de extensão mais nocivas e potencialmente perigosas, responsáveis por usar o poder de processamento do dispositivo para compor ataques DDoS, ou possibilitar até a instalação de um ransomware.

Sendo assim, escolher e decidir por uma extensão, antes considere:

  • Somente instale extensões que constem da loja oficial do navegador. Apesar de não serem raros os casos de extensões com algum tipo de problema, especialmente na loja do Chrome, há algum tipo de controle e avaliação preliminar antes da inclusão e disponibilização na loja, o que não acontece com as que são disponibilizadas por outros canais;

  • Verifique o quanto de informações são fornecidas sobre a extensão e que possam ver checadas, como o nome da empresa desenvolvedora, seus sites (institucional, blog, etc), sua presença nas redes sociais, histórico de outros produtos, seu ramo de atuação, etc. É preciso haver coerência nesse universo, além de informações que sejam capazes de transmitir transparência e confiança;

  • Dê preferência aos produtos de empresas conhecidas ou que pelo menos tenham um bom tempo de atuação;

  • Veja as avaliações e depoimentos de outros usuários. Além de observar a nota dada e o que dizem, a quantidade de avaliações / depoimentos, pode dar pistas importantes;

  • As permissões necessárias para o que a extensão funcione, são condizentes com o comportamento que ela terá? É essencial investigar os porquês da concessão de permissões, as quais na prática significam dar “poder” para a extensão usar o dispositivo e seus recursos, como leitura e escrita em disco, uso da câmera, etc;

  • Existe uma política de privacidade no respectivo site da extensão? Especialmente aquelas que fazem algum nível de uso ou de acesso a dados do usuário, precisam ter uma;

  • Se na atualização de alguma extensão ou do próprio navegador, houver a solicitação de concessão de uma nova permissão, fique atento e pesquise sobre o assunto, pois não é raro que extensões legítimas e seguras, tenham sido “sequestradas” ou vendidas para outra empresa e passaram a ser maliciosas;

  • Mantenha-se informado. Há muitos sites e blogs de tecnologia, que divulgam notícias relacionadas e nos quais é possível ficar sabendo de extensões que apresentam problemas e riscos aos usuários;

  • Seja criterioso e evite instalar toda e qualquer extensão, só porque ela adiciona um recurso interessante ou que em algum momento pode ser útil. Quanto mais extensões você tem, mais aumentam as chances de problemas. Instale apenas o que é essencial e com base em todos os fatores acima;

  • As versões pagas das principais soluções antivírus, costumam ser capazes de detectar e neutralizar códigos maliciosos em extensões de navegadores e frequentemente têm suas bases de dados atualizadas.

Conclusão

Extensões para navegadores podem adicionar funcionalidades importantes, mas também podem representar problemas de privacidade, desempenho e até segurança.

Comentários ({{totalComentarios}})