O que é Coworking? Quais as vantagens e por que cresce tanto?

“Tudo muda o tempo todo no mundo…”

A música de Lulu Santos fala das mudanças na vida, mas o que talvez ele não imaginasse – ou quem sabe sim – quando a compôs, que essa também é uma verdade quando o assunto é trabalho.

O coworking é uma prova disso!

Essa “nova” forma de trabalhar, vem ganhando cada vez mais adeptos no mundo, que veem vantagens e benefícios em adotá-la como o novo normal, o novo quotidiano profissional.

Quer saber o que é, quais os motivos do seu sucesso e se essa pode ser sua nova realidade?

Então vem com a gente!

Como surgiu o Coworking?

Nascido em 2005 como termo, ao ser empregado pela primeira vez em um espaço na cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, por Brad Neuberg, um programador que diante de uma encruzilhada profissional, concebeu um espaço em que ele poderia desenvolver seus projetos em um ambiente com uma mínima infraestrutura e no qual outros profissionais independentes poderiam compartilhar esse mesmo espaço.

Embora o conceito não fosse necessariamente novo, já que desde o final da década de 90, iniciativas semelhantes e baseadas na ideia de “trabalhar juntos como iguais”, nas palavras de Bernard DeKoven, um desenvolvedor de games, foi a partir da iniciativa de Neuberg que aos poucos a materialização do conceito ganhou força em vários lugares do mundo.

No Brasil os primeiros espaços em que se podia atuar nessa modalidade, surgiram entre 2007 e 2008, por meio do Hub São Paulo e Ponto de Contato, respectivamente.

Mas afinal, o que é coworking, você deve estar se perguntando, não é mesmo?

O que é coworking?

De modo bem resumido, o termo é um estrangeirismo ultimamente utilizado para definir o uso compartilhado de um ambiente de trabalho, por diferentes profissionais e empresas, sem uma relação ou vínculo inicial entre eles.

É estrangeirismo na medida em que é um termo da língua inglesa sem correspondente em português e que tal como nasceu, tem sido referido por quem precisa usá-lo para designar o conjunto de situações que o envolve.

Sim, coworking em sua concepção mais abrangente, pode-se dizer que é um conjunto de coisas relacionadas ao trabalho e não apenas um ambiente fisicamente constituído para exercer uma atividade profissional.

Alguns chamam de trabalho compartilhado. Outros de trabalho colaborativo. O que há de comum em ambas “definições”, são apenas as duas primeiras letras – de compartilhado e colaborativo – e que são as mesmas do termo em inglês e talvez por isso que se prefira adotar o estrangeirismo.

Conjecturas a parte, ao avaliar os resultados da SERP (Search Engine Results Page) ou da página de resultados de uma busca para o termo coworking, muitos podem pensar que é um serviço de locação de ambiente de trabalho compartilhado para profissionais liberais, freelancers, startups e para empresas que não querem por diferentes motivos, investir em uma estrutura física própria.

Não estão errados os que pensam assim. Mas não é só isso. Esses são os espaços de coworking.

Alguns podem confundir com os também populares escritórios virtuais, em que alguns dos profissionais citados e que não têm um escritório próprio, usam quando precisam aparecer comercialmente. Mas é muito mais do que isso e logo você perceberá as diferenças.

Há ainda quem acredite que é uma alternativa mais organizada e formal a quem pode atuar em regime de home office. Também não estão totalmente equivocados, mas vai além.

Qualquer que seja a ideia de quem ainda não sabe o que é coworking, pode ser um pouco de tudo isso e mais algumas coisas. Mas somente quando se observa como funciona, que se compreende a amplitude do conceito.

Como funciona o coworking?

Basicamente consiste na locação de recursos de uma infraestrutura típica de escritório, na qual se compartilha boa parte ou todos os recursos dessa infraestrutura com profissionais de outras empresas ou independentes, como um web designer, um programador, um ghost writer, um publicitário ou qualquer outro que possa desenvolver suas atividades sem necessariamente comparecer à empresa para a qual esteja realizando um trabalho.

As empresas que oferecem tais espaços, podem vender diferentes pacotes de serviços.

Pode-se ter uma mesa ou estação de trabalho, por horas, dias, semanas, meses ou anos.

Algumas nem mesmo tem um contrato que mantenha o profissional “preso” ou vinculado a um tempo de mínimo dessa prestação de serviço. Pode-se usar hoje os serviços de uma empresa próxima a sua residência e amanhã, em uma viagem usar outro espaço de um segundo prestador do serviço localizado nessa cidade.

Assim como qualquer prestação de serviços, é possível encontrar todo tipo de infraestrutura. Desde as mais simples e básicas, mas que cumprem a funcionalidade que se espera, até as maiores e mais sofisticadas, naturalmente dentro de diferentes e correspondentes faixas de preços.

Você chega para o trabalho e escolhe uma mesa – ou estação de trabalho rotativa, como é chamada – na qual pode ter de um lado um nômade digital e que amanhã você não sabe em que cidade vai estar. Do outro um representante comercial e que vem apenas uma vez por semana. E um arquiteto à sua frente, que está lá quase todos os dias, mas cada dia em uma estação de trabalho.

Cada um é um coworker, que é como são chamados os profissionais que atuam segundo esse conceito.

Todos têm café e água a vontade, ar condicionado, internet de alta velocidade e até mesmo uma impressora Wi-Fi. Tudo compartilhado por todos.

Eventualmente, se for necessário, uma sala de reunião, uma sala de treinamento ou quem sabe um auditório, ou se preferir uma estação de trabalho dedicada ou fixa e que você pode até personalizar como se fosse na sua empresa.

Salas inteiras e dedicadas a equipes ou grupos de trabalho, também são uma possibilidade. Até um andar inteiro, inteiramente personalizado e com recursos essenciais à sua operação, é uma possibilidade nas maiores empresas de espaço coworking.

Jornada de trabalho no horário comercial ou 24/7? Você quem escolhe, obviamente desde que o seu plano permita e o prestador de serviço ofereça tal opção. Não são todas que têm essa possibilidade, mas já há algumas.

Estacionamento, bicicletário, cozinha, banheiros, sistema e protocolos de segurança, área de convivência e de lazer, recepcionista, endereço comercial e atendimento telefônico, até mesmo a possibilidade de levar seu pet, são algumas outras características que o serviço pode incorporar.

Tudo isso, é regido por um termo de convivência, que basicamente é um conjunto de normas de conduta que visa tornar o trabalho de diferentes pessoas nesse espaço, harmonioso, respeitoso e agradável.

Ou seja, o paradigma do tradicional escritório de empresa, bem como dos modelos de atuação profissionais com os quais nos acostumamos, a partir do coworking ganham nova significação e é quando a letra da música com a qual abrimos o bate papo, faz sentido.

Quais as vantagens do coworking?

Especialmente se você desempenha uma atividade profissional que não exige a presença física em uma empresa, já deve ter vislumbrado alguns dos benefícios de adotar esse modelo.

Mas as vantagens vão além do que é mais aparente e evidente até aqui.

1. Alternativa ao home office

É comum relatos de profissionais que atuavam em regime home office, mas que mudaram parcialmente ou integralmente ao coworking.

Entre as razões mais frequentes e mencionadas, estão um ambiente mais profissional do que o doméstico, menor isolamento e a convivência que passam a usufruir, menos suscetíveis às interferências que podem ocorrer em casa, o networking que inevitavelmente ocorre e até mesmo fugir da rotina, nos casos em que o regime de home office é mantido parcialmente.

2. Networking

O fato de ter contatos com tantos profissionais diferentes, seja os que vêm e vão, seja os que estão eventualmente, ou mesmo os habituais, mas que são de diversos segmentos de atuação e empresas diferentes daquela para a qual você presta serviços, enriquece o networking.

Criar relacionamentos comerciais, parcerias, ter novas oportunidades de negócios, trocar experiências e informações, ou simplesmente desenvolver convivência com iguais, mas ao mesmo tempo diferentes, é um benefício inquestionável.

3. Custo / benefício

Essa é uma das principais vantagens na visão de muitos. Comparativamente constituir e manter um escritório próprio, mesmo dos mais simples, costuma ser mais oneroso, desde que a infraestrutura e o plano escolhido sejam condizentes com suas necessidades.

Sem contar que montar a partir do zero um escritório minimamente profissional, pode exigir um razoável investimento.

Despesas fixas que podem encarecer muito uma estrutura própria, são compartilhadas ao se adotar o modelo de coworking. A partir de valores acessíveis para a maioria, já se tem pronto para uso, tudo que exigiria investimento e manutenção.

4. Qualidade de vida

Especialmente nos grandes centros urbanos, em que se perde muito tempo em trânsito e deslocamentos, encontrar um espaço coworking próximo da residência, é um ganho importante em termos de qualidade de vida.

Isso sem contar que nos melhores espaços, a infraestrutura disponível para compartilhamento, pode propiciar também uma melhor qualidade do ambiente de trabalho, seja em relação aos modelos convencionais de empresas, ou do ambiente de home office.

Que tal relaxar em uma mesa de snooker? Ou apenas um sofá confortável e música ambiente? Um belo jardim em uma ensolarada manhã de verão? Ou um simples café em uma copa com algumas guloseimas e a companhia de gente que acabou de conhecer?

Essas são algumas das possibilidades que alguns espaços podem lhe oferecer!

5. Facilidades administrativas

A burocracia e tudo o que envolve em administrar um espaço próprio, não existe no coworking.

Você não tem que se preocupar com locação de escritório, licenças e alvarás, mobiliário, limpeza, manutenção, segurança e demais rotinas que são necessárias na administração de uma empresa fisicamente constituída, por menor que seja.

São preocupações que você não tem, tempo que não precisa dispender e por vezes custos que não tem que arcar.

6. Endereço comercial

Podem ser muitas as situações em que mesmo um profissional autônomo precise ter um endereço comercial.

Por mais que o ambiente home office seja concebido de modo a realizar com profissionalismo sua atividade, ao utilizar um espaço coworking, tem-se uma infraestrutura que permite desde, realizar uma reunião ou uma apresentação, com os devidos recursos tecnológicos e com um ambiente adequado, como fazer constar no cartão de visitas ou no seu site institucional.

7. Eventos

Os espaços coworking mais amplos e com maiores infraestruturas, geralmente têm uma diversidade de eventos, como cursos, treinamentos, palestras, workshops, promovidos pelos demais coworkers e suas respectivas empresas.

Essa acaba sendo uma chance de estar mais envolvido em eventos que podem agregar em termos de experiência e vivência profissional, bem como oportunidades de desenvolver novos negócios.

8. Produtividade

Como resultado de um ambiente mais apropriado, dos benefícios que a infraestrutura proporciona, da convivência e do aprendizado que ela gera, da economia de tempo, da qualidade do ambiente, entre outros benefícios, geralmente os coworkers relatam também um ganho de produtividade.

Especialmente no caso daqueles que já atuaram em home office, mas que não tiveram a disciplina necessário, os ganhos de produtividade foram importantes.

Como começar em coworking?

Ficou interessado?

Felizmente a boa notícia é que no Brasil já temos muitas opções de espaços para quem quer atuar profissionalmente dessa forma.

O site Coworking Brasil, tem uma página em que lista todas as cidades em que já há pelo menos uma opção de espaço destinado ao conceito. Basta localizar a sua cidade e verificar as empresas disponíveis na sua região.

Conclusão

O coworking é um conceito de trabalho que vem ganhando cada vez mais adeptos, especialmente no desempenho de determinadas atividades profissionais, em que não se exige a presença física em empresas tradicionalmente constituídas, com evidentes vantagens que explicam o seu crescimento.

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