Vantagens, desvantagens e curiosidades sobre o Safari

No extremamente disputado mercado de navegadores web, há um que se destaca por uma série de peculiaridades, as quais apenas um seleto grupo de usuários pode desfrutar. Estamos falando o Safari.

Quer conhecer um pouco mais desse browser, quais suas principais características e curiosidades?

Então venha conosco e descubra mais sobre o ocupante do segundo posto como navegador mais usado no mundo.

O que é o Safari?

Naturalmente que você deve saber que é o navegador padrão dos sistemas operacionais da Apple, ou seja, o MacOS e iOS, que equipam os computadores e celulares da marca.

Porém, mais do que apenas mais um navegador, o software criado pela Apple sempre se destacou por características próprias e algumas vezes até na contramão do que os seus principais concorrentes focaram, como por exemplo, ao oferecer recursos de privacidade aos usuários, como a possibilidade de bloquear alguns cookies, já na versão 6 de 2012, época em que o assunto ainda estava longe da prioridade que tem hoje.

Tal como outros produtos da mesma empresa, o Safari sempre foi prioritariamente voltado a atender os interesses e o perfil dos usuários de hardware da Apple.

Isso é reforçado pelo fato de que é dos raros navegadores – pelo menos os principais – que não disponibiliza versões para outros sistemas operacionais, que não os da própria empresa.

O Safari é baseado em um motor (engine) próprio, o WebKit e que por sua vez, é um fork (espécie de derivação) do KHTML, um motor descontinuado e desenvolvido pelo projeto KDE, o mesmo responsável pelo desktop enviroment KDE Plasma, usado em muitas distribuições Linux.

Isso em parte é o que explica algumas das vantagens do Safari, mas também dos seus “defeitos”, em comparação a outros navegadores e que veremos logo mais.

Por uma questão de políticas internas da Apple, não muito claras por sinal, as versões mobile dos concorrentes são obrigadas a serem também baseadas no WebKit, o que acaba fazendo com que herdem algumas das mesmas limitações do Safari para iOS.

Fatos e curiosidades sobre o Safari

Quando o assunto é market share, o Safari ostenta o posto de segundo navegador mais usado do mundo, com uma importante fatia de cerca de 18% de usuários, porém exclusivamente dos sistemas operacionais da Apple.

Isso, porque não é possível rodá-lo no Windows, nem no Android, ou tampouco em qualquer distribuição Linux, ainda que os dois últimos sejam sistemas “Unix-like” (sistemas do tipo Unix), como o são o MacOs e o iOS.

Mas nem sempre foi assim.

Em 2007 foi lançada a versão para Windows do Safari e mesmo com vários bugs identificados e reportados pelos usuários, em dois dias a versão teve mais de 1 milhão de downloads.

No entanto, logo o entusiasmo dos usuários do sistema da Microsoft desacelerou, muito em parte porque na época o Firefox se mostrava uma melhor alternativa e porque em 2008 chegaria a primeira versão do Google Chrome, que como sabemos, rapidamente se tornou o preferido de muita gente.

Diante de um cenário nada favorável e um decadente market share no segmento, em 2012 veio a decisão de descontinuar a versão para Windows, bem como o fornecimento de atualizações de quaisquer tipos, bem como de suporte.

A primeira versão – ainda em caráter beta – foi lançada em 7 de janeiro de 2003 e tinha como proposta ser a alternativa da Apple de navegador, sendo que até então seu sistema operacional vinha com uma versão do Internet Explorer para Mac.

Nos EUA, quase um em cada três usuários (30,95%) usam o Safari, isso porque a marca tem uma forte penetração no mercado norte-americano.

O browser é capaz de traduzir páginas em até 19 idiomas (Árabe, Chinês simplificado, Chinês tradicional, Holandês, Inglês, Francês, Alemão, Indonésio, Italiano, Japonês, Coreano, Polonês, Português (Brasil), Russo, Espanhol, Tailandês, Turco, Ucraniano e Vietnamita).

O logotipo original, é uma bússola que tinha como proposta simbolizar o espírito de busca e aventura da navegação na Web. Com o tempo o logo evoluiu, mas ainda remete a uma bússola, cujo ponteiro aponta para a direção noroeste e que alguns dizem ser a localização da empresa, o que a Apple nunca confirmou.

Antes do nome Safari ser a escolha oficial, cogitou-se alternativamente nomeá-lo como Freedom (liberdade), Alexander em referência a Alexandre Magno, um rei da Macedônia, que foi um conquistar de outros povos, bem como iBrowse.

O fato de outros navegadores para iOS, terem que obrigatoriamente usar o mesmo motor da versão mobile do Safari, obriga-os que eles tenham que atualizar tanto o motor, quanto o próprio Safari, ainda que eles utilizem outro browser.

As principais vantagens do Safari

Como mencionamos, a equipe do projeto Safari sempre se preocupou mais em basear o seu desenvolvimento no usuário e na visão da Apple de como deveria ser um navegador, do que no que estavam fazendo os seus concorrentes.

Essa visão se refletiu em algumas das principais vantagens do Safari, especialmente nos primeiros anos:

  • Privacidade – foi o primeiro browser a enaltecer seus recursos voltados à preservação da privacidade dos usuários. Ele bloqueia a maioria dos pop-ups de anúncios e oferece várias opções para o gerenciamento de cookies, o que favorece alguma privacidade;

  • Desempenho – o bom desempenho, que se manifesta por boa velocidade de carregamento das páginas, mas também por execução de código na página (javascript), comparativamente aos demais navegadores, está em alinhamento com uma web cada vez mais complexa e exigente;

  • Design – o design minimalista e seguindo o estilo visual dos sistemas operacionais da marca, agrada a maioria, mesmo diante de soluções funcionais que não são unanimidade, como o sistema de abas;

  • Desenvolvimento – tem acompanhado a maioria dos desenvolvimentos de novas tecnologias e é alinhado com os recursos mais populares, como streaming de áudio e vídeo em alta resolução;

  • Autonomia – o desempenho acima dá média não cobra como preço, elevado consumo de bateria, algo importante quando os dispositivos móveis se tornaram tão comuns. Ao contrário, é das alternativas menos exigente nesse quesito;

  • Integração – a busca por integração com os sistemas e serviços da empresa, como a armazenamento em nuvem (ex: iCloud) e a assistente virtual inteligente (Siri), mostrou-se bem-feita, conferindo tanto facilidade de uso, como bom funcionamento de tudo.

As desvantagens do Safari

A aura em torno do Safari e dos produtos aos quais está associado, faz com que a maioria – especialmente quem ainda não pôde experimentá-lo nas mais diversas condições – suponha que seja um produto navegador tão bom, que é quase perfeito.

Mas não, não é!

Há sim, uma lista de problemas, sendo que alguns bastante relevantes:

  • Favoritos – não exibe os favicons dos sites na barra dos favoritos, o que torna a identificação rápida dos sites preferidos, mais demorada;

  • Privacidade – embora ostente a bandeira da privacidade, não bloqueia efetivamente todos anúncios, nem rastreadores de terceiros. Para bloquear esses itens no Safari, é preciso baixar utilizar extensões, as quais seus próprios riscos de segurança e privacidade;

  • Extensões / AddOns – a quantidade de extensões / addons comparativamente aos browsers baseados no Chromium e no próprio Firefox, que usa um motor prório – Gecko / Quantum, é menor, sendo que para algumas situações e recursos, não há alternativa alguma;

  • Compatibilidade web – apesar de não ser muito frequente, alguns recursos de sites e serviços web, não são 100% compatíveis com o Safari ou podem apresentar uma experiência comprometida, forçando os usuários a terem um segundo navegador para plena acessibilidade nesses casos;

  • Atualizações – o número e frequência de atualizações do Safari costuma ser bastante inferior aos navegadores mais populares e costuma estar vinculada às atualizações do sistema operacional, o que pode constituir um problema no caso de bugs e principalmente de questões de segurança;

  • Plataforma única – não é multiplataforma, como muitos dos principais concorrentes, o que obriga seus usuários a utilizarem outro browser com que não estão familiarizados, se eventualmente tiverem que usar outro dispositivo que não o seu;

  • Desenvolvimento – o motor WebKit, no qual é baseado, tem apresentado algumas inconsistências com os padrões web, como já ocorreu com o Internet Explorer no passado e que tem representado um desafio de ser superado pelos desenvolvedores web na criação de sites para serem exibidos / funcionarem no produto da Apple.

Conclusão

Apesar da popularidade, o navegador da Apple é apenas mais uma opção envolta em curiosidades, boas qualidades, mas também alguns defeitos importantes.

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