Realidade Aumentada: Compreensão e perspectivas

Desde sua concepção já são quase 3 décadas, mas somente recentemente as tecnologias atuais embarcadas nos diversos dispositivos (Smartphones, computadores, TV, acessórios diversos, etc) que temos à disposição e a um custo acessível a muitas pessoas, permitiram que ambos se tornassem mais populares e comercialmente viáveis.

Com a ampliação da escala produtiva, o maior entrave ainda existente - que é o custo - deve cair e a adoção plena vai encontrar como única fronteira, a criatividade humana.

Mas afinal o que é realidade aumentada? Responder a esta pergunta de uma forma esclarecedora, consiste em compreender a semântica dos termos.

Primeiramente vamos definir realidade, como sendo tudo o que seu cérebro processa vindo do ambiente em que você está e que vê, ouve, apalpa. Se no momento você está no seu escritório, a realidade é a área formada pelo piso, teto e paredes, o mobiliário contido nesta área, os objetos e até mesmo as pessoas que eventualmente estão presentes neste ambiente. Portanto, são os limites físicos e a distribuição das coisas no espaço em que você está no momento.

Acrescentemos a este cenário, seus paradigmas ou conceitos a respeito das coisas. Por exemplo, sua mesa de trabalho é feita para conter seus papéis, notebook, smartphone, canetas e outras coisinhas de uso pessoal que normalmente te acompanham.

Uma vez definida a REALIDADE, que tal alterá-la? É isso o que fazem a Realidade Virtual e a Realidade Aumentada. No primeiro caso, tudo isso que te cerca será alterado para um cenário que não existe fisicamente como estamos acostumados, mas que é produzido por computador.

Seu cérebro terá acesso a esta nova "realidade", através de dispositivos, que podem ser um "simples" óculos que fornecerá aos seus olhos a nova imagem gerada pelo sistema e podem incluir sensores que captam sua posição e/ou os movimentos que você faz, luvas tácteis que passam ao computador seus movimentos e até mesmo a pressão que você exerce sobre um objeto e os fones de ouvidos, que vão transmitir outros sons do ambiente produzido ou VIRTUAL, já que dentro de nossa concepção tradicional, nada disso existe. Sendo rigoroso, portanto, não é realidade, mas uma ilusão.

Já a Realidade Aumentada, na mesma medida que a virtual, trabalha com a alteração da percepção que temos das coisas e do ambiente no qual estamos, mas ao invés de apenas alterar a entrada do que os seus sentidos (visão, audição, tato e olfato) captam, incluem, ampliam ou AUMENTAM a quantidade de dados fornecidos a eles.

Como isso é feito? Também por meio de dispositivos, que podem ser óculos especiais para captar e projetar imagens em sua retina, uma tela de notebook ou do seu smartphone, fones, dispositivos apontadores, sensores, que vão incluir objetos e elementos virtuais que não existiriam sem o sistema de Realidade Aumentada.

O "truque" consiste em captar as imagens e outras informações do ambiente por meio de uma câmera (webcam, lentes do smartphone ou óculos específicos), usar um marcador ou algo na imagem que tenha um padrão reconhecível e entregar estas informações a um sistema (software) que irá processar tudo e entregar uma nova saída previamente estipulada.

Muito abstrato? Se você assistiu Robocop, Exterminador do Futuro ou Iron Man, você já viu exemplos de Realidade Aumentada, quando os três personagens enxergavam além da cena real, informações diversas relativas ao que viam. Pokemon Go, é outro exemplo de uso desta tecnologia que muitos tiveram acesso e que por algum tempo virou febre.

Assim, a Realidade Aumentada pode lhe proporcionar aumentos simples no que você vivencia diariamente, como por exemplo, apontar a câmera do seu smartphone para um QR Code na embalagem de um produto e ter na tela informações detalhadas sobre sua fabricação, composição, origem, etc, ou situações muito mais mais sofisticadas.

Um exemplo, bastante provável, vem do Facebook, o qual vem investindo pesadamente na tecnologia de reconhecimento facial e incorporou recentemente o Oculus Rift, que é um dispositivo de Realidade Virtual. Imagina-se que em um futuro não muito distante, utilizando o Oculus Rift, você olhe para alguém que tenha um perfil público no Facebook e o sistema o reconheça, localize o perfil e lhe dê opções de ver suas fotos, seus amigos, informações gerais sobre, gostos e tudo mais que estiver disponível sobre aquele "contato".

De posse dos dispositivos certos e com acesso apropriado aos sistemas hospedados nas nuvens, em breve você vai fazer uma visita a um museu em Paris ou um passeio turístico em Istambul, sem a necessidade de guias ou cicerones e terá todas as informações sobre a obra de arte que contempla ou o ponto de interesse para o qual se dirige.

Consegue imaginar a vastidão de dados que poderão ser inclusos em cada pequena experiência diária e como a sua percepção das coisas poderá ser incrementada? Praticamente tudo que você sempre quis ver e saber sobre cada pequeno detalhe do seu dia-a-dia, em breve será aumentado!

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