O que é dropshipping? Como criar um e que cuidados tomar!

Dropshipping é um assunto que se popularizou e ganhou muito destaque no Brasil desde 2018 aproximadamente. A partir de então, muitas perguntas e questionamentos são feitos. É um assunto bem amplo e em certa medida controvertido e por isso esgotá-lo com um artigo, não é possível.

Mas vamos tentar lançar alguma luz sobre e ao fim você será capaz de decidir por si próprio, se é uma opção viável para ingressar no universo do e-commerce e ter uma fonte de receita alternativa e complementar ou mesmo sua principal fonte de renda, como alguns que argumentam em seu favor, ou não.

Não vamos defender ou criticar esse modelo. Este artigo pretende ser uma uma fonte de informação preliminar para aqueles que não sabem o que é e que gostariam de iniciarem-se no assunto.

O que é dropshipping?

Dropshipping basicamente é um método para vender produtos sem ter que comprá-los com antecedência mantendo-os em estoque. A venda é online, ou seja, em uma loja virtual criada em plataformas destinadas a esse fim, como por exemplo, Shopify para citar apenas um exemplo.

Com o pagamento feito, você o utiliza para comprar o produto junto ao fornecedor que previamente definiu e estipula a entrega diretamente no endereço do seu comprador.

Visto por outro lado e segundo alguns que tratam do assunto, você atua como intermediador entre alguém que deseja comprar algo e alguém que fornece esse algo, divulgando pela Internet produtos diversos, em seu próprio site.

Há uma série de vantagens em utilizar esse método. A principal, é que a mercadoria comercializada vai direta do seu fornecedor, para seu cliente. Em termos gerais, isso lhe possibilita começar um negócio online com um investimento muito pequeno.

O investimento exigido pode limitar-se a registrar um domínio, contratar um plano de hospedagem para o site, a divulgação e o tempo gasto na criação de tudo e na administração da loja.

Outro benefício desse modelo, é que consegue-se trabalhar sem os processos que normalmente existem em um e-commerce convencional, onde todos os detalhes da operação são de sua responsabilidade, como o já mencionado estoque, ou a logística de entregas.

Há muitas empresas conhecidas que desenvolveram-se e ganharam popularidade usando esse conceito, especialmente no exterior onde o modelo existe há mais tempo.

No Brasil, as iniciativas são mais tímidas e entre os principais sites de e-commerce, não há nenhum que adote essa estratégia de dropshipping em sua operação.

Principais passos para criar um dropshipping

O primeiro passo é criar uma loja virtual. Há muitos CMSs e plataformas destinadas a esse fim, que tornam boa parte do trabalho bastante simples, não exigindo conhecimentos técnicos, como de programação e outras questões relacionadas com desenvolvimento de sites.

A seguir, é definir um ou mais fornecedores de confiança, bem como os produtos que você julgar interessantes para incluir na sua loja.

Nessa etapa é importante pesquisar sobre que tipos de produtos estão em alta, lembrando de aspectos como sazonalidade, afinal todo tipo de produto está sujeito a épocas do ano em que há altas ou baixas nas vendas. Por exemplo, eletrodomésticos costumam ser mais comercializados às vésperas do dia das mães e natal.

Outro fator importante, é o preço naturalmente. O(s) fornecedor(es) escolhido(s), deve(m) praticar um preço que permita a você adicionar sua margem de lucro e ainda mantê-lo competitivo em relação ao mercado nacional.

Aliado a isso, verificar a procedência do produto quanto à qualidade, garantias, nível de satisfação, entre outros fatores relacionados ao produto em si, é fundamental para evitar dores de cabeça com produtos de má qualidade, ou mesmo falsificados.

O terceiro passo, é a divulgação, afinal de nada adianta ótimos produtos, um preço competitivo e ninguém saber da sua loja. Boa parte dos vendedores que adotam o dropshipping, fazem a divulgação através de redes sociais, como Instagram ou Facebook, ou utilizam sua rede de relacionamentos.

A partir do momento em que as primeiras vendas ocorrem, o seu trabalho passa a ser adquirir junto aos fornecedores previamente escolhidos, os produtos já comercializados aos seus clientes e acompanhar o processo de entrega. Lembre-se que perante o seu cliente, é você o fornecedor.

Há empresas (fornecedores) especializados em fornecer produtos destinados a essa forma de comercialização e, portanto, já tem processos que facilitam e até mesmo fornecem meios de automatizar a compra e posteriormente a rastreabilidade da entrega, diminuindo o seu trabalho. Esse é um critério importante na escolha dos seus fornecedores.

Onde encontrar um fornecedor para dropshipping?

Como em qualquer outro negócio e até mesmo nas convencionais lojas físicas, há uma ampla gama de opções.

Entre tudo o que é mais praticado, o mais comum tem sido recorrer a populares fornecedores chineses. Já estão consolidados nessa área, já contam com boa experiência, boa logística e preços muito competitivos.

Mas há também fornecedores nacionais e internacionais que não necessariamente os chineses, como norte-americanos.

Entre os chineses, há gigantes muito conhecidos, que oferecem preços muito bons e até mesmo frete grátis em alguns itens. Aqui a questão é pesquisar bastante.

O grande problema de fornecedores chineses, é o tempo. Podem levar até 60 dias para um produto chegar ao seu destino, isso se não houver retenção na alfândega, além de uma possível taxação por parte da Receita Federal, especialmente em produtos como eletrônicos.

Por isso, é fundamental deixar claro na loja o prazo de entrega e a possibilidade de incidência de taxas alfandegárias. É importante pesquisar os valores que podem ser aplicados em termos de impostos de importação, para cada classe de produtos e naturalmente isso também pode influenciar sua escolha por quais produtos comercializar.

Ao optar por fornecedores nacionais, as vantagens acabam sendo prazos de entrega muito menores, logística mais simples e ausência de imposto de importação. No caso de eventuais problemas de fabricação ou outros que exijam a devolução, o trâmite também é mais simples e rápido, o que nem sempre é possível nos casos de fornecedores estrangeiros.

O leque de alternativas de fornecedores nacionais, é muito menor e mesmo diante de eventuais impostos aduaneiros, os valores podem ser bem superiores.

Como esse tipo negócio já está bem consolidado, o consumidor já acostumou-se e muitos sabem que estão comprando uma mercadoria que vem de outro país e que por essa razão, o prazo de entrega é bem superior. Mas isso não o exime de informar a natureza da operação.

Como o preço em algumas classes de produtos é bastante atrativo, alguns cliente acabam dispondo-se a esperar, desde que exista muita clareza e transparência na sua loja, para que ele tenha ciência desse fator.

Tenha calma e pesquise bem antes de definir os fornecedores. Uma rápida pesquisa na Internet, vai revelar quais são mais usados, quais têm melhores históricos, preços, logísticas de distribuição, suporte em caso de problemas, enfim quais são os melhores para você trabalhar.

Cuidados na implantação de um dropshipping

Transparência acima de tudo, deve ser a regra nesse negócio, como também em qualquer outro!

Lembre-se que se algo não funcionar como deveria, é você que o cliente irá procurar. Para todos os efeitos, é para você quem ele pagou e de você que serão exigidas as providências e atribuídas as responsabilidades.

Informe com muita clareza:

  • Prazos de entrega;

  • Descrições muito completas das características dos produtos;

  • Tantas fotos quanto forem possíveis;

  • Informe se pode haver incidência de taxas de importação e qual seu valor;

  • Tenha um canal de suporte, atendimento, dúvidas.

Mas além desses aspectos que são princípios mínimos e básicos que qualquer empresa deva fazer constar para atender seus clientes, há pré-requisitos legais.

Todas as relações de consumo no Brasil são reguladas pelo “Código de Defesa do Consumidor”, o qual foi ampliado em 2013 pelo Decreto Nº 7962, que incluiu no Código de Defesa do Consumidor aspectos com objetivo de regular o comércio eletrônico no país.

Entre tudo que está previsto nesse decreto, há aspectos como constituição legal da empresa, sua identificação, localização e uma série de outras informações que permitem ao consumidor acionar legalmente a empresa caso seus direitos não sejam atendidos. Tudo isso deve constar no site.

Logo, é importante inteirar-se sobre o que dispõe tal decreto e fazer constar no trabalho de criar o seu negócio baseado no dropshipping, sob risco de ter problemas legais sérios.

Não atuar como uma empresa legalmente constituída, pode acarretar em algum momento problemas diversos, como sonegação fiscal. Mas não para por aí.

Observe se os produtos comercializados estão dentro de especificações mínimas e necessárias de órgão reguladores, como por exemplo, Inmetro, Anvisa, Anatel, ou outro.

Deve existir e estar disponível de modo claro e acessível e, acima de tudo, necessária a declaração de ciência e concordância, dos termos que estabelecem o modelo de comercialização praticado no site, bem como aspectos diversos da legislação vigente para comércio eletrônico, como por exemplo, política de trocas ou devoluções.

Resumidamente, a lista de questões que devem ser consideradas para que o negócio seja adequado, não é muito diferente das lojas virtuais e sites de e-commerce nacionais maiores e mais conhecidos, isso se você não quiser ter problemas futuros que podem mesmo inviabilizar seu negócio.

Uma assessoria profissional, na área contábil e jurídica, é altamente aconselhável. O dropshipping em si, não é uma atividade que encontra barreiras legais ao seu desenvolvimento no Brasil, desde que observando-se os aspectos que acima mencionamos.

Acima de tudo não se deixe impressionar por histórias fantásticas de enriquecimento fácil e rápido, conseguido a partir do dropshipping. Não há fórmulas mágicas de como ganhar dinheiro sem muito trabalho, profissionalismo e ética.

Conclusão

Desde que ganhou destaque no Brasil, muito tem sido dito a favor e contra o dropshipping. Há quem o defenda e que o critica. Escolhê-lo como fonte de receita ou forma de trabalho, requer avaliar não só os benefícios que o popularizaram, mas também os cuidados para não recair em consequências graves e importantes.

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