O que são Metadados, qual sua importância e exemplos?
Mesmo que você não saiba o que são metadados, você os utiliza direta ou indiretamente nas mais diversas situações do dia a dia.
Seu conceito também não é novo e tampouco está estritamente relacionado com a informática ou a Internet.
Por isso, se você já ouviu falar sobre eles e não tem ideia do que são, para que servem, porque são importantes, hoje essas e outras dúvidas sobre, vão acabar!
O que são dados?
Etimologicamente falando, dados tem origem em datus e datum, que significam algo que é entregue e oferecido, respectivamente.
Na prática um dado é uma parte ou porção de informação sobre algo, como por exemplo, 8.516.000 km² é o dado relativo à área do Brasil.
Há dados demográficos, como por exemplo, da população (quantidade de pessoas), distribuição por faixas etárias, por regiões geográficas e que nesses casos, são basicamente dados numéricos.
Seus dados pessoais, são o conjunto de informações – não apenas numéricas – sobre você, como nome completo, idade, filiação, naturalidade, endereço, etc.
Já quando se reúnem todos esses dados pessoais de uma série de pessoas em um arquivo, diz-se que temos um banco de dados de pessoas e que pode estar sob a forma de um arquivo de computador. Mas se estiver em uma – ou mesmo várias – folha de papel, ainda pode ser chamado de banco de dados, mesmo que a nomenclatura normalmente esteja associada a sua forma digital.
Livros contém dados ou constituem um banco de dados diversificado sobre um tema, com a diferença que nesse caso, os dados estão organizados de forma a apresentar informações sem a necessidade de um software.
Com essa ideia sobre o que são dados, podemos responder à pergunta que trouxe a maioria aqui.
O que são metadados?
Em meio às muitas definições existentes, a mais curta e que mais gostamos, é a que define que metadados – algumas vezes também chamados de metainformação – são dados sobre outros dados.
Parece até meio tolo definir assim, mas logo você verá que faz todo sentido.
Compreender melhor essa definição – ou mesmo qualquer outra – passa por compreender o principal termo envolvido e até um pouco sobre a história, a evolução e seu uso.
Comecemos pelo termo mais significativo – dados. Por isso que começamos falando um pouco sobre que são…
Imaginemos uma das formas mais antigas de armazenamento de dados e, portanto, como vimos uma forma de banco de dados – o livro.
Livros têm capas e nelas há informações como o nome do livro, o autor, a editora, a edição e a depender do caso, outras diversas informações como nas orelhas, nas contracapas e até nas primeiras e/ou nas últimas folhas e que não são o conteúdo principal ou dados relativos ao que ele trata.
Podem conter o índice, biografia do autor, um prefácio ou um prólogo, agradecimentos, informações da editora, sei lá mais o que você consegue se lembrar. Um monte de outros dados e que se referem aos dados da estória nele contada. Portanto, como dissemos, dados sobre dados!
Inclusive, ao analisarmos a origem, reforça a nossa definição, já que meta que vem do grego “metá”, cujo significado é “para além de”. Sendo assim, seria o que está além dos dados.
Por que metadados são importantes?
Como dissemos, os metadados são anteriores à transformação digital.
Informações como datas, títulos, autores, data de publicação, editora e tipos de assunto, são utilizados para organizar e ajudar a localizar os livros itens em uma biblioteca, de forma que o bibliotecário não tem que procurar livro por livro nas diversas estantes do acervo, aquele que é de interesse de um usuário.
Essa coleção de dados de todos os livros existentes na biblioteca e que são essenciais para sua organização, são metadados.
Já na era da informática e mais precisamente em um site de e-commerce, quando os visitantes fazem buscas ou utilizam um filtro para exibir todos os exemplares sobre automóveis, ou quem sabe gastronomia, estão usando os metadados relacionados com carros e comida, respectivamente.
Ou seja, esses dados que separam os livros em diferentes categorias e seus respectivos valores (tipo de assunto, editora, autor, etc), são metadados e que nos ajudam a localizar aqueles que são de nosso interesse.
De modo geral, pode-se dizer que a importância dos metadados está relacionada com:
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Organização e localização dos dados;
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Identificação dos dados;
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Categorização dos dados;
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Recuperação de dados;
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Facilidade na manipulação de dados.
Se apesar dessas analogias, ainda há dúvidas sobre o que são e porque são tão úteis, recorrer a exemplos do seu uso, deve esclarecê-lo definitivamente a respeito
8 exemplos práticos de uso de metadados
Mesmo que na prática a maioria não os tratem como metadados, eles estão presentes nas mais diversas situações do nosso quotidiano e que muitas vezes nem têm relação com a Internet, muito embora a tecnologia ajudou a tornar a sua utilidade bem maior do que a simples organização do acervo de livros de uma biblioteca.
1. Código de barras e QR Code
Os códigos de barras e mais recentemente – nem tanto assim – os QR Codes, são uma maneira de codificar dados para rápida recuperação.
Para continuar usando o exemplo dos livros, muitos – senão todos – têm normalmente na contracapa, um código de barras que corresponde ao ISBN (International Standard Book Number/ Padrão Internacional de Numeração de Livro) e que nada mais é do que uma série numérica reconhecida em mais de 200 países, pela qual é possível compartilhar metadados das obras em diferentes sistemas.
Atualmente muitas editoras, além do ISBN, também informam um QR Code, que amplia o conjunto de dados relativos às obras e permite que ao usar um leitor, a pessoa recupere diferentes informações relativas a cada uma.
Códigos de barras e QR Codes são formas de codificar e conter metadados.
2. Música digital
Você ouve música em meios digitais? Spotify ou Deezer? Ou tem uma coleção de pendrives ou cartões SD que espeta na caixinha de som ou no aparelho do seu carro? Quem sabe no celular?
Em qualquer dos casos, se o player usado para ouvir as músicas tem a capacidade de exibir informações de cada faixa, como o nome da música, o álbum do qual faz parte, a banda ou intérprete, a faixa do álbum e sua capa e até outros dados como uma classificação de 1 a 5 estrelas ou o gênero musical, é porque existem metadados associados a cada arquivo de música digital.
No caso de MP3 – entre os muitos formatos de áudio – há uma porção de dados chamada de Tag MP3 e que segundo o padrão, permite ter dezenas de dados (autor, ano de lançamento, título, banda, álbum, etc) de categorização e informação das músicas.
Portanto, é possível ter uma série de informações de cada arquivo de áudio sem ter que ouvir um a um, como também permite aos players com mais recursos, que você selecione as músicas de um gênero, ou dos discos lançados no ano de 2010, por exemplo, ou qualquer outro critério que desejar, desde que haja o metadado correspondente.
3. Sites
Você não precisa saber quase nada da criação de sites para ter o seu próprio site, graças aos CMSs.
E é também graças a eles, por meio do núcleo da aplicação, que você dá uma “mãozinha” aos sites de busca no processo de indexação, informando os títulos dos conteúdos de cada página, bem como uma descrição.
São essas as informações que depois aparecem para os usuários quando é feita uma pesquisa nos sites de busca.
E se você desconfiou, agora tem a certeza de que essas informações são metadados e que são inseridos nas tags meta do HTML, sob os nomes de title (título) e description (descrição).
Mas quando você também deseja passar algumas instruções ou mesmo não permitir que um robô de internet vasculhe e indexe o conteúdo de uma página, pode fazê-lo por meio do arquivo robots.txt e que também contém metadados destinados aos robôs.
4. Sistemas operacionais
Seja no Windows, seja no Linux, seja ainda no Android ou no iOS do seu smartphone, os metadados são essenciais para organizar, localizar e utilizar os muitos arquivos produzidos.
Cada vez que você utiliza um gerenciador de arquivos em qualquer sistema operacional, entre os muitos recursos que eles oferecem, um permite visualizar as propriedades de cada arquivo e que podem conter dados como data da criação, da última modificação, do último acesso, o tipo de arquivo, tamanho, software no qual foi criado e autor.
Todos esses dados, constituem as metainformações dos arquivos contidos no sistema operacional.
Contém informações sobre os dados de cada arquivo, sem que seja necessário abri-los, bem como são muito importantes para a organização nas diferentes pastas do sistema operacional.
Por sinal, todos os boas suítes de escritório já anexam por padrão vários metadados a todo arquivo criado (texto, planilha, banco de dados, apresentação, etc), mas também permitem editar as propriedades, acrescentando outras informações que podem ser úteis no gerenciamento e arquivamento dos dados e até assinaturas digitais, certificando sua autenticidade.
5. Fotos
Os smartphones e suas cada vez mais potentes lentes e as redes sociais, foram os responsáveis por produzir uma legião de fotógrafos. Tudo é sempre um pretexto para um registro fotográfico.
Mas você já se perguntou como o Google Maps sabe quais fotos você tirou e que se relacionam com a avaliação do Google que você está preenchendo e que ele pede autorização para você publicar?
Acertou se respondeu que é graças a metainformação.
No caso das fotos e se você estava com o GPS habilitado, além de data, horário, dados de localização constam dos metadados da foto.
Da mesma forma, se você fez um pedal e registrou alguns momentos da aventura, o aplicativo Strava anexa cada foto ao ponto exato no mapa do trajeto. Muitos apps “fazem a mágica acontecer”, graças ao mesmo recurso.
6. Downloads
Alguma vez ao realizar o download de um arquivo você se deparou com uma mensagem de erro do tipo “erro de checksum”?
Se sim, saiba que foi por conta de um metadado.
O checksum é um pequeno código de informações computadas que trata da integridade e segurança dos dados, de tal forma que se houve algum problema no download e algum pacote se perdeu e não foi baixado, significando que o arquivo não está íntegro e/ou idêntico ao existente na origem, ele não poderá ser usado.
7. Licenças e direitos autorais
Metadados são também úteis para incluir informações de tipos de licenças associadas a um software (freeware ou gratuito, software proprietário, software livre, open source, GNU GPL, etc).
Além disso, podem conter – e muitas vezes contém – informações sobre direitos autorais e direitos associados a copyright.
Inclusive esses recursos podem ser usados para impedir a reprodução de media em determinados players e está associado com combate à pirataria.
8. E-commerce
Além do uso dos metadados nos sites de comércio eletrônico, que permitem encontrar os produtos que você se interessa, sua utilidade vai além.
Quando você recebe o pacote da mercadoria, na maioria deles há uma etiqueta que contém muito mais do que simplesmente dados do destinatário / comprador.
Há inclusive um QR Code e outras informações que muitos de nós não compreende, mas que são bastante úteis para o trabalho de logística e que consiste desde a separação, o seu agrupamento com outras entregas e até o roteiro de quem levará a encomenda até seu destino.
Tudo depende de metainformação.
Conclusão
Metadados são um recurso essencial para organizar e recuperar informações de forma rápida, fácil e confiável, presentes em muitas situações do dia a dia.