Navegador Web: O que é, história, evolução e importância para Internet

Acessar a Internet já foi sinônimo de acessar websites, em uma época em que eles eram a parte mais aparente e predominante da grande rede mundial de computadores.

E acessar um website sempre exigiu um navegador web, o que por extensão faz supor que a Internet sempre dependeu dos navegadores.

Mas afinal o que é um navegador web ou um web browser? Qual a sua história? Como tem sido a sua evolução e qual a importância ele tem para a Internet?

O que é um navegador web?

Um navegador web ou simplesmente navegador – também conhecido como browser – é um programa instalado no sistema operacional do seu notebook, desktop ou um App do smartphone ou tablet e que tem por função o acesso e exibição de páginas de sites na web.

O conceito inicial manteve-se ao longo dos anos de evolução, porém logo mostrou que as possibilidades da Internet além de um site, como por exemplo, execução de sistemas elaborados em diferentes linguagens de programação, mas cuja interface está disponível por meio de um navegador tal como é em um site.

Os navegadores evoluíram bastante desde sua criação e acabaram sendo a porta de entrada para uma série de funcionalidades, graças aos AddOns ou complementos, os quais conferem aos mesmos, mais do que o simples acesso a um website.

Muitos sistemas administrativos de pequenas empresas também utilizam-nos – principalmente o Internet Explorer – como meio para apresentar suas interfaces para os usuários e essa inclusive foi a principal razão que adiou o fim do browser na Microsoft.

Os principais navegadores utilizados atualmente, são o Google Chrome, Safari, Mozilla Firefox, Microsoft Edge, Opera e Internet Explorer, nessa ordem de utilização segundo os sites Statcounter e Statista.

Há outros navegadores menos populares e que vêm crescendo em utilização, principalmente no ambiente mobile, que é representado pelos smartphones e que entre os principais expoentes temos o Samsung Internet Browser (nativo dos aparelhos da marca) e o UC Browser, este sendo necessário instalar via Google Play.

O Internet Explorer ainda aparece na lista de navegadores mais usados no mundo, devido ao fato de que ele vinha por padrão em todo sistema operacional Windows, até a versão 8.1.

A partir do Windows 10, o navegador que vem instalado por padrão, passou a ser o Microsoft Edge, porém desde janeiro de 2020 foi rebatizado como Novo Microsoft Edge, pois consiste de um browser inteiramente novo, pelo fato de abandonar a antiga plataforma e começar a usar o mecanismo de renderização open source Chromium, o mesmo que serve de base do desenvolvimento do Google Chrome, razão pela qual muitos o chamam de Edge Chromium.

Apesar disso tudo, como ainda há muitos PCs usando as versões anteriores do sistema operacional, como Windows XP, consequentemente muitos ainda o utilizam, bem como sistemas administrativos de empresas que foram desenvolvidos com base em características exclusivas desse navegador e cuja atualização requer investimentos e em alguns casos sua total reformulação e, portanto, às vezes caro ou mesmo inviável.

A história dos navegadores

No final da década de 80, a Internet era apenas ainda um conceito com pouquíssimo conteúdo e muito longe do que temos hoje.

Os sites ainda não existiam, mas foi graças àquele que foi considerado o primeiro navegador, o WWW (WorldWideWeb), que os primeiros conteúdos em hipertexto e utilizando como base o HTML para sua criação, permitiram o acesso das primeiras e rudimentares páginas na Internet.

O browser WWW – criado em 1990 por Tim Berners-Lee – teve o seu nome alterado posteriormente para Nexus, para não criar confusão com a própria Internet, que é a associação que o www geralmente nos traz.

Inicialmente o navegador era capaz de exibir apenas texto e o HTML surgiu como solução para organizar de modo melhor apresentável esse texto dos conteúdos acessados, bem como os recursos oferecidos, como por exemplo o hiperlink, que nada mais é do que uma funcionalidade pela qual se cria um vínculo com outros hipertextos ou conteúdos (vídeo, imagens, sons).

Outros conceitos foram incluídos no navegador por Tim Berners-Lee, como por exemplo, a URI e URL, que são os meios pelos quais o navegador localiza outros recursos na rede e endereços para exibir os seus conteúdos, respectivamente.

De forma prática URL é o endereço que digitamos para acessar alguma coisa na barra de endereços do navegador, como por exemplo, https://www.hostmidia.com.br. Já a URI, são os recursos desses websites, como por exemplo, os endereços para as imagens, os ícones, ou as fontes do site.

Com o surgimento do Mosaic, criado pela NCSA (National Center for Supercomputing Applications) em 1995, já era possível a exibição de imagens e foi a partir daí, que simples páginas em texto começaram a ganhar um pouco mais de charme e tornaram-se mais atrativas e que permite classificá-lo como primeiro navegador gráfico.

Mesmo com essas possibilidades, os sites de então eram extremamente simples tanto em termos de recursos, como também de estrutura e conteúdo.

O Mosaic, era capaz de rodar em sistemas Unix, Apple e Windows.

Rapidamente surgiu seu primeiro concorrente e que foi um nome de peso na Internet, o Netscape Navigator, nascido por conta de uma divergência entre pessoas no projeto responsável pelo Mosaic.

O Netscape foi o nome dominante em termos de navegador até o final dos anos 90, tendo inaugurado conceitos que mais tarde se tornariam padrões fundamentais de qualquer brower: uso de cookies, fontes personalizadas, cor de fundo, para citar apenas os mais importantes.

Logo a seguir foi a vez da Microsoft lançar sua versão de navegador, baseando-se em um projeto de outra empresa, lançando o Internet Explorer. A Apple não poderia ficar para trás e também passou a oferecer um navegador baseado em Unix para seu sistema operacional, o Konqueror.

O campo de batalhas estava formado. Nesta época, os navegadores baseavam-se em padrões relacionados ao HTML, porém cada qual tinha também alguns padrões próprios, o que significavam formas particulares de exibir determinados conteúdos de uma página web.

Imaginava-se com isso diferenciar-se dos concorrentes. Na prática acarretou problemas aos desenvolvedores e usuários, pois um mesmo código poderia resultar em visualizações diferentes do conteúdo associado ao código. Mas isso não inibiu que cada empresa mantivesse seus próprios “padrões”.

A Microsoft enxergando o potencial que a Internet representava, começou a incluir o Internet Explorer como parte do sistema operacional Windows 95, no pacote Plus! e mais tarde lançando uma nova versão para download, o que provocou uma ação por parte da Netscape, que via esta atitude como uma tentativa de monopolizar o segmento, afinal na ocasião o sistema operacional de Bill Gates era o mais usado no mundo.

É preciso lembrar que na época a velocidade da Internet, era um fator crítico. Fazer download de qualquer conteúdo, invariavelmente exigia tempo e paciência, pois as conexões eram instáveis, lentas, caras e nem todos tinham acesso.

A Netscape estava certa, o que se comprovou mais tarde pelos muitos anos de liderança do IE – como também era chamado – no segmento de browsers. Ela venceu a batalha nos tribunais, mas já era tarde demais. O seu declínio ocorreu rapidamente, mesmo tendo sido comprada pela gigante de Internet AOL (America Online), partindo do posto de navegador mais usado, para o fim do desenvolvimento e distribuição do seu navegador definitivamente em 2008.

Parte fundamental da razão do sucesso do IE, também deve ser atribuída a aqueles que criavam seus sites, pois tinham que escolher para qual navegador que queriam que fossem adequadamente exibidos os conteúdos. Em função do Internet Explorer ser nativo do Windows e este ser o sistema operacional dominante na época, acabou sendo a escolha natural.

Era comum nesses tempos, quando acessava-se um site, ver algo como “melhor visualizado no Internet Explorer” ou “melhor visualizado no Netscape Navigator”.

O Netscape Navigator caiu em desuso rapidamente, mas aqueles que faziam parte do projeto deram início a fundação Mozilla, que utilizou código Open Source do Netscape para criar seu próprio navegador. Foi uma época em que diversas iniciativas surgiram com o intuito de vencer a supremacia que o IE vinha alcançando rapidamente.

Muitos navegadores surgiram na época, a maior parte baseados no código aberto fornecido pela Mozilla.

Outros surgiram a partir de projetos alternativos e independentes como foi o caso do navegador Opera. A Apple também vinha investindo em seu navegador para operar no sistema operacional de suas máquinas – o Safari – que em 18 de março de 2006 também chegava ao Windows, mas nunca teve uma adesão expressiva no sistema nativo do IE e que lhe representasse alguma ameaça, mesmo que leve.

Padronização entre navegadores

A guerra dos navegadores, teve um outro capítulo importante e que ficou marcado pelos padrões web, mais propriamente porque muitas vezes não havia padrão.

Cada empresa criava seus próprios padrões e como consequência, cada site era exibido de uma forma em cada diferente navegador.

Desde muito cedo – ainda na década de 90 – foi criado o W3C, que é uma organização com o objetivo de congregar diferentes empresas com vínculos na Internet e que deveria ser responsável por estabelecer padrões adotados para a criação e a interpretação de conteúdos para a Web.

Porém, apesar de haver normas bem definidas de como os navegadores deveriam exibir o conteúdo das páginas criadas, por muitos anos tudo o que se viu, foi pouca adesão aos padrões Web, particularmente no caso do Internet Explorer, que mostrou-se o navegador menos afinado com o que determinava o W3C, a tal ponto que muitos web designers tinham que fazer um código a parte apenas para este navegador.

A hegemonia do IE se fez notar pelo intervalo entre os lançamentos da versão 6 em agosto de 2001 e 7, somente em outubro de 2006. Ou seja, praticamente sem concorrentes após o declínio do Netscape, o produto da Microsoft não sofreu nenhuma atualização importante durante mais de cinco longos anos, em plena efervescência da Internet.

Durante esse período, mesmo com alguns concorrentes promissores que pouco a pouco foram incorporando os padrões, por anos, o IE manteve-se como navegador mais usado, fazendo com que o desenvolvimento de sites fosse baseado na forma como o navegador da empresa de Bill Gates exibia o conteúdo.

Isso acabou com o surgimento do Google Chrome.

A evolução dos navegadores

Em 2008, o já gigante Google, lançou o Google Chrome. Era na ocasião um navegador bastante leve e por isso, exigia poucos recursos para sua execução, carregamento rápido de páginas, conformidade com os padrões W3C.

Passavam a ser dois concorrentes de peso para o IE, já que o ainda coadjuvante Mozilla Firefox também tinha características semelhantes.

O crescimento do Chrome foi muito rápido e consistente. Ele inovou em muitos aspectos e outros ajudou a popularizar, como a possibilidade de ter diferentes sites abertos, cada qual em uma aba ou guia. Não era mais necessário ter uma janela para cada site, bem como os AddOns ou complementos que expandiam as funcionalidades básicas do navegador.

A parte da comunidade mais engajada, também ajudou bastante e conforme mais e mais complementos eram lançados, tornavam o navegador mais atrativo, roubando usuários que antes tinham o navegador nativo do Windows como a principal escolha.

Web designers e desenvolvedores de sites, também começaram a privilegiar a criação de sites visando conformidade com o novo navegador, ao mesmo tempo que os internautas davam sua parcela de contribuição, baixando, instalando e usando um browser que oferecia uma experiência muito boa ao usuário.

Paralelamente a isso, o Google também começou a apoiar financeiramente a fundação Mozilla e com isso, os usuários passaram a ter dois navegadores muito bons e em conformidade com os padrões do W3C. Os desenvolvedores finalmente poderiam dedicar mais atenção a uma programação com base em padrões globais e não meramente nos desejos da Microsoft.

No ano de 2021, o primeiro nome do ranking ainda é do navegador do Google. Mais da metade do mundo já usa o Chrome. Mas a história nos ensinou que uma hegemonia como essa não é boa nem mesmo para quem a detém.

Ao longo dos anos e em parte devido à disputa por obter o tão cobiçado posto de navegador mais usado, cada opção foi incorporando tecnologias e melhorias que favoreceram por outro lado a criação de sites mais sofisticados e com isso a Internet foi desenvolvendo-se até a gama de recursos de que dispomos atualmente.

A importância dos navegadores

O mundo hoje depende menos dos navegadores, principalmente quando se pensa em plataformas mobile, em que Apps são desenvolvidos para acesso a serviços baseados na Web, como o Facebook, o Instagram ou o YouTube, sem para isso ser necessário um navegador.

Mas apesar disso, mesmo que alguns apps não se pareçam com um navegador, muitas vezes usam a engine de um e são aplicadas camadas de personalização e recursos específicos. Ou seja, embora alguns apps não se pareçam com os tradicionais navegadores, eles oferecem exatamente a funcionalidade de navegação no serviço web para o qual foram criados.

Todavia, o acesso a muitos sites e alguns serviços, principalmente em notebooks e desktops, ainda exigem estas importantes ferramentas que tanto contribuíram para o que temos hoje em termos de Internet.

O caráter de ser a via de acesso de boa parte do que há na world wide web, ganha ainda mais destaque e importância em sistemas como o Chrome OS, no qual praticamente não há nada além de um navegador – o Google Chrome – por meio do qual tudo é acessado na web.

Contando com pouco armazenamento local – memória flash semelhante aos cartões SD – quase tudo acontece online, desde o acesso aos sites, a serviços de suítes office em cloud computing ou serviços de armazenamento na nuvem.

Em outras palavras, em um momento histórico no qual boa parte de tudo o que fazemos depende da Internet, um navegador web ainda é elemento essencial para dispor desse arsenal de produtos / serviços digitais.

Conclusão

Um navegador web ou um web browser, é um programa – quando instalado em um notebook ou desktop – ou um app – quando em um smartphone ou tablet – por meio do qual é feito o acesso a sites e muitos serviços e plataformas na Internet. Sua criação e evolução, pode-se dizer que foi fundamental para o crescimento da Internet como a conhecemos hoje.

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