Como fazer da mudança e inovação o caminho para o sucesso?
Não é de hoje que se diz que as melhores empresas lançam as mudanças e ditam as tendências, que as “apenas” boas reagem rapidamente a elas, a fim de acompanhar as líderes e as demais se esforçam para não ficar muito atrás das primeiras.
Ditar os rumos de um mercado por meio de mudanças, tendências e inovação, pode ser muitas vezes decisivo na definição do lugar que as empresas ocupam em termos de liderança, imagem da marca, entre outros fatores igualmente importantes.
É por isso que no post de hoje trataremos dos principais pontos que precisam receber atenção quando o assunto é inovação e promoção de mudanças em produtos e/ou serviços.
Por que é importante liderar as mudanças e ditar tendências?
A primeira razão para uma empresa sair na frente na corrida por mudanças e ditar as tendências do segmento em que atua, está implícita no enunciado que abre esse texto – ser vista como a melhor, seja pelos consumidores, seja pelos seus concorrentes!
Quando a mudança tem o efeito que se espera, é normal que o mercado e especialmente os consumidores a vejam como a melhor empresa do seu nicho de atuação.
Em termos da concorrência, no mínimo é de se esperar que seus passos serão cuidadosa e atentamente observados e provavelmente, copiados.
Mas há outras consequências associadas:
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Tecnologia – especialmente no caso de produtos, mas às vezes também em serviços, conferir a ideia de que há tecnologia embutida, costuma ser bem visto pelos consumidores;
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Top of Mind – quando a inovação, a mudança feita, passa a ser referência e/ou um fator importante na sua escolha por parte do consumidor, quem instituiu a inovação costuma ser a primeira marca a ser lembrada e, portanto, contribui para o Top of Mind. Esse caráter é tão mais intenso, quanto mais tendências a marca dita;
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Autoridade – o pioneirismo das novidades, também vem acompanhado de autoridade. A marca que introduz a mudança, geralmente é vista como referência no assunto;
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Qualidade – as consequências produzem outras, como a ideia de que o produto / serviço tem boa qualidade.
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Competitividade – enquanto a concorrência corre para oferecer a mesma mudança, quem a promoveu reina sozinho e absoluto;
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Vendas – ser o mais lembrado, ter tecnologia embarcada, ser autoridade no assunto, com boa qualidade e com a enorme vantagem competitiva estabelecida, traduz-se em mais vendas.
Quando a mudança não traz vantagens?
Mas nem sempre instituir uma mudança ou incluir uma inovação em um produto ou serviço, implicará nas consequências positivas vistas acima.
Exemplos de empresas que tentaram inovar ou criar tendências, não faltam. Inclusive uma rápida busca no Google, revela listas com casos célebres, a maioria inclusive de empresas conhecidas e referências em seus segmentos de atuação.
É o caso do Windows Phone da Microsoft, que entre outras coisas, pretendia oferecer smartphones com o mesmo sistema operacional já consagrado em desktops e notebooks, o Windows.
As primeiras versões de dispositivos móveis faziam uso do Windows CE e que não era exatamente o mesmo sistema operacional líder de mercado. Mas quando a Microsoft comprou a Nokia para receber em seus aparelhos seu sistema operacional, os planos eram que em breve o usuário pudesse ter o mesmo Windows rodando em um smartphone e no seu notebook, e por isso, tivesse a mesma forma de trabalhar, os mesmos aplicativos e uma grande integração entre os dispositivos.
Não foi uma grande inovação, se pensarmos que os aparelhos com Android e iOS já haviam mais ou menos consolidado o paradigma de sistema operacional para smartphones. Foi apenas por representar uma alternativa, mas isso é outro assunto.
Outro exemplo conhecido e que tem outro expoente da tecnologia por trás, foi o Google Glass. O que prometia o invento da gigante das buscas, era ousado e de fato trazia consigo uma série de conceitos inéditos, apesar de alguns já terem sido explorados pela ficção científica.
Receios quanto a efetividade do uso, os questionáveis benefícios práticos, ameaças a privacidade e preço salgado, fizeram o sofisticado e futurista lançamento entrar para a lista de retumbantes fracassos tecnológicos.
O que esses e outros exemplos têm em comum, são algumas falhas ou questões que deixaram de ser consideradas e que são essenciais para o sucesso de um projeto que pretende inovar.
Como liderar mudanças ou ditar tendências com sucesso?
Quem nunca parou para pensar muito a respeito das marcas e empresas que destacam-se como inovadoras e que ditam os rumos do mercado, costuma achar que sua equipe de desenvolvimento, os seus engenheiros e projetistas, são mentes altamente criativas.
De fato alguma dose de criatividade, ajuda bastante. Mas de nada adianta criatividade, sem método. Os fracassos em diversas áreas, atestam isso.
Para uma empresa, uma marca ou uma linha de produtos / serviços obter sucesso com as mudanças instituídas no mercado, é preciso cuidar de vários aspectos até que ele esteja efetivamente no mercado.
Pesquisa
A pesquisa é sem dúvida o começo de tudo e a etapa mais importante do processo.
Criar e conduzir uma ampla pesquisa junto ao mercado consumidor para identificar necessidades e desejos associados à possível inovação, é essencial para certificar-se de que a mudança está alinhada com as expectativas dos clientes em potencial.
É altamente desejável que a pesquisa seja também capaz de detectar eventuais ressalvas ou até mesmo soluções diferentes daquela que foi inicialmente idealizada por quem imaginou a mudança e se for o caso, adotar um redirecionamento em relação à ideia original.
E não é só isso. Antes do lançamento, deve haver uma etapa de testes em protótipos, quando uma nova pesquisa visa avaliar se as expectativas inicialmente manifestadas, são atendidas.
Pesquisas e acompanhamento no pós-vendas, também são essenciais para identificar possíveis falhas, melhorias desejáveis e até outras novidades ou evoluções da primeira.
Planejamento
Outra etapa fundamental, pode-se dizer que é uma etapa que compreende uma série de outras, as quais têm sua relevância para a eficácia do resultado:
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Determinação dos objetivos – quais os objetivos pretendidos com a inovação, como por exemplo, associar a um novo produto, conquistar um nicho, agregar valor a um produto já existente, etc;
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Alocação de recursos – quais recursos são necessários para viabilizar o projeto e que incluem as tecnologias e know-how necessários, infraestrutura (espaço, maquinário, etc), mão de obra, fornecedores e matéria-prima, bem como eventuais investimentos necessários e decorrentes dos anteriores;
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Sustentabilidade – não apenas do ponto de vista de eventuais processos produtivos serem sustentáveis, mas tudo o que será necessário para mantê-lo na linha de produtos, como a necessidade de peças de reposição, assistência técnica e suporte,etc. Aliás, esse foi um dos pontos responsáveis pelo insucesso do Windows Phone, que não tinha apps na quantidade e qualidade dos disponíveis no universo Android e que representa um importante atrativo para os usuários;
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Ações – o que precisa ser feito para implantar a inovação, em todas as áreas envolvidas;
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Pessoas – quais os envolvidos em todas as etapas, desde os operacionais, os gestores, os controladores e os respectivos departamentos;
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Prazos – determinar os prazos para cumprimento de cada etapa da fase seguinte (desenvolvimento);
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Indicadores – indicadores e métricas a fim de acompanhar a evolução do projeto, determinar se os objetivos intermediários estão sendo alcançados, nível de eficiência das ações executadas e cumprimento dos prazos.
Desenvolvimento
A fase de desenvolvimento apesar de aparecer aqui após o planejamento é a mais longeva de todas, pois geralmente ela inicia-se antes já no projeto, particularmente no caso de uma mudança em produtos e é quando engenheiros, projetistas e técnicos já fazem esboços, desenhos, às vezes até modelos experimentais e que servem de base para idealização do que será o produto final.
A equipe responsável pelo desenvolvimento também participa do planejamento, quando por exemplo, informa que tecnologias serão usadas, a necessidade de determinadas matérias-primas e tudo que é exigido para o fabrico do produto. Mas também no caso de um serviço e que pode necessitar também de recursos auxiliares, como um sistema ou mesmo um hardware.
É também responsabilidade do desenvolvimento, entregar o produto final e acompanhá-lo durante seu ciclo de vida, pois não raramente caberão melhorias, correções e evoluções.
Marketing e publicidade
Parte considerável do sucesso é responsabilidade do trabalho da Publicidade e do Marketing. Isso se faz notar em muitos exemplos, como o do já citado Windows Phone, em que a Microsoft apostou mais na posição já conquistada pelo Windows e só passou a investir quando o projeto já estava fadado ao fracasso.
Talvez o mais marcante exemplo, vem de um lançamento que alcançou êxito e que para muitos foi o primeiro celular com tela flexível e dobrável, o Samsung Galaxy Fold. Porém, não foi. O pioneiro foi o FlexPai, da empresa chinesa Royole, lançado na CES 2019.
Como a Royole não fez a lição de casa e ainda teve contra si a presença global e visibilidade da marca Samsung, para muitos o posto de pioneiro no segmento coube à empresa sul-coreana, que sempre investiu pesado em Marketing e Publicidade dos produtos que representam inovação e que nesse nicho, é crucial.
Não basta ser o primeiro, é preciso “fazer muito barulho” para que todos saibam que é e porque é.
E não se assuste, porque o seu pequeno negócio não precisa fazer nem perto do investimento da gigante coreana de eletrônicos, nem tampouco precisa ser uma inovação disruptiva, porque também não é preciso.
Criar e fazer os clientes saberem que sua pizzaria é a primeira a oferecer um menu com opções veganas no bairro, já pode consistir de um importante diferencial competitivo, em um mercado dominado pelos “carnívoros”, mas que projeta que em pouco tempo deve ter cerca de 30% de vegetarianos e veganos!
Conclusão
Ser pioneiro, inovar e ditar tendências por meio da sua linha de produtos / serviços, com método e disciplina, pode levar ao sucesso sua empresa, sua marca.