Fevereiro Laranja: tudo o que você precisa saber
No mundo inteiro e no Brasil também, tem crescido a consciência sobre a importância, bem como a adesão às campanhas de saúde, nas quais um mês é escolhido para uma série de ações destinadas ao combate de uma doença e que tem uma cor associada.
Coube ao mês de fevereiro, a cor laranja e que simboliza o combate à leucemia.
Quais ações estão associadas, o papel e a importância das empresas nas campanhas, ideias a respeito e esclarecimento de dúvidas sobre fevereiro laranja, é o que abordaremos nesse post.
O que é fevereiro laranja?
No que ficou conhecido como calendário anual de cores no Brasil, o segundo mês do ano vem se consolidando como fevereiro laranja e que é associado a leucemia.
Da mesma forma que o outubro rosa e o novembro azul, que já se consolidaram como os meses de combate ao câncer de mama e ao câncer de próstata, respectivamente, a ideia é que fevereiro seja o mês em que se desenvolvem campanhas / ações de combate a leucemia.
Assim, as ações que acontecem ao longo de fevereiro, visam:
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Informar – a informação sobre o que é, sintomas, diagnósticos, tratamentos e cura, é essencial para o combate eficiente. Há ainda mitos a respeito, bem como desconhecimento e que dificultam e atrasam o diagnóstico e tratamento;
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Tratamento – além do tratamento por quimioterapia e radioterapia e que são comuns em muitas formas de câncer, o transplante é uma medida importante e, portanto, instituir a cultura da doação é essencial;
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Mobilização – a eficiência e o alcance das ações acima, dependem de mobilização da sociedade em suas diferentes esferas, tendo as empresas papel fundamental nisso.
A leucemia ocupa a 9ª posição nos tipos de câncer mais comuns entre os homens e o 11º mais frequente entre as mulheres.
O que é leucemia?
A leucemia, também popularmente conhecida como uma forma de câncer no sangue, é a doença que afeta os tecidos formadores de sangue, incluindo a medula óssea.
O papel da medula óssea é vital, pois é a partir dela que se originam os glóbulos brancos, vermelhos e os leucócitos.
Presente na porção central e interna de todos os ossos, ela é responsável pela produção das células sanguíneas quando ainda crianças e apenas nas vértebras, quadris, ombros, costelas e crânio, na idade adulta.
Quando a pessoa desenvolve esse tipo de câncer, as células sanguíneas doentes que são formadas, atrapalham a produção das células sanguíneas saudáveis da medula óssea, diminuindo a sua quantidade.
Na pessoa que desenvolve leucemia, o papel de defesa do organismo pelos glóbulos brancos (leucócitos), é comprometido. Além disso, os leucócitos doentes gerados de forma descontrolada, tomam espaço na medula óssea, comprometendo a produção das demais células que compõem o sangue (glóbulos vermelhos ou hemácias) e plaquetas.
As causas da leucemia ainda são desconhecidas e, portanto, a sua prevenção também ainda não é possível.
Porém sabe-se que quanto mais prematuro é o diagnóstico, as chances de cura são proporcionalmente maiores e a expectativa de vida dos pacientes também.
Existem mais de 12 tipos de leucemias, sendo quatro as consideradas mais comuns:
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Leucemia mieloide aguda (LMA) – o número de células saudáveis (células vermelhas e células brancas) e plaquetas, costuma ser reduzido em relação à condição normal, produzindo anemias, infecções e sangramentos;
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Leucemia mieloide crônica (LMC) – nesse tipo, há superprodução de glóbulos brancos e a evolução é lenta no crescimento das células afetadas com o decorrer do tempo e por isso chamada de crônica, causando anemia, fadiga, infecções, sangramentos e outros problemas. Todavia alguns indivíduos que apresentam esse tipo, não apresentam sintomas, sendo necessário a realização de exame de sangue para sua descoberta;
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Leucemia linfoide aguda (LLA) – o tipo de câncer mais comum durante a infância, no qual as células anômalas se multiplicam de modo descontrolado e rapidamente se acumulam na medula óssea, suprimindo o desenvolvimento de células sanguíneas normais e saudáveis;
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Leucemia linfoide crônica (LLC) – é um tipo peculiar de leucemia e que acomete geralmente adultos acima dos 50 anos e não é hereditária, mas contraída, embora não se conheçam as suas razões. Apesar de provocar o crescimento desordenado de linfócitos B, não interfere na produção das células normais, razão pela qual há casos em que não se manifestam consequências para o paciente e até pode ser dispensado um tratamento.
Sintomas e sinais comuns da leucemia
Antes de mais nada, conforme vimos, há tipos e casos em que a doença não produz sintomas, o que significa que a ausência de qualquer dos sinais que listamos abaixo, não atesta que está tudo bem, como também a presença de qualquer um não é indicador suficiente da existência de leucemia, já que há outras doenças com manifestações dos mesmos sintomas.
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Anemia;
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Fraqueza, fadiga e cansaço;
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Sangramentos nasais e nas gengivas;
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Manchas roxas (hematomas) e vermelhas na pele;
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Gânglios linfáticos inchados;
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Infecções recorrentes pelo corpo;
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Febre;
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Sudorese (suor intenso) noturna;
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Falta de apetite e perda de peso sem motivo aparente;
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Infecções recorrentes;
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Dores persistente nos ossos e nas articulações.
Os sintomas são indicativos de que há um problema de saúde e um procedimento investigativo precisa ser feito por um médico, que solicitará os exames para um diagnóstico preciso.
Tratamentos comuns para leucemia
O tratamento da leucemia é diagnosticado primeiramente pelo médico hematologista, por exames de sangue bem específicos.
Dependendo do tipo de leucemia, o tratamento inclui quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, transplante de medula óssea ou a associação de diferentes tratamentos.
A determinação de qual tratamento será adotado, dependerá do tipo de leucemia diagnosticada e do estágio em que a doença se encontra, razão pela qual mencionamos anteriormente que o diagnóstico precoce melhoram as perspectivas de cura.
Em alguns casos, os pacientes com leucemia são submetidos ao transplante de medula óssea e não raramento, precisam de transfusões de sangue.
Entretanto, o transplante de medula óssea não costuma ser uma opção frequente, mas nos casos de maior risco à vida. O transplante consiste da substituição da medula óssea adoecida por células normais de medula óssea de um doador saudável, de tal modo que seja restituída a capacidade do organismo de produzir novas células e recomposição da própria medula.
Quando se cogita o transplante, a busca de um doador inicia-se pelos parentes consanguíneos e de primeiro grau, nos quais se busca a compatibilidade de sangue. Caso não haja compatibilidade, o caso é incluído no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), no qual se buscará entre os doadores voluntários algum que seja compatível.
Como as chances de compatibilidade são bem baixas, é de extrema importância que existam muitos doadores voluntário a fim de aumentarem essas possibilidades.
Fevereiro Laranja nas empresas
Da mesma forma que os consagrados Outubro Rosa e Novembro Azul, o envolvimento das empresas, conduzido pelos departamentos de Recursos Humanos, é essencial e vai bem além de se preocupar em dar aos colaboradores um plano de saúde que tenha cobertura para esse tipo de doença.
Primeiro porque em tempos nos quais a responsabilidade social deixou de ser apenas uma opção e passou a ser um papel básico das organizações, o combate às doenças e as respectivas ações, deve fazer parte do conjunto de políticas e da cultura das organizações.
O ambiente de trabalho é um lugar importante para conduzir ações no sentido de disseminar as informações tão necessárias para o diagnóstico precoce, bem como aumentar as tão necessárias doações.
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir a um hemocentro em sua cidade, realizar um cadastro no REDOME e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA.
Os portadores de algumas doenças, têm alguns direitos trabalhistas assegurados, tais como:
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Afastamento pelo INSS via auxílio-doença;
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Restituição do Imposto de Renda;
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Quitação de impostos, como IPVA e pagamento do imóvel financiado.
O requerimento dos eventuais direitos e benefícios, varia de acordo com o caso e da apresentação das provas e diagnósticos ao INSS sobre a condição de saúde da pessoa, por meio de exames e expedição de laudos pelo médico responsável.
As ações de promoção do fevereiro laranja por parte do RH, podem ser diversas:
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Palestras – como anteriormente mencionamos, desmistificar o assunto, por meio de informação completa e de qualidade, deve ser o princípio de tudo. Para isso, convidar especialistas da área médica, é sempre uma ótima iniciativa;
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Material impresso – mesmo em tempos em que a Internet é o principal meio de disseminação da informação, material impresso ainda tem alcance, especialmente nas gerações mais velhas, sem contar que a informação pode ser levada para fora da empresa, para parentes, amigos e vizinhos dos colaboradores, tirando dúvidas, esclarecendo e derrubando mitos;
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Exames – mesmo os exames de sangue mais simples, podem indicar problemas que podem ser confirmados ou rechaçados por exames mais específicos. Assim, incentivar que colaboradores e seus parentes façam exames periodicamente, é uma boa prática;
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Endomarketing – as campanhas de Endomarketing (Marketing Interno) podem contemplar várias ações, como kits (chaveiros, bottons, camisetas, bonés, etc) e tudo que faça lembrar visualmente da importância do período e do seu significado;
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Terceiro setor – apoiar / contribuir com ONGs e associações, como a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), as quais por sua vez também podem contribuir fornecendo informações para direcionamento de campanhas mais abrangentes e eficazes;
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Qualidade de Vida no Trabalho – embora ainda não existam estudos conclusivos, já há alguns que sugerem correlação entre o estilo de vida e fatores ambientais e a Leucemia Linfoide Crônica (LLC). Sendo assim, a promoção da Qualidade de Vida no Trabalho, além dos benefícios já conhecidos, pode também contribuir nesse aspecto;
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Redes sociais – a divulgação da campanha e das ações da empresa nas redes sociais, é uma forma de ampliar o seu alcance, “contaminando” positivamente os seus clientes, parceiros, fornecedores, enfim todo mundo que acompanha a empresa. Essa comunicação pode servir para estabelecimento de sinergias e ações combinadas ou conjuntas;
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E-mail MKT – Se a empresa desenvolve campanhas regulares de e-mail Marketing, envia newsletters, é também uma boa oportunidade de reservar um dia no mês para um conteúdo especificamente destinado ao fevereiro laranja e assim, trabalhar para fazer seu papel na sociedade da qual faz parte.
Conclusão
O envolvimento das empresas nas ações do Fevereiro Laranja, é essencial para atingir com eficácia os objetivos das campanhas de combate à leucemia.