Suítes office gratuitas para empresas e profissionais
Empresas dos mais diversos portes, profissionais liberais, autônomos, freelancers, enfim todo mundo que desempenha atividades profissionais internas ou no escritório, precisa de algumas dessas ferramentas. Estamos falando das suítes office.
Mas a mais conhecida, usada e popular solução do gênero, pode ser inacessível para muitos.
O que fazer? Há alternativas?
Sim, há algumas alternativas boas e que evitam que aqueles que precisam utilizar determinados softwares, não tenham que realizar procedimentos complicados ou práticas que podem ter como consequências graves.
Por que usar o Microsoft Office?
Mais do que um apenas um paradigma, profissionais e empresas acostumaram-se ao longo do tempo a utilizar o pacote Office ou o pacote de escritório da Microsoft, por uma série de razões:
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O fato da empresa por trás ser a mesma que desenvolve o Windows e que também é o sistema operacional mais usado, geralmente induz à suposição que a sua suíte de escritório funcione melhor do que as alternativas de outras empresas;
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A marca Microsoft tem uma imagem positiva para muitos usuários e que a associam com segurança e confiabilidade, aspectos fundamentais no consumo de qualquer produto / serviço;
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Historicamente a maior parte dos fabricantes de hardware que vendem seus equipamentos com versões do Windows pré-instalado, incluem na versão um MS Office em versão trial, que após os primeiros trinta dias expira, mas durante esse período de teste, acaba “seduzindo” o usuário;
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O produto é avaliado positivamente por muitos usuários e consegue suprir as principais necessidades e desejos deles;
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Muitas das grandes empresas que utilizam a suíte da Microsoft, costumam colocar como requisito (hard skills) para contratação, o conhecimento e domínio dos principais softwares que compõem o pacote (Word, Excel, PowerPoint e Outlook);
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Os formatos dos arquivos digitais precisam ser legíveis e editáveis, sem que o processo de importação a partir de um outro programa, provoque alterações na formatação, layout e mesmo no conteúdo. Muitas das soluções alternativas nem sempre são 100% eficazes em conseguir isso, usando os formatos proprietários da Microsoft. Ao mesmo tempo, a Microsoft nunca se esforçou muito em adotar formatos de outras empresas ou formatos abertos;
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A “ditadura” das grandes empresas que majoritariamente e historicamente optam pelo MS Office, indiretamente força fornecedores, clientes e parceiros a também usarem, por conta da razão acima. Pode-se perder um negócio, porque se envia uma proposta comercial em outro formato que não pode ser aberto ou apresenta erros de formatação na suíte do seu candidato a cliente;
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As políticas comerciais e a atuação da empresa de Bill Gates também favoreceram sua entrada em órgãos públicos e governamentais, universidades públicas e grandes empresas, ajudando a consolidar sua ampla base de utilizadores;
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Maior disponibilidade de material de aprendizado, cursos e treinamentos.
Há até outros fatores que juntamente com todos os listados acima, contribuíram para tornar quase hegemônico o domínio do conjunto de ferramentas de escritório da Microsoft.
Em função desse amplo domínio, muitas das alternativas do passado já não existem mais ou são praticamente desconhecidas da maioria dos utilizadores, como o WordStar e WordPerfect, que nos anos 80 eram editores de texto bem melhores do que o Word. Ou ainda o Lotus 1-2-3 ou o QuattroPro, que além de serem anteriores ao Excel, também eram mais bem avaliados. Sem contar o Dbase, que foi o primeiro e mais popular sistema de gerenciamento de banco de dados por muitos anos.
Embora cada uma das soluções citadas tenham sido em algum momento líderes no que se propunham, a Microsoft foi pioneira em conseguir reunir tudo e lançar como um pacote e apenas sob um único licenciamento. Não era mais necessário comprar a licença para o editor de textos de uma empresa, as planilhas da Lotus ou da Borland e os bancos de dados de uma terceira.
E não era só isso. Se você precisasse inserir uma planilha feita no Lotus 1-2-3, em um relatório elaborado no WordPerfect, eram grandes de perda de formatação, bagunça no layout, entre outras possibilidades de erros diversos, porque cada empresa tinha seus próprios formatos e que muitas vezes apresentavam incompatibilidades entre si.
Aos poucos as outras empresas seguiram o mesmo caminho, criando seus próprios pacotes e a portabilidade de diferentes formatos, mas já era tarde demais.
Não à pirataria e afins
Por tudo o que vimos, criou-se o monopólio do Microsoft Office como sendo a solução “oficial” de todo mundo.
No entanto, o valor de uma licença do produto, pode ser elevado para muitos e no caso das empresas, as quais precisam de uma licença para cada computador / usuário, ser proibitivo em termos de custos.
Ainda no passado, quando uma versão poderia ser usada por muitos anos, alguns esforçavam-se e conseguiam comprar uma licença, mas conforme novas versões começaram a ser lançadas em intervalos cada vez menores e com recursos que não existiam nas versões anteriores, os custos envolvidos para ter a versão mais recente, aumentaram substancialmente.
Atualmente mudou também o licenciamento e o Office 365 mais usado, é pago mensalmente ou anualmente.
Nada disso deve ser justificativa para usar cópias não originais, seja do pacote de programas de escritório ou de qualquer outro. Em nosso artigo sobre pirataria de software, abordamos todas as consequências e riscos do uso de programas não legítimos / originais.
Uma empresa que eventualmente recorra à alternativas do tipo, está sujeita desde envolvimento em sérias questões legais, como também muitas outras consequências, como vulnerabilidades de segurança eventualmente associadas à exploração de falhas no sistema operacional e presença de malwares, como ransomware.
E não é preciso, afinal há boas opções de suítes office grátis!
Alternativas gratuitas ao Microsoft Office
Seja porque você trabalha em home office e tem que usar seu próprio computador, é profissional liberal ou freelancer, ou mesmo tem uma pequena ou micro empresa e precisa ter nas estações de trabalho uma suíte office, mas não pode desembolsar os valores de licenciamento, a seguir apresentaremos alternativas grátis que podem lhe atender.
Nosso propósito não é avaliar se uma é melhor do que a outra, porque está muito relacionado às preferências pessoais e necessidades específicas relacionadas ao uso que será feito, recursos disponíveis e até o nível como usuário. Alguns adaptam-se melhor a uma solução e outros, à outra.
Por fim, a maior parte pode em alguns casos não substituir plenamente o Microsoft Office, visto que nenhuma é 100% compatível.
Assim, por exemplo, o Excel tem uma excelente integração com o VBA (Visual Basic for Applications), o que nenhum dos seus concorrentes oferece. Em casos do gênero, não há alternativa. Em outras palavras, as opções são para usos mais comuns e básicos e eventualmente algum recurso mais específico.
1. Office 365
A primeira alternativa é da própria Microsoft. Mas ao contrário do que alguns podem pensar, o Office 365 gratuito não oferece toda a gama de recursos que as versões pagas disponibilizam e por isso pode fazer sentido haver uma versão paga.
Portanto, aqueles que já conhecem e usam versões anteriores, mas são usuários que não usam os recursos mais sofisticados e avançados, podem dispor da ferramenta original.
Quem não conhece ou nunca experimentou, pode ter alguma resistência, devido ao fato do velho paradigma de ter o programa instalado no computador, bem como os arquivos nele produzidos.
Questões como insegurança em usar um serviço na nuvem e a necessidade de estar sempre conectado, também contam.
2. OpenOffice
Uma das mais antigas e conhecidas alternativas grátis, o OpenOffice teve a primeira versão gratuita disponibilizada ano de 2005.
Depois de ter sido um projeto da Sun Microsystems, passou a ser uma iniciativa da Oracle, que adquiriu a antiga empresa. Divergências à parte ao longo do projeto, em 2011 a marca OpenOffice e os trabalhos relacionados, foram passados integralmente para a Apache Software Foundation, sob a qual o pacote está agora e por essa razão, aparece como Apache OpenOffice.
Do projeto original, ainda mantém entre os princípios originais, a gratuidade, a busca por bons níveis de compatibilidade com o produto da Microsoft e pouco exigência em termos de hardware.
Roda desde o antigo Windows XP, até o mais novo Windows 11, com apenas e recomendáveis 512 MB de memória RAM e 650 MB de espaço em disco disponíveis para instalação.
Tem versões para Windows 32 bits, distribuições Linux de 32 ou 64 bits baseadas no Debian ou RedHat e ainda MacOS X.
3. LibreOffice
O LibreOffice é das mais populares alternativas e surgiu por ocasião da compra da Sun Microsystems por parte da Oracle. Alguns dos desenvolvedores do projeto, divergiram das propostas da Oracle e resolveram conduzir sua própria suíte office livre e tal como era originariamente o OpenOffice, além de grátis, também é open source.
A suíte de produtividade de escritório, além de planilha, editor de texto, editor de apresentação, também permite criar fórmulas e desenhos, tem um aplicativo de banco de dados de formato aberto (ODF) ou conectar a vários outros formatos proprietários, criar etiquetas e cartões de visita e até um editor de HTML.
Tem versões para Windows 32 e 64 bits, distribuições Linux baseadas no Debian e RedHat, também de 32 ou 64 bits e MacOS (Intel ou Apple).
Como curiosidade, vale destacar que a fundação sem fins lucrativos que o mantém, recebe apoio brasileiro da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), USP, Unicamp, Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Universidade Federal de Santa Catarina, Unesp e NB Telecom.
4. Google Docs
O Google Docs é uma alternativa gratuita em nuvem, minimalista e com recursos reduzidos, mas que se presta bem para aqueles que precisam fazer planilhas não muito sofisticadas, textos comuns e apresentações mais simples, além de alguns formulários web.
Mesmo sendo bastante restritas as opções e recursos comparativamente aos programas equivalentes da solução da Microsoft, é possível atender boa parte das necessidades da maioria dos usuários.
Apesar de ser possível salvar localmente os documentos feitos, é necessário ter conectividade com a Internet para usar as aplicações, as quais não são instaladas no dispositivo, diferente do OpenOffice e LibreOffice. E por falar nisso, é compatível com os formatos abertos de ambas alternativas, além do formato proprietário do MS Office.
5. WPS Office
A quinta opção gratuita, reúne várias qualidades interessantes. Tal como a ferramenta do Google, concentra-se apenas em textos, planilhas e apresentações, o WPS Writer, o WPS Spreadsheet e o WPS Presentation, respectivamente.
Mas da mesma forma que a segunda e terceira opções, é concebido para ser instalado no dispositivo, que além do Windows, Linux e MacOs, pode ser um smartphone Android ou iOS. Ótimo para quem não tem conectividade com a Internet 100% do tempo e quem gosta ou precisa usar o celular para trabalhar, ou ainda compartilhando documentos entre o dispositivo fixo e o móvel.
Completam a lista de características, um amplo conjunto de templates para os três tipos de documentos e a possibilidade de conteúdo colaborativo por meio da nuvem da WPS.
Apesar de salvar e abrir os formatos proprietários da Microsoft, não faz o mesmo com os formatos abertos do LibreOffice e OpenOffice.
Conclusão
Ter e pagar por uma licença do MS Office, não é para todo mundo. Se é esse o seu caso, conheça as 5 melhores alternativas de suítes de escritório.