O que é fintech? Exemplos, tipos e vantagens
Manter-se atualizado e acompanhar o noticiário, requer acostumar-se com termos que até poucos anos atrás, ou não existiam, ou faziam parte apenas do vocabulário de profissionais da área em que são mais utilizados.
Hoje quem acompanha qualquer notícia envolvendo mercado financeiro, depara-se frequentemente com um desses termos – fintech.
Mas afinal, o que é uma fintech? Por que está na “moda”? Quais as vantagens de usar uma? É seguro?
Essas e muitas perguntas relacionadas, estão na cabeça das pessoas, as quais muitas vezes convivem com uma verdadeira enxurrada de palavras, sem saber exatamente o que está por trás delas.
Que tal trazer um pouco de luz ao assunto?
O que é fintech?
Fintech é um neologismo e um estrangeirismo, para designar empresas que fazem uso da tecnologia para fornecer soluções financeiras. É neologismo porque é um termo razoavelmente novo e que tem sido frequentemente utilizado. É estrangeirismo por ter origem na fusão de duas outras palavras do idioma inglês – portanto, de origem estrangeira – e que são financial (fin) e technology (tech).
Traduzindo-se para o português, teríamos algo como tecnologia financeira, o que pode suscitar diferentes conclusões que não são o que o termo realmente quer dizer.
Tanto que na prática não se vê uma notícia dizendo que a “empresa de tecnologia financeira XPTO” lançou um novo produto. O comum, é: “… a fintech XPTO…”.
A definição prática, mais resumida e objetiva para explicar o que é uma fintech, é a empresa que oferece soluções financeiras específicas, fazendo uso de tecnologias diversas, com objetivo de facilitar, desburocratizar e democratizar o acesso aos produtos / serviços que disponibilizam.
Se ainda assim você não compreendeu o que é uma fintech, exemplos de algumas mais populares, ajudem a compreender o conceito.
Exemplos de fintechs
Quais são exemplos de fintechs, é uma pergunta que muita gente faz. Eis alguns:
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Nubank e Banco Inter, são exemplos de bancos que são fintechs;
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Os serviços de crowdfunding Catarse e Vakinha, são típicos exemplos também;
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Se você realiza pagamentos usando Mercado Pago, PicPay ou Stone, está usando uma tecnologia financeira;
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Quem tem um app como GuiaBolso ou Conta Azul para gestão financeira, saiba que há uma fintech por trás de ambos;
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Tem um e-commerce e nele faz uso de gateways de pagamento para viabilizar as vendas? Então há uma fintech que possibilita a operação;
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Usa alguma criptomoeda como bitcoin para pagar contas, ou comprar e vender moedas virtuais por meio do Mercado Bitcoin ou FoxBit? Então está usando serviços de tecnologia financeira.
Ao se analisar os exemplos de empresas acima – e que poderiam ser muitas outras conhecidas – fica fácil perceber que há diferentes tipos de fintechs, como veremos a seguir.
Quais os tipos de fintech?
Possivelmente o exemplo mais conhecido de fintech, são os também chamados bancos virtuais, como os já citados Nubank e Banco Inter, os quais têm tido cada vez mais clientes e cuja publicidade está presente em várias mídias.
Mas esse é apenas um tipo, entre muitos.
É preciso ter em mente a definição que demos para o que é um fintech e saber que qualquer solução financeira tradicionalmente constituída, atualmente pode ter algumas alternativas de soluções tecnológicas e que grosso modo estão nos tipos abaixo:
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Banco virtual;
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Investimentos;
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Moeda virtual (criptomoeda);
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Financiamento;
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Crowdfunding;
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Gateway de pagamentos
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Empréstimos;
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Seguros;
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Pagamentos;
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Gestão financeira;
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Câmbio.
O que caracteriza uma fintech?
Pode-se dizer que ao avaliarmos o perfil das fintechs, há um conjunto de características que são não condicionantes para sua classificação como uma, são bastante comuns:
Inovação
O mundo atual é repleto de inovação. Todos os dias ao vermos as notícias, há algo novo. Paradigmas caem ou são superados, de tal forma que quase mais nada é permanente, exceto a mudança.
Quem já nasceu em um mundo globalizado, repleto de tecnologia e com transformação digital impactando definitivamente a forma como as coisas são feitas, não sabe por exemplo, o que era há mais de uma década, uma ida ao banco para o pagamento de contas, retirada do talão de cheques, depósitos e outros serviços bancários, os quais exigiam a presença física, perda de tempo e algumas vezes, aborrecimentos.
Nada disso é mais necessário e algumas coisas – como os cheques – estão virando peças de museu.
Tudo o que se fazia no passado, agora ou é feito por uma app no smartphone ou foi superado por um novo processo mais simples, rápido, eficiente e confiável.
Não há como pensar em uma fintech e não enxergar quanta inovação ela introduziu no modo de fazer as coisas.
Tecnologia
O meio para a inovação e a transformação dos processos está invariavelmente e inevitavelmente associado a tecnologia.
Tecnologia deve estar a serviço do mundo para produzir meios melhores, mais produtivos, eficientes e rentáveis de se fazer as coisas.
Pensar no que se fazia no passado e no que é necessário hoje e até naquilo que nem mais é necessário ser feito, envolve uma ou muitas tecnologias que produziram facilidades antes inimagináveis.
É graças ao maciço uso de tecnologia que os muitos apps ou sites que acessamos dessas empresas, transformaram nossas relações com o mundo físico e muitas das nossas rotinas diárias.
Especialização
Se no passado a abertura de uma conta-corrente, o pagamento de uma conta, um empréstimo e uma extensa lista de serviços financeiros poderia ocorrer em uma agência bancária de um único banco, hoje temos empresas especializadas em cada uma dessas alternativas.
Antes a comodidade de ter tudo isso em um só lugar, economizava talvez com o deslocamento e o tempo gasto com a conversa com o gerente de cada serviço. Mas deixava o cliente refém de uma única empresa.
Agora, tudo isso acontece no aplicativo no seu celular, dentro do metrô ou enquanto esperamos o pedido no fast food do shopping center. E melhor, com diferentes alternativas caso uma não lhe agrade ou não atenda suas expectativas.
Os diferentes tipos de fintechs, graças à inovação, à tecnologia e à especialização, são capazes de oferecer uma variedade maior e mais práticas de opções e que ainda atendem de modo melhor as nossas necessidades e desejos, que os antigos e tradicionais bancos nos ofertavam.
Startups
Soma-se a tudo isso, o modelo de negócios normalmente presente na concepção dessas empresas, a escalabilidade que permite seu rápido e volumoso crescimento, bem como a repetibilidade que favorece esse crescimento sem exigência de investimentos proporcionais a esse crescimento e por fim, as boas e favoráveis perspectivas futuras de sucesso e constata-se que fintechs são ou foram também startups.
O que é fintech unicórnio?
Pela quantidade de exemplos que demos e de tantos outros que você possivelmente pelo menos tenha ouvido falar, é de se supor que startups que se consolidaram como fintechs, existem aos montes.
Bem, de fato há uma boa quantidade delas.
No entanto, muitas startups promissoras naufragam na tentativa de se estabeleceram de acordo com o planejamento feito. Entre as que de fato alcançam um sucesso digno de nota, o número é ainda menor.
Pesquisas globais, apontam que menos de 0,1% delas conseguem ser avaliadas como empresas de US$ 1.000.000.000,00.
As que conseguem tal feito e que as pesquisas indicam que são menos de 1 em cada 1000, são chamadas de fintechs unicórnio.
Tal como o ser mitológico e como as pesquisas comprovam, são bem raras e daí o porque de emprestar esse nome a essa categoria delas.
Fintechs são seguras?
Entre os muitos desafios das startups, um que é crucial, é mostrarem-se confiáveis ao público que pretendem alcançar, bem como aos investidores, os quais são muitas vezes fundamentais para sua viabilidade financeira inicial.
Invariavelmente há questionamentos e preocupações relacionadas a segurança no mundo digital. Como terei certeza de que meus dados pessoais ou outras informações sigilosas e privadas não serão compartilhadas? Esse banco não vai quebrar? O pagamento que eu fiz será concretizado? O app que eu utilizo para as movimentações não pode ser invadido?
Essas são algumas das muitas preocupações, especialmente no caso das estreantes.
Mas há um outro paradigma que tem fundamentação cultural. Afinal, como confiar em um banco no qual não posso ir até uma agência e olhar nos olhos do gerente, apertar-lhe a mão e ver que a empresa existe?
No entanto, pense em quantas empresas tradicionalmente constituídas e com as quais você já trabalhou. Algumas das maiores e tidas como melhores, já tiveram problemas de segurança em diferentes níveis.
O fato de uma empresa ter uma operação mais concentrada no ambiente virtual, não é garantia nem de insegurança, nem de segurança.
As fintechs da mesma forma que as empresas de serviços financeiros tradicionais, são reguladas por legislação e órgãos competentes, tais como Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central.
É pertinente e importante que haja tal preocupação, como deve haver com a contratação e uso de quaisquer serviços, seja no mundo físico, como no digital.
Assim, a instalação de apps, o acesso aos sites, a atribuição e uso de senhas, bem como outras preocupações visando a segurança, devem ser as mesmas que devemos ter com qualquer empresa, seja ela uma fintech ou não.
Ou seja, os mesmos mecanismos e procedimentos que usamos para avaliar a segurança e seriedade por trás de qualquer outra empresa, é que o deve nos orientar a confiar ou não em uma fintech.
Quais as vantagens de usar uma fintech?
Quando se observa o número de fintechs especializadas nos mais diversos serviços financeiros, não há dúvida quanto ao sucesso que suas soluções conseguiram produzir.
Não à toa que o termo esteja tão na moda. As fintechs democratizam o setor financeiro por meio da eliminação de intermediários, de uma oferta mais plural de alternativas, da diminuição da concentração e de uma boa redução da burocracia.
Quem era correntista de um banco há pouco mais de uma década, sabe bem o que era e o que é hoje.
E mesmo os bancos mais conservadores e tradicionais, estão se rendendo ao novo modelo e a cada dia transformam suas operações de modo a aproximarem-se do que encontramos nas fintechs, o que é uma prova inequívoca do quão bem sucedido é esse novo paradigma.
Entre as principais vantagens, temos:
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Novas soluções financeiras e em maior quantidade do que no passado;
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Menor burocracia e menos exigências na contratação de serviços;
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Percentuais de custos mais baixos e para muitos serviços, até mesmo ausência de taxas;
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Facilidade e rapidez no uso dos serviços;
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Ampliação do ambiente de negócios, como resultado de maior crédito e novas possibilidades para obtenção desse crédito;
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Maior acesso e incentivo ao micro e pequeno empreendedor, tanto em termos de linhas de crédito, como da implementação de soluções de pagamento em ambiente físico ou digital;
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Dissolução dos oligopólios e da concentração que os bancos tradicionais representavam, com mais opções ao consumidor de serviços financeiros;
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Melhorias na segurança no ambiente digital;
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A ampliação da concorrência, resultando em mais alternativos, menores custos, mais qualidade no serviço, entre outros benefícios.
Conclusão
Fintech é um dos termos mais na moda, devido à quantidade de empresas que vem surgindo e que fazem uso da tecnologia no fornecimento de serviços financeiros e se consolidando em um segmento que por muito tempo foi caracterizado pelo conservadorismo e por um escasso número de opções.