O que é Chrome OS Flex e por que usar?
Com a intensificação da transformação digital, veio a exigência que os profissionais tivessem ao seu dispor um computador (desktop ou notebook) para realizar as tarefas quotidianas dentro de um escritório e em muitas áreas.
A questão é que de carona e por conta da velocidade com que novas tecnologias são criadas, vieram também diversos problemas e custos associados para que essa indispensável ferramenta, cumprisse seu papel da melhor maneira.
Mas em breve alguns desses problemas podem acabar, graças ao Chrome OS Flex!
O que é, por que usar e algumas outras informações relevantes, é o foco desse bate-papo.
O que é o Chrome OS Flex?
Na prática, pode-se definir o Chrome OS Flex como sendo um sistema operacional desenvolvido a partir de um kernel Linux para ser usado em notebooks e desktops, baseado em aplicações e serviços na nuvem e pouco exigente em termos de hardware.
Mas ao se buscar mais informações, há algumas particularidades que são relevantes e que mais tarde se mostrarão como determinantes ao considerar seu uso.
Por ocasião desse post, apesar de já estar disponível para download e já haver um razoável burburinho, fazendo parecer um lançamento, a versão do sistema ainda não é a final ou definitiva, o que significa dizer que há bugs (falhas) e que nem todos os recursos que são pretendidos, estão disponíveis.
Logo, é destinada especialmente para os “apressadinhos” e que gostam de ser pioneiros na adoção desse tipo de novidade, os chamados early adopters.
Chrome OS vs Chrome OS Flex
Para aqueles que não conhecem, o Google deu o pontapé inicial no projeto que agora culmina no Chrome OS Flex, no já longínquo ano de 2009, ao anunciar um sistema operacional baseado na distribuição Linux Ubuntu e que pretendia entre outras coisas, que tanto os dados dos usuários, como as aplicações, usassem princípios do modelo de Cloud Computing – o Chrome OS.
Mas somente em 2011 o mercado pôde usufruir dele, por meio do lançamento do primeiro Chromebook.
Nada mais era do que um notebook bastante simples em termos de hardware, com pouca memória RAM, processadores mais simples e pouco espaço de armazenamento em disco.
As características limitadas de hardware, deviam-se ao fato de o sistema operacional era leve e rápido, sendo que o principal recurso usado era o navegador Google Chrome, o qual deveria ser a interface principal e suficiente, já que a ideia era acessar os aplicativos na nuvem, bem como o armazenamento dos dados do usuário (documentos de texto, planilhas, mensagens de e-mail, etc) também ocorreria nela.
No entanto, havia uma limitação para aqueles que eventualmente se interessassem por esse tipo de uso – seria necessário comprar um Chromebook. Em outras palavras, o sistema operacional só estava disponível e só rodava no hardware especialmente fabricado para ele.
Sendo assim, dependendo do país, haviam aparelhos da Samsung, Acer, HP, Lenovo, entre outras marcas, que já vinham com o Chrome OS instalado.
Com a chegada do Chrome OS Flex, isso muda.
A principal diferença para o primeiro sistema operacional do Google, é que agora você pode instalá-lo em uma grande variedade de aparelhos, incluindo provavelmente aquele notebook de muitos anos que você aposentou porque o hardware já não lhe entregava o desempenho necessário, em função das exigências dos atuais sistemas operacionais e dos aplicativos que rodam neles.
Fora isso e alguns pequenos detalhes, a ideia é que tanto um usuário de um legítimo Chromebook, como quem tem um PC ou Mac baseado em processadores Intel e que faziam uso do Windows e MacOs, podem ter um sistema operacional igual.
Exatamente igual, não!
Por enquanto – em fevereiro de 2022, ainda na versão alpha – não é assim e como informamos, nem tudo o que você tem no Chrome OS, terá no Flex se instalá-lo antes da versão definitiva. É o caso do Google Play, a loja de aplicativos, ainda não presente, o que torna o seu uso bem restrito ao que existe na nuvem e acessível pelo browser.
Neverware e CloudReady
Em 2020, o Google comprou por valor não revelado, a empresa Neverware, a qual vinha trabalhando no sistema operacional CloudReady e que nada mais era que o que se tem hoje com o Chrome OS Flex. Ou seja, a possibilidade de se ter um Chrome OS sem que para isso fosse necessário comprar um Chromebook.
O CloudReady é basicamente um Chrome OS que se pode fazer o download e instalar em qualquer máquina que antes rodasse um Windows ou MacOS e desenvolvido a partir do open source do Chromium OS e que por sua vez é baseado em um kernel Linux.
Por que (vantagens) usar o Chrome OS Flex?
Bem, já deve estar aparente a primeira vantagem ou o porquê de se usar o Chrome OS Flex, que é ser uma alternativa aos sistemas operacionais Windows, MacOs e as muitas distribuições Linux.
Outra vantagem, é que assim como o Chrome OS – sem Flex – ele é também bastante leve e, portanto, pode ser uma opção para as máquinas que foram aposentadas por serem antigas e/ou não terem um hardware moderno e potente, o que é requisito especialmente do Windows e MacOs.
Como se sabe, há distribuições Linux que são criadas com o objetivo de atender hardware mais modesto, como as que fazem uso do desktop environment XFCE, tais como o Mint, o Manjaro ou o Zorin Os.
Apesar de serem duas boas justificativas, ainda há mais:
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Open Source – é um sistema open source e sendo assim, tem as vantagens inerentes a projetos de código aberto;
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Gratuito – não há custos de licenciamento uma vez que é gratuito na versão home;
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Usabilidade – o sistema é bastante simples de instalar e usar e segue o mesmo conceito do Android, com o qual muitos usuários têm familiaridade;
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Flexibilidade – um dos princípios do sistema, é que os dados são armazenados na nuvem, permitindo que sejam acessados por diferentes outros dispositivos, bastando haver conectividade com a Internet;
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Custo – não é menor apenas por dispensar pagar por uma licença por aparelho, mas também pelo fato de que o equipamento necessário não requer que seja atual;
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Segurança – embora não exista sistema 100% seguro e que a segurança no mundo digital tem uma forte dependência no usuário, estima-se que existam menos vulnerabilidades conhecidas e questões relacionadas com segurança, especialmente se comparado ao Windows;
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Avançado – com um pouco mais de conhecimento técnico, o usuário consegue fazer uso de contêineres Linux, o que na prática quer dizer que você consegue rodar programas Linux, como por exemplo, o Gimp (edição de imagens) ou Steam (jogos);
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“Chromebook plus” – instalar o Chrome OS Flex em determinados notebooks, vai lhe render um Chomebook melhorado em termos de hardware, visto que a maioria dos modelos que temos no Brasil, têm hardware bastante básico;
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Windows 10 e 11 – desde o lançamento do Windows 11, sabe-se que o suporte ao Windows 10 será encerrado em 2025, obrigando àqueles que o usam a migrarem para a nova versão. Porém nem todo hardware que hoje roda a versão 10, será capaz de rodar a nova, exigindo aquisição de novo equipamento.
Quem pode usar o Chrome OS Flex?
Qualquer um e desde que os requisitos mínimos de hardware sejam atendidos. Apesar das exigências serem bastante inferiores aos sistemas da Apple e Microsoft, ainda é necessário verificar se sua máquina atende a tais requisitos, como processador e memória RAM.
Mas mesmo que a princípio seja possível instalar, há situações em que a migração para essa alternativa, não seja apropriada ou mesmo possível, quando:
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Sistemas empresariais – quando se utilizam sistemas que não tem versões para Chrome OS Flex, como é o caso de muitas aplicações empresariais. Inclusive essa é uma das justificativas do porquê a Internet vai bem além de sites;
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Programas – determinados programas que se consolidaram ao longo de anos de desenvolvimento em ambientes como MacOs e Windows, não têm ainda alternativas a altura em termos de recursos para outros sistemas;
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Suporte – nas situações em que é necessário suporte telefônico e por e-mail, os quais só estão disponíveis na versão Enterprise e que tem custo de licenciamento anual. Aqueles que têm máquinas que atendem os requisitos do Windows 11, não têm custo de licenciamento para efetuar a atualização;
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Custo – há muitos apps da Google Play que são pagos. Assim, dependendo de quantos e quais serão necessários, o fator financeiro pode não ser vantajoso. Mas é preciso reiterar que o eventual acesso à loja do Google, só no futuro por meio de alguma atualização do sistema;
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Interface do usuário – ainda que seja possível ter apps Android no futuro, alguns podem não ter o funcionamento mais adequado ou completo, especialmente os que dependem de muita interação touchscreen, como é o caso de jogos;
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Adaptação ao sistema – mesmo sendo minimalista e mais simples de operar, há uma curva de aprendizado e a adaptação a um novo sistema operacional e suas particularidades. Isso pode levar tempo dependendo do usuário e inclusive costuma ser um dos principais fatores para se migrar para outros sistemas operacionais;
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Adaptação às aplicações – da mesma forma como é necessário adaptar-se ao novo sistema, os programas que os usuários utilizam, em muitos casos não têm versões para o Chrome OS, exigindo que se adote um novo e aprenda-se a usá-los, com a consequente curva de aprendizado;
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Mudança de paradigma – pessoas e empresas têm muitos paradigmas que as impedem de mudar aquilo que fazem de uma determinada maneira por muito tempo.
Conclusão
O Chrome OS Flex é um sistema operacional gratuito, destinado a hardware mais simples e antigo, no qual as aplicações e dados do usuário ficam na nuvem.