A-Commerce: O que é? Como ele vai afetar as vendas?

Vendedor, caixa, atendente, filas e mais um monte de situações tão comuns no comércio varejista, podem estar com os dias contados. Por que? A resposta é simples – A-Commerce!

Ele já é realidade e já é possível viver a experiência de um, em algumas poucas cidades no mundo, inclusive no Brasil, já há iniciativas nesse sentido. Quer saber mais para onde caminha a experiência de consumo presencial nos próximos anos?

O que é A-Commerce?

Direta e resumidamente, é “Automated Commerce” ou comércio automatizado, em bom português.

Diferentemente de muitos conceitos, aqui não é possível definir o que é de modo bastante preciso e único.

Isso porque é mais do que uma tecnologia ou um modelo. É um conceito, que reúne muitas tecnologias e que podem ser diferentes em cada caso estudado.

Basicamente, o que temos visto em maior grau, tem sido o a-commerce aplicado ao varejo, resultando em lojas de rua que ao contrário do modelo tradicional, são totalmente – ou em grande parte – automatizadas.

Assim, você entra, pega o que quer e sai, sem falar com algum atendente, vendedor, caixa, sem filas e sem nem mesmo por a mão na carteira. Não há atendimento presencial prestado por colaboradores da empresa.

Como é algo novo e nem todas as pessoas estão preparadas para esse tipo de experiência, ainda há colaboradores que podem ajudar esclarecendo algumas dúvidas dos compradores e nos momentos de menor fluxo de pessoas, atuam como repositores das mercadorias, que é o único processo que ainda depende de funcionários.

Mas também há modelos híbridos, em que a presença humana ainda é sentida e vista, mas que opções de automatização estão disponíveis para tornar a experiência de compra seja mais ágil e ao mesmo tempo mais rica.

Como funciona o A-Commerce?

Como dissemos, não há um modo único de se fazer as coisas.

Tudo depende da confluência de tecnologias empregadas, para no fundo automatizar e assim oferecer uma nova experiência de compra aos consumidores.

Um dos exemplos mais populares, vem da gigante de tecnologia Amazon. São dois tipos de lojas automatizadas, a Amazon Go e Amazon Go Grocery, sendo que a primeira é algo semelhante ao que conhecemos como loja de conveniência, porém com uma variedade maior de itens. A segunda, além dos mesmos itens da Amazon Go, oferece itens que você vai encontrar na quitanda, ou sacolão ou feira livre. São frutas, legumes e verduras, tudo da melhor qualidade.

No caso da Amazon Go, já são 26 lojas, todas nos EUA, na cidades de Chicago, Nova Iorque, São Francisco e Seattle. Já a Grocery, conta ainda com apenas um endereço em Seattle.

Ao adentrar uma loja Amazon Go, tudo o que você precisa, é do seu smartphone e do aplicativo correspondente, disponível para Android ou iOs, ter uma conta Amazon e o método de pagamento cadastrado.

Logo na entrada, há o controle de acesso, em que você escaneia o QR Code do seu App e automaticamente o sistema libera sua entrada. Você pode escolher pegar uma ou mais sacolas para as compras e você já pode guardar o smartphone.

Tudo o que você tirar da prateleira e colocar na sacola, é computado pelo sistema e vai para seu carrinho virtual, exatamente como em uma compra em um site de e-commerce. Caso você desista de um ou mais itens, o sistema também identifica e remove automaticamente.

O funcionamento de tudo é feito por centenas de câmeras e sensores no teto, que gerenciadas por um sistema dotado de inteligência artificial e machine learning, é capaz de fazer o reconhecimento facial e monitorá-lo conforme se desloca pelos corredores.

Assim que você sai da loja, o sistema identifica e envia uma notificação pelo aplicativo, mostrando a lista de itens que você levou, as quantidades, valores e até os impostos pagos sobre cada item. O pagamento se dá pela forma cadastrada, que pode ser seu cartão de crédito.

Há muitos vídeos que demonstram como é consumir em uma Amazon Go e que já chamam de supermercado do futuro.

Mas você não precisa ir aos EUA para usufruir de um autêntico exemplo de A-Commerce. No Brasil, a pioneira por aqui e na América Latina, foi a Zaitt.

Embora compartilhe de algumas coisas, usa outras tecnologias diferentes da Amazon Go.

Tudo começa também com um aplicativo, que também requer seu cadastro, a informação de um meio de pagamento e que é usado para adentrar a loja. Mas aqui é você quem lê o QR Code com o smartphone, para ter a entrada liberada.

Lá dentro da loja da Zaitt, você também pega ou devolve o que quiser das prateleiras, mas cada item tem uma etiqueta com dispositivo que emite rádio frequência e na saída, um leitor identifica o que você resolveu levar e emite a lista, bastando confirmá-la.

São tecnologias diferentes em cada uma das lojas, mas ambas são reunidas e combinadas com um mesmo propósito – fornecer uma experiência de compra 100% automatizada.

Na China, já há algumas lojas de varejo que fornecem alternativas de tecnologias à essas vistas na Amazon ou na Zaitt e ainda modelos híbridos, como no caso da Alibaba, que permite uma interação tecnológica bem vasta em uma loja que é um verdadeiro supermercado.

Na loja da Alibaba, pode-se fazer compras e ver detalhes de cada item comprado no celular e passar tudo depois em um scanner que dispensa um caixa ou a integração do e-commerce para a mesma compra, de dentro da comodidade da sua casa, recebendo depois por delivery. É uma nova forma de fazer compras, usando tecnologia para favorecer consumidores e revendedores.

No Brasil, comenta-se que em breve deveremos ter algumas lojas Carrefour Express que vão adotar um modelo automatizado em caráter experimental.

Seja qual for o modelo, em todas as variações, o vínculo entre o consumidor, por parte do seu App no smartphone e seu trânsito dentro das lojas, bem como os itens que compra, é possível

Vantagens e desvantagens do A-Commerce.

Como toda novidade, sempre há prós e contras. Nem tudo são flores sempre.

Para quem gosta de tecnologia, ver o funcionamento e a praticidade de uma loja Amazon Go, é um verdadeiro sonho tornando-se realidade.

Mas quando pesquisa-se em pelo menos um dos muitos vídeos que há sobre, é possível ver o protesto em frente de uma das lojas, por parte de quem argumenta que esse tipo de iniciativa vai diminuir ainda mais os já escassos empregos.

Por outro lado, novas tecnologias também produzem novas demandas, como das empresas que fornecem as tecnologias que são empregadas.

Vantagens do A-Commerce

  • Especialmente nos grandes centros urbanos em que se perde muito tempo, a agilidade que uma experiência de compra fornecida pelo a-commerce, tem valor inestimável. Certamente há muitos consumidores em potencial que vão aderir a esse modelo e estão dispostos a pagar por esse tipo de experiência;

  • Menores investimentos em mão de obra, treinamento e outras questões trabalhistas, visto que a necessidade de colaboradores cai significativamente ao longo do tempo;

  • Maior integração com sistemas de CRM e ERP, que garantem melhor conhecimento dos hábitos de consumo dos clientes;

  • Direcionamento melhor e ampliado das ações de Marketing Digital, em um nível de personalização que não é possível no varejo tradicional, graças ao histórico detalhado de itens adquiridos, quantidades, frequências de compra, adesão às promoções, etc;

  • Menores índices de perdas, principalmente em modelos como da Amazon Go.

Desvantagens do A-Commerce

  • Maior custo inicial de implantação;

  • Menor número de postos de trabalho diretos (desemprego);

  • Dificuldades iniciais por representar um novo paradigma. As primeiras lojas da Amazon Go tinham um grande número de curiosos que nem mesmo podiam entrar para ver e experimentar, porque não tinham o aplicativo e a conta na Amazon;

  • Problemas no funcionamento e integração das tecnologias. A primeira loja da Amazon, que funcionou por mais de um ano apenas para funcionários, o sistema dava erros se por exemplo, uma criança trocava um produto da prateleira. Toda nova tecnologia precisa de um tempo de adaptação e aperfeiçoamento.

Conclusão

O A-Commerce é adoção de múltiplas tecnologias que integradas permitem automatização de lojas de varejo, de tal forma que se não eliminam totalmente o fator humano no atendimento, propiciam uma série de facilidades na experiência de consumo por parte dos clientes.

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