Wi-Fi 6: O que é?

Você chega a uma loja de varejo, mesmo em uma grande metrópole como São Paulo e pede por um roteador wireless que tenha o padrão Wi-Fi 6 e não raramente verá a expressão de interrogação no rosto do vendedor. Em alguns casos, ele vai consultar um colega e então teremos pelo menos duas pessoas com a mesma dúvida.

O motivo dessa situação que pode ser constrangedora para quem é perguntado e teoricamente deveria ter uma resposta, é o novo padrão e nomenclatura atribuída a tecnologia Wi-Fi. Não quer ser o próximo a viver essa situação? Então fique conosco até o fim desse artigo.

O que é Wi-Fi 6?

O Wi-Fi – independente do 6 ou de outra terminação – é a tecnologia por meio da qual é possível trocar dados em uma rede sem a utilização de meios físicos e que são representados pelos cabos das tradicionais redes de computadores corporativas. Ou seja, a transmissão de informação ou comunicação entre dois ou mais dispositivos, é feita sem cabo (wireless).

O Wi-Fi 6, recebe tal nomenclatura ou denominação, pois consiste da 6ª (sexta) geração do padrão.

Dependendo do que você buscar a respeito ou das especificações de um roteador ou de um smartphone, poderá encontrar Wi-Fi IEEE 802.11 ax. É exatamente a mesma coisa!

A mudança em relação à nomenclatura, foi proposta pela Wi-Fi Alliance, empresa que desenvolveu a tecnologia.

Assim, o atual padrão – o mais recente e usado – em termos de adoção e que corresponde ao Wi-Fi IEEE 802.11 ac, passa a ser Wi-Fi 5 ou de 5ª geração, bem como a anterior passa a ser referenciada como a 4ª e assim regressivamente até a primeira.

O objetivo é facilitar e não termos que lembrarmos que conjuntos de letras correspondem a cada padrão (IEEE 802.11, IEEE 802.11a, IEEE 802.11b, IEEE 802.11g, IEEE 802.11n e IEEE 802.11ac). Muito mais simples, não é?

Embora a 6ª geração já venha sendo tratada como uma realidade, sendo possível encontrar roteadores (não muitos) e dispositivos (menos ainda) desde 2019 e estamos em julho / 2020 por ocasião desse post, na prática e particularmente no Brasil, o padrão mais popular ainda é o de quinta geração (IEEE 802.11 ac).

A maior parte dos dispositivos e roteadores comercializados, ainda baseiam no Wi-Fi 5, ou Wi-Fi IEEE 802.11 ac, se preferir a "nomenclatura antiga".

Isso em parte explica o espanto e a dúvida quando se percorre o varejo, especialmente se não for uma loja especializada, onde é menos improvável encontrar alguém que não saiba do que estamos falando.

O que muda com o Wi-Fi 6?

Como é esperado sempre que uma tecnologia nova ou padrão é lançado, melhorias, avanços e consequentemente, benefícios são esperados. Não é diferente aqui.

A expectativa em torno da popularização da sexta geração da tecnologia wireless para redes, ocorre em virtude de desempenho, disponibilidade e segurança maiores.

O desempenho é melhorado em função de um conjunto de novos paradigmas que foram implantados:

  • A primeira nova implementação, já é possível encontrar em alguns poucos dispositivos de 5ª geração e é conhecida como MU-MIMO (Multi-Usuário, Entrada Múltipla, Saída Múltipla) e que basicamente possibilita que um roteador consiga comunicar-se simultaneamente com mais de um usuário simultaneamente. Na quinta geração (IEEE 802.11 ac), o limite para essa simultaneidade, é de até 4 usuários. Na sexta, é possível até oito usuários. Nos aparelhos mais antigos ou de gerações anteriores, a comunicação é um a um, ou seja, o roteador só consegue trocar dados com um usuário de cada vez;

  • Outro novo conceito, é o OFDMA (Acesso Múltiplo por Divisão de Frequência Ortogonal), que basicamente consiste de usar um mesmo transporte para enviar dados para dois ou mais dispositivos de uma única vez. Em termos de analogia, antes do OFDMA, os dados chegavam a cada usuário, como se um entregador viesse do roteador carregando apenas seus dados. Ele só poderia entregar outros dados a um segundo usuário, depois que retornasse ao roteador. Agora, ele já sai com as duas entregas, para os dois usuários;

  • O terceiro ponto que permite desempenho superior, refere-se as taxas de transmissão superiores e que podem variar entre 6000 e 11000 Mbps (megabits por segundo). Na prática é como se o entregador do tópico anterior, tivesse um veículo capaz de acomodar mais carga (dados no nosso caso);

A disponibilidade ampliada, vem como decorrência também do desempenho. Isso é notado em situações extremas, quando os roteadores de padrão 5, têm muitos usuários / dispositivos conectados.

Conforme tivermos ampliação de aparelhos usando IoT (Internet das coisas), será cada vez mais importante padrões que permitam múltiplas conexões simultâneas.

Por fim, a segurança foi aprimorada com a adoção do protocolo de criptografia WPA3, que corrige problemas detectados no que é chamado de handshake (aperto de mão) – processo em que dois pontos da rede estabelecem que reconheceram um ao outro e estão prontos para iniciar a troca de dados – existente no protocolo anterior (WPA2) e que amplia a criptografia para 192 bits (128 no anterior).

Eu preciso de um roteador Wi-Fi 6?

Ainda não. Especialmente no Brasil em que ainda não temos muitos dispositivos (notebooks, smartphones, etc) que operam neste padrão, encontrar e pagar os altos valores (a partir de R$ 1000,00!) não vai lhe garantir mais do que você já tem com um de 5ª geração (IEEE 802.11 ac).

Além disso, exceto se sua rede residencial ou mesmo empresarial tem muitos dispositivos conectados a um mesmo aparelho, os ganhos do novo padrão não serão sentidos.

O Wi-Fi 6 vem para oferecer uma experiência aprimorada no que era a proposição da quinta geração (vídeo full HD, jogos online e armazenamento em nuvem), mas sobretudo, para suportar o aumento de demanda da Internet das coisas (IoT), que deve aumentar consideravelmente o número de dispositivos conectados a cada ponto de acesso.

Conclusão

O Wi-Fi 6 (IEEE 802.11 ax) é a mais recente geração da tecnologia de rede sem fio, que promete permitir mais dispositivos conectados, oferecendo melhor desempenho e maior segurança.

 
 

 

 

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